terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Mohamed, Felicidades

Daqui de onde estou

A lua não brilha,

Eu desejo chuva,

Mas Allah escolhe

Por si próprio,

Contudo,

Hoje não rezo por isso.


Tenho para Allah pedido

Mais importante,

Peço que Allah lhe cuide,

Lhe dê todos os abraços

Que eu não possa dar.


Allah diz,

Veja o céu escuro,

Se assemelha a lua nova,

É como se fosse novo ano,

Nova etapa,

Novos sonhos,

Novos desejos,

Mas ele sabe,

Acima de todos os sonhos

Desejo que você esteja perto,

Para que o caminho seja bom,

Desejo o seu bem,

O seu abraço.


Dizem que o primeiro pedido do ano

É aquele que nunca precisa se renovar,

Pois Allah recorda,

Meu primeiro e último pedido

É seu bem-estar,

Seu carinho.


Bem, você deve saber,

O ano se inicia antes para cá,

Apenas no calendário,

Meu ano,

Meu dia,

Se inicia com você,

Por quê eu seria diferente?


Nasci ao seu lado,

Que o seja para sempre.

Comemoro seu aniversário,

Comemoro ano novo,

Movo as folhas do calendário,

Comemoro de novo:

Allah, cuida deste que amo!


Acredito que ele possa,

Acredito que eu possa,

E tenho você mais perto!

Sem lua aqui,

Peço as estrelas do céu,

Cuida deste que amo:

Mohamed,


Parabéns por ter nascido,

Por existir,

Por ser tão legal comigo,

Por merecer todo meu amor,

Eu te amo

Do fundo do coração,

Eu conto os segundos

Para estar perto.


Agora são zero horas e nove minutos,

Eu o amo

Em cada segundo,

Você é único no mundo,

Seu abraço me faz falta,

Preciso de você comigo.

Perdoa minha distância,

Eu gostaria de estar ao seu lado,

Conta comigo para tudo.


Te amo,

Te amo,

Felicidades minha vida.

Se quiser morar por aqui

Eu tenho sempre um cantinho.


Eu sinto sua falta,

Me sinto inseguro

E corri para te ver,

Você nota

Que eu o amo,

Sim. Amo você!

Mohamed.

Felicidades garoto.

Feliz Ano Novo

Sinto saudades,
Saudades do ano que acaba,
E dos momentos que vivi nele,
E agora deixo lá atrás.

Sinto saudades
Cada vez que a porta se fecha,
E eu me obrigo a deixa-los,
Lá atrás.

Se pudesse os levaria comigo,
Mas veja,
Como poderia
Estar sempre no mesmo ano,
Nunca mudar-me de nossa casa,
Trazê-los sempre ao meu lado?!

Vocês sabem,
Levo os retratos na memória,
Eu sinto medo de expor,
Falar de todas as promessas,
Do quanto me fere a distância.

Gostaria de estar ao seu lado,
Poder abraçar apertado,
Sentir os cheiros,
Reconhecer os medos,
Mas há quilômetros que nos separam,
Há países tão distantes,
Um ano que acaba
Outro que inicia.

Gostaria de dividir as manhãs,
Os almoços,
Os finais de tarde,
As noites de chuva,
As de estrelas e as de luar,
Os pinhão torrando na brasa,
Os porquinho no forno,
O frango no arroz,
A salada com maionese,
E o bolo para o qual me esforço.

Gostaria de reconhecer cada sorriso,
O brilho no olhar,
A surpresa da chegada,
O cheiro da saudade que chama
E pede pra ficar,
Aquele olhar triste de quem é tão grande,
E onde cabe tanta saudade,
Que só sabe acolher,
E eu nunca saberei esquecer,
ou me separar.

Aquele jeito sacana,
De quem não leva muito a sério,
Mas haja a inteligente piada
Pra ganhar o mais lindo sorriso,
Sem arrependimentos,
O sorriso é realmente o mais perfeito,
Vale e muito o esforço.

Saudade sinto destes ossinhos frágeis,
De braços simples
E já conhecedores do tempo,
Que movem o corpo
Como se não fosse um esforço,
E me abraçam tão forte,
Que por Allah,
Quase morro.

Nestes braços frágeis
Eu tenho certeza,
Eu morreria,
Eu viveria...

Eu nunca estive pronto
Pra sair,
Mas a distância chama,
Tchau pai,
Tchau mãe,
Preciso ir.

Abraços fortes a família toda,
Eu os amo,
Adeus ano que passa,
Feliz ano que se inicia.

Eu fico tão pouco,
Mas para onde vou,
A saudade também não me permite o ficar,
Vamos deixar este ano como está,
E que neste novo ano
Possamos ficar mais próximos,
Eu sinto muito as suas falta.

Adeus

Conforme lhe conto
Não houve nada além
De termos ido,
Eu e aquele casal de amigos
Até o rio.

Lá nadamos,
Competimos no mergulho,
Andamos de barco a motor,
Então, ele caiu na água,
Ele estendeu a mão,
Eu disse,
Deixe-o,
Ela não foi capaz.

Mesmo estando de biquíni aberto,
Exposta a queimadura solar,
Ardendo a pele vermelha,
Tendo seus ossos frágeis
E pouco força,
Ela manteve o braço,
Levantou-se até próxima
A beirada do barco,
Mão estendida
Dizendo,
Por favor, pegue
Eu posso ajuda-lo,
Eu irei te salvar.

Ela agarrou-se aquele barco
Como se fosse
A pessoa mais forte,
Ajoelhou-se na beirada,
Mantendo as duas pernas
Contra a lateral
Como se fosse uma pedra,
Depois escorrendo
Sua pele
Pela lateral até o chão,
Puxando-a com toda força,
Gritando para enviar ar.

Eu não duvido
Que seria possível
Usar a força do pulmão para impulsionar
Ar num pulmão que fraqueja,
Eu desliguei o motor,
Fiquei em pé
E achei divertido.
Sua pele grudou na lateral do barco,
Sua mão esquerda se rasgou,
O osso pareceu se estender,
E ela chorou,
Então, ela caiu com ele,
Assim como você agora
Ao me ouvir.

