domingo, 24 de janeiro de 2021

Parada na Encruzilhada

Tudo, de repente, ficou subitamente leve,

Como se flutuasse para algum outro lugar,

Onde eu, com certeza, nunca iria estar,

Tão longe quanto a vista poderia alcançar,

Impalpável por mais que eu quisesse pegar,

 

Tudo passava tão rápido quanto um piscar de olhos,

Eu me sentia, estagnada, como se estivesse parada,

Um frio intenso parecia me pegar pelo braço,

Me sentia rígida, trêmula, sôfrega, faltava o ar,

Como se em tudo aquilo, eu não passasse de reflexo,

Me sentia distante, não parecia me encaixar em nada,

 

Do que eu ouvia ao que enxergava havia um abismo,

E eu estava a um passo dele, prestes a cair em queda livre,

Em um vazio escuro e infinito sem nunca encontrar abrigo,

Minhas forças esvaiam-se feito água pelo chão escorregadio,

Passos curtos para o destino certo e traiçoeiro que me esperava,

Ao meu redor sentia vibrações de corações famintos,

Mesmo o meu pulsar já não correspondia as expectativas,

 

Eu tentava me posicionar de uma maneira ou outra,

Mas tudo parecia fora de lugar, uma desordem que ninguém entendia,

Eu tateava pelas paredes frias queria encontrar palavras,

Mas elas emudeciam na garganta, mesmos meus gestos, ninguém via,

Naquela estrada de mão única havia uma enxurrada que tragava,

Eu tentava me esquivar dela, via-os percorre-la, mas algo em mim se recusava,

Se alguém lá embaixo pudesse me ouvir, ou me entender ao menos um pouco,

 

Mas eu me sentia a cada dia mais sozinha, todos estavam partindo,

O relógio andava ao avesso, os ponteiros se posicionavam apressados,

Nada parecia corresponder ao que eu havia sonhado um dia,

E eu ali, tentando não ficar inerte, a um impasse de me ver resvalar,

Por aquele caminho tortuoso e inseguro, meus dedos trêmulos falharam,

Apenas um pouco, por poucos segundos, tempo suficiente para ser carregada,

Distante demais para me inteirar de tudo o que acontecia,

Apenas um eco de tudo que ouvia repetirem com sorrisos de boca a orelha,

 

Naquele instante desejei não ter caído por terra, não ter provado aquele gosto amargo,

Uma promessa e um beijo, o bastante para me fazer acreditar,

O suficiente para me derrubar e me fazer recuar, por apenas mais um tempo,

O destino me indicaria a hora certa, eu precisava me recuperar, estava ferida,

Por mais que quisesse não conseguia acompanhar aquele caminho escorregadio,

A dor que estava palpável em meu peito, agora marcava meu rosto,

 

Era vista por todos, contemplada por quem quisesse ver, não havia segredos,

O medo estava descortinado, o véu da ausência havia sido removido,

Triste destino de um coração sonhador, a mesma ausência fez sua morada,

Uma lágrima escorregou dos meus olhos e molhou meus lábios,

Levantei minha mão queria secá-la, apagar seu calor que me feria,

Como se não se colocasse tão distante minha boca ficou ressecada,

Parecia desfragmentar a olhos vistos, se havia algum remédio era desconhecido,

 

O medo criava suas raízes nas profundezas da minha ausência,

Eu apenas desejava, que algum dia, alguém pudesse removê-las,

O inseguro tão impalpável agora parecia se desenhar ao meu redor,

Queria poder traduzi-lo, que triste esperança, alguém iria acreditar?

De repente, todos andavam a passos largos para aquele caminho,

Embora eu acreditasse que ninguém queria realmente estar lá,

Ninguém ousava reclamar a esse respeito em alta voz, nem se recusar,

 

Os ponteiros do relógio davam a tudo um ar mais passageiro,

Horas se desprendiam em minutos e por sua vez em segundos,

Olhos afogueados derretiam até tornarem-se duros feito o gelo,

Eu, apenas desejava que tudo se desenrolasse rápido,

Que chegasse ao fim, quisera eu, pudesse impedir até mesmo o começo,

Como se houvesse essa possibilidade, pesava-me o silêncio,

 

Tentava me agarrar a segurança que não sentia,

Precisava pensar em algo, ser mais que aquilo que se desprendia,

E deixava-se escorregar, permitindo-se vaguear em um caminho perdido,

Em busca de encontrar-se apenas para depois perder-se de novo,

Havia, aos meus olhos, um círculo vicioso e tudo girava ao seu entorno,

 

Uma angústia dolorida berrava dentro de mim, sem que eu conseguisse contê-la,

Eu não tinha vontade alguma de me colocar tão incerta, deserta?

Desabrigada de sentido, coesão, o que me tomava não tinha explicação,

Eu baixava a cabeça sem emoção, algo batia em mim: meu coração...

