terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O Vento E Uma Lembrança


O vento soprou contra o meu rosto,

Fechei os olhos tentando manter o foco,

Mas um sorriso ganhou meus lábios secos,

Passei a língua desejei a todo custo apagar o gosto,

Mas, algo me fez embaçar meu pensamento,

Não consegui conter as lembranças de outrora,

Abaixei a cabeça para dentro de mim mesma,

Um coração pulsou forte nesta hora, era o meu,

 

Meu coração batia incessante, quisera gritar algo,

Esboçar o que sentia escapar por entre meus dedos,

A memória dos seus cabelos negros encaracolados,

A maciez que ainda se presenciava em cada afago,

Um calor percorria a estremecer meu corpo,

Uma lembrança me tomava de mim e levava para outro lugar,

Outra história, outros tempos, esquecido para os outros,

Mas jamais apagado dentro de tudo que eu sentia,

 

Algo me guiava ao meu primeiro encontro,

Um beijo tocava meus lábios vagaroso e fugaz,

Do tipo que te intimida e te faz desejar nunca mais repetir,

Até que certo dia, certos olhos te despertam outra vez,

Desta vez mais intenso e mais ousado, com aquele quê de não resistir,

O amor que parecia tão intimidador, agora estava predatório,

Do tipo que rasga a roupagem da alma, deixando-a nua,

Faz cair em ruínas todo aquele medo do inseguro,

 

Quebra as muralhas nas carícias em que desliza até a alma,

De repente o foco já não está em si mesma, mas no outro,

Neste instante não há falhas nem limites, tudo é permitido,

Fiquei em pé, em silêncio tentei abafar a reides do vento,

Eu não queria me permitir viajar no tempo e traguear as lembranças,

Sabe quando um amor já começa errado, quando só o que se quer é esquecer,

Evitar a todo custo, embora no meu caso não tenha sido dessa forma,

Eu não tinha todas as respostas comigo naquele instante,

 

Nesta hora, pensei em tantas coisas das quais não tinha conhecimento,

As quais, de fato, nunca me importei tanto, mas agora pareciam vir à tona,

Tomar-me pela mão até me afastar dos meus próprios sentimentos,

Não era a primeira vez que as lembranças vinham me tocar,

Mesmo nunca tendo tentado afastá-las, não significava que não sofria,

Por dentro me sentia sangrar, esvair até ver-me escorada em uma muralha,

Uma muralha de pedra que eu mesma erguia ao meu redor,

Aquilo não me fazia maior, talvez até mesmo não me ajudasse em nada,

 

Mas me feria em desmedida, até levar-me a ausência das lágrimas,

Atingir aquele ponto em que você já acha não ter mais o que chorar,

Não que tenha perdido seus sentimentos, mas vê-se vaga e incerta,

Mas sempre que o vento acaricia o meu rosto eu ainda posso sentir o seu carinho,

Os afagos que um dia foram meus e que sua ausência ao invés de libertar,

Apenas me aprisiona em mim mesma, a despeito de não me esvaziar do amor,

Neste instante, outra pessoa vinha em minha memória,

E eu via-me arrisca entre o que sentia e o que me feria por dentro,

 

Duas forças pesavam dentro de mim me deixando trôpega,

Era difícil decidir que passos poderia dar naquele momento,

Tudo o que eu sentia pesava em mim e naquela hora eu era tudo, menos fria,

O silêncio estendeu-se por um tempo, enquanto o vento seguia seu caminho,

Eu continuava estagnada no mesmo lugar a contar os passos,

Tudo de repente havia ganhado um peso demasiado para carregar sozinha,

Continuasse a viver de lembranças como poderia seguir o destino?

A abertura que o vento fez em minhas lembranças soavam a insegurança,

 

Remexiam em um passado que embora distante insistia em me alcançar,

Será que eu teria mesmo que me prender a tudo que existiu um dia?

Será que foi tão bom a ponto de me fazer jogar uma âncora entre aquelas águas,

E mergulhar fundo sem ter ideia ou medida do que estaria a fazer agora?

Eu pude ser qualquer coisa na minha vida, mas jamais fui fria feito uma pedra,

Então por que me permitia estagnar sempre que as lembranças vinham?

Embora não necessite condenar ao esquecimento por que me permitir prender ainda?

Fui menos do que sou porque ousei amar um dia?

 

Errar por amor faz do meu erro algo maior do que errar por ganância?

Entre o passional e o interesseiro o que deverá prevalecer sobre a razão?

Posso estar errada, mas se a ideia for da alma então prefiro usar o coração,

Então, errar por amor torna tudo mais aceitável ou torna a ideia intragável?

Ser traída por quem jura em falso com certeza parece mais intolerável,

Com isso devo entender que é melhor afastar-me do amor

Por medo do que poderá vir depois? Apegar-me a frieza para resistir ao coração ferido?

Aquela velha história do você me feriu, mas também saiu magoado?

