domingo, 7 de fevereiro de 2021

Acho Que Meu Amor Está Com Olhos Adiante



Era como se eu tivesse percorrido quilômetros sem parar,

Como se todo o meu passado não tivesse mais sentido,

Como se em toda a minha vida eu tivesse percorrido a esmo,

Aqui, diante do seu olhar, percebi que tudo ganhava novo sentido,

Como se todo o tempo em que estive destituído de sua presença,

Não apenas fosse carente de razão, mas de qualquer emoção,

 

Sabe aquela música que você ama, mas presta atenção na letra,

E por mais que a encante ela na verdade não lhe diz nada?

Sabe como é vagar como se estivesse simplesmente a perambular?

Quando mesmo as palavras mais bonitas são ausentes de vida?

Quando mesmo os momentos mais belos deslizam para o vazio,

Condenados ao esquecimento de uma alma sem sentimento,

 

Não que antes de encontrá-la, meus olhos azuis fossem gélidos,

Apesar de refletirem a cor dos céus eles nunca estiveram lá em cima,

Não tão distantes a ponto de eu não sentir nada,

É claro que sentia, mas isso beirava a insignificância diante dela,

Mas eu precisava de um pouco de bom senso, prendi o fôlego,

Queria encontrar as respostas, pensar por mim mesmo,

 

Por que o coração decide tomar as rédeas da nossa alma

E acreditar que pode direcionar nosso caminho?

Posso estar errado, mas antes parecia que não era dessa forma,

Agora tudo tomava outra direção, eu me sentia perdido,

Sempre gostei de ter o controle sobre tudo que acontecia,

E agora me via descompassado, então algo havia mudado?

 

Ante a um simples olhar e todas as certezas oscilavam?

Menos o coração, este parecia ter mais certeza que nunca,

Sentia minha garganta queimar por uma urgência desconhecida,

Talvez eu precisasse de um beijo, uma carícia escondida,

Diante das armadilhas do amor eu não passava de um preambular,

Um esboço de tudo que sempre acreditei, mas nunca cheguei a viver,

 

Ela sorriu e seus olhos refletiram um brilho simpático,

Eu, um tanto inseguro, talvez assim pudesse me descrever...

Sorri e a olhei da melhor forma que pude,

Dei voz ao coração para que pulsasse forte

E demonstrasse tudo aquilo que eu sentia dentro de mim,

Mas parecia não saber expressar, não naquela hora,

 

O amor deveria existir daquele jeito há muito tempo,

Da forma exata como tantos descreviam com suas palavras,

Mas de maneira estranhamente ausente dos meus passos,

Sentia meu coração sair do lugar e ir pulsar lá no alto,

Onde eu nunca imaginei que estaria, como se quisesse toca-la,

Meus dedos sentiram isso, e pareciam convidá-la a se aproximar,

 

Existiria alguma forma de evitar o amor? Naquela hora me pareceu que não,

De repente meus gestos ficaram ausentes de mim e próximos da emoção,

Me calei naquele momento e permiti que o amor me guiasse,

Não me incomodavam com o que o outros diriam, mas com alguém,

Um alguém especial que o destino havia me encarregado de cuidar,

Um suspiro baixo escapou da minha boca como se recusasse o silêncio,

 

Mesmo estando sem lua não haviam sombras naquela noite escura,

Um coração pulsava alto demais para ser contido,

Enquanto outro parecia ouvir em silêncio, talvez, desatento?

Não porque não sentisse nada, mas por que estava distante,

Parecia que ela estava focada em algum ponto do horizonte,

Que sentido teria em deixar passar o amor sem tomar nem uma atitude?

 

Como o fato de ela estar alheia ao seu redor iria me ajudar com isso?

Eu nem mesmo acreditava no amor antes de vê-la passar na minha frente,

Se os restantes das pessoas não acreditavam não haveria alguma razão nisso?

Seja como for, naquele momento a razão andou mais depressa que nós,

E antes mesmo de ela chegar até mim eu já estava apaixonado,

Antes que ela pusesse o seu olhar no meu, e se atentasse ao que eu sentia,

 

Eu já a amava por toda uma vida e com o sentimento mais puro,

Com certeza minha razão estava um pouco mais adiantada que ela,

A pegaria de surpresa um pouco a frente e a convenceria,

Se houvesse alguma razão naquela hora estava mesmo em outro lugar,

Os sentimentos eram mais intensos que minha capacidade de pensar,

Fosse de outra forma eu não teria me enrolado tanto com as palavras,

 

Eu precisava mudar minha postura encontrar uma forma de tocá-la,

Talvez se eu conseguisse ordenar os pensamentos e falar algo

Ela entendesse o fato de eu estar tão apaixonado sem pretextos,

Eu nunca entendi muito sobre o amor,

Mas acreditava que seria capaz de despertá-lo algum dia em alguém,

Apesar de nunca ter me considerado um amante a moda antiga,

 