 

Um meio sorriso brotava em meu rosto, um sobrolho arqueado,

A sensação ajudava a diluir o veneno dos olhares incrédulos,

Por eu ousar resistir a seguir o mesmo caminho errôneo de todos,

Quando o corpo não aguenta mais a gente baixa a cortina,

Se abriga ao que for para seguir, não toleraria ficar estagnada,

Em cada diálogo eu tentava examinar cada palavra,

 

Queria encontrar algum conforto em alguma delas,

Embora parecesse não importar qual caminho meus passos seguiriam,

Por sempre parecer ter destino certo aquele abismo traiçoeiro,

Um dia me deparei com uma encruzilhada em que havia uma placa


Com escritas em caixa alta, garrafais, lá dizia: uma promessa e um beijo,

Logo abaixo, em letras vermelhas e quase ilegíveis, uma mão se estendia,

Eu peguei minha caneta e desejei assinar o acordo, a-cor-do?

Estaria faltando algo? Talvez, a chuva tivesse apagado uma letra...

sábado, 23 de janeiro de 2021

Sem Pressa...




Ela estava meia deitada nos braços do esposo,

Olhos fechados coração aberto para os sonhos,

Que acabara de ver refletido em seus olhos negros,

Sem querer deixara escapar um gemido de desejo,

Erguera-se até ele, e o beijara com sofreguidão,

De maneira estonteante, absorta em sua afeição,

 

Sentia-se inebriada por um carinho que não saberia expressar,

Tocou seu rosto com suavidade, tentando acalmar o prazer,

Em vista de não ser tão apressada, queria aproveitar as horas,

Com o máximo de proveito possível sem medo de que tudo acabasse,

Abriu os olhos para avistar o rosto que tanto amava,

Com um sorriso nos lábios, beijou-lhe delicadamente a boca,

 

Passou a perna esquerda sobre o corpo dele,

Queria sentir cada parte sua, queria que o calor dele a puxasse,

Ele demonstrou entender seu sentimento,

Envolveu-a com o braço, puxando-a mais ao seu encontro,

O seio dela, agora recostava em seu peito quente e macio,

Estava um pouco mais deitada sobre ele,

 

Era como se os seus corpos falassem a linguagem de suas almas,

O calor ardia, queimava a pele, entre os beijos e carinhos,

Gotas de suor escaparam dela, molhando-o um pouco,

Ela fez um gesto de desculpas com a cabeça,

Enquanto se abaixava para sugar cada parte molhada,

Agora estava totalmente sobre ele, incapaz de escapar,

 

Desejava suas investidas, queria sentir-se desejada,

Amparada por seus braços seguros e fortes,

Era como se cada desejo do seu coração estivesse sendo ouvido,

Naquele instante eles já não pertenciam mais a si mesmos,

Eram apenas um do outro, absortos diante de tanto amor,

Como um cometa que desiste dos céus e cai por terra,

Inerte, a derreter-se em um doce fogo acalentador,

Calor que encontrava refresco nos beijos sedentos de suas bocas,

 

Sentada sobre ele, ela parou por um instante para admirá-lo,

Queria gravar em sua memória cada traço, registrar o momento,

Do carinho mais reservado ao afago mais provocante,

O sorriso que ele abriu deixou-a tremula, era estonteante,

Irresistível seria pouca definição para tudo que sentia,

 Ela passou a mão sobre seu peito, com esforço,

 

Não conseguia controlar a própria força,

Sentia-se fraca, absorta por aquela sensação que a consumia,

E entregava-a ele, como última saída, com uma urgência incontida,

Estava por inteira tremula, sôfrega pelo amor que a tomava,

Por Deus, que desejou com toda a alma, nunca mais pertence-la,

Seria totalmente dele, em cada instante da sua vida,

 

As horas ousavam passar no relógio, como se a identificassem,

Contando que mesmo todo o tempo do mundo já não seria o bastante,

Via-se absorta nele, em cada parte, agachou-se até estar nele,

Sentia-se penetrar sua pele, em uma entrega sem limites,

Prazer e amor se confundiam entre beijos e desejos desregrados,

Um fio de saliva percorreu seus lábios sedentos de carinho,

 

Como se nada dentro dela mais a pertencesse, esqueceu de si mesma,

Era inteiramente dele e cada parte sua desejava tocá-lo,

Com a intensão única de demonstrar o que sentia em sua alma,

Via-se tomada por um desejo insaciável, via-se desnuda por seu olhar,

Sentia que poderia confiar todos os seus segredos e ser compreendida,

Que poderia entregar todos os seus medos e vê-los afastados entre afagos,

 

Como se a confidenciassem para ele, os cabelos dela caíram sobre seu rosto,

Com um gesto tremulo e seguro, ele afastou para trás da orelha com carinho,

Depois curvou-se em seu encontro para beijar-lhe enquanto a acariciava,

Gemidos e sussurros ecoavam pelo espaço do quarto, pulsando um no outro,

Seus corpos agora, estavam juntos, unidos como em um único suor,

Seguidores de uma única vontade, entregar-se ao prazer que os consumia,

E não tinha pressa nem mesmo intensão de acabar,

 

O carinho tomava suas feições, unindo dois corações em amor,

O corpo dele possuía a força de uma rocha sustentando-a,

Sorte a dela, pois não tinha controle algum sobre si mesma,

Entre sorrisos, e gemidos ele sugava seus lábios com voz rouca,

Cada parte sua respondia aos seus carinhos, absortos em carícias,

Dedos percorriam sua pele, com um traço delineando-a,

Sentia-se queimar, derreter feito água sobre a cama macia,

 

