quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Sem Perdão

Suas palavras embriagaram minha alma,

Senti como se me esvaísse de mim mesma,

Com o coração em nó na garganta,

Fechei meus olhos para não chorar,

Embora não tenha falado tanta coisa,

O que disse foi suficiente para destruir-me,

 

Jogar todos os sonhos que sonhei pela janela,

A mesma em que ele ficava a esperar-me,

Como se ansiasse por minha chegada,

Como se precisasse da minha volta,

Mas não, foi tudo em falso o que vivemos,

Cada sonho estava ao avesso, virou pesadelo,

 

Desejei que tudo não passasse de sonho,

Não achei que fosse sofrer tanto por amor,

Quando o conheci, o amei à primeira vista,

Nunca pensei que em seguida viria este desfecho,

Ver suas palavras antes afáveis machucarem minha alma,

Fim de todos os planos, todo o amor que vivemos,

 

Como se fosse um tapa não consegui me recuperar,

Os lábios que me prometeram amar me feriam sem indulgência,

Como seria meu futuro a partir de agora,

Se tudo que fiz e vivi foi em vista do amor que sentia?

Te amei com todo o amor que tinha, com a ânsia de uma criança,

E agora diante de tudo que sinto, você me diz que vai embora?

 

Com o rosto impassível, onde antes contemplei o amor,

Via que nunca foi sincero quando me desejou em sua vida,

Quando falou sobre aqueles sonhos, os que inventamos,

Depois de passarmos nossos momentos acordados,

Quando depois do amor, você olhou no fundo dos meus olhos...

Acreditei que tivesse visto minha alma, mas só enxergou a si mesmo,

 

Foi falso em cada ato, cada palavra; quanto as promessas,

Realmente não tenho sobre o que reclamar,

Nunca houveram, então, porque cheguei a acreditar?

Sem promessas, nosso amor não passou de frases frias,

Mesmo no calor do beijo, mesmo na ânsia do desejo,

Nunca houve nada, sei que amava outra, eu vi isso,

 

Mas, você nem ao menos tentou me enganar,

Aquela hora em que desejou meu corpo, não senti que me tocava,

Desculpa, mas você estava longe demais de nós,

Em que lugar você estava, recorda que cheguei a perguntar?

Não recordo sua resposta, mas percebi que estava em outros lábios,

Já era tarde demais para o nosso amor, então, porque insisti tanto?

 

Espero que me perdoe por não ter facilitado as coisas,

Mesmo agora que o vejo ir embora, sinto-me esvair por dentro,

Você sempre soube disso, apenas diga, foi por pena que ficou comigo?

Nunca fui o suficiente para te convencer a ficar,

Não fui mais que um joguete em seu caminho,

Ainda doem suas palavras a esmurrar minha cara,

 

Você consegue enxergar suas marcas? Você desejou minha irmã,

Recordo de você pedir o número do telefone dela,

Recordo de quando, alguns anos antes, você me disse isso em palavras,

Não foi apenas uma vez, me perdoe, mas me fiz de surda,

Suas palavras me destruíram por dentro, não sou mais nada,

De mim mesma, só resta a lembrança, um corpo sem vida,

 

Isso te faz mais homem, aumentou sua autoestima?

Em todas as vezes que saímos, em todas você olhou para outra,

Cara uma mulher não basta para te fazer satisfeito?

Me sinto ferida, denegrida, reduzida ao pó das cinzas,

Lembra quando estava com fome e te entreguei meu chocolate?

Aquele dia, eu fiquei sem o jantar da noite,

 

Lembra quando paguei o motel em que ficamos?

Lembra das vezes em que lhe emprestei o meu dinheiro,

Gostaria que recordasse que naquela época você ganhava mais que eu,

Eu descobri isso, vi na sua folha de pagamento, mas fiquei calada,

Então, agora você deseja ouvir minha voz? Pareço dizer algo significativo?

Como foi me ver sofrer enquanto você gozava de todo o melhor?

 

Talvez, agora eu não esteja satisfazendo o seu ego,

Mas, enquanto estivemos juntos eu sempre acreditei que fosse fria,

Feito gelo, nada saiu de mim que não fosse água,

Fato de pouca importância, mas enquanto você batia em minha cara,

Eu partia para longe, onde você nunca mais pudesse me encontrar,

Você acreditou algum dia que fossemos terminar juntos?

 

Eu desejei isso, por pouco tempo, só até vê-lo passar com outra,

Aquela hora eu me dirigia para o trabalho, estava presa em nós,

Eu estava no ônibus e você no seu carro próprio,

Não te contei, mas aquele dia eu passei fome o dia inteiro,

Logo após, ganhei a demissão de aniversário de... namoro?

