Com o coração batendo acelerado,
E os olhos ofuscados pelo brilho do amor,
Sua voz não conseguia alcançar as palavras
Que derramavam o amor do coração,
Pois antes de repousar em sua boca,
Embargava na garganta tamanha a emoção,
Que feito de intensidade e profundidade,
Iluminava o caminho ao paraíso,
Porém, feito de fragilidade e simplicidade,
Personificava o divino dentro do humano,
Guardando no doce da alma,
O alimento que sacia a vida,
Que no som da voz ou no gosto do beijo,
Consegue restaurar o muro sagrado,
Que se perfaz em um escudo impermeável,
Irradiando do peito para os braços dos apaixonados,
Do coração trono de sentimentos puros,
Onde o mal sente vergonha de se instalar,
Por não encontrar respaldo,
Em um sujeito que se abrigue no véu da honra,
Para os braços por ser símbolo de força,
Por ser meio de materializar o carinho,
Por guardar espaço para expressar ternura,
Onde será coroada a pessoa de seu agrado,
Reconstruindo de sonhos quebrados,
Escondido no entulho de suas feridas,
Um céu infinito de triunfos,
Mesmo que banhado em lágrimas,
Pois se tua dor te fizeste de pedra,
No fogo do amor seu sofrimento eu derreteria,
Para reconstruir seu caminho em safiras,
E na força do meu amor,
Levaria suas lágrimas como prisioneiras para despojo,
Para que antes de tocarem seu rosto,
Recuem enfraquecidas por pertencerem ao infortúnio,
Que em um cruel desengano,
Teimou em colocar-se em seus olhos,
Em uma tentativa inútil de afugentar seu brilho lunar,
Que tão forte quanto a vida reflete a luz solar,
A um afagar das minhas mãos,
Vibrante no pulsar do coração,
Feito uma brecha por onde foge a vida,
Teimosa em refletir sua alma bondosa,
Deixando-me em guarda dia e noite,
Atacado por seu amor de todos os lados,
Armado com toda força do meu bem-querer,
Entregue a este desejo tão intenso
Que alcança o insensato,
Embevecido pelo sublime momento,
Em que possa acariciar-te com uma das mãos,
E com outra simplesmente segurar sua cintura,
Para que sinta o afago que exala,
Inclusive, do meu
coração,
Fazer do seu corpo meu templo,
Meu abrigo contra o desalento,
Um lugar onde eu possa guardar meu sentimento,
Unir nossas almas e nos sentir completos,
Para que assim que chegue o alvorecer,
Este brilho sincero dos seus doces olhos,
Possa contar por onde quer que passe,
Que encontrou o amor verdadeiro,
Aquele cuja intensidade marca a pele,
Aquele que mesmo que lhe entregue por inteiro,
Ainda assim não demonstraria nem metade,
Por ser mais grande que o para sempre,
Aquele no qual eu me sirvo sem medida,
E em confiança se restaura de tal forma,
Que transborda no instante da entrega,
E se agiganta a cada carícia.