Naquele momento todas as suas perguntas encontraram respostas,

Cada passo passou a ter sentido, antes acreditava em seus pontos de partida,

Mas agora, sendo totalmente sua, ela havia encontrado a linha de chegada,

O ponto máximo que havia desejado por toda a sua vida,

O auge de seus sonhos de mulher feita que era, a partir de agora,

Ela olhava para ele, esforçava-se ao máximo para demonstrar seu amor,

Queria ser amada na mesma medida e podia ver-se refletida em seus olhos,

 

Permitiu-se cair de novo e de novo sobre ele, agora estaria segura,

Não desejava pertencer-se, havia encontrado uma razão maior para si mesma,

Sentia-se a sorte em pessoa, quais eram as probabilidades de se encontrar o amor,

E ser por inteira retribuída? Tomada pela mão guiada e por única razão, negar-se a ser sua...

Por ter provado o amor que não cabia mais dentro da sua alma

E desejava ansiosamente derramar-se através das suas carícias, para que conteria?

Por que motivo se negaria a entregar-se a ele com tudo que sentia,

Se ele era seu em tamanha proporção que ela, retribuindo-a com toda a ternura,

 

Ela tentava encontrar as palavras certas, buscava uma linha de lógica,

Mas quando o amor toma as rédeas quem há de resistir-lhe?

Procurou de novo em si mesma, redesenhando o corpo dele com a língua,

Cada centímetro dele agora ardia de encontro a sua pele,

O melhor de tudo isso era que ao verem-se queimar, derretiam-se,

Abrasando, entregando-se um ao outro, isso era pouco ao que sentia,

 

Havia urgência, havia uma necessidade desmedida,

As horas perdidas de outrora, agora faziam a diferença

Na busca de saciar as carícias desenfreadas,

Algo berrava dentro de si mesmos e era extravasado,

Ganhava vida no fulgor de cada carinho expresso,

 

Espasmos violentos tomavam seus corpos,

Suas almas agora, tinham vontade própria,

E não desejavam mais permanecer no vazio de si mesmos,

Queriam entregar-se para serem completos,

Como um meio de contar suas histórias particulares,

Apagar cada erro e fazer disso um álibi para evitar deslizes,

 

Agora, o vazio de si mesmos criava um ponto de desvio,

Uma curva em uma estrada pouco percorrida,

Que através de afagos sinceros aceitavam ser preenchidos,

A delicada curva em seus corpos tinha uma razão de existir,

Traçar um limite para ser percorrida com calma, sem pressa...

Beijo na Boca

 

Ela o abraçou com força, desejando nunca soltar-se,

Seus corações batiam no mesmo ritmo, ele um pouco mais alto,

Abaixou-se até o seu ouvido, um convite ao silêncio,

Disse-a, eu te amo, com precisão exata, ela ergueu a sobrancelha,

De um jeito brincalhão, em descredito fingido,

Será que devo acreditar nisso, porque eu te amo e muito,

 

Sua voz soou sôfrega, suas pernas falharam por um instante,

Logo que, os dedos dele tocaram em carícias seu rosto,

Movimentando uma mexa do cabelo dela para trás da orelha,

Agora, ficava mais audível o que ele dizia,

E sua fala soava com efeito de um beijo quente e molhado,

Em resposta, seus lábios ficaram secos na medida do desejo,

 

Com um sorriso satisfeito, ela passou a língua por sua boca,

Depois afastou-se um pouco, para olhar em seus olhos,

Sentia-se pronta para o que viria seguir, segura do que sentia,

Ele também, e o beijo que aconteceu foi profundo e completo,

Não há a necessidade de palavras quando os atos falam mais alto,

Naquela hora, seus corpos pareciam gritar de encontro um ao outro,

 

Sedentos para aprofundarem o que antes era apenas um sonho,

Sim, ele indagou com uma cortesia no olhar que afastava a insegurança,

A atenção sobre ela era distribuída na medida exata, não havia o que pensar,

Sim, lhe respondeu encaixando-se nele em um abraço que despia a alma,

Seus corpos pulsavam em um derramar de amor incontido,

Era como se suas almas não pertencessem mais a si mesmos,

 

Se houvera alguma sombra de dúvida em seus olhares, foram afastadas,

Entre carinhos e amor desmedidos, lá fora a chuva caia, se derramava,

E o amor foi servido embebido em lábios apaixonados e sedentos,

Seus hálitos quentes despiam-nos dos medos e segredos,

Seus cheiros espalhavam-se pelo ar, a envolve-los mais ainda,

Depois de sugar uma porção de amor de sua boca macia,

Ele, ergueu-a com um abraço, colando seus corpos em um apenas,

 

Entregavam-se, um ao outro com a mesma sintonia, havia urgência em suas almas,

Isso gritava em seus atos, mesmo que as palavras não soubessem falar,

Na falha dos seus fôlegos, buscavam um no outro o ar para respirar,

Talvez parecesse insensato agir de forma precipitada, e... ansiosa?