Os presentes que te dei sempre foram mais caros que os que recebi,

 

Isso conta o bastante para definir o valor do sentimento,

Naquele momento, eu ganhava, muitíssimo menos que você,

Você desfilando forte, seguro de si mesmo, eu só o pó dos ossos,

Fui ameaçada, você pouco soube, estava longe, distante de mim,

Sei que nunca acreditou em ficarmos juntos, bom, enfim,

Quem acreditaria, lembra que seu amigo disse que não combinávamos?

 

Você sabia disso, em cada vez que me tocava, eu via isso,

Por que será que me iludi tanto? Tive medo,

Você precisou fazer pouco para manter-me em sua redoma,

Bastou algumas ameaças através de outras pessoas,

E, eu me joguei aos seus pés, implorei para voltar,

A sua modelo não foi o bastante para te satisfazer?

 

Quem bastaria para suprir este seu ego machista?

Você me feriu de morte, por hora foi o bastante,

Não espero que saiba desta carta manchada de lágrimas,

Acredite, ela poderia estar manchada de sangue...

Não Precisa Perdoar

 

Curioso o quanto um pé na bunda ajuda a seguir adiante,

Fechei meus olhos, desisti da saudade que fere,

Ao menos por um instante, seria mais inteligente,

Lutar por quem se nega a gente é gostar de se ver sofrer,

Estava cansado de tantas noites chorosas e insones,

Mas sempre que olhava o horizonte, a via, distante,

 

Longe demais para ser alcançada,

Distante o suficiente para ser esquecida,

Embora, eu acreditasse ama-la por uma vida inteira,

Não me tornaria prisioneiro de sentimentos destrutivos,

Para que sangrar até a morte por alguém que se recusou,

Fosse o amor construído a feridas não se chamaria amor,

 

É certo que sempre que recordo dela, me sinto esmorecer,

Algo dentro de mim ainda pede para que ela volte,

Mas irei resistir a isso, ela nunca me amou e isso é importante,

De que me adiantaria ter ao meu lado alguém que não me aceite?

Alguém que não veja meus valores, não enxergue meus pontos positivos,

Sou um homem forte, não nego, mas me dediquei ao amor,

 

Por que deveria me contentar com sua ausência,

Me refiro a sua teimosia em nunca estar ao meu lado,

Por mais que estivesse, parecia estar em outro lugar,

Como se procurasse alguém melhor que eu, que nós,

Lembro de ficar falando sobre meus planos,

Apresentando nossos sonhos e você, dispersa,

Este lugar onde você se colocou, fez bem em não me levar,

Acho até mesmo que não nascemos um para o outro,

 

Não teria uma única chance de pensar diferente,

Você nem ao menos me apresentou essa oportunidade,

Me vejo balançar a cabeça, queria espantar esses pensamentos,

Por que motivo pensar tanto nela, se não deseja estar comigo,

Suspeito que esta busca pelo inalcançável seja ausência de si mesmo,

Falta de amor próprio, castigo imposto sem motivo concreto,

 

É certo que te beijar foi uma sensação única,

Estar ao seu lado fez bem para a minha vida,

Mas tudo acabou agora, não é possível voltar ao passado,

Melhor deixar tudo como está, por um ponto final a esta história,

Se não deu certo antes, nada faria com que fosse de outra forma,

Você não quis, isso é o bastante para deixa-la para trás,

 

Me sinto arrasado, teria me partido em cacos ao solo,

Fosse de alguma forma quebrável, mas sou mais que isso,

Apesar de devastado, vou seguir por outro caminho,

Buscar meus sonhos que você nunca deu ouvidos,

Acho que não há postura mais ideal que esta,

Dar amor sem ser correspondido é rua de mão única,

Porém, a se trafegar na contramão,

Erro grotesco demais para qualquer coração,

 

Não vi quando a lua se escondeu por trás da janela,

Devo ter adormecido mesmo sem perceber,

Não posso dizer que acordei descansado,

É difícil se perdoar quando acredita-se ter errado,

Mas fazer todo o possível não é o bastante,

O que preciso fazer mais, morrer na sua frente?

Jogar-me na frente do seu carro em plena avenida?

O que faltou dize-la que eu não tenha dito ainda?

 

Me sinto cansado das palavras, emudecido pela dor,

É triste demais sobreviver quando se perde o amor,

Isso me faz fraco? Me torna menos que os outros?

