segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Um Abraço Apertado

 

Corri para o seu abraço apertado,

Mais que nunca desejei seu contato,

Toda a tristeza da briga anterior se esvairá,

Feito as lágrimas que se secaram por conta própria,

A dor também se partiu ficando distante de nós,

Não havia motivo para me apegar ao passado,

 

O que passou, passou, ele disse com um sorriso,

Seu rosto se iluminou e o semblante satisfeito,

Demonstrou o tamanho da sua felicidade pelo meu gesto,

Afinal, quem ama perdoa, por que eu me negaria a tal fato?

No mundo de privações em que vivemos,

Privar o coração de sentir é o ato mais repulsivo,

 

Não me sujeitaria a isso, amaria até o fim dos tempos,

Com todos os sonhos que tenho por direito,

Destituo-me por completa dessa espécie de opressão

Em que tudo se torna mais importante que sentir afeição,

Me entregar por mera atração a outro ser,

Ameaças baseadas em falsas promessas não me abastecem,

 

Da mesma forma que a briga ocorrera a dor se dissipara pouco depois,

Não houvera motivação que a dera início e o tempo se encarregara de finaliza-la,

Fala-se tanto em sustentabilidade seja a econômica ou qualquer outra,

Então, por que se rejeita a sustentabilidade conjugal?

Aquela em que se decide amar por inteiro, sem reservas,

E busca manter esse amor com o mesmo fervor que usara para conquistar?

 

A ideia de beijar outra boca depois de ter amado tanto me causa repulsa,

Rejeito por completo a ideia de me ver nua para outro olhar,

Me diga você, como se sentiria ao me ver feliz nos braços de outro?

A ideia te faz melhor? Pois, no meu ver me destruiria...

Me diga, amor, o que deseja de nós dois? Esquecestes que o amo?

Tive vontade de dizer isso enquanto o abraçava,

 

Mas preferi abaixar minha cabeça em seu peito másculo,

E sentir seu cheiro fresco, a ternura dos seus braços em meu corpo,

Todo o desgaste da briga anterior se via recompensado,

E o nome disso? Amor. Assim que cheguei ele notara minha presença,

Parecia pressentir que eu viria, eu era sua de forma restrita e ilimitada,

A questão individual quando se trata do amor de um casal,

 

Não consegue se acentuar em disposições sociais,

Por mais que eu tente me engajar, só consigo pensar em nós,

Como colocaria outro interesse em primazia, se o amo tanto?

Hesitei em pensamento, tentando entender meu aforismo,

Retribuí o abraço com força, desejei que nunca mais saísse do meu lado,

Privar minha liberdade de ama-lo com toda a alma beirava ao absurdo,

 

Será que eu estaria sendo pegajosa? A pergunta ressoava em meu interior,

Vazia de respostas e sem nenhum sentido para o meu coração sadio,

Talvez, fossem as ideias dele que estivessem equivocadas naquela hora,

Não as minhas, por que estariam? Seria pecado amar com tanta ternura?

Se entregar por completo a alguém, deveria haver restrições ao amor?

É certo que ambos tínhamos muitas escolhas disponíveis, não era?

 

Oportunidade para procurar outra pessoa não nos faltaria,

Não haveria como negar este fato substancial,

Então, por que eu me sentia presa e afugentada?

Seria pouco o amor que eu lhe entregava, por isso, parecia me afugentar?

Por medo? É certo que ele havia sido ferido no passado,

Mas então, por que não confiava em mim para cuidá-lo?

 

Seria ele tão prepotente, do tipo preponderante que não se queda?

O que haveria nele de tão grande que o fazia tão distante?

Eu usaria de todo o meu amor para curar cada uma de suas feridas,

Apagaria as marcas de batalhas com afagos e carinhos solenes,

Não mais do que ele quisesse, mesmo que com isso ficasse incapaz

De entregar todo o amor que dispunha, me restringiria por nós dois,

 

Sopraria em seu rosto suspiros de amor incontido,

Faria com que os ventos da mudança roçassem os seus lábios,

Ele nunca seria esquecido, eu não o deixaria sozinho,

Faria dele um sujeito passivo das benesses do amor,

Sem entender o motivo um sorriso brilhou em meu rosto,

Ele poderia ligar e desligar o efeito devastador com a ponta do dedo?