Mas quem pode medir o tempo necessário para que o amor surja?

No exato segundo em que seus olhos se viram todo o resto fez silêncio,

 

O amor baixou a voz para ceder espaço a outras formas de expressão,

Quando as palavras falam mais alto do que a voz do coração?

No momento em que se traduz em fala todo o sentimento sentido,

Corre-se o risco de estabiliza-lo, reduzi-lo ao minimalismo,

Colocá-lo na referência que a palavra contém é forçar um aspecto,

Reduzi-lo ao exato teor que a palavra é capaz de expressar, nada mais que isso,

 

De repente, todo o amor que se expressou através dos atos vividos,

Estanca o fluir de todo o sentimento, petrifica-o a aquilo que foi dito,

Uma palavra, ou mesmo uma frase, nunca serão capazes de medir o todo,

Sem tentar forçar indiferença ou buscar esconder tudo o que sentia,

Ela gritou: eu te amo, com um sorriso convidativo, em alta voz,

Queria que todos ouvissem o quanto amavam-se, a exemplo de poucos,

 

A timidez era afastada por afagos e desejos distribuídos em seus carinhos,

A chuva batia na janela como se a afagasse, um trecho do que estava oculto,

Não havia o que se perder, quando dois corações se encontram em amor,

Tudo passa a se traduzir em uma linguagem natural, espontânea,

No mesmo instante, ele viu o sentido da sua força, segurar sua amada,

Pelo tempo que fosse preciso em seu abraço enquanto a beijava,

 

Não pensou em mais nada, só queria perder-se nela,

Para encontrar-se em cada parte sua, até achar-se amparado em sua alma,

Conhecê-la por completo, ser o dono de cada abraço,

O homem por quem sonhou por toda a vida, com toda a alma,

O homem dentro dele sentia-se seguro do seu destino,

Pois, na doçura dos seus beijos encontrou todas as respostas,

Mesmo com relação a aquelas que nunca ousou buscar,

 

Sentiam-se completos, seus corpos falavam por si próprios,

E respondiam-se na medida exata, quando se ama não há dificuldade,

As coisas se desenrolam em cada afago, no convite de cada sorriso,

Em suas respirações ofegantes e corpos suados, refletem-se,

Não há muito o que se pensar quando o amor fala mais alto que tudo,

Apenas transborda-se o que sente, pois, o amor é algo que vem no tempo devido,

 

Logo, que a sentiu entregar-se por inteiro, viu que encontrou a pessoa certa,

Talvez, isso ainda tenha ocorrido algum tempo antes, na primeira troca de olhar,

Os medos dissipavam-se no transcorrer dos segundos de afagos,

Como se um caminho de fogo traçado por mãos suaves fosse engolido,

Para retornar em horas de amor distribuído entre beijos incontidos,

Teria perdido o fôlego e sentiria tragar sua confiança, não fosse o eu te amo sussurrado,

 

Entre carinhos e afagos que pareciam nunca serem finalizados,

Visto a ânsia do pulsar dos seus desejos, incontrolados,

A chuva que caia lá fora, os lençóis desarrumados, as roupas deixadas a esmo,

Tudo perdeu o foco, só restando os dois a extravagar seus sentimentos,

De repente, seus passos ganharam um sentido de existência maior,

Seus destinos nunca mais seriam os mesmos,

O amor se fez, e o mundo ganhou novo aspecto.

Amor no Chuveiro

 

Quando seus lábios encontraram-se em esboço do desejo,

Os afagos que se seguiram despertaram emoções irrefreadas,

Aquelas mesmas em que acredita-se tocar o infinito,

As quais quanto mais se entrega mais se deseja, mais se ganha,

Uma espécie de perder-se no outro para encontrar-se em seus afagos,

Doce entrega entre sonhos e carícias distribuídas na mesma medida,

 

Com um pouco de sorte, seria destinado ao para sempre,

E ele se esforçaria para fazer o possível para tornar real,

Na distância de um afagar das suas mãos macias e suaves,

O amor saiu do seu coração e parou na ponta da língua,

Embebendo em carícia cada palavra pronunciada,

Em um desejo incontido que molhava sua boca sedenta,

 

Como se estivesse a implorar por um minuto de silêncio,

Em que, apenas sussurros roucos fossem pronunciados,

Doce instante em que o amor seria abafado por beijos,

E os afagos procurariam cada parte dos seus corpos,

Conhecendo e reconhecendo-se um no outro,

Seguros dos seus sentimentos, de alma aberta e olhos fechados,

 

Em um momento em que o mundo deixa de girar,

Muda o eixo, e tudo passa a ocorrer dentro de si mesmo,

Sonhos e realidade se misturam dentro da própria alma,

Para dispersar-se em afagos incontidos e retribuídos,

Um segundo de distância dos seus lábios,

Somente o tempo suficiente para indagar com voz rouca:

 

- Gostaria de fazer amor, você se sente pronta?