Ele caminhou até o ouvinte,
Pai da moça,
Retirou uma faca do cinto,
E rasgou seu pescoço,
Tombando suor, roupa e um corpo
No chão daquela casa.

Em todo caso,
Anteontem você pôs a venda
Sua residência,
Hoje eu a adquiri
E vocês todos foram embora,
Morar em outra cidade.

Assine aqui com seu polegar.
Você não sabe ler,
Não sabe escrever,
Mas sabe receber um bom amigo.

Garota Bonita

Se você soubesse
Quanta dor sinto no bumbum,
Jogada em posição de estar sentada
Nesta estrada cheia de pedras
E pó de terra,
De repente, você me indagasse
Que motivação me fez vir para cá,
Eu tentaria explicar,
Achando que tive escolha.

Mas,
Ao arrancar o décimo
Fiapo de madeira
Grudado ao meu cabelo
Embaraçado
E tentar buscar um mato
Forte o bastante para amara-lo
E fazer com que
Pare de cair no meu rosto
E doer tanto,
E ficar grudado em suor,
Lágrimas, dor e vergonha
No meu rosto,
Eu penso que não.

Eu não tive escolha alguma.
Quatro homens me cercaram,
Falaram coisas estranhas,
Eu tive vergonha,
Não quis correr
Com toda a força que tinha,
Pensei que reconhecia
O local onde eu estava,
Que se ocorresse algo errado,
O que nunca iria acontecer,
Alguém me socorreria.

Foi com estar certeza que andei,
Tentei cumprimentar
E ninguém deu atenção,
Me diz de forte,
Caminhei mais rápido,
E de repente,
Haviam pessoas lá atrás,
Não muito distante,
E também, a minha frente
Não muito perto.

Então, um alguém me pegou nos braços
E jogou no mato
A beira da estrada,
Eu me achava bonita,
Me achava querida,
Nunca me vi como um estorvo
Ou algo sem importância,
Um objeto válido
Por tempo necessário,
Aquele idiota me viu desta forma,
Me jogou lá.

Outros quatro,
Ou ele também,
Eu preferi acreditar
Que ele não estava,
Bem, estes quatro,
Não tiveram medo de cobras,
De ser aranhado,
Se ferir ou qualquer coisa,
Eu tive todos estes medos
E vergonha,
Isto me impediu de ser rápida
E correr,
Aí fiquei lá deitada
Juntando as dores,
Me separando da sujeira toda,
E eles me juntaram,
Me jogaram de todos os lados,
Arrancaram minha roupa,
Bateram em meu rosto,
Me violentaram.

O tanto quanto quiseram,
Gemeram,
Gargalharam,
Se divertiram.

Depois, me abandonaram.
Então, eu tive forças
Para me levantar,
Sair daquele lugar,
E cair na beira da estrada
Rasgada, suja, ferida,
Feia, fragilizada e com pouca roupa.

Sujeitos violentos
Não possuem piedade,
Eles divertem-se
Com nossos corpos e formas,
Não importa a eles
O que você sente,
Não existe outra vontade
Exceto a deles.

Eu me vejo no espelho
E me enxergo perfeita,
Mas eu sei destes sujeitos,
Estes que não vêem
Em meu corpo
Nada além do prazer
Que eles sentem.

Não importam os ossos quebrados,
Meu olhar de repulsa,
A súplica por ficar viva,
A rejeição estampada na cara,
Na verdade nada os importa,
São seus prazeres.

sábado, 28 de dezembro de 2024

Feliz Aniversário Wolvy

Meu menino,
São 12 anos juntos,
Grande garoto,
Meu adolescente,
Está crescendo,
Tentando fugir do meu alcance.

Claro que não,
Ele apenas está se tornando independente,
Um garoto forte,
Músculos e ossos bem formados,
O garoto que sempre
Tem a comida preferida,
Feita com todo carinho,
Pensada, especialmente, nele.

O garoto que adora correr,
Percorrer toda a terra,
Ser o grande garoto,
O menino que o pai e a mãe amam.

Nosso menino preto e bronze,
Sorriso perfeito,
Olhar carinhoso,
Garoto emotivo
Que sabe o que quer,
Dominador e espaçoso,
Sabe ser cuidadoso,
O garoto humano e seguro,
Que protege,
Ampara e tem o melhor abraço.

Nosso rei,
Está gordinho e forte,
Como os anos passam felizes
Por a cada instante eu ter seu olhar,
Seu cheiro,
A segurança de você estar.

Meu menino,
Tantos anos dormiu comigo,
Agora crescido
Tem seu lugar próprio.
Papai não poupa os abraços,
Mamãe não poupa admiração.

Seus irmãos tem por você
O maior carinho,
Te amamos
Lindo garoto,
Amado menino.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Escola Primária

Difícil lembrar,
Ninguém quer voltar atrás.
Mas,
Eu vinha da aula,
Segura,
Mochila pesada nas costas.

O amiguinho chegou por trás
A gritos estarrecidos:
- você não me fode.
Você não me fode.

Ao gritar ele subiu em mim
Por trás,
Pisou na minha panturrilha,
Na minha nádega
E tentou arranhar meus cabelos,
Ou desferiu um golpe contra minha cabeça,
Não lembro como muitos detalhes,
E não queria ter sofrido
Nada daquilo.

Então, ele desceu os dedos
Rasgando meu rosto e pele,
Encontrou minha boca
E puxou com seus dedos
Meus lábios
Como se quisesse rasgar,
Abrir ou obrigar-me a falar:
- você é suja,
Você é suja,
Você é suja.

Ele gritou
Com a mão no meu pescoço.
Eu fiz o que pude para me esquivar,
Dei um golpe contra a cara dele
E o deixei sentado no chão de terra
E pedras.
Ele voltou e pulou contra minha
Perna direita.

Tudo foi dolorido.
Idade escolar primária.
Ele chegou para minha prima,
Correu até ela
E com um golpe
Enfiou sua mão na vagina dela.

-Ela levou a mão na boca,
Tentou empurrar ele
Através de sua cabeça
E fez gritos de prazer:
-ah uh, ah uh.
Que prazer,
Que delícia.
Eu sou uma delícia agora.