 

Indecifrável era a sensação de ter suas mãos inteiras sobre o meu corpo,

Me abrigando em carinhos desmedidos de alguém que esteve longe,

Mas retornou com doses de amor que nenhum outro olhar provou,

Sua habilidade em me fazer esquecer as brigas eram admiráveis,

Isso significava que nos amávamos e que duraria para sempre,

A dúvida que surgira instantes atrás estava longe, distante demais,

 

Talvez, em pouco tempo pudéssemos sonhar com nossa casa,

Quem sabe, o sonho de morar juntos poderia ganhar nova forma,

Os lábios que bebem do veneno da discórdia também podem acariciar,

Sempre que penso em nós dois me pergunto se não posso me esforçar,

Fazer mais do que faço, me superar, pela primeira vez o vejo como é,

E, não sem razão, essa é a parte mais surpreendente: não sei viver sem ele,

 

Se falo do nosso amor sem reservas é por não temer as críticas,

Não é apenas a confissão de um amor provindo da alma,

Nem mero acalento de ideias céticas e carentes de sentimentos,

Há sempre um propósito em tudo que fazemos,

Eu nunca entendi o que motivava o amor a estranheza,

Talvez, por ter sido sempre objeto de repulsa por temer a entrega,

Percebi isso, enquanto levantava a cabeça e encarava o seu olhar.


Ferida Por um Afagar de Dedos

 


A mão que afagou meu rosto em um gesto carinhoso,

Usando do meio a ponta de dois dedos bondosos,

Virou a palma e veio com toda a força para o meu lado,

Foram cinco dedos expostos em meu rosto enxuto,

Abri os lábios, fechei os olhos, uma lágrima caiu,

Incapaz de conter a dor que não sentiu nada ao me ferir,

 

Não diga nada, engula os soluços, esconda-se em um canto,

De preferência que seja escuro, não quero avistar seu pranto,

Gritaram os lábios que já haviam se derramado em amor,

Eu vou logo depois que você for quis retrucar com ardor,

Porém, de que adiantaria? Tome cuidado, pode haver retorno,

Ressoou dentro de mim sem que eu pudesse evitar o pensamento,

 

Coloquei a mão na marca vermelha em minha face,

Apertei um pouco, quis retirar o ato da minha pele,

Mas já era tarde, estava impregnado em minha alma,

Soluços rompiam dentro de mim, explodiam para fora,

As lágrimas embaçaram minha visão, não pude ver nada,

Mas reconhecia o caminho que me conduziria para outro lugar,

 

Longe do seu alcance, daquele amor jurado em falso,

Onde não me ferisse, onde encontrasse abrigo,

Havíamos trocado tantas frases sobre carinho,

Palavras vazias, agora, escorriam por meu rosto sofrido,

Desmanchadas em lágrimas sem respaldo para o ato,

Eu ainda me virei para trás, desejei um novo contato,

 

Mas ao procurar no fundo dos seus olhos, não pude reconhece-lo,

Eu acreditei em seu afeto, abri meus segredos, o dei aconchego,

Ao permiti-lo se aconchegar junto aos meus sentimentos,

Dei oportunidade para que fosse importante em meu peito,

Depois de conquistar minha confiança, destruiu-a num único ato,

Eram tão poucas as pessoas que eu permitia chegar perto,

 

Eram tão poucas as dignas de me verem como um livro aberto,

Apenas as que eu presenteava com uma caneta em seu aniversário,

Para que pudessem escrever em minhas linhas, de próprio punho,

Fazer parte de mim, sem as quais não me consideraria mais que rascunho,

Lhe dei a oportunidade, ele tinha nas mãos a escolha para agir,

Usou a mão que escrevia em minha história para me ferir,

 

Tivesse a caneta ao meu alcance a teria quebrado na sua frente,

Destruído cada chance sua de se aproximar de mim novamente,

Mas como agir depois que você considerou alguém como importante

E este mesmo alguém se volta contra você e decide agredir-te?

Desapareci para longe, desejei nunca mais voltar para aquele lugar,

Ficar fora do seu alcance era pouco, desejei estar fora da sua vida,

 

Soluçante, envolta por uma brisa amena, não desejei ser vista,

Minha visão estava embaçada pelas minhas lágrimas,

Não me permitiam ver com a desenvoltura de outrora,

Estava magoada, ferida, desejei ser tragada pela terra,

Abri a boca, ela doía, embora adormecida devido a força,

Minha pele não respondia, estava absorta em dor vazia,

 

Como cruzar pelos mesmos olhos que haviam me machucado?

Como encará-lo outra vez, ignorando tudo que havia acontecido?

Eu não perdi muito tempo tentando acompanhar seus atos,

Tentava explicar para mim sua ausência de sentimentos,

Sua mudança repentina e injustificável de temperamento,

Não bastasse nossa diferença em estatura e força,

Quis me diminuir movido pelo quê, um ato de bravura?

 

Apenas um tapa atingiu minha cara... tive sorte,

Há quem perda dentes, existem ainda as que perdem a vida,

Uma história inteira escorria embebida em lágrimas,

Por mais que tentasse estancar não conseguia,

Era forte demais, doía em demasia,

Por que não jogou na minha cara que me odiava?