 

Qual é o maior erro: o que entrega a alma ou o que jura ignorância?

Ah, eu feri por amor, porém, condeno-me a nunca ser perdoado,

Para todo o sempre o imperdoável, aquele que fez o que podia,

Mas sempre decide retornar ao passado e achar que poderia muda-lo?

Estando você na mesma história, tempo e ideias, por que teria sido melhor agora?

Caro viajante do tempo, que tal se localizar no agora?

Sentei-me naquele chão de grama e decidi pôr as ideias no lugar,

Pensar um pouco, não o bastante para me julgar fria,

 

Nem tão pouco para me considerar frívola,

Encontrando-me bem localizada, não perderia a cabeça: agiria.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

O Abraço do Amor


Nos entreolhamos por segundos distantes demais para o que sentíamos,

A coisa que eu mais queria perder naquele momento era a distância entre nós,

Ganhar um minuto ao menos em seu abraço era o que eu mais esperava,

A distância é sempre longa para quem deseja amar por toda a vida,

Os segundos pareciam pesados e escorregadios, escapavam entre os dedos,

Fechei a mão em punho, não que quisera prender o tempo naquele horário,

 

Esperava segurar a mão dela em meio a minha, aproximá-la sem deixar escapar,

Não que eu sempre tivesse todas as respostas, mas desejei fazê-la minha,

Li no seu olhar que ela também me desejava da mesma forma,

Com tamanha intensidade que me deixou seguro sobre tudo o que sentia,

Tentei falar sobre o quanto a queria, ela entendeu e concordou comigo,

Eu cantei alto, a faria segura em meus braços de onde nunca a deixaria sair,

 

Ela demonstrou um amor tão intenso do tipo que eu ainda não havia provado,

Sabe aquele amor em que você ama sem esperar nada em troca?

Aquela troca de energia que te fortalece e te faz seguir mais seguro?

Então, ela foi muito mais que isso, me amou com toda a alma à primeira vista,

Sem se deixar impressionar por detalhes ou se abater por imagens,

Olhei-a e vi em seus lábios macios e cheinhos o gostinho do para sempre,

 

Desejei prova-los, mesmo sendo forjado a metal não consegui resistir,

Tentei me manter distante apenas para silenciar o que sentia,

Queria que partisse dela o primeiro passo em direção a mim,

Me parecera que seria o certo mas meus punhos de metal se abriram,

Tal como o luar dissolve a noite mesmo antes do sol entrar,

Eu não consegui resistir a intensidade do amor que me consumia,

 

A cada passo que eu dava em direção a ela, a noite vagava para longe,

Mesmo as estrelas ficavam pequenas, eu nunca havia desafiado o destino,

Nem ao menos imaginara que chegaria a mim este instante,

Mas o sorriso dela fazia de qualquer obstáculo algo pequeno,

Insignificante demais para me manter distante do seu caminho,

Sendo ela, tão linda e desejada, eu me senti no mínimo privilegiado,

 

Era o homem com quem ela desejara passar a vida inteira,

Era, dentre tantos, o único que ela havia escolhido para amar,

Seu olhar independente era desafiador, não havia como resistir,

Quisera ser seu protetor, iria ama-la com todo o carinho até o fim,

Diante de tudo que via em seu olhar tudo o mais perdia-se na insignificância,

Mesmo as estrelas tão distantes colocavam-se próximas,

 

Eu poderia tocá-las, mas ela era muito mais que isso, mais intensa,

Ela era única, eu a faria minha, eu a amava com toda a alma,

Movi um sorriso em minha boca sem nunca desviar meu olhar,

Eu não queria nem por um instante sequer perde-la de vista,

Tudo o mais fora abandonado a poeira, deixado para trás,

Sem que houvesse um único vestígio para o arrependimento,

Teria como fechar os olhos diante do valor que ela possuía?

Seria eu tolo o suficiente para encontrar o amor apenas para perde-lo?

 

Não, nunca o permitiria escapar por meus dedos,

Que agora suavam frio, como se ansiassem por seu calor,

Havia nela algo tão especial que me conquistava sem margem para dúvidas,

O relógio parara naquele segundo, eu podia sentir seu cheiro tragar minhas expectativas,

Aquelas bobas em que eu imaginara ficar para sempre sozinho,

Apegado as palavras, mas apagado demais para os seus atos,

 

Um desmerecedor eu havia castigado a denominar a mim mesmo,

Um solitário sem nada capaz de conquistar nenhum dos meus afagos,

Mas os olhos dela tinham um tom castanho meigo e profundo,

Logo, eu a traria para o meu abraço, nesse instante estaria completo,

Amava-a em cada detalhe, até mesmo os defeitos que só ela percebia,

Um estranho parado a sua frente, o cavalheiro que ela escolhera amar,

 