Quão difícil é esquecer quando se ama tanto,

Mas o passado merece ser guardado, não esquecido,

Mas nem tão lembrado a ponto de viver divagando,

 

Sua história sobre não estar pronta para algo profundo,

Sobre ter medo de se entregar, de sonhar comigo,

Desculpa, não me convenceu nem por um segundo,

Nunca vivemos algo concreto, tudo se baseava em momentos,

Pensa que eu não via você sempre se escondendo?

Se não fui bom o bastante para você ficar perto,

Melhor que se distancie mesmo, não mereço isso,

 

Aquele ódio que vi refletido em seus olhos negros,

Tudo culpa da bebedeira você poderia ter dito,

Eu desculparia, você sabe disso, por isso abusou de nós,

Me agrediu em seus atos, serviu-se dos meus sentimentos

Para cuspi-los em meu rosto, aquilo era todo o seu amor?

E o respeito pelo que deveria ter existido entre nós?

 

Nunca poderia esquecer o ódio que vi refletido,

Aquele seu humor negro a me ferir por dentro,

O jeito como tudo deveria estar ao seu modo, seu proveito,

A forma de manipular tudo e todos ao seu redor,

Me desculpa, mas nunca mereci isso, estou ferido,

Eu poderia sangrar por você, mas me recuso,

 

Se me amasse de verdade você não aceitaria isso,

Não me amando não mereceria tal atitude,

Então, penso estar correto, não há erros neste ponto,

A vírgula apenas existiria se tivesse validade,

Não posso resumir tudo que vivemos com superficialidade,

Nem tudo foi mentira, houve entre nós muitas verdades,

 

Valorizo cada momento, se algum dia eu tive valor,

Você não deveria ter demonstrado isso, ao menos um pouco?

Às vezes, acredito que houvesse concorrência entre nós,

Juro que sempre, dentro de mim, te vi melhor,

Do contrário, acreditava estar te encaminhando,

Através do diálogo, dos meus atos, de tudo um pouco,

 

Você duvidava da minha palavra, baseava-se nos outros,

Nunca valeu nada tudo que te falei, tudo que fiz por nós,

Você nunca conseguiu entender-me, ao menos um pouco?

Cada palavra que eu dizia, lhe parecia incerta, em erro,

Espero, de coração que você esteja muito melhor mesmo,

Rezo para isso, prezo por nós, mas não vou ficar preso nisso,

 

Às vezes, sentia que ouvia seus pensamentos,

Acredite, não vi nada que me fizesse sentir melhor,

Nós não temos direito de buscar os próprios sonhos?

Eu não te dei toda a liberdade que fosse preciso,

Me recusei a algo que a tivesse magoado? Sofro por isso,

Mas preciso pensar em mim mesmo, seguir meu futuro...

 

Seu nome nunca foi descrito por mim em uma lista,

Aquela que você tinha e marcava tudo e todos,

Ver meu nome descrito daquela forma deu um nó na garganta,

Custo a entender o que houve, apenas isso,

Não precisa me perdoar, eu já me permiti sofrer o bastante,

Mas não ouse jurar amor, por quem sempre foi indiferente.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Casal Juntos ao Pôr do Sol

 

A noite ganhou um tom mais romântico,

A lua estendeu seu manto sobre a terra,

Iluminando todos os casais apaixonados,

Depois de um beijo demorado e sereno,

Eles passaram a falar sobre os sonhos,

Os que haviam planejado antes e os de agora,

 

Pois, quando dois corações se juntam,

As coisas mudam de dentro para fora,

Tudo se transforma em um sentimento grande

O bastante para desejar mudar tudo,

Os sonhos já não cabem dentro da gente,

Todos os que já amaram sabem do que estou falando,

 

Para os que amam nunca nada está perdido,

O medo não paralisa, o orgulho não cega,

Quando dois corações batem juntos,

É difícil imaginar a força que alcançam,

Pois o inimaginável passa a ser possível,

As palavras passam a soar mais sonoras,

 

As frases dos amantes ganham outro significado,

Quando dois olhares entram em sintonia,

O eu te amo vem de uma forma espontânea,

Até o cheiro um do outro se torna mais atrativo,

É como se pudessem se conhecer pelo que exalam,

Como se houvesse um convite a refletir um no outro,

 

Só os que amam sabem interpretar essa simpatia,

Quando o tom da voz fala mais alto que as palavras,

Quando o corpo convida a mão para acariciar,

Quando tudo o que desejam é estar perto,

Nenhuma força do mundo é capaz de separar,

Os vestígios do amor são marcados na alma,

 

Sem precisar ferir um ao outro com amor avesso,

As sombras dos seus rostos são afastadas,

Se reconhecem de alma a alma,

Dizem que a luz do luar é capaz de milagres,

Mas a verdade é que são os corações que se abrem,

Que se libertam de preconceitos, soltam suas raízes,

 

