segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

TE AMO!

 

Sem conseguir conter as lágrimas,

Ela entregou-se a dor que a abraçava,

Deslizando por seu rosto, deixando-a exposta,

Sentia suas forças esgotarem-se na mesma hora,

 

Permitiu-se cair ali mesmo, no chão frio,

De onde se encontrava conseguia vê-lo sangrar,

Sua dor a dominava, a entorpecia,

Não conseguia, nem queria controlar o que sentia,

Sua dor eram lâminas afiadas sobre a sua alma,

 

Sentia que percorria suas veias e a corroía,

Como se sua própria alma lhe fosse roubada,

Pois sem ele de onde tiraria forças?

Ela havia jurado a si mesma, jamais chorar,

 

Mas vê-lo sofrer, enxergar naqueles olhos castanhos,

Que sempre tivera brilho intenso, seguro, protetor,

Um resquício de quem padecia e via a morte ao seu lado,

Não deixou alternativa senão escoar sua dor em lágrimas,

 

Lágrimas de sangue escureciam seu olhar,

Já não via mais nada na sua frente, somente a vontade de protege-lo,

De demonstrar todo o amor que sentiu desde o primeiro momento,

Suas lágrimas escorriam quentes,

 

Ela sentiu no pulsar confiante do seu peito

Que ainda tinha forças para abriga-lo,

Rastejou até ele, o tomou nos braços,

Deixou que suas lágrimas o molhassem por inteiro,

 

Com um pedido audível, sensível, visível,

De que a tudo resistisse,

Pois precisava dele ao seu lado,

Ele, sempre tão forte, padecia com seus olhos avermelhados,

 

A dor que ele guardava em seu peito,

Escorria da sua alma e o afogava dentro de si mesmo,

Precisava salva-lo, não poderia permitir que Deus o tirasse tão cedo,

Acreditava que o amor não morria se transformava,

Mas sabia dentro dela, que nunca estaria pronta,

 

O amava a cada segundo, a cada instante,

Para além do eterno, um abraço a mais de todo o sempre,

Seus soluços rompiam o silêncio,

Seu amor vencia a dor que tentava toca-lo,

 

O abraçou como quem entregaria a própria vida,

Se preciso fosse, para um instante a mais ao seu lado,

Não poupou amor para abriga-lo,

Os olhos dele se fecharam por um momento,

 

Como se estivesse um pouco mais calmo,

Devido as suas palavras enternecidas,

“Eu preciso de você ao meu lado,

Esta me ouvindo?” Lhe disse, abrigando-o em si mesma,

 

Jogada aos seus pés, entregue a tudo que sentia,

Guiada pela certeza, sem ele não viveria,

Ele parecia ter sido feito para ela,

A protegia a todo custo, se entregava de uma forma

Que, ela tinha certeza, ninguém mais faria,

 

Sentia seu corpo frágil, entregue a dor

Assim, apertou o abraço fazendo-o deitar no seu colo,

Entregue a esse gesto com todo o carinho do mundo,

O pediu que ficasse, falou sobre o quanto era importante,

O quanto o amava com toda a vida e mais a cada instante,

 

Beijou seu rosto, seu corpo triste,

Provou o gosto do sangue dos seus lábios,

Com o único pedido de afasta-lo do vínculo da morte,

Entregando a ele, seu amor, sua alma, o que fosse preciso,

 

Ela o abrigava perto do seu peito,

O embalando com um amor que ele sabia pertence-lo,

Jamais permitiria vê-lo jogado nas mãos do sofrimento,

Vez que, para o amor que sentiam um pelo outro,

Nunca houve momento ou lugar certo,

Todo o instante era hora de demonstrar o que sentiam,

 

Um cuidava do outro, não foi para isso que inventaram o amor?

Venha comigo, disse ela, eu imploro,

É apenas mais um dia de dezembro,

Não faça com que isso se torne um eterno tormento,

 

Não entregue-se a esta dor faminta e solitária,

Que ao invés de suprir suas lacunas,

O priva, o distancia de tudo que juramos acreditar,

Ele não falou nada, mas ela pode ver em seu olhar o quanto a amava,

 

Ele não desistiria de ambos, resistiria ao que fosse preciso,

Aos poucos ela sentiu seus olhos afastarem-se do escuro,

Mas permitiu que a dor ficasse mais um pouco,

Enquanto ele a ouvia ler uma história de amor,

Ela, então lhe sussurrou com um sorriso tremulo nos lábios,

Eu te amo, jamais esqueça disso.

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