Aquele que não sentia medo em assumi-la para o mundo,

O qual sentia orgulho dela desde a sua pele ressecada até a sua alma macia,

O que a amava intensamente, sem rodeios ou medidas,

Que a protegeria de tudo enfrentando qualquer risco,

Pois a partir do instante em que cruzei por seu caminho,

O único risco capaz de tocá-la seria o traço quente do meu dedo sobre o seu corpo,

 

Mesmo que ela se recusasse ao meu amor, eu seria para sempre dela,

Mas o castanho dos olhos dela falavam alto demais para serem ignorados,

Ela me amava eu podia sentir isso a acariciar minha pele mesmo à distância,

Nossos caminhos haviam se cruzado graças as mãos do destino,


Não haveriam meios, nem queríamos resistir a esse sentimento acarinhado,

Resistir a este amor que promovia o encontro do nosso olhar,

Unindo nossas vidas com tamanha ânsia deixando as ruínas a resistência,

Era impossível ante a intensidade de tudo que nos tomava,

 

O abraço do destino nos tomou de caminhos distintos,

E agora nos colocava frente a frente, feito um sonho perfeito,

Sem estar previsto, sem que fosse esperado, sem nada preparado,

Apenas permitira ao amor falar alto o suficiente para ser ouvido,

Fossemos de rocha sólida nem assim teríamos resistido um ao outro,


Fossemos vazios a ressoar palavras sem sentimentos,

Agora víamos um no outro, destino certeiro, fez do amor - nosso abrigo -,

Unindo-nos naqueles segundos arrastados, não os permitiria leva-la de mim,

Andei um passo ao seu encontro, abri os braços, ainda esboçando meu sorriso: a protegi.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Acho Que Meu Amor Está Com Olhos Adiante



Era como se eu tivesse percorrido quilômetros sem parar,

Como se todo o meu passado não tivesse mais sentido,

Como se em toda a minha vida eu tivesse percorrido a esmo,

Aqui, diante do seu olhar, percebi que tudo ganhava novo sentido,

Como se todo o tempo em que estive destituído de sua presença,

Não apenas fosse carente de razão, mas de qualquer emoção,

 

Sabe aquela música que você ama, mas presta atenção na letra,

E por mais que a encante ela na verdade não lhe diz nada?

Sabe como é vagar como se estivesse simplesmente a perambular?

Quando mesmo as palavras mais bonitas são ausentes de vida?

Quando mesmo os momentos mais belos deslizam para o vazio,

Condenados ao esquecimento de uma alma sem sentimento,

 

Não que antes de encontrá-la, meus olhos azuis fossem gélidos,

Apesar de refletirem a cor dos céus eles nunca estiveram lá em cima,

Não tão distantes a ponto de eu não sentir nada,

É claro que sentia, mas isso beirava a insignificância diante dela,

Mas eu precisava de um pouco de bom senso, prendi o fôlego,

Queria encontrar as respostas, pensar por mim mesmo,

 

Por que o coração decide tomar as rédeas da nossa alma

E acreditar que pode direcionar nosso caminho?

Posso estar errado, mas antes parecia que não era dessa forma,

Agora tudo tomava outra direção, eu me sentia perdido,

Sempre gostei de ter o controle sobre tudo que acontecia,

E agora me via descompassado, então algo havia mudado?

 

Ante a um simples olhar e todas as certezas oscilavam?

Menos o coração, este parecia ter mais certeza que nunca,

Sentia minha garganta queimar por uma urgência desconhecida,

Talvez eu precisasse de um beijo, uma carícia escondida,

Diante das armadilhas do amor eu não passava de um preambular,

Um esboço de tudo que sempre acreditei, mas nunca cheguei a viver,

 

Ela sorriu e seus olhos refletiram um brilho simpático,

Eu, um tanto inseguro, talvez assim pudesse me descrever...

Sorri e a olhei da melhor forma que pude,

Dei voz ao coração para que pulsasse forte

E demonstrasse tudo aquilo que eu sentia dentro de mim,

Mas parecia não saber expressar, não naquela hora,

 

O amor deveria existir daquele jeito há muito tempo,

Da forma exata como tantos descreviam com suas palavras,

Mas de maneira estranhamente ausente dos meus passos,

Sentia meu coração sair do lugar e ir pulsar lá no alto,

Onde eu nunca imaginei que estaria, como se quisesse toca-la,

Meus dedos sentiram isso, e pareciam convidá-la a se aproximar,

 

Existiria alguma forma de evitar o amor? Naquela hora me pareceu que não,

De repente meus gestos ficaram ausentes de mim e próximos da emoção,

Me calei naquele momento e permiti que o amor me guiasse,

Não me incomodavam com o que o outros diriam, mas com alguém,

Um alguém especial que o destino havia me encarregado de cuidar,

Um suspiro baixo escapou da minha boca como se recusasse o silêncio,

 

Mesmo estando sem lua não haviam sombras naquela noite escura,

Um coração pulsava alto demais para ser contido,

Enquanto outro parecia ouvir em silêncio, talvez, desatento?

