segunda-feira, 25 de julho de 2022

Segredos ao Ouvido


Ali confidenciaram.

Ela com o rosto recostado a ele,

Ele recostado nela,

Tinham apenas três horas escuras diante deles,


Um minuto após e a luz do dia,

Algo que permanece,

E não se abala,

Desde agora e para sempre,


Como um sonho no ar,

Que ressoa na pele,

E transparece na fala,

Promessas desnecessárias neste instante,


Mas que insistem em não se calar,

Línguas se cruzam e se reconhecem,

Não como num sonho, outra coisa;

Aquele que semeiam deleite


Colhem amor em cada hora,

Das profundezas de cada ser,

Renasce o amor nunca imaginado outrora,

Na fala às súplicas, atenta-se,


No coração a cada batida uma jura,

Quem escaparia do amor que registra-se?

Apenas o coração que ousa recusar,

Esperam no amor com todo o seu ser,


Há mais que uma esperança,

Omite-se algumas, não as melhores,

Porém, nem tudo é para se registrar,

Esse instante não contou com imagem,


Ficou apenas registrado na memória,

Não era apenas um querer, era um viver;

Mais que reinventar ou buscar,

Cada pensamento se corresponde,


Amor descrito em cada olhar,

Mesmo daqueles que passavam ao longe,

Seus olhos fechados não omitiam – a entrega,

Destino que revestido de ferocidade,


Aquele que nega o que há,

Maldito daquele que foge,

Sabe-se bem que isso não conta,

Quando é o amor que resplandece,


As horas passam devagar,

O sono não vem,

E uma noite insone se torna privilegiada,

Feições, antes de mármore,


Agora se encaixam entre sorrisos e bocas,

Sabe aquele instante?

Aquele em que beijar deixa de fazer conta,

Em que recostar-se um no outro é o desfeche?


Pois bem, assim ficaram unidos com suas peles úmidas,

O suor percorria amedrontado e entregue,

Não havia motivos para se distanciar,

Olhavam-se e beijavam-se, as vezes,


O abraço não se desvanecia,

Mas, não era nisso que estava o desenlace,

Era no estar um no outro – pele a pele,

Que é feito do que houve?


Há alguém que busque outra coisa?

Se tiver algo de melhor que isso, me perdoem,

Mas, ver o amor acontecer é a melhor coisa,

Sim, tenho certeza que sonhos existem,


Do amor, nem antes duvidaria,

Mas, após aquela noite,

Tive a certeza: De ti, nunca me afastaria,

Meu coração falava pelo dele,


E havia respostas concretas,

Enquanto tudo é simplesmente o que é,

Havia coisas inexplicáveis entre o nosso abraçar,

Era mais que um sonho de prazer,


Soubemos deste a primeira vista,

Enquanto tudo é simplesmente o que é,

Sob aquele manto escuro que antecedia o dia,

Entregávamos ao para sempre,


De jurar um amor que não se acabaria,

Voltam-se os rostos e suas indagações se encerrariam se nos vissem,

Mas, guardávamo-nos um no outro e mais nada,

Nem mais sentiamo-nos na mesma pele,


Era como se o eu anterior ficasse lá atrás,

Antes de tocarmo-nos face a face,

Chegaria o dia,

Mesmo se não fosse da nossa vontade.


 

domingo, 24 de julho de 2022

Uma Moça na Janela

 


Que chegue a ti minha súplica,

Que alcance seus ouvidos nossas juras,

Que não sejam necessárias testemunhas,

Desta saudade que o busca,


E que inflama por sua volta,

Livrai-me de todas as promessas,

Que de suas palavras não restem uma,

Quero apenas você com suas carícias,


Não, não me importa nada que foi um dia,

Nos resta o agora,

Meu amor, por favor: retorna.

Meus lábios buscam por sua boca,


Meu abraço precisa de suas súplicas,

Sim, me recordo de cada uma das calenturas,

A minha língua não busca outra,

Por favor, me entenda: busca a sua.


Com tua mão me aninha,

Com teu amor abrace minha cintura,

Que apenas você me acompanhe à cama,

E que a manhã, não me traga outra notícia:


A sua voz, a sua boca, a sua companhia;

Eu clamo que chegue a você minha súplica,

Que entenda nela a minha angústia,

E qual seja a sua resposta?


Que em sua mente não reste outra,

Então, meu amor, retorna,

O que esta distância lhe dará?

Óh, triste saudade traiçoeira,


Não me deixa te esquecer nem permite te buscar,

Como lhe atribuirá esta língua enganadora?