Eu sonhava em ter alguém com quem compartilhar minha alma,

Alguém com quem eu pudesse falar sem rodeios e ser compreendido,

Alguém de quem eu não precisasse esconder meus pensamentos,

Alguém que de preferência não usasse isso contra mim depois,

Falar era algo que eu reconhecia, que me deixava confortável,

Talvez ela desejasse me ouvir ao menos um pouco,

 

Quem sabe, também, poderia entender isso que eu sentia,

Apesar de talvez parecer vítreo eu nunca fui quebrável,

Muito menos minha alma havia sido esculpida no gelo,

E aquele olhar dela, tão meigo e desatento, eu não chamaria de único,

Mas parecia próximo o suficiente para entender sobre o que eu sentia,

Não desejei acreditar que ela estivesse tão distante quanto parecia,

Não aceitei a ideia de que ela se colocasse onde eu não pudesse alcançar...


 

Eu Preciso Falar Algo...

 

Os olhos dela pareciam gritar por abrigo,

Eu ainda não havia sentido isso,

Não me considerei como um homem apaixonado,

Nunca me deixei guiar por esses atos reflexos,

Mas confesso, que aquele olhar meigo mexeu comigo,

Despertou em mim algo desconhecido,

 

Parecia que a sorte caminhava ao meu lado,

Como se contasse meus passos, direcionasse-os,

Aquela coisa que todos comentam chamar-se destino,

Fato que eu sempre julguei ser conversa de apaixonados,

Sentimentalismo, enfim, sempre me desviei deste caminho,

E não sei ao certo por que motivo, mas encontrei-a de soslaio,

 

Perfeito, eu que sempre evitei a todo custo o amor,

Agora via-me diante de um olhar tão belo e encantador,

Que parecia conter um convite para o aconchego,

De fato, eu não soube como agir naquele momento,

Me recostei naquele muro e fiquei imóvel boquiaberto,

Ela demoraria para passar na minha frente, ou talvez não,

 

Quem sabe ela perceberia meus movimentos

E me forçaria a tomar uma decisão,

Não é assim o amor? Algo que te convida a dar um passo à frente,

Certo ou errado, o fato era que eu temia ser notado,

Sabe aquele instante em que todas as suas certezas partem?

Então, as minhas fugiram de mim tão de repente,

 

Que eu não soube como reagir, o olhar dela me pegou de surpresa,

Não tivesse me encostado naquele muro teria ido ao chão,

Sentia o coração aos saltos que ousado refletia em cada parte minha,

Me deixando trêmulo, sabe aquele instante em que nem seu corpo te responde?

Pois bem, o meu decidira refletir o meu pulsar sobre a minha pele,

Como eu poderia sair ileso do amor se nem conseguia pensar por mim mesmo,

 

Não queria ser identificado tão depressa, mas quem disse que o coração nos ouve?

Todas as minhas defesas que me afastavam de amar caíram em ruínas,

E o olhar dela, parecia reconhecer isso, e agora?

Sabe aquela história de lugar errado e hora errada?

No meu caso, foi totalmente o contrário, tudo me direcionava a ela,

Nem preciso dizer o quanto eu ansiava por esse dia,

 

Não antes de ter encontrado ela, mas naquele exato momento,

Não preciso citar o quanto me senti feliz e incerto,

De repente tudo que eu evitava caminhava ao meu encontro?

Sobre o amor confesso que foi alvo de muitas das minhas falas,

Mas quanto a encontra-lo? Eu não havia me preparado para isso,

Eu suspirei ainda parado, será que alcançaria aquele tal final perfeito?

 

Aquele qual, as pessoas retratam nas histórias, mas que parece fugir,

Aquele em que o final escapa tão rápido a ponto de não restar nem lembranças,

Um movimento sutil nos lábios dela chamou minha atenção,

Ela esboçou um sorriso assim que me encontrou, não consegui desviar,

Encarei-a, o que mais poderia fazer? Fugir como se rasgasse o coração?

Mesmo que o dividisse ao meio, não encontraria meios para tal ação,

 

Ela ainda me olhava, deveria ter ouvido meu suspirar,

Manter o olhar fixo e esboçar um sorriso convidativo foi tudo que fiz,

Dentro do olhar dela uma mulher incrível parecia gritar,

Em seu sorriso aberto uma alma parecia prestes a despertar,

Em suas mãos suaves um carinho parecia estar contido em seus dedos,

Eu não fiz outra coisa depois que a vi a não ser deseja-los,

 

Queria identificar o que aquela moça tentava falar em seus gestos,

Mesmo distante, meu coração parecia ouvi-la, eu sentia isso,

Seus lábios carnudos naquele sorriso iluminado pareciam os mais perfeitos,

Desejei provar o sabor do seu beijo, deveria haver um jeito,

Eu tentei o máximo possível disfarçar o que sentia,

Mas meu coração estava frenético com a aproximação dela,

 

Eu não entendia o porquê, mas minha capacidade de pensar partia

Com a mesma rapidez em que ela vinha para a minha direção,

É mesmo assim o amor, tão incompreensível e cheio de emoção?