Não porque não sentisse nada, mas por que estava distante,

Parecia que ela estava focada em algum ponto do horizonte,

Que sentido teria em deixar passar o amor sem tomar nem uma atitude?

 

Como o fato de ela estar alheia ao seu redor iria me ajudar com isso?

Eu nem mesmo acreditava no amor antes de vê-la passar na minha frente,

Se os restantes das pessoas não acreditavam não haveria alguma razão nisso?

Seja como for, naquele momento a razão andou mais depressa que nós,

E antes mesmo de ela chegar até mim eu já estava apaixonado,

Antes que ela pusesse o seu olhar no meu, e se atentasse ao que eu sentia,

 

Eu já a amava por toda uma vida e com o sentimento mais puro,

Com certeza minha razão estava um pouco mais adiantada que ela,

A pegaria de surpresa um pouco a frente e a convenceria,

Se houvesse alguma razão naquela hora estava mesmo em outro lugar,

Os sentimentos eram mais intensos que minha capacidade de pensar,

Fosse de outra forma eu não teria me enrolado tanto com as palavras,

 

Eu precisava mudar minha postura encontrar uma forma de tocá-la,

Talvez se eu conseguisse ordenar os pensamentos e falar algo

Ela entendesse o fato de eu estar tão apaixonado sem pretextos,

Eu nunca entendi muito sobre o amor,

Mas acreditava que seria capaz de despertá-lo algum dia em alguém,

Apesar de nunca ter me considerado um amante a moda antiga,

 

Eu sonhava em ter alguém com quem compartilhar minha alma,

Alguém com quem eu pudesse falar sem rodeios e ser compreendido,

Alguém de quem eu não precisasse esconder meus pensamentos,

Alguém que de preferência não usasse isso contra mim depois,

Falar era algo que eu reconhecia, que me deixava confortável,

Talvez ela desejasse me ouvir ao menos um pouco,

 

Quem sabe, também, poderia entender isso que eu sentia,

Apesar de talvez parecer vítreo eu nunca fui quebrável,

Muito menos minha alma havia sido esculpida no gelo,

E aquele olhar dela, tão meigo e desatento, eu não chamaria de único,

Mas parecia próximo o suficiente para entender sobre o que eu sentia,

Não desejei acreditar que ela estivesse tão distante quanto parecia,

Não aceitei a ideia de que ela se colocasse onde eu não pudesse alcançar...


 

Eu Preciso Falar Algo...

 

Os olhos dela pareciam gritar por abrigo,

Eu ainda não havia sentido isso,

Não me considerei como um homem apaixonado,

Nunca me deixei guiar por esses atos reflexos,

Mas confesso, que aquele olhar meigo mexeu comigo,

Despertou em mim algo desconhecido,

 

Parecia que a sorte caminhava ao meu lado,

Como se contasse meus passos, direcionasse-os,

Aquela coisa que todos comentam chamar-se destino,

Fato que eu sempre julguei ser conversa de apaixonados,

Sentimentalismo, enfim, sempre me desviei deste caminho,

E não sei ao certo por que motivo, mas encontrei-a de soslaio,

 

Perfeito, eu que sempre evitei a todo custo o amor,

Agora via-me diante de um olhar tão belo e encantador,

Que parecia conter um convite para o aconchego,

De fato, eu não soube como agir naquele momento,

Me recostei naquele muro e fiquei imóvel boquiaberto,

Ela demoraria para passar na minha frente, ou talvez não,

 

Quem sabe ela perceberia meus movimentos

E me forçaria a tomar uma decisão,

Não é assim o amor? Algo que te convida a dar um passo à frente,

Certo ou errado, o fato era que eu temia ser notado,

Sabe aquele instante em que todas as suas certezas partem?

Então, as minhas fugiram de mim tão de repente,

 

Que eu não soube como reagir, o olhar dela me pegou de surpresa,

Não tivesse me encostado naquele muro teria ido ao chão,

Sentia o coração aos saltos que ousado refletia em cada parte minha,

Me deixando trêmulo, sabe aquele instante em que nem seu corpo te responde?

Pois bem, o meu decidira refletir o meu pulsar sobre a minha pele,

Como eu poderia sair ileso do amor se nem conseguia pensar por mim mesmo,

 

Não queria ser identificado tão depressa, mas quem disse que o coração nos ouve?

Todas as minhas defesas que me afastavam de amar caíram em ruínas,

E o olhar dela, parecia reconhecer isso, e agora?

Sabe aquela história de lugar errado e hora errada?

No meu caso, foi totalmente o contrário, tudo me direcionava a ela,

Nem preciso dizer o quanto eu ansiava por esse dia,

 

Não antes de ter encontrado ela, mas naquele exato momento,

Não preciso citar o quanto me senti feliz e incerto,

De repente tudo que eu evitava caminhava ao meu encontro?