 

Pensando bem, lembro-me de ele ter dito algo antes do tapa,

Porém, não consigo lembrar com perfeição,

A força abracou o sentimento e consigo, as lembranças,

Mesmo as lembranças boas estavam embriagadas no coração,

Envolta em lágrimas, que as consumiam de uma a uma,

Restaria algo de bom em que me apegar ainda?

 

Mais soluços rompiam o ar, agora audíveis,

Ferida por quem tinha compromisso em me amar,

Encontraria o amor nos braços de outro alguém?

Havia um espaço vago em mim e parecia me tragar,

Mas não era nada demais, eu resistiria, sabia disso,

Desistir nunca foi uma palavra que permiti ao meu livro,

 

Mas com certeza aquela brisa amena envolta a minha dor,

Parecia estar nublando o passado com um ponto de dúvida,

Minha angústia saiu do fundo de mim e gritava aos meus ouvidos,

Me sinto em pânico, ferida pelo amor, em quê me abrigar?

Sequei a face com um dedo apenas, coloquei uma vírgula,

 

Eu poderia pegar todos os que me ferissem, fosse como fosse,

E condenar a exclusão do livro da minha vida para sempre,

Condenando a um passado nunca mais repetido,

Diante disso, o que restaria da minha história em um futuro?

Milhões de frases vazias com algum conteúdo e sem rosto?

Esquecer, amar, perdoar sempre fez parte das minhas linhas...

É certo que há sempre um outro jeito...

Mas a dor me amortecia por fora, por dentro eu não saberia precisar, e agora?


O Primeira Beijo

 

Quando o amor cruza o nosso destino,

Não há pedra que permaneça no caminho,

Ou forma de desviar daquele calor nos olhos,

Aquele algo que nos leva aos seus passos,

Se você nunca caiu nas garras do amor,

Acredite cedo ou tarde isso tende a acontecer,

Mesmo que você não o procure ou até evite,

 

É assim com todo mundo, e comigo não foi diferente,

A declaração não contém sentença absoluta,

Porém, retrata a mais perfeita verdade,

A última vez que conheci o amor, digo: a primeira,

Ele chegou ao meu ouvido com um tom de neutralidade,

Quisera eu ter fugido na primeira alternativa,

 

Mas seu tom adocicado possuía algo de profundo,

Em que dos meus fios de cabelos a pele que cobre o meu corpo,

Senti arrepios me percorrendo como se me penetrassem,

Me senti nua de qualquer dúvida que fosse,

Toquei em seu braço sem me virar para ele,

Era a nossa chance de apegar-se a algo pintado em tons diferentes,

 

Naquele momento, eu não desejei fugir com toda a pressa,

Me apegar a qualquer outra coisa, evitar encarar seu olhar,

Mas mesmo assim, permaneci de costas,

Seu toque possuía um calor que me deixava desperta,

Desejei a segurança do seu corpo em mim, envolta,

Algo nos esperava mais adiante e eu queria chegar lá,

 

Fechei os olhos por um instante, com um pedido em minha alma,

Roguei a Deus que ele sentisse o mesmo por mim, eu o queria,

Mesmo sem ver seu rosto, sem analisar beleza, nem nada,

Sabe quando há aquele sentimento que nos chama

Sem que haja meios de se evitar o contato? Foi dessa maneira,

Por quê, em primeiro lugar, ele esperava tanto? Será que oscilava?

 

Um segundo a mais sem contato visual e eu estava insegura,

Já havia levado tantos foras pela vida afora,

Que parecia que este era o destino que as estrelas haviam me reservado,

A rejeitada, era assim que me sentia naquele lugar ou fora,

Aquela que nunca atinge as expectativas, que está sempre fora de contato,

 

Mas, naquele instante, alguém havia me tocado,

Embora eu não entendesse ao certo, me senti vulnerável,

Teria, ele, se aproximado de mim tão sorrateiro com a única intenção de ferir?

Uma lágrima brilhou em meu pensamento e acelerou meu peito,

Mordi a boca por dentro quis sentir o gosto do sangue me invadir,

Se a intenção era machucar, pois bem, havia conseguido...

 

Olhei para o lado esquerdo, em um ponto obscuro a minha frente,

Com certeza ele soltaria meu braço, com sorte eu nem veria a sua face,

Suspirei insatisfeita, com um chacoalhar de ombros quis me desvencilhar,

Não me sentia bem daquela forma, mas mesmo assim não olhei para trás,

Haveria nisso algo de muito assustador para ser evitado?

Algo que fizesse com que eu ficasse ainda pior do que já estava?

Seja como for, me frustrava, era assim tão duro o amor?