Ansiava para que o espaço entre nós fosse rasgado,

Até que o meu desejo por a ter ao meu lado fosse saciado,

Me sentia despido de toda roupagem de ideias errôneas,

 

Era como se todas as minhas certezas estivessem sendo postas a prova,

Mas, nessa questão, não haveriam perdedores ou ganhadores,

Uma lágrima parecia brilhar no olhar dela,

Senti como se estivesse a gotejar em meus olhos e escorrer,

Até onde eu não saberia responder, mas acreditei que faria morada em mim

Caso eu resistisse e permitisse que ela cruzasse a minha frente,

 

Sem que eu fizesse nada para impedi-la e demonstrar o que sentia,

Senti minha garganta arder em febre como se fosse me sufocar,

Eu precisava falar algo, um grunhido talvez, um suspiro, ou sei lá,

Não a permitiria ir embora, me deixando esvaído em sentimentos,

Como de fato, eu não estava respirando, precisava recuperar o fôlego,

Minha garganta ardia de maneira que não haveriam alternativas,

Abri os lábios trêmulos, usaria o que me restava de forças e falaria...

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Cumplicidade

É fato que todos temos uma motivação e um objetivo escondido,

Sabe aquele que você nunca ousa contar para ninguém,

Alegando sentir medo de que aspirem contra os seus sonhos,

Que forças contrárias possam se levantar contra você,

Então, não é nada disso, mas foi dessa forma que começou,

Eu sustentava em meu coração um desejo de mantê-lo próximo o suficiente

 

Para demonstrar que nutria em mim, um apego muito forte,

De outra forma, pretendia manter uma distância discreta entre nós,

Alegando qualquer coisa que você queira acreditar,

Mas a verdade paira um pouco além, tive receio de confessar,

Mas eu não sabia ao certo que destino pegar para abriga-lo em minha vida,

É certo que da minha alma, nunca sairia, porém, manter alguém que se ama,

 

Convencer a seguir o mesmo destino que você até o final do caminho,

Parecia ser algo arriscado, com base nos comentários, poderia acabar logo,

E eu não me permitiria chegar ao fim do meu destino sem quem eu amo comigo,

Casamentos se iniciam de todas as formas, seguem o mesmo ritmo um do outro,

E encerram-se em um amontoado de arquivos esquecidos e fotos rasgadas,

Depois disso, tudo acaba indo parar na lata da lixeira, até mesmo as promessas,

 

Há alguns poucos que se arriscam a manterem uma espécie de amizade,

Mas a maioria nem isso, pessoalmente nunca entendi como o amor inicia

E acaba com a mesma intensidade de sentimentos demasiados sentidos,

Na base do tudo ou nada, partem da promessa do para sempre ao nunca mais,

Com as mesmas lágrimas no olhar, o mesmo sentimento de identidade perdida,

Agarrados naquela mesma promessa do para sempre: para sempre te amar,

 

Para sempre esquecer que você existiu em minha vida, é assim que sempre acaba,

Sentimentos sentidos de forma insensata não fazem sentido,

Que felicidade há em amar em demasia, construir sonhos apaixonados a luz da lua,

Se quando o luar se apaga tudo deixa de existir feito uma fagulha adormecida,

Então, sobre este amar em demasia eu entendo perfeitamente bem,

Sobre o para sempre: eu o almejo como nenhum outro alguém,

 

Agora quanto ao nunca mais, eu o deixei de fora da ideia por uma razão,

Não o pretendo nutrir em minha vida no que se refere ao meu coração,

E quanto a isso, eu posso explicar: poderia o colocar em suas mãos,

Se me recuso a isso, não é por medo de que possa machuca-lo,

Mas é por que o desejei faze-lo de abrigo para os meus sonhos,

Ou seja, resistir aos excessos para que eu possa abrigar você comigo,

 

Não em qualquer lugar, exposto a todo o tipo de risco, mas dentro de mim,

Aqui, há um pequeno empecilho ao usar o de mim, recordei nosso beijo,

Com um sobressalto no peito, lembrei que havia me dado para você,

Por tanto, se não me pertenço, sou sua, sendo sua, urge darmos o passo seguinte,

Não tive como resistir a este fato, assim que olhei em seus olhos,

Percebi que você continha todas as respostas que eu estava à procura,

 

Me despi de toda a arrogância de resistir e entreguei-me de alma nua,

Me permiti sentir qual era a sensação de estar segura,

Amar de maneira ingênua, segura apenas do que sentia e mais nada,

Exceto de que também era amada de forma tão intensa quanto,

A experiência foi tão única que não daria para guardar ao passado,

É o tipo de situação que você deseja repetir mil vezes de novo,

 

Seria tão fácil esquecer alguém que se ama com todo o coração?