Sim, lhe disse adeus em outrora,

Não acreditei que esqueceria,


Mesmo assim, permaneci passiva,

Saudade que o traz com lembranças afiadas,

Não penso em esquece-lo sei que não sou capaz,

Levanto o olhar...


Em algum lugar hei de te encontrar;

A causa de todas as horas mal dormidas,

Você, suas juras, sua fala, sua boca...

A primeira luz do dia?


Seu olhar a afagar a minha alma,

Que Deus abençoe sua beleza,

Uma mancha na solidão de almas vazias,

Ou algo que afugenta e eu não saiba explicar,


E fez desta a sua amante, amada, namorada,

Achando-se amada, quis o amar,

Ora, não há amor maior que o de agora,

Nem a distância foi capaz de apagar,


Nem sua ausência pode afugentar,

O amor que vence a distância

Não oprime, fortalece, mas aprisiona;

Poucos falariam do amor como está fala,


Aos dezoito anos contei com paixões passageiras,

Mas, no agora, conto com a sua,

Como a nenhuma outra,

Aqui, exposta, de braços abertos a espera,


Miserável diante da sua perda,

Fraca se não for capaz de o tocar,

Assim é esta que o chama,

Ah, amor, apenas retorna,

Não, não há necessidade de promessas.


sexta-feira, 22 de julho de 2022

Seu Olhar

 


Não sem motivo,

Meu olhar fraquejou,

Aguardei no mesmo caminho,

Mas o andar falhou,


Fechei os olhos, eu acho,

E pedi ao amor: justiça.

Farei do amor um servo,

Ou o que fosse necessário,


Pois, amei-o,

E agora, era tarde demais para tardar,

Não porque o sol se punha,

Ou porque fosse chover,


Não porque as horas se arrastavam,

Simplesmente, porque amei-o,

Quatro lágrimas silenciosas correram,

Desceram pelo rosto silenciosas,


Que o amor que tão forte me dominava,

Fosse o bastante para preservar meu discernimento,

Que todo o esforço que fiz em vida,

Tivesse neste instante valia,


Pedi enquanto abria os olhos,

Rápida e desejosa,

Não tinha certeza sobre o nome,

Nem ao menos lhe conhecia o apelido,


Amor, talvez fosse o bastante,

O chamaria fosse como fosse,

Não sabia nada sobre sua voz,

Se quente e aveludada ou macia e encorpada,


Sabia que no abraço talvez fosse tudo junto,

Sua beleza era mais cativante que sua boca,

Me atentei a ela,

E vi: não, não o era,


O todo dele era perfeito,

Não fazia o tipo dominador,

Mas conquistava o espaço,

Não tinha tanta certeza quanto o seu rosto,


Mas, quis mais que qualquer coisa tocá-lo,

Sentir cada parte sua entre meus dedos,

Acariciá-lo até confessar:

Eu te amo;


Já que a nenhuma outra passou despercebido,

Minhas pernas vacilaram,

Mas o coração não, pelo contrário,

Tinha certeza sobre o que sentia,


Senti medo de que fosse uma vertigem,

Que num piscar de olhos desaparecesse,

Desisti de piscar,

Apenas o encarei sorrateira,


O que eu senti foi o mais verdadeiro,

Existia algo e era palpável,

Se os céus se aproximaram trouxeram ele,

Lábios que pareciam maçãs,


Uma maçã ao meio,

Com maciez, textura e solidez,

De longe, era como se sentisse o gosto,

Seus cabelos negros eram feitos girassóis,


Não a flor, as sementes, várias, juntas e vívidas,

A claridade do ambiente veio aos seus olhos,

Com um brilho tênue e singelo,

Tinha todas as belezas e aspirava todos os olhares,


- Clamo a ti, amor: me salva.

Pisquei com esta oração silenciosa,

- Antes do amanhecer me levanto e suplico,

Não me permita o anoitecer sem este beijo;


- Seja o amor que me acompanha,

Também, meu socorro;

Abri os olhos crente nesta esperança,

Consegui forças para avançar,


Confiante em cada promessa,

- Ouve minha voz, amor, pelo amor leal,

Falei esta frase em voz alta,

Não sem perceber,

Quis que me ouvisse e que a sentisse.



quinta-feira, 21 de julho de 2022

Estrada

 


Era uma pessoa de intenções,

Sim, sobre ele? As melhores,

Não poupava sorrisos,

E nos olhos o brilho mais belo,


Meus Beijos?

Guardei-o, todos.

Desde quando?

Bem, não duvide,


Antes ainda de encontra-lo,

Diriam os testemunhos:

Não, como sabia que iria conhece-lo?

Me defenderia: Com base no que sinto,


Só isso?

