quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Saudade de Quem se Ama

 

Seus olhos refletiam o sol do fim da tarde,

Apesar da tentativa inútil de esquecer,

Ele soube, nunca estaria ao seu alcance,

O vento sul soprou suave, a arrepiar a pele,

Não aceitava admitir, mas em sua mente

Ecoava de forma tímida a insistente saudade,

 

Ele já havia amado, mas quando pensava nesta moça,

Algo diferente parecia abraça-lo, em um enlace

Que parecia que nunca iria desistir de chamar seu nome,

Isso tinha nome: amor, era o que repetia o sol a sua frente,

Embora tenha dado de ombros para este sentimento,

Nunca pensou que ficaria preso a ele devido a um beijo,

 

Já havia sido traído de inúmeras maneiras,

Mas encontra-la camuflada em um beijo sedento,

Nunca havia passado por seus sonhos ou pensamentos,

Soubesse de antemão, teria evitado tal momento,

A todo custo, mesmo que a custo do próprio destino,

Teria mudado a direção, traçado outro caminho,

De que valia tanto amor se não tinha a quem entrega-lo?

 

Embora, à tardinha lhe permitisse deixar o coração sereno,

Seus olhos estavam sempre atentos a qualquer movimento,

Ele jurava a si mesmo, tratar-se de mero desalinho,

Mas seus olhos sempre sonharam com seu retorno,

Às vezes, seus braços se abriam como se quisesse parar o tempo,

Dar outra direção ao vento, mas na verdade, fechava seus olhos

Com um pedido do coração, abraça-la, envolve-la em seus carinhos,

 

Ainda usava o mesmo perfume que ela havia lhe presenteado,

Quem sabe, o abraçar do vento a levaria seu cheiro,

Como lembrete ou testemunho do quão forte era seu amor,

Esperava que ela ainda se importasse e mais que isso,

Que o esperasse, ansiasse pelo abrigo do seu abraço desvelador,

Aquele em que ele ainda a mantinha guardado para si mesmo,

 

Sonhos são estímulos para passos apaixonados, mesmo os fadigados,

Aqueles que costumasse definir, sofridos pela dor de quem se foi,

Sobre os quais espera-se, de alguma forma convicta: seu retorno,

Estou preso a um beijo e uma carícia no lado direito do rosto,

Que seria de mim caso ela me abrigasse em seu corpo,

Me permitindo ama-la sem medida, a entregar-me por inteiro?

 

Será que uma única noite seria o bastante para demonstrar o quanto a amo?

Será que o que senti de forma tão profunda para mim,

Também a tocou com o mesmo carinho que vi refletir no escuro dos seus olhos?

De fato sobre isso ela não disse nada, apenas me sorriu

Isso foi o bastante para que eu a guardasse com todo o amor do mundo,

Palavras não definiriam todo o prazer que senti naquele momento,

De repente, pude entender o seu silêncio...

 

Seus olhos encantadores, possuíam um brilho quase felino,

Do tipo que sabe a hora de acariciar sem perder a graça e seus desvelos,

Mesmo de longe, senti como se ela me penetrasse a alma,

Cruzando nosso destino, ignorando providencia divina,

Ou qualquer outra coisa que tentasse se opor,

Com certeza, jamais sentiria todo aquele sentimento,

 

Os olhos dele lacrimejaram diante das lembranças,

Admirou-se por cada uma delas, pois traziam fragmentos de sua amada,

Através dos quais, poderia reaviva-la nos seus braços a cada hora,

Mesmo não a tendo consigo, ainda poderia recordar,

Essa era sua forma de mantê-la ao seu lado, mesmo que ninguém soubesse,

Ainda a amaria o suficiente para não admitir desprende-la de sua memória,

 

Se ela escolheu outro lugar para viver, ele iria respeitar,

Mas quanto ao que viveram a ninguém seria permitido encabular,

Se no caminho em que se vive, deixa-se suas próprias marcas,

Por que é que em seu coração deveria apagar quem se ama?

De dentro do seu peito seu coração sorriu moldando seus lábios,

Trazendo um brilho doce e meigo para dentro dos seus olhos,

 

O homem apaixonado que foi capaz de viver momentos plenos,

Não se renderia a opiniões desfavoráveis de quem nunca, nem ao menos,

Provou o gosto de uma carícia dengosa em seu próprio rosto,

Ou foi brindado com a oportunidade de um beijo amoroso,

O sol estava baixando, um risco de luz aguçava o outro lado,

Do lado de cá, um homem descortinava seus olhos inebriados,

 

Cantarolava baixinho algo somente para os seus ouvidos,

Com um sorriso gentil que libertava todo o sentimento

Que sentia no coração, sempre soube que seria capaz de amar,

Agora, permitia-se dar vazão a esta emoção que o arrebatava

Ganhando vida nos seus gestos, na sua forma de ver a vida,

No seu agir do dia-a-dia, como se tudo que guardou escapasse

E mesmo sem asas: voasse, e em sussurros dissesse seu nome,

 

Tentou se preparar para o que o futuro lhe reservaria,

Mas desta vez, teria sempre seu melhor sorriso para ofertar,

Do lugar em que ela pudesse estar, ele tinha certeza,

Ela o reconheceria e de lá o retribuiria, pois assim é com quem se ama,

Sentia-se vivo, nunca mais se permitiria conter o que sentiria.

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