Provavelmente não, sem resistir ao que sentia em minha alma,

Levantei a mão em carícia e afaguei seu rosto com tamanha emoção,

Que não consegui conter a voz, muito menos os sentimentos que fluíam,

Pedi que ficasse para sempre em minha vida, pedi para ser sua,

Espero que possa retribuir todo o sentimento que há em mim,

 

Apesar deste pedido não parecer tão eloquente,

Afinal percorrer o caminho dos riscos do nunca mais exposto ao para sempre,

Nem sempre é o que é mais viável, por soar desaconselhável,

Aos que se arriscam sem desejar ficar realmente,

Acredito do fundo da alma que você seja diferente,

Você acha que eu posso contar com sua cumplicidade?

 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Em Frente ao Seu Prédio

Ela estacionou a beira da estrada para pensar um minuto,

Haviam 200 quilômetros a separa-la de quem era seu amor,

Destino traiçoeiro quis apaixoná-la, apenas para tirar depois,

Aproximou-o do seu peito com uma das suas mãos,

A mais encantadora de todas, enquanto usava a outra

Para leva-lo para longe dos seus abraços, a mais detestável,

 

Lançando-a nas garras da solidão, com a alma manchada pela saudade,

Onde antes pulsava a paixão agora apenas bombeia o sangue...

Fosse impossível este amor, ela não se dirigiria até ele,

Fosse assim tão importante, por que se colocara tão distante?

Prostrado em algum lugar para longe de onde a vista alcança,

Neste mesmo lugar em que ela desejava tanto estar,

 

Encheu o tanque de gasolina, tragou um cigarro no frescor da brisa,

Com a janela aberta, permitiu ao vento acariciar seu rosto,

Ele aproveitou e roçou em seus cabelos, embaraçando-os,

Até que suas pontas tocassem seus olhos, ofuscando seu caminho,

Ela apagou o cigarro no cinzeiro, arrumou seu reflexo no espelho,

Do lado de fora do carro a brisa estava contra a sua partida,

 

Do lado de dentro, ela passou os olhos no calendário,

Esboçou um sorriso de soslaio, sim, sabia que dia era...

Algumas poucas horas os separavam, o pegaria desprevenido,

Seria uma boa deixa para ficar por alguns dias a mais que o planejado,

Havia comprado uma caixa de bombons, um vinho bom,

Nada atrapalharia, a decisão dependia somente dela,

 

A foto dele estava pendurada no para-brisa, ele parecia encantador,

Daquela mesma forma que a fez apaixonar-se perdida e sôfrega,

Melhor não pensar muito, isso costumava deixa-la bamba,

Precisava estar tranquila para percorrer a estrada tantas vezes sonhada,

Mil outras vezes, mais, evitada: o caminho que os separava,

Até aquele momento, tudo parecia uma mera questão de tempo,

 

Mas, a partir do instante em que chegasse a ele, as coisas mudariam,

Ela acreditava nisso, esperava que fosse como esperava,

Da forma com que ele a fez acreditar desde o primeiro beijo,

Para sugestão da alma, sentia o pulsar descompassar o coração,

Ela sofria uma emoção silenciosa que a deixava em sofreguidão,

Queria que as horas se adiantassem e o caminho fosse deixado para trás,

 

Tão rápido quanto o piscar de olhos em que o beijo se acabava;

Envolvida pela saudade que a consumia e a levava para longe,

Ligou a chave na ignição e aceitou o destino que estava a sua frente,

Fez questão de trancar a porta para que nada a impedisse,

Já havia perdido muito tempo pesando as chances, precisava dele,

Por que o faria esperar quando poderia estar ao seu lado?