Passam a seguir o mesmo destino de olhos abertos,

Seguros e adeptos a enfrentar o que for preciso,

Em certa parte, ao norte de onde a lua brilhava,

Ainda era tardinha, a esperar a lua, um casal se sentava,

Abraçados no banco da praça de certo lugar,

Eles estavam de lado, ela o beijou no rosto,

 

Depois cobriu-o, de encontro ao seu peito,

Abrigada a quem havia conhecido a pouco tempo,

Mas acreditava dentro da sua alma que era amor,

E ele também; ele acariciava seus cabelos,

Tomava um milk-shake com a mão direita,

Ela, às vezes, também saboreava um gole,

 

Entre suspiros de eu te amo e carícias incontidas,

Antes de conhece-la, ele sentia-se perdido,

Agora via-se completo no olhar daquela moça,

No jeito como ela ficava logo que ele afagava seu rosto,

No sorriso lindo que ela abria somente para ele,

Cada gesto dela parecia único, como se fosse exclusivo,

 

Ninguém conseguia vê-la de forma tão profunda,

Contemplar tudo que ela significava, tudo que era,

Ele sentia que ela o havia esperado por toda a vida,

E faria cada momento de espera ter valia,

Pois, cada vez que se via acolhido em seu abraço,

Mesmo eles sendo tão frágeis, se sentia fortalecido,

 

Era como se aquele lugar fosse reservado para ele,

Queria acreditar na história de amor que estavam vivendo,

Não aceitaria que fosse mais uma invenção do seu peito,

Esperaria as estrelas chegarem, faria um pedido,

Elas lhe dariam algum sentido, tinha medo, havia sofrido,

Ela também, ele enxergava isso em seus olhos,

 

Era real o que viviam, se estavam no escuro quanto ao amor,

A lua logo chegaria e tudo seria esclarecido,

Não haveriam erros ou injustiça neste ponto,

Tudo ficaria no lugar certo como deveria estar,

Ao lado dela até o imperfeito fazia sentido,

Essa noite, ele desejou passar acordado,

 

Aproveitar cada segundo ao seu lado,

Assim que a lua chegou, ele provou seus lábios,

Ela se afastou ao término, eu te amo, disse-o.

Um Ponto e Uma Vírgula

 

Era beijinho de um lado, beijinho do outro,

Agradar era o que ela mais queria,

Até desistir dessa ideia e procurar a si mesma,

Escolheu plantar flores no seu quintal,

Fazer seu próprio jardim, chamar as borboletas,

Os pássaros e o que mais gostasse,

 

Resolveu que se daria importância,

Com isso, passou a reconhecer valores,

E só então, decidiu amar aos demais,

Estivesse errada ou não,

Como um coração ferido poderia concertar outro?

Acreditava que para remendar a alma,

 

Precisava ao menos, contar com linha na agulha,

Mudar a si mesma era um processo árido,

Às vezes, vertia em lagrimas sem saber o que fazer,

Era difícil organizar a própria casa, gerir a própria vida,

Imagina então, abrir-se para acolher outras pessoas,

Ter que esconder sua dor, quando o outro mais precisa,

 

Era um processo difícil, mas necessário...

Recusava-se aos erros com bravura,

Mas isso parecia fazer parte do processo,

Quem estaria imune a opinião pública,

Quem estaria isento da interferência alheia,

Vacinado quanto aos comentários jocosos,

 

Impassível a comoção das pessoas ao seu redor,

Embora, sempre acreditasse que a vida era maior que isso,

Nem sempre soube ao certo como reagir aos fatores,

Era o externo que oprimia, o interno que exprimia,

Dois pesos e duas medidas, como saber a exata?

Haviam situações que gritavam impunidade,

 

Então, por que aos outros não eram tão evidentes?

Isso a deixava pensativa, fazia com que buscasse algo,

Havia algo de muito errado ao seu redor,

Isso lhe dava calafrios, como iria aceitar calada?

Embora o mundo estivesse oprimido, cego,

Ela se recusava a ser apenas mais um número a vagar,

 

Poderia constituir um número, mas nunca seria apenas isso,

Um joguete nas mãos de pessoas ensurdecidas,

Haveriam pessoas que pensavam diferente disso,

Ela não poderia ser a única, com comentários céticos,

Ela buscava refletir sobre os acontecimentos,

Buscar apoio sobre como fazer a diferença,

 

Ficaria feliz em ajudar no que fosse preciso,

O mundo algum dia, daria as mãos,

Alguns talvez, ousassem sonhar em conjunto,

Por que, se esquivavam tanto disso?

