Olhos fechados coração aberto para os sonhos,
Que acabara de ver refletido em seus olhos negros,
Sem querer deixara escapar um gemido de desejo,
Erguera-se até ele, e o beijara com sofreguidão,
De maneira estonteante, absorta em sua afeição,
Sentia-se inebriada por um carinho que não saberia expressar,
Tocou seu rosto com suavidade, tentando acalmar o prazer,
Em vista de não ser tão apressada, queria aproveitar as
horas,
Com o máximo de proveito possível sem medo de que tudo
acabasse,
Abriu os olhos para avistar o rosto que tanto amava,
Com um sorriso nos lábios, beijou-lhe delicadamente a boca,
Passou a perna esquerda sobre o corpo dele,
Queria sentir cada parte sua, queria que o calor dele a
puxasse,
Ele demonstrou entender seu sentimento,
Envolveu-a com o braço, puxando-a mais ao seu encontro,
O seio dela, agora recostava em seu peito quente e macio,
Estava um pouco mais deitada sobre ele,
Era como se os seus corpos falassem a linguagem de suas
almas,
O calor ardia, queimava a pele, entre os beijos e carinhos,
Gotas de suor escaparam dela, molhando-o um pouco,
Ela fez um gesto de desculpas com a cabeça,
Enquanto se abaixava para sugar cada parte molhada,
Agora estava totalmente sobre ele, incapaz de escapar,
Desejava suas investidas, queria sentir-se desejada,
Amparada por seus braços seguros e fortes,
Era como se cada desejo do seu coração estivesse sendo
ouvido,
Naquele instante eles já não pertenciam mais a si mesmos,
Eram apenas um do outro, absortos diante de tanto amor,
Como um cometa que desiste dos céus e cai por terra,
Inerte, a derreter-se em um doce fogo acalentador,
Calor que encontrava refresco nos beijos sedentos de suas
bocas,
Sentada sobre ele, ela parou por um instante para admirá-lo,
Queria gravar em sua memória cada traço, registrar o
momento,
Do carinho mais reservado ao afago mais provocante,
O sorriso que ele abriu deixou-a tremula, era estonteante,
Irresistível seria pouca definição para tudo que sentia,
Ela passou a mão
sobre seu peito, com esforço,
Não conseguia controlar a própria força,
Sentia-se fraca, absorta por aquela sensação que a consumia,
E entregava-a ele, como última saída, com uma urgência incontida,
Estava por inteira tremula, sôfrega pelo amor que a tomava,
Por Deus, que desejou com toda a alma, nunca mais pertence-la,
Seria totalmente dele, em cada instante da sua vida,
As horas ousavam passar no relógio, como se a
identificassem,
Contando que mesmo todo o tempo do mundo já não seria o
bastante,
Via-se absorta nele, em cada parte, agachou-se até estar
nele,
Sentia-se penetrar sua pele, em uma entrega sem limites,
Prazer e amor se confundiam entre beijos e desejos
desregrados,
Um fio de saliva percorreu seus lábios sedentos de carinho,
Como se nada dentro dela mais a pertencesse, esqueceu de si
mesma,
Era inteiramente dele e cada parte sua desejava tocá-lo,
Com a intensão única de demonstrar o que sentia em sua alma,
Via-se tomada por um desejo insaciável, via-se desnuda por
seu olhar,
Sentia que poderia confiar todos os seus segredos e ser
compreendida,
Que poderia entregar todos os seus medos e vê-los afastados
entre afagos,
Como se a confidenciassem para ele, os cabelos dela caíram sobre
seu rosto,
Com um gesto tremulo e seguro, ele afastou para trás da
orelha com carinho,
Depois curvou-se em seu encontro para beijar-lhe enquanto a
acariciava,
Gemidos e sussurros ecoavam pelo espaço do quarto, pulsando
um no outro,
Seus corpos agora, estavam juntos, unidos como em um único
suor,
Seguidores de uma única vontade, entregar-se ao prazer que
os consumia,
E não tinha pressa nem mesmo intensão de acabar,
O carinho tomava suas feições, unindo dois corações em amor,
O corpo dele possuía a força de uma rocha sustentando-a,
Sorte a dela, pois não tinha controle algum sobre si mesma,
Entre sorrisos, e gemidos ele sugava seus lábios com voz
rouca,
Cada parte sua respondia aos seus carinhos, absortos em
carícias,
Dedos percorriam sua pele, com um traço delineando-a,
Sentia-se queimar, derreter feito água sobre a cama macia,
Naquele momento todas as suas perguntas encontraram
respostas,
Cada passo passou a ter sentido, antes acreditava em seus
pontos de partida,
Mas agora, sendo totalmente sua, ela havia encontrado a
linha de chegada,
O ponto máximo que havia desejado por toda a sua vida,
O auge de seus sonhos de mulher feita que era, a partir de
agora,
Ela olhava para ele, esforçava-se ao máximo para demonstrar
seu amor,
Queria ser amada na mesma medida e podia ver-se refletida em
seus olhos,
Permitiu-se cair de novo e de novo sobre ele, agora estaria
segura,
Não desejava pertencer-se, havia encontrado uma razão maior
para si mesma,
Sentia-se a sorte em pessoa, quais eram as probabilidades de
se encontrar o amor,
E ser por inteira retribuída? Tomada pela mão guiada e por única
razão, negar-se a ser sua...
Por ter provado o amor que não cabia mais dentro da sua alma
E desejava ansiosamente derramar-se através das suas
carícias, para que conteria?
Por que motivo se negaria a entregar-se a ele com tudo que
sentia,
Se ele era seu em tamanha proporção que ela, retribuindo-a
com toda a ternura,
Ela tentava encontrar as palavras certas, buscava uma linha
de lógica,
Mas quando o amor toma as rédeas quem há de resistir-lhe?
Procurou de novo em si mesma, redesenhando o corpo dele com
a língua,
Cada centímetro dele agora ardia de encontro a sua pele,
O melhor de tudo isso era que ao verem-se queimar, derretiam-se,
Abrasando, entregando-se um ao outro, isso era pouco ao que
sentia,
Havia urgência, havia uma necessidade desmedida,
As horas perdidas de outrora, agora faziam a diferença
Na busca de saciar as carícias desenfreadas,
Algo berrava dentro de si mesmos e era extravasado,
Ganhava vida no fulgor de cada carinho expresso,
Espasmos violentos tomavam seus corpos,
Suas almas agora, tinham vontade própria,
E não desejavam mais permanecer no vazio de si mesmos,
Queriam entregar-se para serem completos,
Como um meio de contar suas histórias particulares,
Apagar cada erro e fazer disso um álibi para evitar
deslizes,
Agora, o vazio de si mesmos criava um ponto de desvio,
Uma curva em uma estrada pouco percorrida,
Que através de afagos sinceros aceitavam ser preenchidos,
A delicada curva em seus corpos tinha uma razão de existir,
Traçar um limite para ser percorrida com calma, sem pressa...
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