 

Não houvera nenhum outro homem em seu caminho,

Ela sabia que ele também a amava da mesma forma,

Deveria estar esperando-a com a mesma urgência,

Duas horas depois, estacionava em sua calçada,

Com ansiedade controlada e um sorriso de orelha a orelha,

Aquele que ela nunca conseguiu disfarçar ou apagar diante dele,

 

Aquele cujo qual ele era a razão principal da existência,

O resultado de todo o charme e encanto com que lhe dedicava,

Estava sem saída, o amava e agora ele teria certeza sobre o quanto,

O sentimento que o telefone denunciava agora seria certificado,

Pigarreou um pouco, tentando conter a felicidade estampada no rosto,

Dessa vez, superara as expectativas e empreitava para atitude mais ousada:

 

Vencer a si mesma, entregar tudo que sentia sem esconder-se em aparências,

Estar ali parada diante da imponência do prédio dele parecia mentira,

Cada detalhe nele parecia ter sido feito a sua espera,

- Você deveria ter visto como corri, parecia que estavam atirando em mim;

Disse ela, assim que o porteiro tocara o interfone,

- Imagino, deve ter sido difícil – disse ele, sem conter o sorriso,

 

Deve ter conseguido fugir dos quarenta por hora...- ele continuara;

- Ufa, andei muito mais rápido que isso, estou superando a mim mesma. –

Ela sorria com lágrimas no olhar, incapaz de conter a felicidade,

- Não sei como te explicar, mas parecia que eu fugia do sol, naquela hora,

Não sei se foi impressão, mas ultrapassei até mesmo a velocidade do vento –

Ela dizia, com um muxoxo, - apesar de não contar com uma arma engatilhada

 

Em minha direção, o vento se aproveitou de mim, um pouco –

Ela dizia e sorria ao mesmo tempo,  - isso só pode ser coisa sua mesmo – ele continuara,

- Mas não se preocupe amor, eu fugi jurando vingança, mostrei toda a minha força –

Ela dizia, - até tirei uma foto minha no reflexo do espelho para você conferir... –

Ela cortou a fala ao identificar uma sólida porta de aço que abria-se para ela,

Ela olhou-a assustada, era o elevador, ela correu para ele ansiosa,

 

Deixando o fone suspenso, ao entrar e procurar o botão para subir,

- Surpresa! Que dia é hoje? – Ele, gritou para ela, puxando-a pela cintura com o braço direito,

- Querido, eu olhei no calendário, sei bem que dia é – Ela respondeu envolvendo-o

Pelo pescoço com um beijo apaixonado e sedento, um outro braço envolveu-a por inteira,

Era o braço esquerdo dele que continha um buque de rosas vermelhas...


 

Um Estranho no Caminho

 

Ele era alto, lindo, inteligente e inexplicavelmente gentil,

Não eram as qualidades que ela esperava,

Era muito melhor do que desejava e acreditou ser capaz de encontrar,

Não fosse sua voz suave e aveludada, com aquele toque de prepotência,

Como se estivesse sempre descontente com o seu redor,

Ela não o teria encontrado naquela hora,

 

Poderia ter sido antes ou depois, mas fora na hora exata em que precisava,

Sabe aquela sonhada questão proveniente do destino?

Então, foi muito melhor do que isso, algo que apenas os olhos dele poderiam descrever,

Algo sobre o qual ela preferia deixar que as atitudes mostrassem,

Ela confiara nele de uma forma que poderia ser definida como cega,

Porém, ela abriu os olhos da alma, assim que o viu - é certo,

 

E olhou para dentro de si mesma, de repente, algo a fez mudar o foco,

Foram suas pulsações aceleradas pela proximidade dele,

Mais forte que o olhar desperto em sua alma fora seguir o que o coração dizia,

Bem, que estranho a imagem de um filme passara pela cabeça dela,

Mas naquela hora, ela já não conseguia mais pensar,

Algo a despertava para fora, algo ao qual ela não resistiria, não seria capaz,

 

Naquele instante, parou tudo que fazia, ficou estagnada na rua,

Admirar aquele homem com seu olhar, voz, gestos e tudo o mais,

Fez com que ela não precisasse de mais nada, admirá-lo parecia bastar,

Até que ele decidira cruzar por ela, sem desviar, olhando-a,

Porém, resistindo a aproximação, naquela hora algo chamara suas atenções,

Para ele, poderiam ser as batidas intensas do coração dela,

 

Algo audível, que gritava de dentro dela o que a voz não falava,

Mas para ela, fora o medo de perde-lo, o medo de ver-se distante,

Como se já não houvesse uma posição em que se colocar na vida,

Como se tudo o mais pelo que havia passado tivesse perdido a coerência,

Ela sentira necessidade de estar ao seu lado,

De seguir o que o destino parecera ter reservado a ela, ao colocá-lo em seu caminho,

 

Cruzando seus passos, unindo seus destinos,

Talvez tivera sido isso o que sempre desejara,

Pensando bem, se é que lhe fosse possível pensar naquela hora,

Ela parecera reconhecer a voz dele, de algum lugar, como se ressoasse nela,

Não na esfera de um sino, em que precisa esvaziar-se para ressoar,

Sem aquele efeito do badalo a ecoar em seus vazios para ser ouvido,

 

Não que ela se recusasse totalmente a ideia de estar vazia,

Sentira-se preenchida, assim que o vira passar na rua, e caminhara ao encontro do destino,

Mas diante dele, seus braços se abriram de forma estranha,

Sua mão sentira-se pequena, sua voz soava trêmula, algo a desconcertava,

Sentira que suas crenças, valores e tudo o mais vira-se incompleto,

E a resposta parecia estar passando por seus olhos,

 

Ela não poderia permitir que se afastasse não depois de tudo que parecera dizer,

Será que ele ouviria suas necessidades gritantes através dela?

