quinta-feira, 25 de março de 2021

Um Suspiro, Um Beijo e Um Eu Te Amo


Não precisa me beijar se não quiser,

Longe de mim te forçar a algo que não queira,

É certo que eu te amo como nunca a cada instante,

Sempre um pouco a mais do que segundos atrás,

Mas, querido me entenda: você não precisa

Me amar da exata forma como o ama a minha alma,

 

Como minhas carícias o amam, como minha boca o deseja,

Entenda que o aceito da forma que você é,

Perceba que não quero que seja diferente daquele por quem

Me apaixonei à primeira vista, o qual amo a cada dia mais,

É certo que cometemos erros, você errou e eu errei também,

Por que teria que te cobrar a perfeição a qual nunca tive?

 

Mas, não quero perde-lo depois do tanto que o amo,

Não quero que o nosso amor se perda por entre os erros,

Me fere de morte imaginar a boca que eu beijei com ardor,

Abrir-se em maldade contra o coração que te deseja tanto,

Não vamos nos permitir inventar motivos para nos distanciar,

Quando podemos, simplesmente, abrir os braços e nos abraçar,

 

Da mesma forma que antes, com o mesmo carinho em cada afago,

Daquele jeito apertado como uma promessa de eu te amo,

Pronunciada no silêncio de um abraço que nunca seria negado,

Como aquela jura que não dissemos em alta voz,

Embora nossos ouvidos a tenham compreendido entre os carinhos,

Naquele sussurro incompreensivo que falei ao seu ouvido,

 

Lembra que me respondera: eu também! Então, se tratava disso,

Uma promessa de amor eterno a qual nunca ninguém iria apagar,

Nem mesmo o tempo poderia rasgar da lembrança ou fazer esquecer,

Querido, eu lhe digo agora, com cada letra: eu te amo minha vida,

Deixe-me abraça-lo da mesma forma que antes apenas um instante?

Eu cheguei a cogitar ir embora, mas decidi te chamar para conversar,

 

Embora pareça que eu não tive a chance de dizer até agora,

Eu sei, me desculpa, houveram inúmeras chances, mas me esquivei,

Eu te amo, me ouça com atenção, não desejo nos ver separar,

Apesar dos erros, das incertezas, dos medos, eu te amei,

Te amo e amarei, mesmo que eu saia por aquela porta e não volte mais,

Mesmo que você saia e me deixe sozinha nesta casa, a chorar,

 

Mesmo que tudo mude, eu o amo, amarei e amaria ainda,

Eu falava depressa, como se não tivesse tempo o suficiente,

Ele sorria e afagava meus cabelos com um brilho no olhar,

Eu precisava encontrar as palavras, eu tentei planejar,

Mas na hora em que eu iria falar tudo falhava: até as palavras,

Querido, aperte mais o seu abraço e prometa não me soltar,

 

Com minhas duas mãos dobradas contra seu peito másculo,

Sinto o seu coração pulsar e então, parece que me vejo,

Querido, eu o amo como antes e como farei em cada segundo,

Você está segura comigo, ouço ele falar em tom baixo,

Parecia que as palavras também eram difíceis em sua voz,

A ideia de ser sua para sempre era irresistível a cada segundo,

 

Mas, naquele instante único foi ainda mais evidente,

Afrouxei o abraço, não tanto, apenas o bastante,

Para conseguir envolve-lo em meus braços com força,

Seu coração me respondeu mais uma vez, querida,

O ouvi me dizer, eu te amo, respondemos juntos,

No mesmo instante, com o mesmo sentimento na voz,

 

Eu te amo, repeti com veemência na voz sôfrega,

Lembrando sobre o quanto me senti vulnerável,

O quanto me doera a ideia de nos ver nos distanciar,

Ele erguera uma sobrancelha em tom irônico,

Parecia compreender que nunca nos separaríamos,

 

Parecia rir do meu tom amedrontado ante a ideia,

Um sorriso curvou seus lábios doces e ternos,

Você acha mesmo que eu a permitiria ir embora?