Sim, me basta para amá-lo,

E ter certeza que um dia o encontraria,

Se fiz pouco por nós dois?


Admito: não muito;

Coloco aspas no não,

Mas, quando me indago sobre fazer mais,

Não... vejo que não.


Perdi meus sentidos aos quatro ventos,

Assim, como alguém que perde um lenço,

Da que fui antes dele?

Hoje não resiste nenhum vestígio,


O vi e me bastou aquele único olhar,

Depois disso, não tardei a encontra-lo,

Foste o lenço perder-se no obscuro,

Hoje se quisesse retornar ao que era, não poderia,


O amor verdadeiro é aquele: o único na vida,

Depois dele, talvez se ame de novo,

Mas, nunca: nunca da mesma forma;

Depois disso, abandonei tudo ao acaso,


Expressão dele; Fala minha.

Quem era o homem que amei?

De todos o melhor, não haveria outro,

Se escolhi ou fui escolhida?


Ora, o destino trabalha para os que sentem,

Sobre o tal lenço?

Que o céu manche-se em negro,

E nele nem a lua ou estrela surjam,


Se nele me baseei para encontra-lo,

(aquele que tanto amo),

Que este lenço nunca chegue a outros olhos,

Que surja um buraco e o leve,


Que se enterre ou outra coisa,

Mas, que nunca ressurja,

Não quero ser aquela que andava sozinha,

A de antes do primeiro olhar,


Que nunca volte ou tente esquecer,

Em que se baseava o vento que levou o lenço?

Ninguém sabe;

Detalhes do destino as vezes caem em desimportância,


No meio do caminho,

Tinha o homem que amei e amo,

Cúmplices de um lenço perdido ao vento,

O nome deste homem?


Não, me perdoem mas não direi,

Olá, me chamo... disse ele,

Não ouvi, apenas o amei.


quarta-feira, 20 de julho de 2022

Apaixonada!

 


Moldado num tipo escultural,

Eu disse a ele:

Cara, estou na espécie atração fatal!

Sim, não duvide ou se afronte,


O amo com o que há de melhor,

Apaixonada, encantada, estarrecida,

O amo com toda a força que sinto na vida,

Se um coração solitário cria monstros,


Um que se apaixona fica bobo,

Acho mais simples ser a tola da história,

E você, o que me diz de eu estar apaixonada?

Fronte baixa, têmporas quentes,


Seu cabelo escuro pedia por meus toques,

Ele não era o tipo do homem que se vê

Por aí a esmo,

Com quem se esbarra sem perceber,


E o pior: ele tinha consciência disso;

Seus músculos requeriam carinhos,

Sua pele emergia ao longe,

Parecia me chamar como algo profano,


Uma frase berrou em meus lábios,

A todo custo me contive,

Nunca quis falar tanto,

E nunca precisei me calar mais que agora,


Pensamentos que nunca imaginei vinham,

Sonhos não passavam pela cabeça,

Se desenhavam em seu rosto bonito,

Não senti medo de ser rejeitada,


De repente encontrei alguém que valia,

Me joguei no sentimento e não quis mais nada,

Daria a minha vida por sua boca,

Não me importei em disfarçar,


Fosse amor o que ele sentisse eu descobriria,

Não o sendo eu aproveitaria cada hora,

Faria de cada segundo uma nova história,

Até que enfim, pudéssemos no intercruzar,


E quem sabe,

Ele não desejasse ser de outra,

A solidão se faz preguiçosa

Quando se conhece uma nova pessoa,


A minha sempre esteve ao meu lado,

Mas, agora havia fugido feito fantasma,

Finalmente havia algo mais intenso,

A verdade esta aflorando: eu amava!


E o amor feria e com toda a fúria,

Não tinha como reagir em contrapartida,

Que este amor seja mais intenso ainda,

A cada passo que encurtava a distância,


Havia força e carinho em tudo de mim,

Mas, estavam cegas as minhas pupilas,

De onde eu estava até ele: não havia mais nada!


terça-feira, 19 de julho de 2022

Erro Perfeito



Instante em que o erro é venerável,

O momento em que posiciona-se,

Porta aberta, chaves em mãos,

Mas, algo impede de sair para fora,

Leva-se um dedo aos lábios e sente a pulsação,


Diz-se, não, fecha-se a porta e fica onde está,

O tal beijo apaixonado implica algo a mais,

Uma carta apaixonada, um poema qualquer,

Mas, a frieza com que a contemplou,

Está sim é que não merecia ser esquecida,


É certo que esquecera o dia,

O tal dia em que haveria o segundo encontro,

Ao terceiro chega atrasada,

Mas em que importa?