 

Ele continuou a me segurar com uma firmeza medida,

Se aproximou um pouco mais de mim e falou, agora em tom rouco,

Aqueles segundos meus de impaciência foram recompensados,

Sentir seu hálito quente sobre os meus cabelos soava como um afago,

Seu calor era másculo e arrepiava minha nuca, estava numa enrascada,

Havia evitado o amor até aquela hora, mas agora meu relógio biológico chamava,

 

Com um tic tac ensurdecedor e louco tilintava dizendo que era a hora,

Hora de mudar um pouco, de dar uma chance para mim mesma,

A voz dele chegava feito um afago não conseguia ouvir ao certo o que dizia,

Com um grunhido rompi seu discurso reclamando do barulho alto do lugar,

 Agora eu sentia pressa, desejara ser beijava, desejei avistar o seu olhar,

Queria a surpresa de viver um amor sem apegar-me a forma física,

 

Algo que os apaixonados definem provir da alma, a minha embriagada,

Deveria estar a gargalhadas dentro de mim, mas não dizia nada,

Depois de procurar em mim uma saída daquela situação desajeitada,

Ele me virou com um único movimento curto e sincronizado,

Com um gesto perfeito que parecia ensaiado, minha preocupação se esvaiu na hora,

Ele era muito mais perfeito que imaginei, seu olhar tinha um brilho...

 

Mais intenso que a minha imaginação foi capaz de inventar,

Mais iluminado que o sol do dia depois de semanas chuvosas,

A centímetros do seu corpo, podia sentir cada músculo,

Senti que poderia prever cada um dos seus movimentos,

Ele me olhou profundamente e eu esperei seu sorriso se derreter

Em um beijo penetrante daqueles que nunca se esquece,

 

Ele não o fez, sorriu de forma mais intensa enquanto movia a cabeça,

Inclinou-se sobre mim, e parou como se respirasse meu ar,

O ar que ele inspirava era meu agora, o meu o pertencia,

O beijo que se seguiu foi o mais inesquecível em nossas bocas,

O mais perfeito, o mais verdadeiro, ainda posso senti-lo,

Nos entreolhamos, recuamos um pouco, recuperamos o ar,

E repetimos por mil vezes seguidas, seguros um nos braços do outro.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Mais Que Um Olhar Especulativo

Ele acreditou que podíamos dividir a mesma casa

E ainda ignorar um ao outro, se enganou um pouco,

Eu faria uma reviravolta me recusaria a ser rejeitada,

Se desejava amar aos poucos então tivesse me evitado,

Amor de momentos não preenche almas inteiras,

Eu poderia ser tudo menos vazia em meus sentimentos,

 

Jamais permitiria escapar pelos dedos quem conquistei com carícias,

Será que ele havia prestado atenção em nossas juras de amor?

Como esqueceria o sentimento que usou para me conquistar?

Teria sido tão falso seu sorriso quando se abriu aos meus olhos?

Embora desejasse não me preocupar em mantê-lo, me preocupava,

Eu havia entregado meus sentimentos, aberto a ele os meus segredos,

 

Então agora, nada disso mais parecia importar?

Promessas apaixonadas condenadas a esfera do passado,

Sonhos a dois quebrados ante a luz do olhar,

Que faríamos quando até mesmo esse brilho fosse apagado?

Se ele nunca desejou me amar pela vida toda,

Por que seu esforço em conquistar meu amor?

 

Teria sido tão mais fácil ter mudado a rota da história,

Não ter tocado meu rosto na hora em que eu mais precisava de carinho,

Não ter feito aquele semblante cabisbaixo e aquela fala vazia,

Que ao ressoar aos meus ouvidos me despertou para algo,

Fez-se tão ensurdecedora a sua fala que não tive como ficar parada,

Por mais que tentasse me desviar, sempre se colocava em meu destino,

 

Era como se o pôr do sol passasse a queimar o mato em que se punha,

Era como se buscasse se esconder ao invés de iluminar o firmamento,

Era como se as coisas tivessem mudado a trajetória,

De repente não era mais o amor que ditava o caminho,

Mas imagens feitas e postas no lugar em que haveriam pessoas,

Histórias sem rostos falando de todos como se fossem reflexos,

 

A impaciência tomava seu semblante e eu a refletia lá fora,

Alguém teria que mudar aquele caminho errôneo

Que se desenhava para todos sem que houvesse reservas,

Eu desejei com toda a alma fechar a cara para o amor,

Não dar sempre as mesmas respostas para perguntas incertas,

Mas quando o destino está cruzado quando se pode negar a isso?

 

Me coloquei pelos cantos, buscava regras em que pudesse me abrigar,

Mas não encontrava nada, o mundo parecia girar ao contrário,

E este giro refletia em meu olhar, me deixava tonta, trôpega,

Embora tudo acontecesse lá fora, ele conseguia de um jeito estranho,

Se manter fora de tudo, a esmo, sem ser atingido por nada,

Algo não estava certo e eu sentia-me em pânico completo,

 

Até o bizarro fazia mais sentido que permanecer ereta,

Nunca fui a pessoa mais distante e estagnada do mundo,

Mas também, nunca imaginei fazer um papel tão basilar,

Mesmo desejando escapar a todo custo, me via em seus olhos,

De reflexo, eu estaria escrevendo minha própria história?

