Ora, meu
bem,
Não defina
coincidência a ideia de pessoa
Mais ser
humano,
O fato é que
quando beijei sua face,
Amei-o e
descobri-me como mulher,
O que
invariavelmente aponta para uma dissolução,
A de que eu
pessoa perda minha individualidade,
Sim, lhe
digo cansei de me ver com a mesma emoção,
De olhar
minha face e não te ver,
Prefiro que
em meu semblante eu o reflita,
Que ao
escolher fazer algo eu o veja,
Bem, o que
diria se eu o fizesse de objetivo?
Se o visse
acima de todo o ser ou indivíduo,
Não defina
isso de funcionarização,
Ou seja,
aquele tipo de pessoa que presta-se,
Eu sou mais
que uma prestabilização,
Queria ser a
única a lhe aquecer a pele,
Aquela que é
mais que um pedaço de algo,
Sabe, quero
ver-me por inteira em você,
Desejo tanto
que me veja da mesma forma,
Seria
estranho se eu lhe pedisse para fazer parte,
E se neste
fazer parte da sua vida eu me desse por inteira?
Bem, as
palavras se colocam a esmo,
As note, meu
bem, mas neste esmo há um destino,
Que não seja
ao final, é pedir muito?
Gostaria de
um agora para nós dois,
É tão
difícil a dor que só se cala ante a morte,
Tão
intolerável que se prefere nela um aceleramento,
Bem, não
quero senti-la,
Quero
esquecer que um dia sofri a espera-lo,
Prefiro me
entregar a você sem a ideia de um fim abstrato,
Antecipar o
fim de um destino é traiçoeiro,
Aqui expresso
as palavras nas quais traço um caminho,
Frases negativas
se atraem,
Meu bem,
odiaria em você o pessimismo,
A
incurabilidade é um dos conceitos mais duvidosos,
Acha que há
nela um amor irremediável?
Uma espécie
de sentimento que não se acabe,
Vejo isso em
sua face,
Não me
indague se estou doente,
O amo, veja
isso está descrito em cada frase,
Prolongar a
vida também é viver,
Mas porquê
adiar o que não se pode evitar,
O amo e
quero estar com você,
Me desculpa
se desejo que sinta o mesmo?
Odiaria ver
em nós dois campear a impunidade,
Um amor que
ama e outro que sofre...
Talvez, se
você desistisse de olhar para os lados,
De procurar
por sentimento de onde não vem,
Quem sabe se
me visse por inteira...
Não me veja
como um amor fraco,
Onde
qualquer desviar de olhos leva-o ao fracasso,
Se algum dia
desviar dos meus lábios seus beijos,
Desde que
não procure outra boca é claro,
Não irei
cair,
Não, eu não
seria capaz de fazê-lo sofrer assim,
Mas veja meu
bem, aos fracos provêm os vícios,
Não faça do
torcer o rosto um costume,
Não, entenda
eu não me recuso a estar aqui para sempre,
Mas, existem
coisas incuráveis no destino,
Quem desvia
facilmente erra o caminho,
Um esbarrão
e será então maior que uma ameaça,
É assim o
amor não é?
Ele é mais
que uma espada de Dâmocles,
Talvez seja
uma ordem de entrega imediata,
Mais que uma
assinatura de garantia,
O que rouba
o beijo espera,
Mas depois
se desespera,
Assim o é,
então não me vira o rosto,
Quando eu
for beijá-lo,
Se o for
você me promete não se desviar?
Se uma vez
sua boca for silenciada,
O beijo não
se é dado feito uma dívida,
Se é amor
opto sempre por lhe absolver,
Beije-me com
toda alma,
Apenas e
sempre que o quiser,
Quem ama alguém cuida,
Aplica em
cada instante o verbo cuidar,
Aliás, meu bem: Amo Você!
Que esta
frase não se sirva da loucura,
Caso
contrário,
Junte cada
uma destas letras,
Sopese-as
uma sobre a outra,
Então, as
guarde na sua carteira,
Sempre vejo
nela o que mais lhe importa,
Porém, caso
deixe de importar...
Ah, lembrei
de algo a lhe dizer,
-Deixe de sentar-se sobre ela,
A carteira e
bem, com ela a frase.