É certo que não, não depois de tudo que vivemos,

A certeza que embebia cada palavra da sua boca,

Me encheu ainda mais de segurança, nos beijamos,

 

Está mentindo sobre uma coisa importante,

Tentei escolher as palavras com cuidado,

Não podemos deixar que este silêncio nos contagie,

Nele pairam tantas coisas, ai de mim que sofri com isso,

Eu senti o seu sofrimento no riso que apagou em seu semblante,

Existem muitas oportunidades quando nos esquivamos,

 

Podemos desviar de tudo, menos um do outro,

Não enquanto nos amarmos tanto assim,

Não enquanto nosso abraço for nosso porto seguro,

Eu vi tanta dor mesmo quando você tentava rir,

Você não iria querer ver a dor que avistei em seus olhos,

A cada instante em que desviava o olhar de nós dois,

 

Em cada momento em que o silêncio se imperava,

Não dissemos tanto quanto sofremos com isso,

Não foram necessárias palavras para tentar camuflar,

Mas, também, não houveram tantas para conforto,

Fiquei escondida de mim da mesma forma,

Mas, agora só desejo que me ame querido, só isso,

 

Olhei ansiosa para os seus olhos eles choravam,

Apertei-o ainda mais de encontro ao meu corpo,

Eu te amo e juro que será para todo o sempre,

Eu também, me senti morto por não ter com quem me socorrer,

Querido, esqueça isso, agora estamos seguros um no outro,

Um suspiro, um beijo e um eu te amo pronunciados juntos.



 

terça-feira, 23 de março de 2021

A Foto Sua

 

Talvez, eu não precisasse ficar perto, mas eu queria isso,

Talvez, não me bastasse ouvir sua voz, mas a desejava,

Talvez, ao menos por um instante eu me permitisse apaga-lo,

Mas, embora eu deseje isso de todo o coração não consigo,

A cada parêntese nas frases em que tento dizer algo,

Você surge, de repente, como se nunca tivesse saído de perto,

 

As lembranças de tudo que vivemos ainda residem em mim,

Talvez, você ainda recorde como eu, de tudo que fomos um para o outro,

Mas consiga resistir as memórias, me dê a formula de como agir assim,

O vejo em cada detalhe, até mesmo no brilho do olhar apagado,

No instante em que tento passar meu rímel e o vejo molhado,

No momento em que tento traceja-lo com o lápis e não consigo,

 

Nem ao menos consigo disfarçar tudo que sinto, tudo que lembro,

Você consegue e nem parece fazer esforço, eu o procuro: não o encontro,

Quando me deparo com minha imagem no espelho, o vejo,

Você nunca saiu de mim, embora em você eu nem tenha entrado,

Olhei para o meu reflexo intrigada, eu ainda revivia cada segundo,

O que você acharia quando me visse realizar todos os nossos sonhos?

 

Você uma vez me disse, em voz suave e familiar, como se fosse durar para sempre,

Eu a amo, nunca esqueça o quanto! – então saiu, partiu para longe de nós,

Eu não encontro amor em seus atos, me desculpa amor, aquilo me soou em nulidade,

Mas eu me apeguei a frase bem-feita, acreditei em nós e ainda o amo em cada segundo,

Tenho medido o tempo com base em nossos beijos, sobrara pouco, logo o sol irá se pôr,

A noite à espera do sono, eu penso em nossos carinhos isso me manterá até o amanhecer,

 

Mesmo existindo uma boa distância entre nós, eu me recuso a esquecer,

Não sei quanto a você, mais eu ainda o recordo em cada segundo, da mesma forma que antes,

Sei que é insuficiente dizer que nunca o esqueci, mas ainda respiro você,

Sinto o seu cheiro por entre os percalços do meu caminho, o vejo em minha face,

Não sei se o tempo cruza pelas pessoas da mesma forma, mas eu mudei um pouco,

A boca que o beijava sôfrega, hoje tremula insegurança, mas isso se deve a idade,

 

As vezes, parece que o vejo por entre as pessoas quando passo pela rua,

Aquela rua, em que nos encontramos, a mesma do primeiro encontro,

Deve ser por isso, que gosto tanto de perambular por aí sozinha,

Todavia, antes eu também agia da mesma maneira, foi assim que o conheci,

Outro dia, roubaram minha bolsa, eu me ajoelhei em plena calçada,

Ela não tinha tanto valor, mas guardava nossa primeira foto,

 

Não aquela que tiramos juntos, a outra, a que você me presenteara,

Lembra daquele dia, quando mexi em sua carteira e a encontrei?