Com um suspiro me levantei e saí para fora sentir o vento,

 

Eu poderia ter preferido ficar trancada dentro de casa,

A espera de uma alma confortadora me libertar o pensamento,

Mas nunca fiz o tipo de mulher que aceita sem pensar,

Quando ele passava por mim esbarrando por um canto e outro,

Estivesse bêbado ou não eu nunca fiz questão de me aproximar,

Sentia que algo maior se desenhava a minha frente a passos incertos,

 

É tão triste o amor quando se transforma no contrário das promessas,

Mas diferente dos outros eu ainda carregava meu sorriso,

Embora, sem tê-lo ao meu lado eu sentia que ficava desnuda,

Era como se as pessoas tivessem curiosidade sobre o meu corpo,

Todas pareciam me olhar e ficarem despertas,

Bom, guardo todas as minhas expectativas em meu cérebro,

 

Não queria chamar a atenção, nem mesmo ser encontrada,

Para minha sorte a pressa dele tirava seu olhar dos meus atos,

Eu preferia ficar as sombras dos holofotes, sem ser notada,

Acho que ele havia percebido isso, então, me deixava de lado,

Eu odiava parecer insignificante, mas era assim que me sentia,

Cobrava atenção e recebia em troca migalhas de carinho,

 

No caminho em que andei a procura da sua alma,

Embora nunca tenha sido importante também não caí ao acaso,

Preferi acreditar nisso quando me identifiquei com suas carícias,

É certo que o brilho intenso dos seus olhos me deixou cega por um segundo,

Mas me isolar não pareceu a atitude mais adequada,

Não tendo ele, assim tão perto de mim, quase ao lado,

 

Dali onde estava posicionada eu poderia sentir que seu olhar se movia,

Embora parecesse partir para longe, parecia estar ao meu contato,

Aquela sensação de controle descontrolava minhas ideias,

Acho que sempre foi mentira tudo que houve entre nós dois,

Mesmo ante aos meus desejos, sempre procurei usar a cautela,

Não abusei mais do amor por que ele se recusou a sonhar comigo,

 

Mas embebi em afagos cada atitude e palavra dita,

Se não fiz melhor foi por que estava distante demais do meu afago,

Lembro de ter ido longe buscar seus carinhos e suas juras,

Lembro de ter concordado e acreditado em tudo que ressoou dos seus lábios,

Mesmo que a concordância não tenha passado de um mover de cabeça,

Por que duvidaria, o abracei achando estranho tanto conforto,

 

Combinamos que nosso amor quebraria os segredos da alma,

Romperia qualquer obstáculo que se pusesse em nossos passos,

Como imaginaria que seria ele o primeiro a repelir nossas promessas?

Estremeci ao seu lado, ele estreitou os olhos, especulativo...

A Voz Do Silêncio

 

Mesmo distante pude ver sua expressão se transformar,

Eu sei que ele esperava que eu lhe desse uma resposta,

Mas meus lábios mexeram-se tentando dizer algo,

Porém, meu sussurro soara fraco demais para ser ouvido,

Encolhi os ombros, incapaz de encarar seus olhos castanhos,

Uma névoa havia tomado minhas ideias, preferi o silêncio,

 

As horas passam mais devagar que o de costume

Quando se está a esperar por alguém,

Mas quando este alguém está ao seu lado o tempo voa,

Vai parar tão longe que se torna incapaz de ser medido,

De vez em quando, eu arriscava um olhar incerto,

Queria enxergar além da expectativa que eu havia criado,

 

Será que no fundo daquela alma estranha haveria algo?

Seus gestos e palavras ensaiadas pareciam inconsistentes agora,

Seria difícil demais para mim admitir que cometi um engano?

Fiz inúmeras tentativas de me aproximar, todas repelidas,

Minhas intenções embora fossem boas, encontravam sua recusa,

Havia algo mais dentro dele, algo que parecia me assustar,

 

Tentei fingir que não me importava com o fato,

Que o esqueceria como se nunca o tivesse encontrado,

Desviei o olhar e me concentrei em meu coração,

Ele soava tremulo como se seguisse o seu coração,

Haveria algo maior que eu a me ligar a aquele homem?

O que poderia soar mais forte que meus sentimentos?