De tudo que ele era, ela não se definiria como um mero reflexo,

Sabia seu valor, acreditava no que pensara ter interpretado nele,

Mas sentira que havia um lugar maior do que havia imaginado para ela,

E este lugar era em seu abraço, em seu encalço se fosse preciso,

 

Desejou cuidá-lo, abrigar-se a ele: abriga-lo, então, colocou-se à sua frente,

Ele, apesar de seguro, deixou seus olhos nublarem-se um pouco,

Os olhos dela brilharam mais ainda, pareciam querer iluminá-los,

Queria que todos vissem tudo que ela enxergava por meio dele,

Era início de janeiro, um novo ano havia recém dado início,

Para ser mais exata, era dia cinco, talvez fosse outono, sei lá,

 

Ela não desejava pensar muito, só desejara ser rápida para ser vista,

Sabe aquele instante em que tudo que você acredita fica a esmo?

Então, foi exatamente dessa forma com ela, temera o pior: perde-lo...

Seu coração estava aberto, sua alma pulsava entre os seus dedos,

Um carinho implorou para ser entregue, um abraço surgiu em seu instinto,

Um único desejo tomou-a por inteira de si mesma: pertence-lo,

 

Apesar de o sol já ter nascido há algumas horas, ela sentia-se tremula,

Bem, mas isso é uma história antiga que não precisa ser repetida nessas linhas,

As quais são deveras escassas para dar vazão a tudo que sentira,

Algo maior parecera brilhar naquela hora, e agora, a olhava,

A brisa fresca soprara uma folha seca contra seu rosto,

Mas isso não a ferira, ao contrário, fez com que ele se aproximasse dela,

 

A visse de uma forma que ela ousaria definir como, mais humana?!

Não tinha certeza, pois a palavra humana era frágil para descrevê-lo,

Mas parecia ser a palavra ideal, ao menos para aquele momento,

A folha seca caiu ao chão e fora levada pelo vento,

Agora pertenceria a uma outra história, definiria algum outro momento,

Que diferença faria quando tudo que queria estava a sua frente sorrindo?

 

Seu peito arfara sôfrego, ela desejara que ele falasse algo,

Ele parecia saber que atitude tomar naquele instante, tão... precipitado?

Peculiar demais para ser descrito com exatidão, suas buscas dela pareciam ter começado,

Aquelas buscas pelas quais ela acreditava nunca antes ter sonhado,

O destino, com sua sabedoria misteriosa, parecia estar conduzindo-os,

Guiando a ela e seus sonhos, as horas voavam para outra direção,

 

Desatentas demais para tudo que aconteciam naquele lugar,

Fossem definidas por aqueles dois pares de olhos famintos, expressariam segundos,

Para onde vai?-, ele a perguntou com voz rouca e desconsolada,

Os lábios dela estremeceram antes de falar, ele estaria inseguro?

Bom sinal, admitira a si mesma, então ela havia mexido com seus sentimentos?

Desta feita, ela poderia admitir ser tomada por uma sensação de segurança,

 

Um homem como ele, cruzando seu caminho: despertando-a, sendo desperto?!

A ideia era demasiada tentadora para que pudesse resistir ao fato,

Com um ar de graça, ela respondeu entre um sorriso tímido e um olhar atento,

Bem, estava pensando em ir comer alguma coisa, fazer um lanchinho:

Na loja logo ali na frente ou talvez no mercado, não sei ao certo,

O que você acha?, bem, aproveitando a deixa, gostaria de ir comigo?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Amor à Distância da Lua

 

Quando o sol se posicionou em um céu iluminado,

Marcando na lua quatro horas da madrugada,

As estrelas sorriram animadas, logo adormeceriam,

Os suspiros dos amantes se tornaram mais agitados,

Teriam pouco tempo para acobertarem seus medos no véu da noite,

Entrelaçaram seus dedos, de um jeito meio desapercebido,

 

Ficaram abraçados recostados um no outro,

Desejavam afagar a madrugada gelada,

Torná-la um pouco mais humana para o que sentiam,

Caso alguém queira duvidar sobre a frieza em que a lua se encontra,

Sugiro que dê uma olhada para o céu da noite,

E verifique se não é ela quem está sozinha, lá no alto,

 

Onde até mesmo a vista tem hora para encontrá-la,

Em um lugar distante escondida até mesmo das estrelas,

Onde apenas, em suas horas mais singelas, o sol pode tocá-la,

Se estar posicionada lá no alto a fez melhor que alguém ou algo,

Ela nunca tomou conhecimento sobre o fato,

Se estar sozinha presa em sua redoma intocável, a fez mística,

 

Bom, de alguma forma ela desejou abraçar a terra,

Acolher nela os medos dos namorados, devolvendo-lhes em sonhos,

Cada um dá de si mesmo somente o que tem,

Como poderia dar o que nem ao menos lhe pertence?