Sobre o amor confesso que foi alvo de muitas das minhas falas,

Mas quanto a encontra-lo? Eu não havia me preparado para isso,

Eu suspirei ainda parado, será que alcançaria aquele tal final perfeito?

 

Aquele qual, as pessoas retratam nas histórias, mas que parece fugir,

Aquele em que o final escapa tão rápido a ponto de não restar nem lembranças,

Um movimento sutil nos lábios dela chamou minha atenção,

Ela esboçou um sorriso assim que me encontrou, não consegui desviar,

Encarei-a, o que mais poderia fazer? Fugir como se rasgasse o coração?

Mesmo que o dividisse ao meio, não encontraria meios para tal ação,

 

Ela ainda me olhava, deveria ter ouvido meu suspirar,

Manter o olhar fixo e esboçar um sorriso convidativo foi tudo que fiz,

Dentro do olhar dela uma mulher incrível parecia gritar,

Em seu sorriso aberto uma alma parecia prestes a despertar,

Em suas mãos suaves um carinho parecia estar contido em seus dedos,

Eu não fiz outra coisa depois que a vi a não ser deseja-los,

 

Queria identificar o que aquela moça tentava falar em seus gestos,

Mesmo distante, meu coração parecia ouvi-la, eu sentia isso,

Seus lábios carnudos naquele sorriso iluminado pareciam os mais perfeitos,

Desejei provar o sabor do seu beijo, deveria haver um jeito,

Eu tentei o máximo possível disfarçar o que sentia,

Mas meu coração estava frenético com a aproximação dela,

 

Eu não entendia o porquê, mas minha capacidade de pensar partia

Com a mesma rapidez em que ela vinha para a minha direção,

É mesmo assim o amor, tão incompreensível e cheio de emoção?

Ansiava para que o espaço entre nós fosse rasgado,

Até que o meu desejo por a ter ao meu lado fosse saciado,

Me sentia despido de toda roupagem de ideias errôneas,

 

Era como se todas as minhas certezas estivessem sendo postas a prova,

Mas, nessa questão, não haveriam perdedores ou ganhadores,

Uma lágrima parecia brilhar no olhar dela,

Senti como se estivesse a gotejar em meus olhos e escorrer,

Até onde eu não saberia responder, mas acreditei que faria morada em mim

Caso eu resistisse e permitisse que ela cruzasse a minha frente,

 

Sem que eu fizesse nada para impedi-la e demonstrar o que sentia,

Senti minha garganta arder em febre como se fosse me sufocar,

Eu precisava falar algo, um grunhido talvez, um suspiro, ou sei lá,

Não a permitiria ir embora, me deixando esvaído em sentimentos,

Como de fato, eu não estava respirando, precisava recuperar o fôlego,

Minha garganta ardia de maneira que não haveriam alternativas,

Abri os lábios trêmulos, usaria o que me restava de forças e falaria...

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Cumplicidade

É fato que todos temos uma motivação e um objetivo escondido,

Sabe aquele que você nunca ousa contar para ninguém,

Alegando sentir medo de que aspirem contra os seus sonhos,

Que forças contrárias possam se levantar contra você,

Então, não é nada disso, mas foi dessa forma que começou,

Eu sustentava em meu coração um desejo de mantê-lo próximo o suficiente

 

Para demonstrar que nutria em mim, um apego muito forte,

De outra forma, pretendia manter uma distância discreta entre nós,

Alegando qualquer coisa que você queira acreditar,

Mas a verdade paira um pouco além, tive receio de confessar,

Mas eu não sabia ao certo que destino pegar para abriga-lo em minha vida,

É certo que da minha alma, nunca sairia, porém, manter alguém que se ama,

 

Convencer a seguir o mesmo destino que você até o final do caminho,

Parecia ser algo arriscado, com base nos comentários, poderia acabar logo,

E eu não me permitiria chegar ao fim do meu destino sem quem eu amo comigo,

Casamentos se iniciam de todas as formas, seguem o mesmo ritmo um do outro,

E encerram-se em um amontoado de arquivos esquecidos e fotos rasgadas,

Depois disso, tudo acaba indo parar na lata da lixeira, até mesmo as promessas,

 

Há alguns poucos que se arriscam a manterem uma espécie de amizade,

Mas a maioria nem isso, pessoalmente nunca entendi como o amor inicia

E acaba com a mesma intensidade de sentimentos demasiados sentidos,

Na base do tudo ou nada, partem da promessa do para sempre ao nunca mais,

Com as mesmas lágrimas no olhar, o mesmo sentimento de identidade perdida,

Agarrados naquela mesma promessa do para sempre: para sempre te amar,

 

Para sempre esquecer que você existiu em minha vida, é assim que sempre acaba,

Sentimentos sentidos de forma insensata não fazem sentido,

Que felicidade há em amar em demasia, construir sonhos apaixonados a luz da lua,

Se quando o luar se apaga tudo deixa de existir feito uma fagulha adormecida,

Então, sobre este amar em demasia eu entendo perfeitamente bem,

Sobre o para sempre: eu o almejo como nenhum outro alguém,

 