 

Tentei me deixar singular, desejei ficar orientada,

Dar um destino bom para as minhas ideias falseadas,

Mesmo estando dividindo a mesma sala, ouvindo as mesmas músicas,

Nossas ideias trafegavam a milhas de distância umas das outras,

Eu fingia ouvir as músicas a ressoarem pela sala vazia,

Ele fingia que gostava daquele efeito estampado em nossas caras,

 

Embora ouvisse as músicas que mais gostava, não registrava nada,

Mesmo as frases mais bonitas pareciam carentes de razão,

Esperava um olhar dele ao menos, uma similaridade de emoção,

Aquele toque que me fez apaixonar a primeira vista,

Mesmo que agora parecesse emudecido por não dizer mais nada,

Talvez, ainda estivesse guardado em minha alma e pudesse ser desperto,

 

Mas ao vê-lo tão distante de nós dois percebi que era pouco provável,

Tudo que havíamos imaginado agora beirava ao imaginável,

Talvez nunca tivesse saído de lá, eu que havia sonhado além,

Acreditado nos sonhos que via registrado em seus olhos, embora vazios,

Da minha parte, eu torcia para um final feliz entre nós,

O que mais se pode desejar a quem se ama e conhece por tanto tempo?

 

Da parte dele, confesso que não sei, soava sempre tão disperso,

Algo parecia se aproximar dele, algo que não era eu e nem seria,

Ele abria possibilidade para tudo, mas me mantinha na retaguarda,

Como se fosse aquele gol de escanteio que desejava marcar a vitória,

Um momento único e decisivo, guardado para o final da história,

Para decidir o empate e enquadrar a bola no ângulo certeiro,

 

Jogada ensaiada não preenche vazios de um coração desfeito,

Embora tentasse me recompor, não conseguia, estava ferida,

Com os olhos na música e o pensamento em um ponto do futuro,

Eu saí da periferia do seu campo de vista, me coloquei em outro lugar,

Mesmo o ambiente de uma sala vazia continha algo mais que nós,

Várias vezes o olhar dele foi me procurar, mas não me encontrava,

 

Ele se mantinha distante demais para se aproximar de fato,

Desistiu depois de poucos minutos, menos que levou para me conquistar,

Acho que ele não deveria mais recordar disso,

Este dado havia se perdido em memorias guardadas em minha alma,

Ele parecia estar contente com relação a algo,

Notei pelo canto do olho, me permiti relaxar não poderia fazer nada,

 

Nunca se é dona dos pensamentos de alguém,

Isso se evidenciava muito entre nós dois,

Quando me aproximei havia acreditado que ele seria diferente,

Quis me apegar a isso para não admitir a grosseria do meu erro,

Talvez eu o conhecesse mais do que havia admitido,

O ar pesava entre nós, parecia nos estagnar no assoalho,

 

O silêncio embora já não fosse constrangedor como antes,

Não cooperava com a ideia de aproximação de outrora,

O tempo não passava mais depressa como fora outra vez,

Eu me dava por satisfeita por não precisar criar uma dor de cabeça,

Tentei passar as músicas uma após a outra em pensamento,

Mas nenhuma me dizia mais que a anterior,

 

Meu interesse já não estava mais evidente como já fora,

Pelo menos, ele olhava para outro lugar, mesmo distante do meu olhar,

Nem amor, nem paixão pareciam nos unir agora,

Estávamos mais distantes que nunca de nossas ideias,

Sonhos era algo que ninguém ousava pronunciar,

Mesmo na penumbra de um pesadelo, ninguém ousava falar.

Direções Opostas

 


Eu desviei o olhar sem nenhuma pressa,

Embora tivesse medo de admitir o que sentia,

Era algo mais forte que eu, não pude evitar,

Contudo, desviei o rosto para a direita,

Poderia definir-me um tanto cabisbaixa,

Quando o amor chega de repente, as vezes assusta,

 

Não por ingenuidade, mas por não saber o que fazer,

Amar embora pareça tão simples não acontece sempre,

Sorte de quem encontra o amor pelo caminho,

Mais sorte tem quem o consegue manter ao lado,

Quando tentei falar algo que pudesse contata-lo,

Minha voz soou grave, havia masculinidade em meu tom,

 

Mesmo nunca tendo sido a pessoa mais feminina,

Naquela hora isso não me trouxe positividade alguma,

Eu nunca ouvira falar que o amor mexe com o interior

De forma tão intima a ponto de nos fazer juízo de tudo,

Do que fui, sou ou serei, mas não me permiti abater por isso,

Essa era uma opinião minha, talvez ele viesse a discordar disso,

 

Se ele me amasse realmente o que importaria os meus defeitos?

Quando o avistei na minha frente nada me pareceu tão imperioso

A ponto de me fazer buscar desviar o caminho ou mesmo evita-lo,

Muito provavelmente, ele seria diferente de todos os outros,

Aqueles que sempre visavam uma imagem perfeita ao invés

De uma mulher simples, queriam um retrato não um ser humano,

 

Minhas mãos tinham calos de jardinagem, eu gostava de flores,

Talvez ficassem arredias a maciez que percebia em sua pele,

Naquele instante minha timidez colocou todos os empecilhos possíveis,

Até considerei minhas roupas surradas um tanto desajeitadas,

Mesmo elas tendo um caimento tão bom em minhas formas,

Olhei para as minhas unhas roídas e o vermelho que saia na ponta,

 

Não resisti levei-as a boca, por que não havia tirado a cutícula?