Os sonhos embora pereçam de apoio,

Não pareciam perderem-se no transcorrer dos anos,

 

Sempre há uma voz a ser seguida,

Um objetivo que valha um pouco de atenção,

Na falta de saber o que fazer, basta tentar,

Buscar algo em que acreditar e lutar por isso,

De momento, não sei ao certo o que falar,

Mas acredito em tantas ideias boas,

 

Tantos objetivos carentes de apoio,

Bem, deixo aqui meu ponto e vírgula,

Mais tarde, com ideias mais maduras,

Editarei está página, traçando um ponto final.

Batendo a Porta na Cara

 

As duas horas da tarde ela ouviu uma batida na porta,

Levantou-se do sofá, soltou o cachorrinho no chão,

E foi abri-la, ao ver quem era quase caiu para trás,

Nada teria espantado mais seu sofrido coração,

Seu ex-namorado, aquele que ganhou dela o primeiro beijo,

Com direito a estalinho, carinho no rosto, pesinho erguido...

 

Inclusive com aqueles sussurros de nossa como você é linda,

É certo que, ingênua como era, ela se sentiu única,

A pessoa mais encantada e amada de todo o mundo,

Porém, não tardou ela ir ao banheiro, voltar e ele estava com outra,

Triste fim de um amor que dizia ser eterno,

Lembrara na hora, que em meio ao beijo ele abrira os olhos,

E ficara mesmo a olhar aquela outra garota, além de outras,

Ah, como foi cruel o amor daquele rapaz, a pediu em namoro,

Para em atitudes jogar em sua cara, que não a queria mais,

 

Ela se sentiu esvair-se ao chão, teria se debruçado em lágrimas,

Mas a razão pegou pela mão seu coração e não permitiu tamanha tolice,

Estragar a própria vida, com direito a lamúrias e fazer dele um bom rapaz,

Ah, não, aí já era demais, cruzara por outro lado, fez questão de ignorar,

Dançou a noite inteira com outros garotos e assim a vida segue,

Trocaram conversas, sorrisos e alguns olhares mais insistentes,

 

O caminho dos que amam se cruzam em algum ponto,

Ela não tinha motivo para sentir embaraço ou querer precipitar-se,

Havia acabado de ser magoada, não poderia negar que sentia dor,

Mas deixar-se conduzir por conversinhas havia sido um erro forte,

Do qual tentaria, a todo custo, se esquivar, sempre soube se dar valor,

Mas agora, em meio ao meu descanso, entre o sono e a música no rádio,

Ele aparece, sem aviso de antecedência, com aquele seu sorriso frio,

 

E olhos pálidos de quem finge não esconder nada, pois são mesmo vazios,

Ela nem ao menos havia passado seu endereço, mas era de conhecimento público,

Nunca tentou fugir do que ela era, e isso, também, nunca a fez menor que os outros,

Então, por que teria que se esquivar de algo ou aceitar ser desvalorizada?

Se teve a oportunidade para amar ela, por que então havia falhado?

As outras não eram mais chamativas, como diria ela: atrativas, convidativas,

Pois bem, o que houve com a outra que o fez mudar de ideia, tão repentino?

 

É certo que as roupas dela não estavam na moda, suas unhas roídas eram borradas,

Usava um batom barato, sua maquiagem era velha, seu calçado era usado,

Mas ela não, ela nunca aceitara ser feita de tapete para que fosse pisoteada,

Esses detalhes embora não pareçam importantes, dizem muito sobre si mesmo,

Ela soube a algum tempo sobre um dos financiamentos dele junto ao banco,

Em busca de um carro novo, aquela camionete que ele entulhava de garotas,

Com aquele som alto e bizarro que ninguém compreendia o que falava,

 

Era de crer-se que a intensão de quem entrava lá realmente não era entender nada,

Da sua parte compreendia perfeitamente que não houve erro,

Não olhara para nenhuma outra pessoa, agira normal, como ele já sabia que ela era,

Se buscava outro tipo de mulher por que decidira se aproximar dela?

O que, na conduta leal da garota transmitira ideia errônea? Não era reconhecida,

Não conquistara seu próprio lugar junto as garotas do colegial?