Ele riu do rosto dela,
E retirou a mão com força,
Depois de levar e puxar
Por duas vezes,
Arrancou de lá com sangue
Jogando-a pra trás de dor.
- não era pra você gostar,
Era pra você dizer.
Não, não cai, cai.

Era dia do índio,
Ela deveria ter entendido
Que precisava comemorar com ele.
Escola dos diabos,
Eu sobrevivi,
Corri muito.
Coitada da minha tia
Que ficou para trás.

Corria quem tinha forças.
Eu não permiti
Que ele me tocasse.
Eu fui a suja,
Aquela que eles jogavam lama
Com pedras contra
Meu corpo e minha pele,
Deles não recebi carícias.

Ainda precisei olhar no rosto
E chamar de amigo.
Éramos vizinhos.
Malditos criminosos odiosos.

Sinto medo de me mover,
De estar rápida
Ou lenta,
Medo de olhar,
Medo de falar,
Mas eu ensinei eles a escrever,
Hoje eu escrevo bem.

(Penso que ele arrancou
O osso da vagina dela).
Isso me assusta
E me causa piedade.

Escolinha Primaria

Bem,
Meu cu foi a pica!
Foi a rasuras
No dia
Em que eu voltava da escola,
Magra pela escassez,
Mochila pesada nas costas.

Ele era coleguinha de aula,
Gordo e forte,
Daria, ao menos,
Uns três de mim menina.

Ele foi falso e traiçoeiro,
Ou ao menos se assemelhou,
Ele chegou por trás,
Na saída da aula,
Quando eu me dirigia
A passos compridos
Para casa,
Ele arrancou a mochila
Da minhas costas,
Ou jogou-a para o lado,
Puxando com muita força.

Eu não soube,
Senti dor prepotente na coluna,
Ombros e cabeça,
Ele colou seu corpo no meu,
E passou seu braço esquerdo
Em meu pescoço,
Depois apertou meu rosto
Contra seu ombro,
De maneira forte
E dolorida.

Depois eu o acotovelei,
Ele gritou,
E desceu sua mão a minha perna,
Meu irmão era menino,
Estava perto,
Eu precisava disfarçar,
Protege-lo
E lhe dar segurança.

Ele desceu sua mão por meu corpo
Rasgando minha pele,
Arranhando minha roupa,
Depois tentou descolar
Meus músculos,
Mover minha perna do lugar,
Eu não sabia onde
Ou como batia,
Eu não aprendi a brigar,
Era menina pequena,
Oito anos.

Bati meu cotovelo direito
Contra seu peito,
Ele afastou-se,
Pareceu tonto,
Jogou um soco contra meu rosto
No lago esquerdo,
Eu tonteei,
Voltei e joguei o corpo
Com a mão fechada contra o
Rosto dele,
Ele caiu sentado,
Mochila nas costas.

Meu irmão tentou enforca-lo
Com a mochila
E o braço de um menino
De seis anos,
Eu o vi matar meu irmão,
Então, em espasmos de dor,
Medo e terror,
Eu endureci o braço
E corri contra o rosto dele,
Ele caiu
Com único golpe.

Meus dedos nunca mais foram
Os mesmos,
Nem meu braço,
Meu corpo ou cabeça,
Eu tentei arrancar sua pele,
Pisotear ele,
Arrancar seu nariz
Com minha mão
Para que ele não respirasse...

Num intervalo curto de tempo,
Eu tentei tudo que ele
Me fez até aquele dia,
E eu, em busca de conhecimento,
Educação escolar,
Ignorei,
Fingi não ver,
Enfim, sobrevivi.

Por única vez,
Eu tentei o que pude,
E não corri,
Meu irmão foi forte,
Correu o máximo
Que suas pernas puderam.

Ele se moveu,
Me alcançou no meio da estrada,
Usou a força de seus dois braços
Para jogar-me na lama,
Pegou meu cabelo,
Chacoalhou meu rosto
Em água suja,
Bateu contra as pedras
E terra firme,
Pisoteou.

Eu levantei,
Com boca suja de lama
E sujeira,
Dei um soco com o braço
Direito no chão
E levantei,
O amigo dele pegou minha mochila
Da minhas costas
Me jogou de volta contra a poça.

Eu abri a mão
E encostei a mão aberta na cara dele,
E apertei ela com toda força,
Depois chacoalhou ela,
Sem soltar,
Depois dei um tapa,
Com meu pé sobre o dele
Para que ele não fugisse,
Senti o osso do meu braço
Se deslocar do lugar
Contra a cara dele,
Depois cheguei perto,
Muito próxima
E soltei minha cara
Que ainda não doía tanto
Contra o raiz dele
E fiquei com cicatriz ali.

Então, corri
Alcancei o outro
E pulei com meus dois pés
Contra as panturrilhas dele,
Ele gritou e caiu,
Eu sentei nas costas dele
Tentei morder
E vi que não tinha forças
Porquê eu não o feria,
Então, soltei meu braço de todas as formas
Contra a cabeça dele,
Os ombros e coluna.

Aí outro,
O irmão daquele
Que ficou para trás
Juntou um tronco
E partiu contra eu,
Sobre minha cabeça,
Quando ele chegou
Eu usei sua força contra ele,
Ele tinha uns dez anos,
E soltei meu pé contra sua cara,
Ele caiu na valeta,
Eu soltei último soco
Na coluna daquele primeiro
E o deixei imóvel na estrada.

Eu tenho,
Senti dor,
Minha família ficou com medo,
Sofreu represálias,
Eu continuei a estudar,
Mas meu corpo
Não pode ser como o das outras meninas,
Hoje, linda e perfeita
Eu conto a história sem chorar.

Escrevo com dificuldade e dor,
Quando menstruo,
Cada músculo dói,
Meu marido me respeita,
Ama e cuida.
Aqueles malditos tardaram comer terra,
Eu tive medo de falar,
A polícia não quis se importar,
Meu corpo é disforme.

Mas o pênis dele
Não se meteu em mim,
E levou soco em cheio,
Coice colocado,
Eu aprendi com ele
A sentir ódio e nojo.