Me recordo que você não gostava dela, mas eu sim, então você me dera ela,

Eu só tinha aquela, não havia tirado cópia nenhuma, mas nunca mais tive notícias dela,

Talvez, a partir de agora eu passe com menos regularidade por aquela rua,

Espero que não se importe, eu nunca mais o vi por lá, mas nos recordava...

 

E como você sabe, isso sempre fora o bastante para mantê-lo comigo,

É certo que essa atitude de desviar o caminho não ocorrera de forma brusca,

Mas, não se assuste tanto, se as notícias que chegarem a você,

Contenham teor diferente do anterior, não pense que o esqueci nunca,

Você sabe, eu não seria capaz disso, nenhum pouco, o amo como antes,

As vezes, eu cumprimento algumas pessoas que estão ali naquele lugar,

 

Não, não se preocupe, nunca indaguei diretamente sobre você,

Eu não seria invasiva com relação a sua privacidade, mas tenho curiosidade:

Você está bem? Recordo que um dia esquecera sua jaqueta lá em casa,

Eu a guardei, ela possui seu cheiro ainda, não entendo como pode isso,

Seria ofensivo se eu perguntasse a alguém se a reconhecem? O que acha?

Bem, deve fazer algum tempo que nós perdemos o contato um com o outro,

 

Mas, eu possuo os seus beijos, os carinhos, a jaqueta, desculpa é que é tanta coisa,

Sinto como se você nunca tivesse se distanciado das nossas promessas,

A cada instante, como eu disse, eu recordo de um momento nosso,

O mantenho comigo, não cheguei ainda a sentir sua ausência,

Apenas as vezes, uma lágrima escorre por meu rosto inseguro,

Parece que ele teme algo, mas o tempo não entende dessa forma,

 

Sempre tem algo a lembrar sobre nós dois, ali onde aquela flor desabrocha,

Eu nos imaginei beijando de novo, apenas mais uma vez, não se importe,

Não significa que as lembranças sejam insuficientes, mas ela lembrava sua boca,

Talvez fosse a cor, o cheiro, ou a possibilidade de emergir de algum lugar,

Com relação as outras que vieram depois, eu não imaginei nada, mas aquela...

Me chamara a atenção, desejei colhe-la, a quis junto a mim sem saber porque,

 

Foi a primeira vez que inventei algo relacionado a nós, será a última,

Se este fato chegar ao seu conhecimento, não coloque em dúvida o que vivemos,

O amo, a cada segundo, com a mesma intensidade de outrora,

De uma forma profunda e única como nenhuma outra pessoa o fará,

Foi assim que me senti em seu abraço como iria tentar apagar o que houve?

Como rejeitar as memorias, coloca-las em tempo passado,

 

Acreditando que assim o deixaria distante, você permanece comigo em cada instante,

Não se sinta mal se ao passar por aqui, talvez chegue a lembrar de mim,

Como eu disse, não reviverei este caminho por todos os dias da minha vida,

Algum dia, terei que me direcionar para algum outro lugar, logo, logo farei isso,

Parece que ainda vejo o seu sorriso, tenho treinado mudar o caminho,

Não se preocupe, não serão permanentes em mim - os efeitos disso tudo,

 

Às vezes, quando cruzo por aqui sinto que sou invisível, ninguém me nota,

Pareço uma pedra que faz parte dessa calçada quente a tardinha,

Suave em noite fria, eu sei que você não tem conhecimento sobre o fato,

Ah, mas aquela foto sua, me faz falta, não a encontro em nenhum lugar,

Eu me recordo que você não gostava tanto dela, você recorda aquele dia?