Então, por favor, peço que não a interprete mal, mas ela, não gostaria da sua visita,

 

Tudo que aconteceu foi recente, ela recordava, a marcara o bastante

Para fazer a diferença na vida daquela moça e fazer com que ela evitasse

O exato tipo de pessoa que ele era, ela se garantia o bastante como mulher,

Se ele havia tentado diminuí-la achando que ela cairia nesse joguinho,

Então, falou com a mulher errada, suas ideias não a convencem,

Com seu diálogo inconsistente, fez todo o tempo que passaram juntos chato,

 

Ele e seu carro, desculpa pela indiscrição, “barato”,

Achara que a ganharia como fazia com as outras,

Com suas propostas de amor de uma hora, isso só servia para elas,

E aqueles amigos bobos dele, que estavam sempre ao seu redor,

Nunca a viu entre eles? Por quê? Ela nunca desejara isso,

Nunca fora da forma que ele quisera, por quê? Tinha opinião própria,

 

Aquelas roupas que as colegas dele usavam? Bom, se ela estivesse nelas,

Nem assim ele conseguiria se aproximar, porque ela era mesmo diferente,

Ele sempre soube disso, então por que estava parado feito um tolo, a sua porta?

Veio procurar na garota o que não encontrou nas outras? Seria de se suspeitar,

Embora ela discorde disso, ela reafirma: “você não preenche os mínimos requisitos de homem,

Por ser volúvel era uma aposta ganha, saber que nem amizades verdadeiras, você tem,”

 

Ela esperava que sua conversa estivesse sendo satisfatória,

Pode ter existido algum equívoco entre os dois,

Mas, isso foi quando o permitira chegar perto, depois disso,

Ele tentara e até sabia como, mas ela não,

Então, continuou, em tom sério e desafiador,

 

“Foi a tão pouco tempo, fique com minhas amigas,

As que preenchem seus requisitos, elas estão dispostas,

Com relação a aquela sua moto nova, elas se encantaram,

Convide-as para dar uma volta aí pelas avenidas...

Encontro Casual na Praça

 

Quem estaria mentindo, os olhos quando fingem não ver,

Ou aquele que jura amor e beija em falso sem perceber,

Confesso que gostaria de saber a resposta exata,

Sem meias palavras, saber qual seria a medida certa,

Ninguém ganha nada ao esconder-se entre as lacunas,

Mas, talvez no omitir-se também não haja o que ganhar,

 

Dependeria da situação alguém poderia alegar,

Falsear as histórias e dar a verdade roupagem nova,

Seria algo bom, até que ponto, haveria um ponto final para algo?

No exato instante em que se desiste e abandona ao acaso os sonhos,

Poderia alegar-se que sim, sem procurar me estender em evasivas,

A versão de cada pessoa que vejo sempre me parece autêntica,

 

Mas em certa parte da história, em alguma vírgula posta,

Não para o acaso, tudo muda, e vejo-as caírem nos vazios de si mesmas,

Esta minha vírgula poderia ter ocorrido naquela tarde chuvosa,

Em que o cheiro das frutas vinha me convidar para sentar na grama,

Eu deveria ter resistido, estava no intervalo do trabalho,

Mas sentei-me com uma sesta de morangos, sentir o vento,

 

Sorrateiro ele brincava com meus cabelos, como uma carícia,

Eu sorria mesmo sem perceber, meu encanto era evidente,

Minha admiração sempre foi incontida quanto a cada estação,

Uma borboleta sentou no meu pé, desejei guarda-la em uma imagem,

Olhei ao meu redor e encontrei um moço admirando tudo,

Caminhando por ali, como se estivesse perdido ao acaso,

 

Ele sorria disperso de mim, parecia pensar em algo mais adiante,

Eu pigarreei, abri um sorriso gentil e pedi se podia tirar uma foto,

Ele me olhou com olhos assustados, com um arrepio a percorrer a pele,

Eu sorri, encorajadora, me apresentei com uma estranheza na voz,

Ela estava rouca e sôfrega, algo havia mudado em mim,

Algo intenso e forte me pegou de surpresa e me fez sentir que não poderia resistir,

 

Mesmo desconcertada, entreguei a ele meu celular com a tela desbloqueada,

Ele sorriu de uma forma que me fez sentir única, perfeita, talvez, amada?

Eu quis duvidar, como o amor poderia cruzar meu caminho dessa forma,

Simplesmente, achar que poderia passar sem dizer absolutamente nada?

Quando tentei dizer algo que fosse um pouco mais interessante,

Percebi que minhas palavras também falhavam, inertes,

 

Seria mesmo o amor, aquele que cruza nosso caminho e nos deixa sem saída,

Como se destituísse todo o mundo de sua importância apenas para nos contemplar?

Aquele que suga toda a nossa força, como se fosse levada pela brisa fresca,

Seja como for naquela hora eu sentia que tudo poderia partir para outro lugar,

Eram os meus medos, e eu apenas desejei que ficassem bem distantes,

Então, soube que a chave para isso estava no abraço dele, postado a minha frente,

 

Mas sendo o amor coberto de mistério como eu poderia desvenda-lo?