Com meu marido
Estou aprendendo a confiar,
Amar e enxergar.
Sim.
A terra contra minha boca
Cortou meus lábios,
Deixou marca,
A terra contra meus olhos
Me deixou cega.
A terra contra minha pele
A fez descascar feito cobra.
A terra contra meu rosto
Me tornou imune a demônios.

Mohramuh - o Primo

A culpa não se deve a vento,
Um raio,
Outro evento natural
Ou incerto.
Tudo tem explicação,
E explicação convincente.

Um primo de Pitel
Morador das areias desérticas
Lá para os lados de Dubai,
Da época em que o vento
Soprava areia no rosto,
E os primos perambulavam
Em busca de um oásis.

Ou seja,
Areia e água fresca.
Contudo Mohramuh,
Nunca saiu da cidade
Ou pôs os pés em terra seca,
Andar para ele
Se fazia através de carro esporte,
Modelo última geração,
Escada rolante
E elevador.

Ocorreu que ao chegar
Viu o mamão,
De longe,
Feito ouro aos seus olhos,
Joias em mãos de noiva apaixonada,
Imaginou que fosse o reflexo do sol,
Lá em Dubai o sol das areias cimentadas
Não brilha tanto,
Nem mesmo o colar
Do pescoço de Mohramuh
Possuía tal encanto.

Aproximou-se de passo a passo,
Olhos na terra,
Olhos nos pés,
Olhos no céu,
Olhos no mamão,
Chegou perto e teve surpresa:

Eram 07 mamões,
Um acima do outro,
E ao lado feito um colar
De pérolas sobrepostas,
Em bebidas em ouro,
Amarelos, redondos,
Pontiagudos, cheirosos
E uns verdes.

Ele abriu a boca,
Soltou a língua pra fora,
E olhou encantado para o primo,
Nunca viu nada mais lindo.

Suas patinhas pareciam deslizar
Para as veredas daquele lindo
Mamoeiro.

Contudo, ao chegar lá
E ver o tamanho do pé,
Uns 05 metros,
Ele ficou triste
Sem saber o que fazer,
Estava alto demais
Para alcançar,
Lindo e cheiroso demais
Para desistir.

Subiu no pé de canela das arábias,
Ao lado do mamoeiro,
Entre vôo e passadas na árvore,
E do galho próximo ao mamão,
Tencionou voar até o mamoeiro,
Todavia,
O galho não aguentou o peso
Do Mohramuh,
E quebrou-se
Caindo sobre os mamões,
Mohramuh agarrou-se
Em um daqueles mamões
Como sua única alternativa,
Única chance,
E não soltou mais,
Caiu comendo e sentadinho,
Agarradinho a fruta.

Quebrou o galho da canela,
Quebrou o mamoeiro,
E Mohramuh encheu a barriga
Sentado no chão,
E no galho.

Pitel correu e comeu também.
Todos encheram a barriga
Até Mohramuh.

Menos Bruce que só encontrou
O galho quebrado,
O mamoeiro caído
E nem mamão verde ou maduro
Próximo dali.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Menstruação

Ser mãe,
Parece ser um objetivo,
Ser parte de um sonho,
É pensando nisto
Que se procura um marido,
Um lar...

Criar os filhos.
Passam-se os anos,
Mês a mês,
Sangue a sangue,
Chega um dia e
Nada te convence,
Talvez, seja a hora
De procurar a desculpa,
De você não ter sido capaz:

Capaz de enfrentar discórdia,
Um homem todo dia
Com a mesma cara,
Que a vida não é de graça,
Que para ter um filho
Basta um lar.

Não precisa pensar
Em educar antes de ter,
Como criar,
Agir até ele crescer,
Imaginar se o casamento
Será para sempre.

Se o quanto você ganha é o bastante,
Imaginar o rosto,
O olhar, o sorriso.
Mas você ao invés disso,
Perde seu tempo
E imagina,
Imagina muito,
Se preenche de outras coisas.

E agora,
Se encerra novo ano,
Sangue escorre
Lhe ofertando nova chance
Ou dizendo “por agora basta
Foi o suficiente”.

O cabelo branco denuncia,
As dores no corpo reclamam,
Os caras que você confiou até agora
Não conseguiram.
Mas, um dia,
O último sangue escorre,
Até lá “oportunidade”.

Café Forte e Seco

Ele segura o café
Com uma mão ao alto,
Eu me aproximou,
Busco seu beijo,
Ele mantém a xícara
E com outra mão me enlaça.

Não tarda,
E o café forte e quente
Cai sobre meus seios nus,
Fazendo a pele arder e arrepiar,
Ele sorri,
Acha engraçado e sexy,
Então, baixa os lábios
Até meus peitos.

Ergue minha perna contra sua cintura,
Me joga contra a mesa,
E fazemos sexo de novo.
Havia sido bom.
Na verdade, maravilhoso,
Mas sua camisa quente
Contra meus seios queimados
Faz arder
Como se pegasse fogo.

Sinto que a pele está sendo arrancada,
E ele não pára,
Movimenta-se em direção ao meu corpo,
A mesa bate na parede
E faz barulhos intenso,
Eu deveria gemer,
Mas acho que estou chorando,
Deveria puxa-lo para mim,
Gozar alto
E dizer que o amo,
Mas o empurrou com toda força.

Ele pensa que meus gemidos
São de desejos,
Mas dor sangra
E escorre da minha pele,
Ele se acha suficiente,
Ou já sabe que não é,
Isto não muda nada,
Eu sinto por ele nojo.

Uma noite de sexo
Jogada pela janela,
E agora outras horas
Em suas mãos doentes,
Eu poderia ser sua,
Mas me sinto molestada.

Algo quente e terrível
Escorre por minha coluna,
Mais café seco e forte,
Ele não havia soltado a xícara
E agora todo o líquido está
Contra meu corpo,
A perder minha pele,
A sangrar de dor,
A sentir os pelos serem arrancados,
Preferiria morrer de amor.

Feliz Natal

O dia ganha novo brilho
Sempre a casa 24 de dezembro,
Sinto que guardo
Todos os doces para este momento.

