Como se o amor tivesse mãos,
Sentiu-se deslizar para o som de seu coração,
Como se lesse o amor em seus olhos,
Com um sorriso iluminando o rosto,
Ele envolveu sua cintura com um abraço,
Enquanto a outra mão lhe afagava a face,
Envolvendo docemente seus lábios em um beijo,
Tão meigo que estremeceu sua pele,
Clamando o amor de seu exílio,
Rompendo seu laço com o inseguro,
Com um golpe a machado de ouro,
Sob o brilho da luz estelar dos seus olhos,
Seus dedos percorriam seu corpo com afagos,
Entregando-se a longos beijos adocicados,
Lhe acordava a alma e puxava para a vida,
Sem promessas de amor,
Ou palavras impensadas,
Pois se fosse para encantar seus ouvidos,
Que fossem com gemidos e suspiros de amor,
Apenas pediu que mantivesse os olhos fechados,
Para que não houvesse óbice em seus beijos,
Feito um sábio apaixonado,
Preferia ser banido pelo amor,
Do que pecar por sua ausência,
Sem se esconder de sua chama,
Que queimava ante a urgência da carícia,
Sentia seu calor ultrapassar a roupa,
Embriagado pela troca de ternura,
Que naquele beijo se rompia,
Tão intenso e glorioso,
Que parecia invadir a alma,
Como se dele dependesse para continuar vivo,
Para atenuar o calor que percorria suas veias,
Um mero escravo sujeito aos seus caprichos,
Que na busca pela plenitude,
Recebe com juros os sonhos apaixonados,
Que sacudidos e esvaziados da miragem,
Se alicerçam no mais seguro e puro amor,
Sabendo que já lhe pertencia,
Com um sorriso ela colocou um dedo nos lábios,
Um minuto após sua ausência,
Pois ali permaneceriam guardados os seus beijos,
Não para simples lembrança,
Mas para garantia de quanto o amor verdadeiro significa,
Mais do que se possa explicar,
Maior que a lentidão das horas,
Muito mais do que suficiente,
Para manter sua boca aquecida,
Revivendo seu beijo até que retorne.
Revivendo seu beijo até que retorne.