Poxa, eu poderia esquecer o dia, não a foto, a foto nunca, talvez você a vira?

domingo, 21 de março de 2021

Um Sorriso

Um sorver de vinho para embeber os lábios,

Um sorriso falseado de quem diz menos do que deseja,

Um olhar de soslaio de quem pede algo em silêncio,

Uma frase por um suspirar melodioso entrecortada,

Um aproximar de rostos até que seus hálitos se toquem,

Um abrir de lábios seguros quanto ao que sentem,

 

Um afago a encurtar ainda mais a distância um do outro,

E o beijo aconteceu no canto da boca até tocá-la em cheio,

Ele lhe acariciou os cabelos de modo imperativo,

Ela devolveu a carícia com um acariciar no ouvido,

Sentindo a pele dele roçar na superfície do seu braço,

Era como se eles desejassem se apoderarem da alma um do outro,

 

Algum sentimento muito intenso dirigia seus gestos,

Era como se os seus destinos tivessem sido cruzados pelo acaso,

Como com qualquer outro casal, mas tivessem um motivo

Suficiente forte para mantê-los juntos, para uni-los naquele beijo,

Aquele beijo poderia ser igual a muitos outros, mas tinha algo,

Um quê em especial que o diferenciava e mexia por dentro,

 

Era difícil manter o foco em qualquer coisa que não fosse o beijo,

Aproveitar cada segundo, provar cada gosto, sentir o hálito

Acariciar o rosto, unindo suas respirações em um conjunto,

Em uma troca de sentimentos nunca confidenciados,

Aqueles que guarda-se em segredo em algum canto secreto

Dentro de nós mesmos, os que nunca ousamos confidenciar,

 

Até que em um acariciar de lábios, uma entrega de afagos,

Eles saem de dentro da gente e acariciam o rosto de outra pessoa,

Confidenciando os segredos mais íntimos no teor de um carinho,

Como uma espécie de promessa intensa e silenciosa,

Do tipo que é aceita entre as lacunas dos estalos do beijo,

No gosto que passa de uma boca para a outra, derretendo-a,

 

Enquanto a toca leva a ruína cada uma das suas defesas,

Como se a boca servisse como uma espécie de porta secreta,

Cuja entrada remete a direção da alma, desnudando-a,

Mesmo que as palavras se calem ante a urgência das carícias,

Mesmo que os olhares deixem de se cruzar por um momento,

Mantendo-se fechados, como se em um sonho,

 

Os segredos mais íntimos são revelados,

Por não desejarem ser sentenciados ao esquecimento,

Ao banimento de nunca terem direito a serem reconhecidos,

Era como se, se identificassem um nos sonhos do outro,

E eu podia notar através da reação das outras pessoas

Que elas também combinavam comigo no pensamento:

 

Aqueles dois formavam o tipo de casal que o destino

Nos reserva como um ideal a ser buscado em algum lugar,

Como um sonho que se sonha ao estar acordado,

Como uma promessa escrita nas estrelas de que as coisas se ajeitam,

Suas mãos se entrelaçavam, acreditei no amor deles,

Quem haveria de duvidar ante a urgência daquele beijo ávido?

 

A busca pela boca um do outro os fazia desejar algo mais,

A urgência com que se tocavam remetia a uma profundidade,

As mãos entrelaçadas pareciam falar mais que qualquer outra coisa,

Se seguravam uma a outra de um jeito intenso e forte,

Não parecia ser necessário que eles experimentassem tanto,

As promessas que trocavam em silêncio pareciam mexer com incertezas,

 

E eles buscavam responde-las sem se importarem com mais nada,

Eu não havia esquecido que algum dia o amor me esperaria,

É certo que não, mas diante deles essa ideia me era tão vaga,

Quanto o fato de eu ter estacionado o carro ou não na vaga certa,

Então, aquilo devia ser apenas um teste para aguçar minhas lembranças,

Algo que me fizesse desejar rememorar o passado, talvez acreditar,

 