É acordar e correr para o chocolate,
Chegar ao meio dia
E ter a mesa farta.

Chega a noite
Vem a esperada ceia,
Me sento a mesa,
Fogo aceso,
Calor em família,
Olho o prato cheio,
Levanto o olhar
E há uma cadeira
Para cada membro,
Todos estão conosco.

Deixo de pensar no meu peso,
Em como perder os quilos
Que nem ganhei ainda,
De erguer o garfo
E sentir culpa,
De não aproveitar cada gosto,
Cada piada de boca cheia,
Cada olhar de quem amo.

Dia 25 de dezembro,
Querido Natal,
Vinho, champanhes e cervejas,
Fogo aceso,
Cuca e bolo na mesa,
Carne no fogo,
Piadas e presentes.

Na oração da noite anterior
Não pedi sonhos,
Rezei para não ter culpa,
Não culpar pelo chocolate
Não ser o favorito,
Por a marca não me preencher,
Por ter havido ou não presente,
Rezei somente
Para encher o prato,
Comer o suficiente,
Ajudar a lavar a louça,
Limpar a casa
E me sentir bem-vinda,
Ter orgulho de cada pessoa a minha volta,
Olhar com amor a todos que estão comigo.

Feliz Natal,
Eu digo ao abaixar-me ao lado da cama
E guardar ali escondido
Dentro de uma caixa bem fechada
A balança,
A despedir-me dela,
Retiro dali meus bombons
E os coloco a mostra,
Como cada um e todos que quero,
Divido todos que posso.

Saio do quarto,
Abraço cada um dos presentes,
Chamo os que sinto falta,
Os espero na porta,
Com comida servida,
Suco gelado na geladeira,
E todos os sorrisos de felicidade.

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Anel e Saudade

O momento em que se deixa,
Sem abandonar,
Súplica de lágrimas
Por alguém que não voltará,
Não importa o que aconteça,
Despede-se apenas.

Baixa-se a terra
Sobre seus olhos de amor,
Fecham-se suas cortinas,
Não tornam a ter cor.

Eu vejo o anel cravejado
De diamantes e outras pedras,
O retiro,
O coloco no bolso.

O tempo passa e ele está comigo,
Deito em minha cadeira de balanço,
É tarde da noite,
A lua brilha,
E o sono tarda,
O retiro do casaco,
Ele continua intacto,
É como se o tempo tivesse parado.

Ele ainda mantém toda a beleza
De seus lindos dedos,
Se reparo bem,
Ele parece estar naquela mão,
Com vida a correr por seu ouro,
E a cor dos olhos dela
Repousar nestes diamantes.

Contra a lua,
Posso ver seu olhar.
O coloco em meu dedo,
Por quê não poderia?
Pareço tê-la comigo
É como se até seus lábios
Estivessem neles,
Há guardado nestas pedras frias
Tantos beijos repousando,
Esculpidas pela neblina
Das palavras
Tantas promessas
Que nunca seriam desfeitas,
Nem possam ser apagadas.

Contudo,
Não podem ser ouvidas
Por aquela a quem daria
Minha própria vida,
Minha alma
E tantos outros anéis
Com tantas outras pedras
Que pudessem adorna-la,
Protege-la,
Recordarem a ela
O quanto a amo.

Apago a luz
Acendo uma vela,
A chama enegrecida e quente,
Recobre o anel
E a traz:
Posso ver nestas pedras
Seu rosto,
Ao menos sua pele,
Seus lábios
E até algo de suas frases,
Há muito daquela que se foi,
Haverá então deste que está.

No entanto,
Entre meus dedos
Estás pedras não se aquecem,
Não são como nas dela,
Eu consigo lembrar,
Lembro como suavam o seu calor,
Como continham seu cheiro,
Como ganhavam vida atrás dela...

Parte de mim partiu com ela,
Ele sabe disso,
As pedras brilham feito estrelas,
Como palavras formando-se,
Se juntando e contando histórias,
Tenho tanto a ouvir,
Neste tempo sem ela,
Será quando mais poderei ouvi-la
Foi assim que o destino quis,
Trago ao meu rosto
Para ver se encontro calor,
Não há,
Nele não aconchega-se novas promessas,
Guarda o afeto dela,
Talvez, também sinta sua falta.

Te amo

Eu te amo, meu irmão.
Com coração acelerado
De emoção,
Com o pulso caloroso,
Buscando o seu abraço.

Te amo,
E cada elogio que recebo
Se estende no seu rosto,
Pois vejo o quanto te anima,
O tanto que fala de você mesmo.

Eu te amo
Pela força do seu abraço,
Pela confiança que lhe tenho,
Pela saudade que me trás
Sempre uma lágrima escondida
A casa despedida que você faz.

Eu te amo
Por sua discrição e zelo,
Te amo por estar sempre seguro,
Por preencher todos os meus erros,
E me amparar no seu conforto.

Eu te amo
Pela segurança de seus lábios,
Por conhecer tanto e quanto,
E não ter medo de me falar,
Não poupar as atitudes,
Estar sempre próximo,
Ser meu porto seguro
Que me dá tanta saudade
E me faz querer sempre estar
Mais perto.

Te amo pela simplicidade,
Pela linha reta do diálogo,
Por entender o que eu não falo,
Ter iniciado o caminho
Que tive medo de dar o primeiro passo,
Estar sempre tão a frente,
Que não me vejo sem você
Um passo adiante.

Eu sei,
Um dia,
O mais novo precisa ir mais rápido,
Sentir-se mais forte,
Abrir o restante do caminho,
E lá na frente,
Olhar para trás
E encontrar o mais velho sentado,
A descansar,
Então, retorno e o busco,
Faço, do seu caminho,
O mais simples por já tê-lo andado,
Igual como você fez.

Deus me livre,
Olhar para trás e não encontra-lo,
Se um dia,
O tempo,
A todos faz despedir-se,
Que não coloquei entre nós o adeus,
Eu não suportaria
Te buscar a minha frente,
E você não estar lá,
Então, assustado
Te buscar lá atrás
E não encontra-lo a me esperar.
Eu te amo.