Havia gosto de terra em meio as minhas mãos suadas e tremulas,

Tropecei em meio a calçada, meu pé suado resvalava no calçado,

Um tremor estranho percorreu meu corpo de forma inusitada,

Parecia que conforme ele andava ao meu encontro,

Todo o restante do mundo caminhava para outro endereço,

 

Eu desejei do fundo do coração que este não fosse um sinal do destino,

Será que a falácia sobre o amor não passava disso?

Palavras jogadas ao vento com a intenção de atingir algum desprevenido?

Naquele momento, ninguém estava mais desatenta que meu afeto,

Me acertou em cheio, alvo ensaiado, tiro certeiro no peito,

Todos que me olhassem poderiam vê-lo refletido em meus olhos,

 

Eu não conseguia olhar para nenhum outro lugar, só via ele na minha frente,

Reduzi meus passos, poderia ter parado, mas o desejo de continuar foi mais forte,

Olhei-o frente a frente, embora a calçada fosse íngreme,

E eu mais baixa em estatura, dentro dos meus 1,60 de altura,

Podia enxergar no fundo da sua alma, era como se eu pudesse vê-lo intimamente,

E o que vi lá dentro me chamou a atenção, me fez desejar me aproximar,

 

Havia algo guardado dentro dele que eu desejei despertar,

Sempre caminhei segura em meus passos, apenas desejava paz e sossego,

Mas ao vê-lo seguindo firme para o meu caminho, quis mais que isso,

Quis arriscar tudo, me sentia viva por amar dessa forma,

Muito provavelmente, ele fosse passar por mim sem nem ao menos parar,

Talvez ele desejasse algo mais singelo e ao alcance de suas mãos,

 

Embora eu me sentisse apaixonada, não desejava ceder tão facilmente,

Haviam tantas opções mais fáceis, mais tendenciosas ao seu alcance,

Eu gostava de passear durante o dia e reconhecer ambientes,

Mas, feito a lua, eu preferia o aconchego da minha casa durante a noite,

Me considerava como alguém cheia de manias e independente,

Não seria o tipo de pessoa seduzível e disposta a depender de alguém,

 

Nunca fiz o tipo de mulher que cede aos desejos para agradar,

Sempre procurei controlar meus impulsos para ver o resultado,

Mas tudo indicava que neste dia minhas ideias seriam postas a prova,

Eu podia ouvir sua respiração era como se ele estivesse falando comigo,

Olhei-o com mais atenção e tudo parecia rodar na minha cabeça,

Havia a possibilidade de um olhar falar tão alto a ponto de eu senti-lo?

 

Foi então que me atentei para o seu rosto, uma linha de expressão

Moldou sua face perfeita, respondi com um sobressalto no coração,

Estávamos de frente um para outro, em direções opostas,

Poderíamos cruzar nossos destinos sem nem ao menos nos falar,

E isso nunca se tornaria uma história contada para outras pessoas,

Talvez ficasse guardada em nossas memórias e com o tempo se apagaria,

 

Quando o amor parte ao nosso encontro nos coloca em uma encruzilhada,

Em que as possibilidades são inúmeras, e isso me deixava insegura,

Seu porte físico foi o que menos captou meu olhar,

Eu nunca havia notado isso, mas há instantes em que outras coisas

São tidas como mais importantes que a beleza das nossas formas,

Apesar de sempre preferir trafegar no caminho das sombras,

 

Naquele dia eu desejei me arriscar a luz do seu olhar,

Mesmo sem ter ideia do que fazia, desejei mergulhar em sua alma,

Eu não brinco quando falo sobre o quanto ele foi especial,

Meu tom pode possuir uma pontada dolorosa, mas, nenhuma repulsa,

Será que ele possuía ideia sobre o quanto seu ar era jovial?

Aquela espécie que faz você se sentir uma menina indefesa...

Ele parecia conseguir dominar meio mundo em um segundo,

Será que faria isso comigo quando eu estivesse em seus braços?

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Aonde Você Não Possa Alcançar


 

Me desculpo, mas não entendo este seu riso,

Embora seja bonito e me faça sentir melhor,

Ele parece fora de hora, deixa um tanto tensa,

As atitudes veem e vão mas fica a repulsa,

Me recuso a entrar nesse ambiente escuro,

Em que você joga e não há nenhum ganhador,

 

Eu tento entender ou disfarçar o que sinto,

Me esforço para fazer com que se sinta melhor,

Mas me vejo cair em meio ao nada, me sinto falha,

Sabe aquela hora em que nada mais te faz companhia?