Ao final da pergunta, ele molha os lábios com a língua,

E vê toda a insegurança da timidez diluir-se através da boca dela,

Que ganha seus lábios com mordidinhas suaves e um roçar de lábios,

Abrindo-os com carinho, como se pedisse permissão em silêncio,

Apenas para afastar-se depois, abrir um sorriso malicioso,

Antes de sussurrar, “sim aceito”, com emoção entornada em beijos,

 

Seus olhos se viram despidos da fantasia e refletidos um no outro,

Como se suas almas guiassem suas mãos entre carinhos apaixonados,

Bem que se gostaria de não ter tempo para acabar,

De amar e amar por uma vida inteira e um segundo a mais,

Momento em que o frio dos seus corpos é despido,

E um cobertor de carinhos é sobreposto, aquecendo-os,

 

Apenas sussurros de amor incontido rompem o silêncio,

Juras de amor são acordadas e ganham vida em seus afagos,

Sorrisos de aprovação, vozes emergem diretamente do coração

E ganham expressão em carinhos apaixonados de pura emoção,

Instante em que todas as frases de amor já ouvidas,

São postas a prova, para ganhar vida através das suas carícias,

 

A solidão ganha ausência para o amor tomar a rédea da rotina,

E mudar o destino um do outro, segundos de paixão e noites de desejo,

São vividas e revividas como se disso dependesse suas vidas,

Da forma mais intensa, mais profunda, genuína e única,

Como só os que amam são capazes de reconhecer, de provar,

No calor da água do chuveiro a derramar-se sobre seus corpos,

 

A névoa que os rodeia, dissipa-se entre afagos e beijos,

Nada mais é capaz de distanciar ou impedi-los,

Sussurros de eu te amo rompem o ar, seguros,

O amor percorre derramado os contornos dos seus corpos macios,

Como se já reconhecesse o caminho, guiando-os,

Eis que a suspeita de um amor verdadeiro ganha vida,

A insegurança, a sensação de desvalor é afastada,

 

Enquanto as feridas das dores são apagadas com carinho,

E afagos percorridos em seus corpos sôfregos, trêmulos,

Os segredos caem no azulejo escorregadio e úmido,

Criando uma base para sustentar o que sentem um pelo outro,

Os dedos buscam-se, tateiam um caminho desconhecido,

Em que o amor é o maior alvo, tiro com destino certo,

 

Suas mãos unidas encontram-se no box do banheiro,

Desenhando seus destinos ao mostra-los juntos,

Com um ligeiro estremecimento entregues ao beijo,

Que merecia nunca encontrar um tempo final,

Beijos exigentes com o desejo de vencer o tempo,

Ultrapassar a força dos seus corpos, sem descanso ou fim,

 

Diante deles, tudo o mais se tornava pequeno,

Mesmo a definição do amor no dicionário deixa de bastar,

Incapaz de preencher o amor reconhecido nos olhos um do outro,

Inconsistente para traduzir a afeição que se expressa através das carícias,

Que se define em cada toque, cada carinho,

Um desejo mais intenso passa a se manifestar,

 

Vontade de ficar para sempre com ela deitada em seu peito,

Lugar onde a deixará por toda a vida, segura em seu amor,

A mulher que ganhou sua afeição toma-o pela mão,

Rumo a um caminho desconhecido, definido por seu coração,

Ela, cessou o beijo e tentou se afastar, ele fê-la parar,

Puxando-a para si, tomou-a no colo e levou-a para a cama.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Tentativas

Ora por favor, apenas um minuto de silêncio,

Não diga nada ao menos por um momento,

Me permita afastar estas sombras do seu rosto,

Através da luz de todo o amor que sinto,

Essa ideia a qual você se apega para afastar-se,

Não consiste em nada além de mera tolice,

 

Perdão pela palavra, mas como poderia definir

A situação em que você decide desistir de nós dois?

Depois de todo o caminho percorrido, você chega e diz: fim?

Tem certeza que está correta sobre essa sua decisão?

No que reporta a mim, todas as desculpas não me fariam esquecê-la,

Em nenhum momento passou por meu coração abandoná-la,

 

Me basta um motivo apenas para deseja-la em minha vida,

Eu a amo, e não preciso sentir nada mais que isso,

Para você não é suficiente tudo que estou a oferece-la?

Todo o sentimento que coloco sob seus pés, intacto,

Não basta cobrir-me de perguntas inconsistentes,

Tudo que lhe respondo não basta para o que sente?

 

Decidiu, por conta própria, sem convicção alguma,

De que eu a traia, de que não a amei nem por um instante,

E a cada segundo se apega a outro fato qualquer,

Apenas para ficar distante, desistir de tudo que construímos?

Ora se fosse para traí-la eu não cobriria todo e qualquer rastro,

Acaso acha que sou tão baixo a ponto de enganar o que sinto?

 

Sim, por que se me rebaixasse ao ato de enganá-la,

Antes disso, trairia a mim mesmo, poria minha honra em jogo,

Se prometi ama-la para sempre porque você teima em duvidar?

Por que procura pistas inexistentes para esconder-se em ideias errôneas?

Tudo que conversamos até agora não foi o bastante para você confiar,

Em que momento coloquei nosso amor em risco de cair em ruína?

 

Eu entendo que possa haver dúvidas da sua parte, é claro que entendo,

Mas não seria possível haver confiança quanto ao que sentimos,

Você não poderia confiar nas promessas que fizemos um ao outro?

