Uma mensagem chega aos seus ouvidos,
Seca, desprovida de qualquer sentido,
Aquele que disse que a amava,
Agora se despedia para sempre ele dizia,
Ora vejam até onde a audácia é capaz de chegar,
Ela perdeu suas forças, jogou-se no chão,
Chuta e grita com a força do amor que sentia,
Seu coração bate tão forte que chega a machucar,
Como se vertesse em estilhaços dentro dela,
Já não leva vida, mas sim, morte vagarosa
Para a sua alma apaixonada,
Seu amigo, incapaz de vê-la sofrer a carrega,
Joga-a sobre o ombro e ruma para o seu quarto,
Prepara um banho e pede a ela que não chore mais,
É insuportável ver todo o amor que ela sentia
Verter-se em lágrimas sobre seu rosto molhado,
Dentro dela, agora só há tristeza,
E um vazio imenso prestes a consumi-la,
Sua voz cala-se, ela nega-se a acreditar em tudo que ouviu,
Agora quem tanto amou-a, disse adeus e partiu?
Sentia um peso esmagador sobre o peito,
Todo o seu amor a consumia em lágrimas,
Já não tinha forças ou folego para falar,
Apenas abaixava a cabeça e consentia,
Sim, sim, sim dizia ela,
E via-se consumir em suas lágrimas de dor,
Pagava o preço de uma vida,
Por ter entregue seu amor ao beijo de um traidor,
Incapaz de refletir sobre o que sentia,
Ela pensa por um único instante,
Isso que sentia era amor, não era?
Pois havia sido tudo que havia conhecido até agora,
Ele a beijava com força, como se quisesse toma-la,
E a atraia para o seu peito em frente ao seu coração,
Com aquele abraço apertado que chegava a sufoca-la,
Ela sentia-se segura, presa fácil em suas mãos,
Mas quando ela buscava seus sonhos na luz do seu olhar,
Ela vê uma faísca de algo diferente no ar,
Ela sente um medo de seguir adiante,
Mas aquela necessidade a persegue,
Necessidade de amar, de ser tocada,
De sentir algo, Ela deseja apenas esquecer,
Mas seu amor parece crescer a cada instante,
Eu prometo, ela ainda podia ouvi-lo sussurrar:
Amar você e a nenhuma outra,
Mas ela não via seus atos refletirem suas palavras,
Ele parecia vazio, como se dentro dele não batesse um
coração,
Mas algo diferente desprovido de qualquer emoção,
Como podia jurar amor aquele que por dentro era vazio?
Queria arrancar seus lábios por terem se entregado a um
traidor,
Entrou no banheiro e permitiu que a água corresse por seu
corpo,
Tirando qualquer marca que ele houvesse deixado,
Mas quem, agora, protegeria seu psicológico?
Ela teria que ser forte e lutar por si mesma,
Ser forte o bastante para não desistir do amor,
O aroma da primavera entrou pela janela,
Ela pensou que pudesse haver uma esperança,
Ela entende que seu desejo é audacioso,
Quem hoje ainda se permitiria amar por toda a vida?
As pessoas já nem ousavam mais falar sobre isso,
Amor, quatro letras carecedoras de qualquer sentido,
Perdeu a dignidade ao ser usado por lábios falsos,
Mãos vazias de sentimento, corações cegados pelo desejo
De possuir sem se permitir sentir, sentimento...
Quem ainda entendia disso?
E quem é que acreditaria que poderia haver amor naquilo?
O amor havia sido definido como um vício, uma compulsão,
Qualquer coisa que o distanciasse do pulsar de um coração,
Ela se ergue do chão, sozinha e se põe diante do espelho,
Vê que seu rosto, antes sem emoção, agora emite um sorriso,
Já se passaram algumas horas, alguém bate a porta,
Ela resiste, prefere não atendê-la.
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