Mas a lua nunca desejou ser fria como aparenta,

Mesmo sendo feita de pedra acobertada por um gelo desforme,

 

Ela aceita se derreter sempre que o sol a acaricia,

Por mais que, às vezes, precise se esconder, ela sempre se rende,

Porém, para os que ambicionam se apossar dela,

Seria conveniente saber que ela gosta de estar onde está,

E talvez, não por mero acaso do destino, ela esteja no lugar certo agora,

Abrigada em sua aparente distância, escondida em sua frieza forçada,

 

A sugerir que cada qual deve saber escolher seu lugar e se posicionar,

Sendo ela margeada de pedras, talvez não tenha nada a esconder,

Mas nem por isso precise deixar de estar onde está,

O símbolo do romantismo pode ter se colocado distante,

Mas não significa que esteja desamparada,

As coisas são como são por algum motivo maior,

 

Sempre existem os que queiram se enganar pondo o amor longe,

Em algum lugar que imaginam nunca poderem tocar,

É certo que a lua está a sorrir deles, em deboche por seus medos infundados,

O que seria dela se não houvesse seus momentos de distância?

Tolos são os que empreitam em fuga estando o amor do seu lado,

Babacas, sãos os que duvidam de si mesmos,

 

Abraçando-se nos medos que deveriam entregar a ela,

Não percebem que assim ficam em débito com seus sonhos,

Qual é o motivo de colocar o amor distante de si mesmo?

Impedir o acesso a si próprio, se imaginando em outro lugar,

Querer que te encontrem como se você fosse um objeto ao invés de ser pessoa,

Se é tão curto o tempo para que desperdiçar com desalentos?

 

Desejar tocar a lua, quando deveria tocar a quem ama,

Achar que ela seria a única capaz de afastar a solidão da noite fria,

Quando o segredo se encontra nos dedos da sua mão em carícia,

Imaginar-se distante para distanciar-se não há nada mais errôneo,

Querer se colocar em um pedestal onde ninguém poderá te alcançar,

É ver o amor dissociar-se pelos vãos dos dedos sem nunca o tocar,

 

Elevar o amor a lonjura da lua é procurar em vão,

E não se reconhecer, nem compreender as batidas do próprio coração,

Tente imaginar sua próxima fuga, mas não esqueça do fator tempo,

A lua soube se posicionar da maneira como está por que contou com cada movimento,

E mesmo se colocando em uma distância segura,

Não caiu em lacunas de onde não poderia escapar,

 

Se ela decidiu amar o sol foi porque soube conquistar o seu amor,

Se estivesse a ignorá-lo, nem mesmo a terra teria onde se abrigar,

Seu aviso, ao que parece não está sendo levado a sério,

Há sempre aqueles amantes apaixonados que se prendem ao desnecessário,

Ignoram os detalhes expostos em seus destinos,

Os passos em que a própria vida os encaminha a seguirem,

Se a lua conseguiu se abrigar na noite para brilhar quando quisesse,

 

Pense que talvez, você possa se colocar tão distante que não tenha retorno,

Não importa se for pego ou não, não importa o quanto planeje,

A lua conta com fatores dos quais você não dispõe,

Não queira se colocar tão distante, você não é a lua não,

Nem queira procurar o amor nela, lá tudo congela e pode cair no vão...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Eu Te Amo Minha Vida

Eu o amo para todo o sempre e uma vida além,

Porque mesmo a eternidade seria pouco para ama-lo,

Me esforcei para demonstrar desde o primeiro instante,

No entanto, só não fiz mais porque senti medo,

O inseguro parecia pairar entre nós dois, pelo segundo que fosse,

Mas era o suficiente para eu ficar com receio,

 

Quando se ama com toda a alma e mais um pouco,

Creio que seja normal este tipo de insegurança,

Amar uma pessoa em meio à multidão, já deveria ser complicado,

Imagine quando se encontra aquele alguém com quem sempre sonhara,

Aquela pessoa que nem mesmo em seus sonhos você acreditara que existiria,

De repente, ela se faz palpável na sua frente, como você reagiria?

 

Bem, eu creio não ter sido diferente, estremeci, fiquei de pernas bambas,

Queixo caído, lábios trêmulos, o grande amor da minha vida, me olhava...