Agora quanto ao nunca mais, eu o deixei de fora da ideia por uma razão,

Não o pretendo nutrir em minha vida no que se refere ao meu coração,

E quanto a isso, eu posso explicar: poderia o colocar em suas mãos,

Se me recuso a isso, não é por medo de que possa machuca-lo,

Mas é por que o desejei faze-lo de abrigo para os meus sonhos,

Ou seja, resistir aos excessos para que eu possa abrigar você comigo,

 

Não em qualquer lugar, exposto a todo o tipo de risco, mas dentro de mim,

Aqui, há um pequeno empecilho ao usar o de mim, recordei nosso beijo,

Com um sobressalto no peito, lembrei que havia me dado para você,

Por tanto, se não me pertenço, sou sua, sendo sua, urge darmos o passo seguinte,

Não tive como resistir a este fato, assim que olhei em seus olhos,

Percebi que você continha todas as respostas que eu estava à procura,

 

Me despi de toda a arrogância de resistir e entreguei-me de alma nua,

Me permiti sentir qual era a sensação de estar segura,

Amar de maneira ingênua, segura apenas do que sentia e mais nada,

Exceto de que também era amada de forma tão intensa quanto,

A experiência foi tão única que não daria para guardar ao passado,

É o tipo de situação que você deseja repetir mil vezes de novo,

 

Seria tão fácil esquecer alguém que se ama com todo o coração?

Provavelmente não, sem resistir ao que sentia em minha alma,

Levantei a mão em carícia e afaguei seu rosto com tamanha emoção,

Que não consegui conter a voz, muito menos os sentimentos que fluíam,

Pedi que ficasse para sempre em minha vida, pedi para ser sua,

Espero que possa retribuir todo o sentimento que há em mim,

 

Apesar deste pedido não parecer tão eloquente,

Afinal percorrer o caminho dos riscos do nunca mais exposto ao para sempre,

Nem sempre é o que é mais viável, por soar desaconselhável,

Aos que se arriscam sem desejar ficar realmente,

Acredito do fundo da alma que você seja diferente,

Você acha que eu posso contar com sua cumplicidade?

 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Em Frente ao Seu Prédio

Ela estacionou a beira da estrada para pensar um minuto,

Haviam 200 quilômetros a separa-la de quem era seu amor,

Destino traiçoeiro quis apaixoná-la, apenas para tirar depois,

Aproximou-o do seu peito com uma das suas mãos,

A mais encantadora de todas, enquanto usava a outra

Para leva-lo para longe dos seus abraços, a mais detestável,

 

Lançando-a nas garras da solidão, com a alma manchada pela saudade,

Onde antes pulsava a paixão agora apenas bombeia o sangue...

Fosse impossível este amor, ela não se dirigiria até ele,

Fosse assim tão importante, por que se colocara tão distante?

Prostrado em algum lugar para longe de onde a vista alcança,

Neste mesmo lugar em que ela desejava tanto estar,

 

Encheu o tanque de gasolina, tragou um cigarro no frescor da brisa,

Com a janela aberta, permitiu ao vento acariciar seu rosto,

Ele aproveitou e roçou em seus cabelos, embaraçando-os,

Até que suas pontas tocassem seus olhos, ofuscando seu caminho,

Ela apagou o cigarro no cinzeiro, arrumou seu reflexo no espelho,

Do lado de fora do carro a brisa estava contra a sua partida,

 

Do lado de dentro, ela passou os olhos no calendário,

Esboçou um sorriso de soslaio, sim, sabia que dia era...

Algumas poucas horas os separavam, o pegaria desprevenido,

Seria uma boa deixa para ficar por alguns dias a mais que o planejado,

Havia comprado uma caixa de bombons, um vinho bom,

Nada atrapalharia, a decisão dependia somente dela,

 

A foto dele estava pendurada no para-brisa, ele parecia encantador,

Daquela mesma forma que a fez apaixonar-se perdida e sôfrega,

Melhor não pensar muito, isso costumava deixa-la bamba,

Precisava estar tranquila para percorrer a estrada tantas vezes sonhada,

Mil outras vezes, mais, evitada: o caminho que os separava,

Até aquele momento, tudo parecia uma mera questão de tempo,

 

Mas, a partir do instante em que chegasse a ele, as coisas mudariam,

Ela acreditava nisso, esperava que fosse como esperava,

Da forma com que ele a fez acreditar desde o primeiro beijo,

Para sugestão da alma, sentia o pulsar descompassar o coração,

Ela sofria uma emoção silenciosa que a deixava em sofreguidão,

Queria que as horas se adiantassem e o caminho fosse deixado para trás,

 

Tão rápido quanto o piscar de olhos em que o beijo se acabava;

Envolvida pela saudade que a consumia e a levava para longe,

Ligou a chave na ignição e aceitou o destino que estava a sua frente,

Fez questão de trancar a porta para que nada a impedisse,

Já havia perdido muito tempo pesando as chances, precisava dele,

Por que o faria esperar quando poderia estar ao seu lado?