Beijo na Torre do Mar

A garota combinou com o garoto
De espera-lo na torre
Próxima ao mar aberto
Com a ideia de ficarem juntos,
Entrelaçar suas mãos,
E beijarem-se.

Ela foi até o encontro,
Entrou na torre para esperar,
Mas o mar que é revolto
Não entende se sentimentos,
Ele existe por si mesmo
Em água gelada, salina e invasora.

Viu-a lá,
Antes do garoto
Que apenas combinou o horário
E atrasou.

Ele foi incisivo,
Não respeitou seu vestido novo,
O olhar apaixonado e esperançoso.
Jogou-se com toda a força,
Ganhou ímpeto e altura,
Alcançou-a lá dentro,
Batendo suas águas com toda força
Contra seu corpo frágil,
Enrolando-a em tantos planos
De sua própria roupa,
Jogando-a contra a parede,
Deixando-a sem saída alguma.

A torre era simplesmente no alto
De um morro de areia,
Tinha uma entrada côncava,
E paredes redondas,
Mais nada,
Apenas o teto maciço.

O rapaz pode vê-la,
Nada fez,
Não sabe-se se por medo
Ou pôr não saber nadar,
Ninguém imaginou que ele planejou tudo,
Nem ao menos ao ouvir
O primeiro grito,
O segundo,
E o balbuciar de algo
Batendo loucamente contra a parede.

Então, o mar voltou,
Rápido e feroz,
Sujo de sangue,
Continha nele trapos rasgados
De um vestido
Que conteve uma moça
Num sonho bonito,
Agora,
Lá atrás, ele carregou a moça junto.

Nenhuma pedra da parede,
Nem um riscar na porta que não abre-se
Ou se fecha,
Pois só há a entrada
E nela a única saída.

Não identifica-se naquele lugar sangue,
Nem fiapos de tecido,
Nem sonhos de mulher,
Nem água,
Apenas umidade
Que não tarda a secar.

Foi com o mar revolto
A moça que esperava.
Tão linda quanto estava.
Magra, perfumada, emudecida.

O rapaz levou a mão aberta
De lado na testa
Sobre seus olhos
Pretendendo ocultar a claridade
E poder ver mais longe,
Lá distante em mar aberto
Estava ela.

Braços abertos,
Corpo solto,
Dedos esticados,
Lábios fechados,
Pés descalços.
Na areia havia um pé de sapato
Enterrado.

Como se alguma força prepotente
Tivesse tentado segura-la,
Ou manter
Um pingo de vida
Naquele rosto jovem e apaixonado.
O outro pé não foi encontrado.

Conversa de café

Sentados,
Garoto e garota,
Ele retira do bolso
Um bloco de notas
E lê em silêncio a anotação.
“ Bem e feliz”.

- perdoe-me a memória,
Mas costumo ter um roteiro
Comigo de como
Proceder em conversas,
Sou inteiro negócios
E minha cabeça não trabalha
Com garotas.

Ele a diz,
Enquanto lê a primeira anotação.
Retira os olhos do bloco
De notas,
Baixa-o sobre a mesa,
A olha e indaga:
- você se considera bem e feliz?

Ela sorri,
Ergue os braços altiva,
Esquiva-se levemente na cadeira.
- sim, me sinto bem.
Estou feliz por sua companhia.
Responde com voz polida.
- ok.

Ele responde.
Ergue o bloco e lê.
“solteira e local de trabalho”.
Enquanto desce o bloco
Sobre a mesa por entre seus dedos
Ele indaga:
- você é solteira?

Ele meneia em afirmativa,
- você trabalha?
Ela respondeu que trabalha
No café
Onde ele está sentado.
Ele sorri.
Retorna ao bloco.
“filhos e família”.

- você tem filhos?
Indaga já sem baixar o bloco.
O mantém na altura do seu ombro.
Olha no fundo dos olhos dela.
- não, não tenho.
Ela responde mantendo o olhar.

- me fale sobre sua família.
Ela fala com voz suave e terna.
Ele dobra o bloco
Guarda no bolso
E a convida para passear
De carro e conhecer a cidade.

Ela repara que ele esqueceu
De pedir se ela a conhecia,
Mas não comenta.
Fecha o guardanapo de sobre a mesa,
E o segue até o carro.

Sorvete de Casquinha

A garota chacoalhou
O cabelo para o alto,
Esvoaçando ao vento,
A garota jogou seu cheiro
Para o garoto.

A garota jogou seu olhar
Para o garoto.
A garota jogou seu tempo
Para o garoto.

Mas como estás são coisas
Que não se jogam,
O garoto ficou pensativo,
E entrou tomar sorvete ao lado.
O garoto não convidou a garota.

O garoto escolher sorvete de abacate
Ao leite.
O sorvete do garoto
Derreteu em seus lábios.
A garota encontrou
Vontade de tomar sorvete,
Sem convite,
Conveniência ou vontade
De fazer coisa oposta
Que olhar para o garoto.

O garoto derrubou sorvete
Na camiseta,
O sorvete escorreu até
A mão do garoto.
O sorvete escorreu sobre a mesa.
A garota não sentou-se.

A garota olhou o garoto
Mais um pouco.
Ela tão pequena e frágil,
Facilmente confundida
Com a moça recém retirada
Do lago raso e límpido,
Que mal molhou seu vestido,
Mas foi suficiente para afoga-la
Até a morte.

Agora a moça era levada
Nós braços de um homem forte,
A garota sentiu-se fraca,
Igual a moça morta.
O garoto parecia estar quente,
Seguro de si mesmo.

A casquinha do sorvete
Quebrou na mão do garoto.
O sorvete caiu
Nada dele podia ser aproveitado,
O garoto passou os dedos
Sobre a mesa,
E sugou o sorvete
Através de seus dedos.

A garota comprou um sorvete maior
E saiu para o sol.
O garoto ficou com os dedos
Lambuzados.
O garoto não limpou
Os dedos no guardanapo.