E mais que isso, dizia me admirar ainda, então ele não sabia o quanto eu sentia?

Ele se fazia de bobo, para me deixar mais estonteada? Aquela voz perfeita,

Cabelos fartos, rosto matreiro, gestos ligeiros, alto, corpo másculo...

Sabe aquela pessoa que tem completo domínio sobre si mesmo?

Então, ele era a perfeição em pessoa, e eu ali, inerte a admira-lo,

 

Me sentia uma tola, mas a perfeita tola, pois naquele momento seria sua,

Esta era a minha chance única, encontrar o amor da minha vida,

E ainda, ter a oportunidade de ser amada por inteira, não são todas que são,

E puxa, eu sabia que todas as mulheres se colocavam aos seus pés,

Mas, de todas elas, eu havia sido a escolhida, soubesse demonstrar a emoção,

Poderia, quem sabe, conquistar o seu carinho ao menos naquele instante,

 

Diante de uma pessoa a quem vemos tão perfeito, tão sublime,

Um leve toque dos seus lábios já seria o suficiente,

Guardaria comigo para toda a vida dentro do meu coração,

Onde ninguém poderia removê-lo, nunca, não importaria a forma,

Eu manteria este momento consagrado na minha alma,

Em qualquer parte minha, onde ninguém o tocaria, nem o tiraria,

Não que eu o quisesse com sentimentos possessivos, não era isso,

Apenas o amei sobremaneira sem que pudesse resistir ao sentimento,

Queria protege-lo, estaria errada em amar tanto deste jeito?

 

Quando se trata de amar muito, quando se alcança as estrelas,

Como poder pesar tudo que se sente e desejar controlar ainda?

Existe uma medida para amar sem medida?

Há uma forma de esquecer o gosto do beijo de quem se ama?

Só o que sei é que em cada telefonema eu esperava a sua voz,

Em cada olhar, eu desejei encontra-lo, mesmo que ao acaso,

 

Meu caminho foi árduo antes de alcança-lo,

Por onde andei sempre me perguntei aonde estaria,

O que estaria fazendo, se existiria alguém em seus sonhos,

Desejei fazer contato, me esforcei de todas as formas,

A verdade é que o amei muito antes de conhece-lo,

Mesmo que tentasse mentir sobre isso, não conseguiria,

 

Quando o sentimento é intenso demais em seu peito,

Ele transborda de alguma forma, não tem jeito,

Havia algo místico entre o meu destino e o dele,

Só precisávamos de um esbarrão, coisa de pele,

Sei que as palavras aqui estão injustas para o que eu sinto,

Eu o amo muito mais do que consigo expressar neste verso,

 

Até mesmo meus atos são incertos para este amor,

Afinal, nunca amei tanto assim, nem achei ser capaz,

A vontade que sinto é de gritar em alta voz

Para que todos ouçam o quanto sua ausência me fez mal,

Acerca da qual, nunca foi culpa sua, pois nem nos conhecíamos,

Como poderia ter sido, mas ainda assim, eu o amava feito uma louca,

 

Da mesma forma que o amo agora, bem, se fosse possível amar mais,

Eu o amaria com toda a certeza, mas eu já nem pertencia a mim mesma,

Era dele, toda e unicamente dele, espero não ser mal interpretada,

Quando se trata de palavras, nem sempre é possível dominá-las,

E frente a ele, eu podia admitir com clareza, eu não possuía o domínio de nada,

Quanto mais eu o conhecia, mais queria estar perto, fazer parte da sua vida,

E o amor que não cabia em mim, se divagava de todas as formas,

 

Queira Deus que em uma das minhas carícias eu pudesse demonstrar,

Sentia-me tão nula diante de tanto amor que em mim se derramava,

Se debruçava e dominava-me por inteira, ele foi e será a minha vida,

Como eu faço para trazer todo este sentimento para as palavras?

Admirava ele em todos os tempos e formas que a fala pudesse expressar,

Ele era perfeito na medida exata para se amar para sempre,

Sabe aquele tipo do qual já falei, o impossível de esquecer?

 

Pois bem, eu o encontrei e agora seria meu, se eu me sinto feliz?

Feliz demais, de um jeito que não haveria como traduzir,

Sei que fui repetitiva, mas em cada linha só me vinha a cabeça:

“Eu Te Amo, eu te amo, eu te amo para sempre minha vida”,

Ao considerar as palavras na linha, percebi caber mais um “eu te amo”,

Ao considerar o amor em minha alma, eu não conseguiria expô-lo.

Eu Sou Uma Danada

Sem o troféu “A melhor” Nem a miss mundo, Ou a garota modinha, Simplesmente, Datada “a perfeita” Intitulada “A grande g...