Essa sua oscilação de humor me deixa inquieto, entristecido,

Não percebe que com este comportamento você fere a nós dois?

Por quê procura a qualquer preço por em jogo os nossos planos?

 

Não entendo como você ainda tenta duvidar de tudo que sinto,

Sobre nosso amor, sobre o futuro que sonhamos juntos,

Me fere de morte este brilho choroso de dúvida em seus olhos,

Não percebe o quanto sofro quando você inventa esses trechos

De angustia misturada com discórdia, que só machuca a ambos,

Se apega a opiniões alheias de quem nunca viveu o que vivemos,

 

Então, por favor, pense meu amor, como poderiam entender-nos?

Como julgar os passos de um caminho que nunca foi percorrido,

É certo que cometo meus equívocos, mas, e quanto a você,

Não está pondo em questão todo o nosso amor por pura futilidade?

Não me leve a mal, a conheço o bastante para não me apegar a isso,

Mas suas dúvidas corriqueiras estão me deixando louco, apreensivo,

 

Você sabe que estou correto, peço-lhe, apenas que pense um pouco,

Acredite na força que possuímos juntos, unidos em nosso amor,

Você não gostaria de pôr em prática todos os nossos sonhos,

Realiza-los? Então, por favor, você pode me conceder um pouco de crédito?

É pedir demais, quando lhe peço que acredite, confie em nós?

Agarre-se a este amor genuíno e puro que sentimos um pelo outro,

 

Permita-se acreditar mais, apenas mais um pouco,

Nunca condenei nenhum dos nossos segredos ao túmulo,

Aliás, em que momento guardei segredos contigo?

Por vezes, acredito que leio seus pensamentos,

Acredite, eu gosto disso me faz completo, satisfeito,

Não paira nuvens que escondam o que sentimos,

 

Se você se permitir acreditar no que te digo,

Com a voz mais profunda que sinto em meu peito,

Aquela que emite o amor mais sagrado,

Liberto de toda impureza - poderia defini-lo-,

Veja meu esforço, você conhece minha dificuldade com os versos,

Mas sempre tento ser melhor para abrigar nosso amor,

 

Para expressar o quanto a amo com toda a alma,

O quanto acredito que podemos dar certo junto,

Acreditei em você desde à primeira vista,

Por que você busca empecilhos ao que sentimos?

Não acredita, por um segundo ao menos, que esteja errada?

Me permite, pelo menos neste instante, proteger nosso amor;

 

Sobre todas as promessas que fiz, recordo de uma a uma,

Você ainda se lembra delas? Sempre as repito em minha alma,

Feito uma oração, não por medo de esquecer, mas por acreditar,

Por me vincular a elas com a parte mais profunda que há em mim,

Então, querida, por que tenta pôr tudo em dúvida assim?

 

Eu a amo, e acredito no que você sente, e você, vai se apegar a quê?

Ao que sentimos e cremo-nos um no outro, ou nesta dúvida em que se acolhe,

Sem motivação, sem convicção, sem razão de existir,

Responda-se querida, por que nos magoa assim? 

Sem Perdão

Suas palavras embriagaram minha alma,

Senti como se me esvaísse de mim mesma,

Com o coração em nó na garganta,

Fechei meus olhos para não chorar,

Embora não tenha falado tanta coisa,

O que disse foi suficiente para destruir-me,

 

Jogar todos os sonhos que sonhei pela janela,

A mesma em que ele ficava a esperar-me,

Como se ansiasse por minha chegada,

Como se precisasse da minha volta,

Mas não, foi tudo em falso o que vivemos,

Cada sonho estava ao avesso, virou pesadelo,

 

Desejei que tudo não passasse de sonho,

Não achei que fosse sofrer tanto por amor,

Quando o conheci, o amei à primeira vista,

Nunca pensei que em seguida viria este desfecho,

Ver suas palavras antes afáveis machucarem minha alma,

Fim de todos os planos, todo o amor que vivemos,

 

Como se fosse um tapa não consegui me recuperar,

Os lábios que me prometeram amar me feriam sem indulgência,

Como seria meu futuro a partir de agora,

Se tudo que fiz e vivi foi em vista do amor que sentia?

Te amei com todo o amor que tinha, com a ânsia de uma criança,

E agora diante de tudo que sinto, você me diz que vai embora?

 

Com o rosto impassível, onde antes contemplei o amor,

Via que nunca foi sincero quando me desejou em sua vida,

Quando falou sobre aqueles sonhos, os que inventamos,

Depois de passarmos nossos momentos acordados,

Quando depois do amor, você olhou no fundo dos meus olhos...

Acreditei que tivesse visto minha alma, mas só enxergou a si mesmo,

 

Foi falso em cada ato, cada palavra; quanto as promessas,

Realmente não tenho sobre o que reclamar,

Nunca houveram, então, porque cheguei a acreditar?

Sem promessas, nosso amor não passou de frases frias,

Mesmo no calor do beijo, mesmo na ânsia do desejo,

Nunca houve nada, sei que amava outra, eu vi isso,

 

Mas, você nem ao menos tentou me enganar,

Aquela hora em que desejou meu corpo, não senti que me tocava,

Desculpa, mas você estava longe demais de nós,

Em que lugar você estava, recorda que cheguei a perguntar?