Dizem que os medos nos acorrentam, eu senti que não naquele momento,

Sob o abrigo dos olhos daquele estranho, eu senti que amaria como nunca,

Ser digna de estar sob os seus cuidados nunca seria mais convidativo,

Embora não tivesse um roteiro escrito em que eu pudesse ser a protagonista,

Senti que toda a minha vida passou a fazer sentido com ele ali perto,

 

Me sentia protegida de uma forma que nunca havia imaginado antes,

Quis protege-lo, desejei fazer algo por ele, de repente desejei conhecer alguém,

Sem temer qualquer tipo de exposição, dei vida a voz que havia em meu coração,

Me desculpa, eu disse, mas, você é muito bonito, ele sorriu com o rosto avermelhado,

Eu sorri mais ainda, então, não bonito do tipo comum, mas daqueles com um gosto,

Um gosto que se quer provar, como se houvesse algo em você que me chama,

 

Não sei se você consegue me entender, peço que me perdoe pela invasão,

Com palavras tão abruptas, mas este sentimento ainda não havia tomado minha emoção,

Eu falava entre sorrisos e ele apenas sorria, sem uma única palavra,

Me ganhou para uma vida inteira; eu o disse tomar, porque já não me pertencia,

Ele agradeceu com uma frase curta, guardo comigo cada palavra,

Como se houvesse uma forma de esquecer sua voz rouca e máscula,

 

Senti meu coração pulsar fora de mim, descompassado,

Então, você pode tirar minha foto? Eu pedi com desembaraço,

Havia um misto de sentimento que explodiam em mim,

E eu precisava controla-los, nunca havia me sentido assim,

De que me valeria quedar em inércia e nunca mais vê-lo,

A tempos eu cruzava por aquele lugar e nunca o tinha visto,

 

Sem fazer muito alarde sobre o caso, mas meus lábios estavam secos,

E os dele, tão molhados, parecia que nossos corpos falavam alto,

Uma linguagem que ultrapassa os limites da voz, como um reflexo,

Do que sentíamos dentro um do outro,

Era como se não coubéssemos dentro de si próprios,

Será que fomos feitos para não pertencer a nós mesmos,

Uma espécie de metades que se unem para estar completo?

 

Eu teria me levantado, mas ele ficou parado, fazendo os retratos,

Os olhos dele tinham algo de mágico, algo fora do mundo, maravilhoso,

Era como se o toque dele fosse capaz de me modificar por inteira,

Desejei ter sentido o calor das suas mãos nas minhas,

Suas mãos oscilaram, será que ele poderia ouvir o que eu dizia,

Mesmo sem eu chegar a dizer nada, de repente o nada tomou forma...

 

Era todo o meu passado sem ele, era o vazio de um futuro indesejado,

Então o chegar também teve outro significado, o silêncio pareceu avesso,

Aquele momento se tornou importante sobremaneira, desmedido,

A efeito de todo o sentimento que exalava palpável entre nós dois,

Tão palpável que podíamos tocar um no outro, na fagulha de um olhar,

Ele, pediu se podia fazer um retrato comigo, aceitei na mesma hora...

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Amor Distante

 

Senti um calafrio a percorrer minha espinha,

Era como se me chacoalhasse por dentro,

Me extraindo da pretensa inercia,

Aquele que sonhei encontrar, sem êxito obtido,

Nunca fui de colocar a culpa de tudo em Deus,

Ele já possui encargos demais ao buscar ouvir a todos,

 

Imagine se cada destino fosse sua responsabilidade,

O que, então, passaria a ser definido como bondade?

Me pego a rir ao imaginar uma moça que cobiça o marido da outra,

Quem o teria por direito a que chegou primeiro ou a que o alcançara?

Quem seria mais digna de mantê-lo consigo?

E como ele escolheria entre salvar uma vida e outra?

