No terror de um pesadelo,
Acordei com o sabor do medo
A emudecer meus lábios,
Enquanto um grito de pânico
Ecoava aos meus ouvidos,
E envolvia meu corpo em um manto escuro,
O mesmo que escurecia meus olhos,
E deixava meu peito aos saltos,
A capa da noite,
E algo quente molhou meu rosto,
Ao tocar com a ponta dos meus dedos frios,
Notei tratar-se de uma lágrima triste,
E sem saber ao certo o que fazer,
Senti um abraço caloroso me envolver,
- Você está bem meu amor?
Perguntou enquanto me apertava
Delicadamente contra seu corpo,
Sem nada conseguir falar,
Percebi que minha angústia refletia em seu olhar,
Como se fossemos a mesma pessoa,
E na busca de vencer aquela tortura lenta,
Apenas fiz um gesto afirmativo,
Como se o medo ainda envolvesse meu aceno,
E ao recostar meu rosto em seu peito
Respondi - Eu te amo – com meu silêncio,
E deixei que as batidas de seu coração,
Acalmassem meus ouvidos,
Feito um amuleto a oferecer proteção,
Devolver minhas defesas e abastecer meus sentimentos,
Me mostrando que não há nada mais pleno,
Do que encontrar alguém,
Para nos acordar no meio da noite,
Disposto a nos tornar seguros
Ao nos proteger até mesmo de nossos medos ocultos.