Nem perdi meu tempo olhando a lista de contatos que possuía,

Conhecia todas as pessoas contidas na lista daquele celular,

Nenhuma delas havia me despertado interesse em algo profundo,

O trabalho havia se tornado uma rotina satisfatória, e eles vinham me negar o fato,

Um beijo que quebra com nossas expectativas deveria ser proibido,

Ao menos de ser visto a luz do dia, em plena calçada a me desviar do caminho,

 

Pensar em me entregar ao amor de novo, me embebia a boca em sonhos,

Da mesma forma em que eles brindavam ao sabor do vinho,

De maneira que me fazia vislumbrar um futuro diferente do anterior,

Um sonho projetado no abraço de um alguém, em um beijo apaixonado,

Estamos juntos? Vi a garota indagar ao rapaz de modo repentino,

Todos pareciam ficar estagnados à espera da resposta do garoto,

 

Ele não disse nada, com a carícia em que afagava o seu cabelo,

A trouxe para perto e a beijou novamente no mesmo silêncio,

Senti meus sonhos bambearem em passos firmes pelo meu caminho,

Olhei para trás, procurei por meu carro e ele estava bem colocado,

Quis esperar um pouco, pensar em algo que me desanuviasse o pensamento,

Mas havia caído em uma lacuna e as coisas não se organizavam direito,

 

Eles se moviam um de encontro ao outro, buscando-se sôfregos,

Embora soubesse que estava desperdiçando um tempo necessário,

Desejei fazer torcida por aquele amor que se desenvolvia,

Eu teria um encontro de trabalho em poucas horas,

 

Precisava me desviar de tudo que me afastasse do objetivo,

Mas olhei para ambos, e mesmo que não me vissem, lhes dei um sorriso,

Eu ainda tinha um sonho em que me agarrar, agora com mais força,

Mas havia tempo para um desejo as estrelas apagadas: um amor a toda prova.


 

sábado, 20 de março de 2021

Um Beijo, Outra Vez

Quando o chamei para vir até a minha casa,

Não tinha intensão de declarar amor eterno,

Muito menos esperava ser correspondida

Quando me coloquei na ponta dos pés, e beijei-o,

Nem acreditei quando o senti tocar minha cintura,

Muito menos na sensação de provar seus afagos,

 

Fiquei envolta em seu pescoço com as mãos cruzadas,

Sentia seus cabelos roçarem entre os meus dedos,

Não parei o beijo para dizer absolutamente nada,

Até que senti suas mãos me afastarem do seu peito,

Embora ainda não tivesse ideia do que estava fazendo,

Eu sussurrei que o amava, depois olhei em seus olhos,

 

Engoli em seco cada um dos seus beijos,

Sentindo-os percorrerem minha garganta já sedenta,

Até que os vi pararem em meu coração formando

A maldita frase que jurei nunca pronunciar em voz alta,

Eu te amo, falei em tom mais alto, o bastante para que ouvisse,

Suficientemente alto para que meu hálito quente o afagasse,

 

Bem no rosto, onde ansiava por toca-lo,

Nos lábios em que momentos antes eu estava a beijá-lo,

Ele continuou a me olhar sem dizer nada, atônito,

Calei-me e vi uma lágrima correr em meus olhos,

Fechei-os a tempo de que parasse em meus cílios,

Era amor que me percorreria o rosto, apagando o beijo?

 

Não poderia permitir isso, abri meus olhos apaixonados,

E vi a lágrima se romper antes mesmo de me percorrer,

Meus lábios tremeram, os dele também, uma fagulha de amor,

Um gesto inusitado que denunciava todo o meu afeto,

Ninguém viu nós dois juntos parados na sala,

Também, não veriam se nos afastássemos a tempo

 

De evitar qualquer envolvimento mais intenso,

Qualquer sentimento dessueto que pudesse ser evitado,

Porém, eu já estava tremula em seus braços apertados,

Já havia sentido seu toque percorrer todo o meu corpo,

Não sei se havia em mim algo que ainda pudesse ser salvo,

Algo em que eu pudesse me socorrer a tempo de evita-lo,

 

Momentos antes o havia sentido percorrer até o meu peito,

Agora, buscava uma saída para tirá-lo de lá, haveria um jeito?