Não recordo sua resposta, mas percebi que estava em outros lábios,

Já era tarde demais para o nosso amor, então, porque insisti tanto?

 

Espero que me perdoe por não ter facilitado as coisas,

Mesmo agora que o vejo ir embora, sinto-me esvair por dentro,

Você sempre soube disso, apenas diga, foi por pena que ficou comigo?

Nunca fui o suficiente para te convencer a ficar,

Não fui mais que um joguete em seu caminho,

Ainda doem suas palavras a esmurrar minha cara,

 

Você consegue enxergar suas marcas? Você desejou minha irmã,

Recordo de você pedir o número do telefone dela,

Recordo de quando, alguns anos antes, você me disse isso em palavras,

Não foi apenas uma vez, me perdoe, mas me fiz de surda,

Suas palavras me destruíram por dentro, não sou mais nada,

De mim mesma, só resta a lembrança, um corpo sem vida,

 

Isso te faz mais homem, aumentou sua autoestima?

Em todas as vezes que saímos, em todas você olhou para outra,

Cara uma mulher não basta para te fazer satisfeito?

Me sinto ferida, denegrida, reduzida ao pó das cinzas,

Lembra quando estava com fome e te entreguei meu chocolate?

Aquele dia, eu fiquei sem o jantar da noite,

 

Lembra quando paguei o motel em que ficamos?

Lembra das vezes em que lhe emprestei o meu dinheiro,

Gostaria que recordasse que naquela época você ganhava mais que eu,

Eu descobri isso, vi na sua folha de pagamento, mas fiquei calada,

Então, agora você deseja ouvir minha voz? Pareço dizer algo significativo?

Como foi me ver sofrer enquanto você gozava de todo o melhor?

 

Talvez, agora eu não esteja satisfazendo o seu ego,

Mas, enquanto estivemos juntos eu sempre acreditei que fosse fria,

Feito gelo, nada saiu de mim que não fosse água,

Fato de pouca importância, mas enquanto você batia em minha cara,

Eu partia para longe, onde você nunca mais pudesse me encontrar,

Você acreditou algum dia que fossemos terminar juntos?

 

Eu desejei isso, por pouco tempo, só até vê-lo passar com outra,

Aquela hora eu me dirigia para o trabalho, estava presa em nós,

Eu estava no ônibus e você no seu carro próprio,

Não te contei, mas aquele dia eu passei fome o dia inteiro,

Logo após, ganhei a demissão de aniversário de... namoro?

Os presentes que te dei sempre foram mais caros que os que recebi,

 

Isso conta o bastante para definir o valor do sentimento,

Naquele momento, eu ganhava, muitíssimo menos que você,

Você desfilando forte, seguro de si mesmo, eu só o pó dos ossos,

Fui ameaçada, você pouco soube, estava longe, distante de mim,

Sei que nunca acreditou em ficarmos juntos, bom, enfim,

Quem acreditaria, lembra que seu amigo disse que não combinávamos?

 

Você sabia disso, em cada vez que me tocava, eu via isso,

Por que será que me iludi tanto? Tive medo,

Você precisou fazer pouco para manter-me em sua redoma,

Bastou algumas ameaças através de outras pessoas,

E, eu me joguei aos seus pés, implorei para voltar,

A sua modelo não foi o bastante para te satisfazer?

 

Quem bastaria para suprir este seu ego machista?

Você me feriu de morte, por hora foi o bastante,

Não espero que saiba desta carta manchada de lágrimas,

Acredite, ela poderia estar manchada de sangue...

Não Precisa Perdoar

 

Curioso o quanto um pé na bunda ajuda a seguir adiante,

Fechei meus olhos, desisti da saudade que fere,

Ao menos por um instante, seria mais inteligente,

Lutar por quem se nega a gente é gostar de se ver sofrer,

Estava cansado de tantas noites chorosas e insones,

Mas sempre que olhava o horizonte, a via, distante,

 

Longe demais para ser alcançada,

Distante o suficiente para ser esquecida,

Embora, eu acreditasse ama-la por uma vida inteira,

Não me tornaria prisioneiro de sentimentos destrutivos,

Para que sangrar até a morte por alguém que se recusou,

Fosse o amor construído a feridas não se chamaria amor,

 

É certo que sempre que recordo dela, me sinto esmorecer,

Algo dentro de mim ainda pede para que ela volte,

Mas irei resistir a isso, ela nunca me amou e isso é importante,

De que me adiantaria ter ao meu lado alguém que não me aceite?

