O amor que se perdeu,
Queda em águas profundas,
Mas, somente o que não esqueceu,
É capaz de trazê-lo a tona,
Muitos dizem:
Te amo para todo o sempre,
Porém, poucos são leais,
Alguns preferem outros caminhos,
Juras adulteradas e promessas falsificadas,
Produzem lindos momentos,
Que se arraigam na lembrança,
Mas que não merecem contento,
O que ama detesta a distância,
O que desistiu a admira,
Ouvidos que querem ouvir são os que ouvem,
Outros são os que imaginam,
Se apegam ao que desejam,
Recriam o que não existiu sem ter porquê,
Oh, amor que se foi por pouco,
Não ame o sono,
O amor que ama, também é,
Aquele que não permanece,
Fique desperto amor que ama,
E terás em seu coração sentimento de sobra,
Pegue a estrada e não olhe para trás,
E um dia, há de aquela que sente,
Também conseguir te esquecer,
Não, não ouça isso, não ouça isso,
Dê ouvidos somente ao que sente,
E o que mais há de querer,
Aquele que ama não precisa fechar os olhos,
Cego é apenas o amor que não quer ver,
Quando se for gabe-se de bom negócio,
Mais vale o amor que o peso do ouro,
Mas, o ouro cansa para ser carregado,
O amor não, o amor não tem peso,
Mas, engrandece em dobro por ter valor,
Os lábios que falam e cumprem,
São os que são preciosos,
Tome-se a veste de sentir o que diz,
Talvez, a felicidade também o tome,
Outro brilho há de tomar os seus olhos,
Lágrimas não são o bastante para dizer: senti!
Sirva de penhor aquela que te dá a garganta,
Entenda, poucas é que irão promover sua fala,
Acreditar no que você diz,
Entenda: ela!
Saborosa comida há de vir de mentiras,
Não tento nem desejo negar,
Mas, o que permanece e engrandece: entenda,
Há de existir alimento melhor que o amor?
Seus olhos foscos já não choram ou brilham,
Apagam-se como se estivessem em escuridão,
A herança de um amor que ganhou no princípio,
Dorme lá atrás abandonada ao esquecimento,
Entenda: apenas os que amam recordam,
Pertence a eles o fruto do amor puro,
Aos que se vão não resta nada,
Nem o gosto do ter vivido,
Aquele que se fia no amor não é estranho,
Não se garanta em língua leviana,
O amor que se vai nem sempre retorna,
Não diga: eu te amo não irei te esquecer,
Se no outro dia virar as costas a dizer: não vivi!
É desumano o esquecer, sim,
Mais triste é o mentir!
A mulher que ali estava,
Olhando-o sem dizer nada,
Sorriu e levantou a mão em afago,
Ouviu o que ele disse em cada palavra,
Decidiu levantar-se com voz lenta e embargada,
As palavras que chegaram aos seus ouvidos,
Por algum motivo, a deixaram congelada...