 

Seria um trabalho no mínimo complicado,

Mas nunca duvidei da sua existência, creio nisso,

Contudo, acho que cada um é responsável por seus passos,

Opinião que a religião define como livre-arbítrio,

Deixar de crer em Deus não o faz merecedor do infinito,

Descrer, não sei se o faz desmerecer, mas nem o aproxima,

 

O fato de acreditar ou não, não chega a ser importante,

Ele existe e pronto, um poder supremo acima de nós,

Uma inteligência aguçada, uma mente aberta ao novo,

Capaz de rejeitar o que está posto para buscar conhecimento,

Mas o amor, a todos salva, a todos contagia, disse o pai que amava o filho,

Estas palavras me parecem conter algumas pistas,

 

Algo sobre como direcionar-se com relação ao destino,

Desejei ir a fundo neste sentimento de corpo e alma,

Confesso para eu mesmo, que não senti tanta surpresa,

Pela rapidez em que um alguém surgiu em meu caminho,

A moça tinha um sorriso lindo, um rosto meigo, de alguma forma diferente,

Se virou com um jeito desapegado parando na minha frente,

 

Ambos estávamos em uma loja, comprando roupas,

Eu, um tanto indeciso, pedi a ajuda dela, apesar de gostar do modelo,

A cor parecia não se ajustar, escolhi cada palavra para me aproximar,

A cumprimentei, ela respondeu com seus dentes brancos a mostra,

Um sorriso bonito e bem cuidado, é algo especial, como o restante nela,

Cada traço, o vestido que brincava em seu corpo, o rosto demaquilado,

 

Deixando a mostra seus traços naturais e bonitos, a admirei por tudo,

Pela forma como conversava, pelo seu jeito descontraído,

A ideia de tê-la ao meu lado me agradou um bocado,

O cinema estaria liberado na próxima semana, pensei em convidá-la,

Ela gostava de romance e eu era fã do Statham,

Optaramos por assistir O Tubarão, um terror básico sempre aguça,

 

Facilita a aproximação, diziam os seus amigos, o filme foi bom,

Havia muita ação nele e uma dose exata de romance, tudo na medida,

A noite foi perfeita, o ano novo acabava de chegar

E vinha embalado para presente com doces promessas,

Entre as escuras da sala fria, aconteceu um primeiro beijo,

E os próximos se desenrolaram com maior facilidade,

 

Eu nem conseguia acreditar sobre o quanto era amado,

Parecia qualquer coisa surreal, mas nunca havia sonhado com isso,

Ela chegou para ser diferente, para mudar, transformar o meu redor,

Para muito melhor, muito mais do que esperei algum dia,

Melhor ainda do que qualquer definição que pudesse conhecer,

Entre livros, falácias, família e etc., foi amor desde à primeira vista,

 

E seria dessa forma para toda a vida, queria vê-la a toda hora,

Estar sempre perto, nunca esconderam o quanto amavam-se,

Os outros os definiam como um casal bonito,

Embora estivessem alheios a isso, era bom, ser o casal exemplo,

Sem precisar esconder o que sentiam, ou o que viviam,

Não pairava segredo algum entre os dois, havia confiança,

 

Isso bastava, mas chegou o tempo da faculdade,

E o amor que sentiam resumiu-se em cartas diárias,

Com o tempo, em razão das provas, ficaram mais esparsas,

Mesmo com todos os sonhos idealizados, já não parecia mais definitivo,

O amor era verdadeiro, mas dentro de mim parecia desmoronar,

Eu sentia que não conseguiria aguentar a distância,

 

Para quê importar-me tanto com alguém que está longe,

Eu não conseguia ver o amor de antes naquelas entrelinhas,

Deveria sustentar esse sentimento só por ter sido o primeiro?

Viver preso a isso, e fechar o coração em grades, prisioneiro de si mesmo?

Havia amado, isso era fato, mas estaria, agora, tudo acabado?

O pessoal da faculdade tinha outros propósitos para as noites,

 

Fato que incluía até mesmo as férias, tudo estava esporádico,

As visitas dos pais, dos amigos, mas quanto a namorada, quando vinha,

Tinha ideias ultrapassadas, um jeito diferente de ver as coisas,

Não parecia aquela ilusão que eu havia criado para nós dois,

Essa coisa de amar é complicada, admitíamos um para o outro,

Em beijos distantes e abraços soltos, tudo estava vago,

 

Inclusive o espaço ocupado um no peito do outro,

Ela era única no mundo, não poderia negar, mas eu desejei algo mais,

Queria provar algo diferente, divergir da opinião comum,

Eu a amo mais que tudo, lembro-me de me despedir dela com um beijo,

Agora já estou na reta final na faculdade, alguns anos nos separaram,

Formado, tenho planos de voltar para minha cidade, e o rosto dela retornou,

 

Como a lua sempre volta nas noites escuras, sorri com o pensamento,

A última notícia que tive sobre ela, diziam que estava sozinha,

Embora não saiba se ainda deseja reatar tudo o que vivemos,

Seria bom revê-la, dividir as novidades, ver como ela está...

Te Amo Pra Sempre

Pelos céus da meia noite, Não é cedo, Nem parece tarde, Até vislumbro um céu azul, Baby, prefiro dizer Que vejo você, De v...