 

Não houvera nenhum outro homem em seu caminho,

Ela sabia que ele também a amava da mesma forma,

Deveria estar esperando-a com a mesma urgência,

Duas horas depois, estacionava em sua calçada,

Com ansiedade controlada e um sorriso de orelha a orelha,

Aquele que ela nunca conseguiu disfarçar ou apagar diante dele,

 

Aquele cujo qual ele era a razão principal da existência,

O resultado de todo o charme e encanto com que lhe dedicava,

Estava sem saída, o amava e agora ele teria certeza sobre o quanto,

O sentimento que o telefone denunciava agora seria certificado,

Pigarreou um pouco, tentando conter a felicidade estampada no rosto,

Dessa vez, superara as expectativas e empreitava para atitude mais ousada:

 

Vencer a si mesma, entregar tudo que sentia sem esconder-se em aparências,

Estar ali parada diante da imponência do prédio dele parecia mentira,

Cada detalhe nele parecia ter sido feito a sua espera,

- Você deveria ter visto como corri, parecia que estavam atirando em mim;

Disse ela, assim que o porteiro tocara o interfone,

- Imagino, deve ter sido difícil – disse ele, sem conter o sorriso,

 

Deve ter conseguido fugir dos quarenta por hora...- ele continuara;

- Ufa, andei muito mais rápido que isso, estou superando a mim mesma. –

Ela sorria com lágrimas no olhar, incapaz de conter a felicidade,

- Não sei como te explicar, mas parecia que eu fugia do sol, naquela hora,

Não sei se foi impressão, mas ultrapassei até mesmo a velocidade do vento –

Ela dizia, com um muxoxo, - apesar de não contar com uma arma engatilhada

 

Em minha direção, o vento se aproveitou de mim, um pouco –

Ela dizia e sorria ao mesmo tempo,  - isso só pode ser coisa sua mesmo – ele continuara,

- Mas não se preocupe amor, eu fugi jurando vingança, mostrei toda a minha força –

Ela dizia, - até tirei uma foto minha no reflexo do espelho para você conferir... –

Ela cortou a fala ao identificar uma sólida porta de aço que abria-se para ela,

Ela olhou-a assustada, era o elevador, ela correu para ele ansiosa,

 

Deixando o fone suspenso, ao entrar e procurar o botão para subir,

- Surpresa! Que dia é hoje? – Ele, gritou para ela, puxando-a pela cintura com o braço direito,

- Querido, eu olhei no calendário, sei bem que dia é – Ela respondeu envolvendo-o

Pelo pescoço com um beijo apaixonado e sedento, um outro braço envolveu-a por inteira,

Era o braço esquerdo dele que continha um buque de rosas vermelhas...


 

Um Estranho no Caminho

 

Ele era alto, lindo, inteligente e inexplicavelmente gentil,

Não eram as qualidades que ela esperava,

Era muito melhor do que desejava e acreditou ser capaz de encontrar,

Não fosse sua voz suave e aveludada, com aquele toque de prepotência,

Como se estivesse sempre descontente com o seu redor,

Ela não o teria encontrado naquela hora,

 

Poderia ter sido antes ou depois, mas fora na hora exata em que precisava,

Sabe aquela sonhada questão proveniente do destino?

Então, foi muito melhor do que isso, algo que apenas os olhos dele poderiam descrever,

Algo sobre o qual ela preferia deixar que as atitudes mostrassem,

Ela confiara nele de uma forma que poderia ser definida como cega,

Porém, ela abriu os olhos da alma, assim que o viu - é certo,

 

E olhou para dentro de si mesma, de repente, algo a fez mudar o foco,

Foram suas pulsações aceleradas pela proximidade dele,

Mais forte que o olhar desperto em sua alma fora seguir o que o coração dizia,

Bem, que estranho a imagem de um filme passara pela cabeça dela,

Mas naquela hora, ela já não conseguia mais pensar,

Algo a despertava para fora, algo ao qual ela não resistiria, não seria capaz,

 

Naquele instante, parou tudo que fazia, ficou estagnada na rua,

Admirar aquele homem com seu olhar, voz, gestos e tudo o mais,

Fez com que ela não precisasse de mais nada, admirá-lo parecia bastar,

Até que ele decidira cruzar por ela, sem desviar, olhando-a,

Porém, resistindo a aproximação, naquela hora algo chamara suas atenções,

Para ele, poderiam ser as batidas intensas do coração dela,

 