Eu passei desta hora, e a solidão me pegou desprevenida,

Sem que eu pudesse contê-la, veio e fez em mim sua morada,

 

Embora soe estranho, considere que nesse meio tempo você não estava,

Engulo em seco a onda de sentimentalismo bobo,

E apenas desejo ir embora para algum outro lugar,

Onde nada além da solidão consiga ficar ao meu lado,

Estou cansada de tudo, me perdoe por desabafar tão sôfrega,

Eu poderia molhar os lábios, embeber as palavras em algo bonito,

 

Mas não sou dada a disfarçar sentimentos, poetizar a vida,

Me encolhi no lugar de costume, lá onde você não sabe onde fica,

Quem sabe aqui eu possa me sentir bem, um pouco menos fraca,

Me acostumei com sua ausência como farei com sua presença?

Sinto um alívio a cada vez em que você confunde meu nome,

Mas isso não diminui o horror de quanto você se impõe,

 

Embora eu não possa ver seu rosto, eu sei que tem me evitado,

Com aquele seu famoso dar de ombros, um tanto vago,

Se gosta tanto de se afastar de nós dois, por que me provoca?

Se foge de nós dois feito um louco então por que se aproxima?

Eis o grande apaixonado do momento, somente naquela hora,

Me perdoe o tom sarcástico, mas não consigo evitar o escarnio,

 

Às vezes, sinto que posso ouvir seus passos se movendo,

A forma como você se coloca em meu caminho,

Alguns provavelmente dão apoio a este tipo de sentimento,

Mas eu simplesmente rezo para que erre dos meus passos,

Se coloque em uma distância razoável do meu destino,

Bem, não fique triste, agora hesito em meu esconderijo,

 

Você sabe como eu reajo a esta questão de sentimentos,

Nunca seria capaz de deixar você vagar por aí sozinho,

Mas então, por que você não escuta o que eu te falo?

Por que fecha os ouvidos para tudo o que eu te digo?

Não bastou meu amor digno e fiel para contigo?

Posso estar me colocando, agora, contra todos,

 

Não quero pôr em risco o meu disfarce, me deixe aqui sozinha,

Embora a solidão não seja a melhor companhia,

Quero a todo custo evitar um confronto desnecessário,

Em que tudo seja jogado na cara e usado em desfavor,

Poderia ficar por horas aqui escrevendo, como estou agora,

Eu gosto de expressar o que sinto, de como as palavras ficam boas,

 

Conforme rascunho as palavras posso ouvir suas respostas,

Me faz bem, ressoar o som da sua voz aos meus ouvidos,

Embora, seu semblante me deixe gelada, paralisada,

Você encaixa bem as frases, mas esquece de atuar nos atos,

Não que isso fizesse muita diferença entre nós agora,

Aqui, onde estou, você não poderia me encontrar, eu acho,

 

Eu sinto algo além de nós, algo inesperado que me espanta,

É como se não fossemos feitos um para o outro,

Da forma como, de fato nunca imaginamos, mas não nos foi negada,

Fico aqui no chão imóvel, tentando conter a dor,

Embora me esforce não gosto mais de permanecer escondida,

 

Eu não sou a única a reagir de forma negativa ao amor,

Sinto uma rejeição que vem de todos os cantos, não há como negar,

A cada gesto negativo seu, me sinto escapar pelos lados,

Já estou tão distante, não pode me ver ou me tocar agora,

Então, por que me sinto assim tão mal, parece que ajo errado,

Consigo perceber que você não se encaixa em minha vida,

 

Então por que este medo de partir para um outro amor?

Por que me sinto presa a nós dois como se estivesse algemada?

Você não sente que estou em frangalhos diante dos seus olhos?

A sensação de amor vai desaparecendo devagar,

A cada vez que me vê sofrer e não faz nada, fica calado,

Espio do meu esconderijo, com um virar de cabeça,

 

Apesar de não conseguir ver nada, o sinto perto,

Desvio o olhar com pressa e uma certa náusea,

Permaneço abaixada, não quero proximidade nesse momento,

Sua voz grave parece falar alto demais para eu rejeitá-la,

Eu não quero ouvi-lo, só quero um pouco de paz e sossego,

Por mim tudo bem, fico aqui até que vá embora,

 

Não tardará a acontecer isso, ele se dará por vencido dentro de minutos,

Mesmo sendo a única com capacidade para entender sua fala,

Não sou tola o bastante para acatar sem refletir sobre o assunto,

Ouço-o com atenção redobrada, mas não sinto nada,

O que ele está fazendo comigo, o que deseja obter de nós?

Eu nunca havia notado isso, mas não consigo o amar como noutrora,

Embora não possa ver seu rosto, o sinto como um assombro.


Depois do Fim

Marta piscou algumas vezes, Tentou entender O que houve, Se viu dentro do carro Esmagada contra o chão. Estava imprensada ...