O guardanapo do sorvete
Da garota
Grudou em seu sorvete,
A garota o comeu sem perceber,
O sorvete está muito frio
E a fez estremecer.
A garota chacoalhou os cabelos,
E olhou em direção ao garoto.

Formigas na Chácara- O Ataque

Aconteceu evento triste na chácara.
Mohmurah andava tranquilo,
Filho de Pitel
Com meses de idade,
Comemorava seu mezinho.

Evento em que foi colher mamão,
Levou os irmãos,
Efruh, a mamãe foi a frente,
Com suas asas compridas voou,
E disse:
- me espera.
Já volto.

O menino, contudo,
Não ouviu,
Fez o primeiro passinho,
Comprido e seguro,
Chacoalhou suas asinhas,
No entanto,
Ele ainda não empenou por completo,
Ou seja,
Não possui penas,
Apenas possui penugem,
Uma espécie de pelos que antecedem
As penas que estão se formando.

Ele não sabia
Que por isso,
Ele não saberia voar,
As asinhas ficam insuficientes
Para mantê-lo,
Até mesmo para eleva-lo,
Então, ele caiu na vala.

Pow,
Caiu de peito no chão,
E pior,
Alguns irmãozinhos
Caíram junto com ele,
E pior,
A vala foi aberta por formigas cortadeiras,
Estás formigas mordem e cortam,
E suas mordidas doem muito,
Elas chegam a levar a morte
De bebês pequenos como o Mohmurah,
E seus irmãos.

Pitel, ao longe gritou,
Efruh olhou para trás,
Se desesperou,
Gritou e o restante das crianças
Ouviram
E por isso, não caíram.

Houve muita gritaria,
Bater de asas,
E rolar na grama,
Os meninos estendam
Suas asinhas frágeis
Para os irmãos,
Os irmãos não alcançavam,
Não podiam sair
E as formigas se aproximavam.

Era um bando,
Milhares de formigas,
O chão estava coberto por elas,
Mas Pitel foi valente,
Voou e voou rapidamente,
Chegou até a beira da vala,
Voou enlouquecido
Dentro dela
E retirou os meninos,
Efruh também ajudou.

Bruce do lado
Bateu suas patinhas
E pulou feliz,
Estavam todos, enfim, salvos.

Bruce correu,
Pegou o inseticida
E jogou em cada parte da vala,
Puxou pedras e cobriu ela,
Não deixou formiga alguma
Ferir os meninos da chácara.

domingo, 22 de dezembro de 2024

Obrigada Allah

Há este distanciamento
Em nosso pensamento:
- eu não preciso de outro mundo,
Outro universo
Ou paraíso.

Aqui eu sou esposa do rei
Não haverá melhor que isso.
No mais,
Me distancio.

Como Allah encaminhou
Rahat no meu caminho,
Eu não sei dizer,
Por anos fui sua serva,
Vaso ao seu dispor.

Me entreguei as suas ideias
E não tive outro pensamento.
Eu não saberia agradecer,
Imagino que chegue
Ao seu conhecimento
O quanto o agradeço,
O amo,
E o quero bem.

Mas estar com Rahat
É o melhor mundo.
Mesmo que tudo me dê medo,
Tentei me causar engano,
Me promova ao erro.

Sou completa por ter Rahat.
Ele é o grande rei.
Eu amo estar aqui com ele
Não.
Não preciso de outro mundo.

Outras promessas,
Felicidades maior.
Nós temos nossos filhos,
Nossos lindos sobrinhos,
Irmãos, pais, família.

Distanciados um pouco,
Unidos no que podemos,
Não precisamos de paraíso,
Somos completos por aqui mesmo.

Agradecemos a Allah
Por ter nos colocado juntos,
Somos felizes um com o outro,
Obrigada Allah,
Lhe somos devotos,
Devotos satisfeitos
No que temos
E construímos.

Feliz Aniversário

Hoje o dia amanheceu azul,
Com nuvens esparsas,
Dia 22 de dezembro,
Feliz aniversário.
Completa, hoje, 04 anos.

Eu nunca saberia expressar
O quanto o amo.
Olho para trás
E lembro você frágil
Dependente dos meus carinhos,
Era no meu colo,
Um menino,
Agora, garoto bem cuidado
E forte.

Corre pelo gramado,
Fiscaliza meu trabalho,
Eu digo:
Cuida dele papai,
É descuidado o garoto.

Mas ele é todo carinho,
Cheio de cuidados e mimos,
Tem nele o maior dos amores,
Dorme feito um anjinho.

Tão novinho,
É capaz de escolher
Suas atitudes,
Gostar de bolos,
E desprezar outros doces.

Seu sorriso
É a luz do meu caminho,
Eu sou capaz de tudo por você,
Até mesmo comer seu bolo
E fingir que é escondido,
Fazer a comida que você gosta,
Te cuidar com o melhor carinho.

Dorme ao meu lado
Amado menino,
Eu gosto de abrir os olhos
E ter você
Por primeiro pensamento,
Meu maior compromisso,
Amado carinho.

Adoro levá-lo pro banho,
Lhe entregar todos os beijinhos,
Estar sempre do seu lado,
Sentir no meu corpo seu cheirinho,
Nosso menino,
Amado filho.

Nós te amamos.
São quatro aninhos,
Que venham outros infinitos.
Te amo.
Te amamos.
Há cumplicidade,
Afinidade,
Dependência,
Não vivemos sem você.

Eu e seu pai.
Anjo da mamãe.
Vida do papai.
Cute cute das crianças,
Dos tios e avozinhos.
Feliz aniversário amado menino.

Corações Prometidos

Corações que se prometem,
Olhares distantes,
Mas corações não sabem esquecer,
Mesmo que olhos não possam ver.

- eu não respondo por meus instintos,
Sou um assassino.
O menino fala,
Como se estivesse de faca em punho,
Sangue entre os dedos,
Porém, na verdade não havia nada
Além de um segredo a revelar-se.

- você se acha capaz
De cometer atos de crueldade?
Indaga o amigo
Que andava ao seu lado.

- não.
Eu o vi violentar minha irmã.
Ele bateu nela,
Com força, maldade e raiva.
O menino olhava distante
Como se tudo ainda acontecesse.
- entendo que a dor de uma irmã
Fere a todos que se compadecem.
O homem falou sem maldade
Ou tom de censura.