Algo audível, que gritava de dentro dela o que a voz não falava,

Mas para ela, fora o medo de perde-lo, o medo de ver-se distante,

Como se já não houvesse uma posição em que se colocar na vida,

Como se tudo o mais pelo que havia passado tivesse perdido a coerência,

Ela sentira necessidade de estar ao seu lado,

De seguir o que o destino parecera ter reservado a ela, ao colocá-lo em seu caminho,

 

Cruzando seus passos, unindo seus destinos,

Talvez tivera sido isso o que sempre desejara,

Pensando bem, se é que lhe fosse possível pensar naquela hora,

Ela parecera reconhecer a voz dele, de algum lugar, como se ressoasse nela,

Não na esfera de um sino, em que precisa esvaziar-se para ressoar,

Sem aquele efeito do badalo a ecoar em seus vazios para ser ouvido,

 

Não que ela se recusasse totalmente a ideia de estar vazia,

Sentira-se preenchida, assim que o vira passar na rua, e caminhara ao encontro do destino,

Mas diante dele, seus braços se abriram de forma estranha,

Sua mão sentira-se pequena, sua voz soava trêmula, algo a desconcertava,

Sentira que suas crenças, valores e tudo o mais vira-se incompleto,

E a resposta parecia estar passando por seus olhos,

 

Ela não poderia permitir que se afastasse não depois de tudo que parecera dizer,

Será que ele ouviria suas necessidades gritantes através dela?

De tudo que ele era, ela não se definiria como um mero reflexo,

Sabia seu valor, acreditava no que pensara ter interpretado nele,

Mas sentira que havia um lugar maior do que havia imaginado para ela,

E este lugar era em seu abraço, em seu encalço se fosse preciso,

 

Desejou cuidá-lo, abrigar-se a ele: abriga-lo, então, colocou-se à sua frente,

Ele, apesar de seguro, deixou seus olhos nublarem-se um pouco,

Os olhos dela brilharam mais ainda, pareciam querer iluminá-los,

Queria que todos vissem tudo que ela enxergava por meio dele,

Era início de janeiro, um novo ano havia recém dado início,

Para ser mais exata, era dia cinco, talvez fosse outono, sei lá,

 

Ela não desejava pensar muito, só desejara ser rápida para ser vista,

Sabe aquele instante em que tudo que você acredita fica a esmo?

Então, foi exatamente dessa forma com ela, temera o pior: perde-lo...

Seu coração estava aberto, sua alma pulsava entre os seus dedos,

Um carinho implorou para ser entregue, um abraço surgiu em seu instinto,

Um único desejo tomou-a por inteira de si mesma: pertence-lo,

 

Apesar de o sol já ter nascido há algumas horas, ela sentia-se tremula,

Bem, mas isso é uma história antiga que não precisa ser repetida nessas linhas,

As quais são deveras escassas para dar vazão a tudo que sentira,

Algo maior parecera brilhar naquela hora, e agora, a olhava,

A brisa fresca soprara uma folha seca contra seu rosto,

Mas isso não a ferira, ao contrário, fez com que ele se aproximasse dela,

 

A visse de uma forma que ela ousaria definir como, mais humana?!

Não tinha certeza, pois a palavra humana era frágil para descrevê-lo,

Mas parecia ser a palavra ideal, ao menos para aquele momento,

A folha seca caiu ao chão e fora levada pelo vento,

Agora pertenceria a uma outra história, definiria algum outro momento,

Que diferença faria quando tudo que queria estava a sua frente sorrindo?

 

Seu peito arfara sôfrego, ela desejara que ele falasse algo,

Ele parecia saber que atitude tomar naquele instante, tão... precipitado?

Peculiar demais para ser descrito com exatidão, suas buscas dela pareciam ter começado,

Aquelas buscas pelas quais ela acreditava nunca antes ter sonhado,

O destino, com sua sabedoria misteriosa, parecia estar conduzindo-os,

Guiando a ela e seus sonhos, as horas voavam para outra direção,

 

Desatentas demais para tudo que aconteciam naquele lugar,

Fossem definidas por aqueles dois pares de olhos famintos, expressariam segundos,

Para onde vai?-, ele a perguntou com voz rouca e desconsolada,

Os lábios dela estremeceram antes de falar, ele estaria inseguro?

Bom sinal, admitira a si mesma, então ela havia mexido com seus sentimentos?

Desta feita, ela poderia admitir ser tomada por uma sensação de segurança,

 

Um homem como ele, cruzando seu caminho: despertando-a, sendo desperto?!

A ideia era demasiada tentadora para que pudesse resistir ao fato,

Com um ar de graça, ela respondeu entre um sorriso tímido e um olhar atento,

Bem, estava pensando em ir comer alguma coisa, fazer um lanchinho:

Na loja logo ali na frente ou talvez no mercado, não sei ao certo,

O que você acha?, bem, aproveitando a deixa, gostaria de ir comigo?

Depois do Fim

Marta piscou algumas vezes, Tentou entender O que houve, Se viu dentro do carro Esmagada contra o chão. Estava imprensada ...