sábado, 23 de janeiro de 2021

Sem Pressa...




Ela estava meia deitada nos braços do esposo,

Olhos fechados coração aberto para os sonhos,

Que acabara de ver refletido em seus olhos negros,

Sem querer deixara escapar um gemido de desejo,

Erguera-se até ele, e o beijara com sofreguidão,

De maneira estonteante, absorta em sua afeição,

 

Sentia-se inebriada por um carinho que não saberia expressar,

Tocou seu rosto com suavidade, tentando acalmar o prazer,

Em vista de não ser tão apressada, queria aproveitar as horas,

Com o máximo de proveito possível sem medo de que tudo acabasse,

Abriu os olhos para avistar o rosto que tanto amava,

Com um sorriso nos lábios, beijou-lhe delicadamente a boca,

 

Passou a perna esquerda sobre o corpo dele,

Queria sentir cada parte sua, queria que o calor dele a puxasse,

Ele demonstrou entender seu sentimento,

Envolveu-a com o braço, puxando-a mais ao seu encontro,

O seio dela, agora recostava em seu peito quente e macio,

Estava um pouco mais deitada sobre ele,

 

Era como se os seus corpos falassem a linguagem de suas almas,

O calor ardia, queimava a pele, entre os beijos e carinhos,

Gotas de suor escaparam dela, molhando-o um pouco,

Ela fez um gesto de desculpas com a cabeça,

Enquanto se abaixava para sugar cada parte molhada,

Agora estava totalmente sobre ele, incapaz de escapar,

 

Desejava suas investidas, queria sentir-se desejada,

Amparada por seus braços seguros e fortes,

Era como se cada desejo do seu coração estivesse sendo ouvido,

Naquele instante eles já não pertenciam mais a si mesmos,

Eram apenas um do outro, absortos diante de tanto amor,

Como um cometa que desiste dos céus e cai por terra,

Inerte, a derreter-se em um doce fogo acalentador,

Calor que encontrava refresco nos beijos sedentos de suas bocas,

 

Sentada sobre ele, ela parou por um instante para admirá-lo,

Queria gravar em sua memória cada traço, registrar o momento,

Do carinho mais reservado ao afago mais provocante,

O sorriso que ele abriu deixou-a tremula, era estonteante,

Irresistível seria pouca definição para tudo que sentia,

 Ela passou a mão sobre seu peito, com esforço,

 

Não conseguia controlar a própria força,

Sentia-se fraca, absorta por aquela sensação que a consumia,

E entregava-a ele, como última saída, com uma urgência incontida,

Estava por inteira tremula, sôfrega pelo amor que a tomava,

Por Deus, que desejou com toda a alma, nunca mais pertence-la,

Seria totalmente dele, em cada instante da sua vida,

 

As horas ousavam passar no relógio, como se a identificassem,

Contando que mesmo todo o tempo do mundo já não seria o bastante,

Via-se absorta nele, em cada parte, agachou-se até estar nele,

Sentia-se penetrar sua pele, em uma entrega sem limites,

Prazer e amor se confundiam entre beijos e desejos desregrados,

Um fio de saliva percorreu seus lábios sedentos de carinho,

 

Como se nada dentro dela mais a pertencesse, esqueceu de si mesma,

Era inteiramente dele e cada parte sua desejava tocá-lo,

Com a intensão única de demonstrar o que sentia em sua alma,

Via-se tomada por um desejo insaciável, via-se desnuda por seu olhar,

Sentia que poderia confiar todos os seus segredos e ser compreendida,

Que poderia entregar todos os seus medos e vê-los afastados entre afagos,

 

Como se a confidenciassem para ele, os cabelos dela caíram sobre seu rosto,

Com um gesto tremulo e seguro, ele afastou para trás da orelha com carinho,

Depois curvou-se em seu encontro para beijar-lhe enquanto a acariciava,

Gemidos e sussurros ecoavam pelo espaço do quarto, pulsando um no outro,

Seus corpos agora, estavam juntos, unidos como em um único suor,

Seguidores de uma única vontade, entregar-se ao prazer que os consumia,

E não tinha pressa nem mesmo intensão de acabar,

 

O carinho tomava suas feições, unindo dois corações em amor,

O corpo dele possuía a força de uma rocha sustentando-a,

Sorte a dela, pois não tinha controle algum sobre si mesma,

Entre sorrisos, e gemidos ele sugava seus lábios com voz rouca,

Cada parte sua respondia aos seus carinhos, absortos em carícias,

Dedos percorriam sua pele, com um traço delineando-a,

Sentia-se queimar, derreter feito água sobre a cama macia,

 

Naquele momento todas as suas perguntas encontraram respostas,

Cada passo passou a ter sentido, antes acreditava em seus pontos de partida,

Mas agora, sendo totalmente sua, ela havia encontrado a linha de chegada,

O ponto máximo que havia desejado por toda a sua vida,

O auge de seus sonhos de mulher feita que era, a partir de agora,

Ela olhava para ele, esforçava-se ao máximo para demonstrar seu amor,

Queria ser amada na mesma medida e podia ver-se refletida em seus olhos,

 

Permitiu-se cair de novo e de novo sobre ele, agora estaria segura,

Não desejava pertencer-se, havia encontrado uma razão maior para si mesma,

Sentia-se a sorte em pessoa, quais eram as probabilidades de se encontrar o amor,

E ser por inteira retribuída? Tomada pela mão guiada e por única razão, negar-se a ser sua...

Por ter provado o amor que não cabia mais dentro da sua alma

E desejava ansiosamente derramar-se através das suas carícias, para que conteria?

Por que motivo se negaria a entregar-se a ele com tudo que sentia,

Se ele era seu em tamanha proporção que ela, retribuindo-a com toda a ternura,

 

Ela tentava encontrar as palavras certas, buscava uma linha de lógica,

Mas quando o amor toma as rédeas quem há de resistir-lhe?

Procurou de novo em si mesma, redesenhando o corpo dele com a língua,

Cada centímetro dele agora ardia de encontro a sua pele,

O melhor de tudo isso era que ao verem-se queimar, derretiam-se,

Abrasando, entregando-se um ao outro, isso era pouco ao que sentia,

 

Havia urgência, havia uma necessidade desmedida,

As horas perdidas de outrora, agora faziam a diferença

Na busca de saciar as carícias desenfreadas,

Algo berrava dentro de si mesmos e era extravasado,

Ganhava vida no fulgor de cada carinho expresso,

 

Espasmos violentos tomavam seus corpos,

Suas almas agora, tinham vontade própria,

E não desejavam mais permanecer no vazio de si mesmos,

Queriam entregar-se para serem completos,

Como um meio de contar suas histórias particulares,

Apagar cada erro e fazer disso um álibi para evitar deslizes,

 

Agora, o vazio de si mesmos criava um ponto de desvio,

Uma curva em uma estrada pouco percorrida,

Que através de afagos sinceros aceitavam ser preenchidos,

A delicada curva em seus corpos tinha uma razão de existir,

Traçar um limite para ser percorrida com calma, sem pressa...

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