- ela nunca reclamou,
Nunca foi capaz de lhe proferir
Palavra de mal gosto.
Calou-se em sua dor,
Na dor que não fui capaz de suportar.
O menino embora jovem
Não foi capaz de chorar,
Estava consciente
E convicto do que foi capaz.

Obrigado a reagir,
Se proteger de pessoa violenta.
Reconhecer sofrimento alheio,
Se sensibilizar por sua amada irmã.
- eu sinto medo.
Muito medo.
A menina gritou e correu
Se aconchegar a amiga mais velha.

- sinto medo pela forma
Como ele me segue,
Me reprime com seu olhar,
Me corrige e dirige.
Ela disse abraçada a mulher.

Escondida entre seus cabelos,
Sôfrega ao seu ouvido.
- confie em mim,
Irei lhe fazer o melhor,
Posso cuidar de você,
Te guiar até onde for.

Ocorre, que a mulher
Era experiente,
A menina não sabia se conter,
Ela soube manuseá-la,
Provocar ciúmes,
Corromper sua inocência.

Corações prometidos,
Amores distantes.
Ele sentiu sua dor,
Provou do seu medo,
Mas não se satisfez
Com o que a outra mulher
Provocou e fez.

Pediu ao amigo:
-cuida daquela que amo,
Enquanto eu não possa estar perto.

A mulher mais velha não gostou.
Gerou desprezo,
Organizou rancor.

O amigo foi esfaqueado
Frente a frente,
Olhos nos olhos.

- eu sou homem
Mas não sou um fraco.
A outra era mulher
Mas seus sentimentos
Eram lascivos,
Não fui eu quem invadiu o quarto,
Ou fui chamado por amigo...

O homem respondeu
Antes de cair na terra fresca,
Comer pó
E sentir profunda dor.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Ninguém merece

Dez coisas que ninguém merece,
Uma pessoa vigiar você,
Controlar sua vida,
Antecipar seus movimentos.

Ninguém merece ser estuprada,
Sentir o peso de um homem
Contra as suas costas,
O vigor de um estúpido
Contra sua vagina.

Ninguém merece um tapa na cara,
Uma facada de espreita,
Querer se defender
E perceber que ao te bater
Roubaram suas palavras
E policiaram suas atitudes.

Ninguém merece homem
Que jura amor
Para retirar sua virtude.
Violência doméstica,
Ninguém merece
Pessoas que se aproveitam
De sua confiança
Para ferir seu corpo,
Desferir golpes
Dos quais você não teria escapatória.

Ninguém merece ter que numerar
Coisas que ninguém merece,
Se a ninguém é merecido,
Por quê há quem faz?
Ninguém merece ter conhecimento
De estupro,
Antes disto,
Teria que não ter existido.

Dá nojo,
Enoja demais
Saber que um alguém
Próximo a você
Foi capaz de estuprar.
Você sente medo de se tornar vítima.

Ninguém merece mãe
Que não se esmera,
Não faz comida,
Não dá carinho.
Mãe que bate.
É mãe covarde.
Mãe que faz passar frio.

É bandida.
Ninguém merece violência psicológica,
Ter seu cérebro lesado,
Sentir dor
Em seu íntimo.
Ninguém merece sofrimento.

Fome.
Frio.
Não ter teto.
Não ter trabalho.
Sofrer represálias.

Eu gostaria de buscar
Um mundo
Em que coisas que ninguém merece
Não fossem efetuadas,
Enaltecidas,
Vangloriadas.

Sexo

O sexo rolou,
O cara era bonito,
Rapaz de academia,
Forte e audacioso.

Ao se dirigir ao banheiro
Para fazer xixi,
Ou tirar o suor do rosto,
Ele a puxou pelo cabelo,
Enrolou entre seus dedos,
Segurou-a reclinada
Rente ao seu peito.

Suor escorria
De ambos os corpos,
Mas agora,
O suor dele lhe tocava o rosto,
Feria os olhos,
Uma ardência profunda,
Dolorida e sórdida.

Nisto,
Ele a puxou de costas,
Colocou sua camisa
Contra o peito nu,
E a jogou na cama
Com único empurrão
Na coluna.

Depois,
Pôs-se sobre ela,
Com uma perna sobre sua bunda
E a outra ao seu lado,
Beijou seu rosto,
Mordiscou a orelha,
E esfregou seus dedos dos pés
Em sua pele.

Após isso,
Levantou-se,
Puxou sua calça jeans por trás
Abriu o zíper em único golpe,
Com o braço esquerdo sobre sua coluna,
Logo abaixo da região dos braços,
E o direito arrancou a calça,
Após isso, teve auxílio de forças,
Usou ambos os braços.

Então, a virou de frente
Com ambas as mãos
E único movimento,
Sem pedir permissão,
Carinhos ou atenção,
Abriu o zíper do próprio calção,
E retirou seu pênis fedorento de lá,
O cheiro imundo invadiu o lugar,
Unindo-se ao fedor do peido dela,
Nisto, ele meteu o pênis
Em sua vagina com força
E velocidade desmedida.

- caramba garota,
Isso cheira a sangue.
Ele disse.
Baixando a cabeça e o olhar
De sobre ela
Para até a vagina
Onde ele metia o pênis sem parar,
Uma, suas até seis vezes,
Não mais que isto,
Gozou desmedido e intenso.

- faço pior.
Eu beijo, também.
Ela respondeu.
Meteu o dedo em seu pescoço,
E o puxou para cima
Até o queixo,
Então, chegou perto
E esmagou seus lábios contra os dele.
O sexo terminou de imediato,
Ele se tornou apto ao seu toque.

Com única joelhada
E todo o seu peso
Sobre o joelho esquerdo dela.
Ela apenas respondeu
Com um espaldar de mão 
Sobre sua barriga sólida 
E treinada em academia.

A Hora

Anunciaram os djins, - aproxima-se a Hora. O povo daquelas areias Sobre o mar azul e limpo Estremeceu. Aguardaram uns de Al...