Alguém que não veja meus valores, não enxergue meus pontos positivos,

Sou um homem forte, não nego, mas me dediquei ao amor,

 

Por que deveria me contentar com sua ausência,

Me refiro a sua teimosia em nunca estar ao meu lado,

Por mais que estivesse, parecia estar em outro lugar,

Como se procurasse alguém melhor que eu, que nós,

Lembro de ficar falando sobre meus planos,

Apresentando nossos sonhos e você, dispersa,

Este lugar onde você se colocou, fez bem em não me levar,

Acho até mesmo que não nascemos um para o outro,

 

Não teria uma única chance de pensar diferente,

Você nem ao menos me apresentou essa oportunidade,

Me vejo balançar a cabeça, queria espantar esses pensamentos,

Por que motivo pensar tanto nela, se não deseja estar comigo,

Suspeito que esta busca pelo inalcançável seja ausência de si mesmo,

Falta de amor próprio, castigo imposto sem motivo concreto,

 

É certo que te beijar foi uma sensação única,

Estar ao seu lado fez bem para a minha vida,

Mas tudo acabou agora, não é possível voltar ao passado,

Melhor deixar tudo como está, por um ponto final a esta história,

Se não deu certo antes, nada faria com que fosse de outra forma,

Você não quis, isso é o bastante para deixa-la para trás,

 

Me sinto arrasado, teria me partido em cacos ao solo,

Fosse de alguma forma quebrável, mas sou mais que isso,

Apesar de devastado, vou seguir por outro caminho,

Buscar meus sonhos que você nunca deu ouvidos,

Acho que não há postura mais ideal que esta,

Dar amor sem ser correspondido é rua de mão única,

Porém, a se trafegar na contramão,

Erro grotesco demais para qualquer coração,

 

Não vi quando a lua se escondeu por trás da janela,

Devo ter adormecido mesmo sem perceber,

Não posso dizer que acordei descansado,

É difícil se perdoar quando acredita-se ter errado,

Mas fazer todo o possível não é o bastante,

O que preciso fazer mais, morrer na sua frente?

Jogar-me na frente do seu carro em plena avenida?

O que faltou dize-la que eu não tenha dito ainda?

 

Me sinto cansado das palavras, emudecido pela dor,

É triste demais sobreviver quando se perde o amor,

Isso me faz fraco? Me torna menos que os outros?

Quão difícil é esquecer quando se ama tanto,

Mas o passado merece ser guardado, não esquecido,

Mas nem tão lembrado a ponto de viver divagando,

 

Sua história sobre não estar pronta para algo profundo,

Sobre ter medo de se entregar, de sonhar comigo,

Desculpa, não me convenceu nem por um segundo,

Nunca vivemos algo concreto, tudo se baseava em momentos,

Pensa que eu não via você sempre se escondendo?

Se não fui bom o bastante para você ficar perto,

Melhor que se distancie mesmo, não mereço isso,

 

Aquele ódio que vi refletido em seus olhos negros,

Tudo culpa da bebedeira você poderia ter dito,

Eu desculparia, você sabe disso, por isso abusou de nós,

Me agrediu em seus atos, serviu-se dos meus sentimentos

Para cuspi-los em meu rosto, aquilo era todo o seu amor?

E o respeito pelo que deveria ter existido entre nós?

 

Nunca poderia esquecer o ódio que vi refletido,

Aquele seu humor negro a me ferir por dentro,

O jeito como tudo deveria estar ao seu modo, seu proveito,

A forma de manipular tudo e todos ao seu redor,

Me desculpa, mas nunca mereci isso, estou ferido,

Eu poderia sangrar por você, mas me recuso,

 

Se me amasse de verdade você não aceitaria isso,

Não me amando não mereceria tal atitude,

Então, penso estar correto, não há erros neste ponto,

A vírgula apenas existiria se tivesse validade,

Não posso resumir tudo que vivemos com superficialidade,

Nem tudo foi mentira, houve entre nós muitas verdades,

 

Valorizo cada momento, se algum dia eu tive valor,

Você não deveria ter demonstrado isso, ao menos um pouco?

Às vezes, acredito que houvesse concorrência entre nós,

Juro que sempre, dentro de mim, te vi melhor,

Do contrário, acreditava estar te encaminhando,

Através do diálogo, dos meus atos, de tudo um pouco,

 

Você duvidava da minha palavra, baseava-se nos outros,

Nunca valeu nada tudo que te falei, tudo que fiz por nós,

Você nunca conseguiu entender-me, ao menos um pouco?

Cada palavra que eu dizia, lhe parecia incerta, em erro,

Espero, de coração que você esteja muito melhor mesmo,

Rezo para isso, prezo por nós, mas não vou ficar preso nisso,

 

Às vezes, sentia que ouvia seus pensamentos,

Acredite, não vi nada que me fizesse sentir melhor,

Nós não temos direito de buscar os próprios sonhos?

Eu não te dei toda a liberdade que fosse preciso,

Me recusei a algo que a tivesse magoado? Sofro por isso,

Mas preciso pensar em mim mesmo, seguir meu futuro...

 

Seu nome nunca foi descrito por mim em uma lista,

Aquela que você tinha e marcava tudo e todos,

Ver meu nome descrito daquela forma deu um nó na garganta,

Custo a entender o que houve, apenas isso,

Não precisa me perdoar, eu já me permiti sofrer o bastante,

Mas não ouse jurar amor, por quem sempre foi indiferente.

Maldito destino

Dias e dias de tormentas, E logo após, Um sol escaldante. Representava que nunca Houve chuva, E nem mais haveria. Havia r...