O conjunto de amar uma pessoa


É mais que datas marcadas no calendário,

Com aquele velho canetão da escola,

O qual se comprara em hora de desatento,

E guarda-se, sem saber por quê...

Destrua-se no coração cada lembrança,


E destrói-se com isso a ignorância,

De amar alguém mais que este mereça,

O maior perigo em tudo isso,

É o triste coração destroçado,

Condensa-se em poucas palavras o amor,


Em versos simples como eu te amo,

Então, por que poupar esforços?

Porquê não sente nada, é isso!

Amar é identidade – identificar-se,

Com algo ou alguém a ponto de definir: importante;


Homens são no geral iguais,

Mas, para os que sonham: há de ter alguém,

Não é possível acreditar-se num para sempre,

Se este não vier... não é possível;

Quanto ao que chamam destino?


Bem, cada qual é capaz de fazê-lo por si mesmo,

Mas, um pouco de esforço,

Um barulho em frente a sua casa a desperta,

Uma buzina é tocada de forma insistente,

Ela desse ao chão e mantêm-se,


Não há diferença para quem está aqui em baixo,

Mesmo frente a barulheira toda: não atende!

Mesmas lágrimas de antes,

No sofrer não há tanta diferença,

Um soluço, um sufoco e uma noite bem dormida,


Esgota-se e dorme, apenas isso;

O erro de ter faltado agora era incurável,

Podia alimentá-lo, com uma ligação inexistente,

Um esquecimento premeditado,

E semanas após isso,


O procura com a desatenção na face,

A alma que se consome em tristeza,

É a mesma que busca forças nas promessas,

Se não houve uma em que se basearia?

Nela mesma? No que sentiu ou pensou existir,


Que o amor chegue de alguma forma,

Que bata a porta ou de alguma forma me alcance,

Que seja tão lindo quanto uma promessa,

Pois, confiar no que dizem as palavras

Também faz bem, por que não faria?


Que o beijo que repousaste em minha boca,

Não fizesse esforço algum para sair, por que faria?

O que vem para acrescentar não precisa ser jogado fora,

O que houve, aconteceu, não há porque mudar;

Coloco neste beijo uma última esperança,


Não na pessoa, no beijo que aqui repousa,

Que este beijo numa promessa dê-me vida!

Não preciso de tanta paixão para buscar nele a graça,

Que seja da forma como está,

Conforme for de sua promessa!

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Te Amo, Minha Vida

 


Há um ponto em que o beijo,

É eterno,

Lá a luz se apaga,

E a lua deixa de fazer diferença,


Tem duas vertentes,

A alma e o coração palpitante,

Tem um guia,

A urgência de pertencer,


Deixa-se o eu num outro lugar,

Entrega-se profundamente,

Como se nada mais tivesse importância,

E em cada uma dessas coisas,


Há a urgência;

Ama-se pela beleza do amar,

E por não querer algo diferente,

Entrega-se pelo apetite da hora,


A cada distanciar do abraço,

Sente-se ferida brutal na alma,

Recusa-se o virar do rosto,

Quer-se o beijo apenas,


Feito o amor leal que se eleva,

Ela busca-o e não se importa em demonstrar,

Sente-se muito acima dos céus,

Apenas por estar acolhida em seus braços,


Mais belo que a fidelidade que alcança as nuvens,

Estar amando sem buscar nada em troca,

É ver o amor estender sua glória sobre a terra,

E ter ela para principal alvo,


Abriga pela cintura por sua mão direita,

Puxada pelo pescoço com mão esquerda,

Sente-o e o busca,

Vê cada parte dele responder as carícias,


O amor liberta aquele que ama,

Ela sentiu isso, assim que pairou o olhar,

No exato instante em que o viu,

Mas muito mais ao abraça-lo,


O amor é algo que no passar do tempo se reforça,

Quem precisará de cidade fortificada?

A força está no abrigo que a mantém,

No olhar que busca por sua boca,


No ardor que percorre a pele;

Que sejam quem for contra

Acusado de desonra,

Que aquele que não ama


Veja-se queimar em agonia,

E que apenas a vergonha venha

A cobri-los com seu manto inseguro

E molhado por suas lágrimas solitárias,


Porque, quando se ama:

Desde o romper da alvorada,

Antes ainda da aurora,

O orvalho chega para molhar o rosto,


Mas não fere e sua frieza não machuca,

Apenas faz ver melhor,

E com isso, tem-se o de mais importante,

O amor,


Então, nele se abriga e despe-se...

Ao amor que dura para sempre!

Busca aos Peixes

Masharey acordou, Subiu na alta cadeira Feita de pneu usados, E cantou alto: - estou no terreiroooo! Em forma de canto. Após iss...