Ele me olhava de forma sedutora, parecia penetrar minhas defesas,

Era como se esperasse que eu tivesse alguma ideia do que fazia,

Eu o olhava da mesma maneira, tinha essa mesma ideia,

Me peguei a balbuciar algumas frases desfeitas, não dizia nada,

 

Não havia coerência entre o que eu sentia e fazia,

Aquele espaço entre nossos corpos mexia com minhas fantasias,

Contava os segundos para me sentir em seu peito,

Meus lábios estavam sedentos por mais dos seus beijos,

Eu podia sentir seus beijos me percorrendo por dentro,

Era um calor abrasador que me empenhava em busca-lo,

 

Como ele poderia resistir ao sentimento eu não saberia dizer,

Mas o fato é que ele me olhava de forma intensa sem corresponder,

Meus lábios insistiram nele, abriram-se trêmulos a espera-lo,

Eu estava pronta para ser dele, embora não tivesse planejado isso,

Todo o ardor do beijo de segundos atrás não aplacava a vontade,

De senti-lo sobre a minha boca pelo menos mais uma vez,

 

Mesmo que fosse a distância, da forma como estávamos,

Com suas mãos seguras em minha cintura e eu envolta em seu pescoço,

Aquele olhar nosso parecia que iria durar uma vida inteira,

Embora fosse bom, minha boca ansiava demais para ser sua,

Todavia, eu não saberia precisar a certeza que me envolvia,

Mas, sabia que a sede voltava mais intensa e eu precisaria sacia-la,

 

Segundos a mais entre as suas mãos e não resistiria,

Seu calor era intenso demais sobre o meu corpo para que eu resistisse,

Sua boca parecia ler meus lábios, estremeciam para mim,

Sua resistência baixaria, busquei algo que pudesse adiantar isso,

Mas não conseguia pensar em nada além de sentir o seu beijo,

Eu ardia demais ante o contato, sentia sede e sabia onde me saciar,

 

Não fazia sentido manter aquela distancia toda,

Ansiava por seus beijos e eles estavam a um suspiro da minha boca,

Queria seus afagos e suas mãos estavam imóveis em minha cintura,

Me prendiam sem esforço, não me colavam ao seu corpo,

Mas recusavam-se a me soltar, elas sentiam toda a minha ânsia?

Ele lançava um olhar significativo em direção a minha boca,

 

Eu estremecia e movia os lábios talvez o confidenciasse algo,

Que apenas seu olhar fosse capaz de ver e sentir em mim,

Uma dúvida pareceu surgir em seu olhar em questão de segundos,

Sumindo em seguida, logo que ele fechou os olhos

E me trouxe em direção ao seu corpo em contato com a minha boca

Não disse nada, também, nunca me entreguei de forma tão intensa.

sexta-feira, 19 de março de 2021

Olhos Abertos e Vazios Sobre Mim

Já que aceitou nossas promessas de amor,

Qual seria o problema em agir a rigor,

Respeitar e entender minhas perspectivas,

Ao invés de desejar discutir por qualquer problema,

Nosso jogo de amor é o resumo de um dilema,

De somar nossas forças e dividi-las para ver quem ganha?

 

Se for dessa forma adianto que perdi ao som da sua voz,

Ao aroma da sua pele a acariciar meu corpo sequioso,

Ao sabor do beijo que sinto se desenhar sobre meus lábios,

O amor não é um instrumento para ser usado a caráter,

É um sentimento que se sente ao invés de medir em espécie,

Apega-se ao que acredita ao invés de enxergar as evidências,

 

Por que agir através de crenças e ignorar tudo que sente?

Nos afastamos um pouco, nossos dedos se desenlaçam agora,

Você não nota isso quando andamos um ao lado do outro?

Até quando atravessa a rua você teima em ir apressado,

Quase tropeço quando tento te alcançar, você não vê isso?

Apega-se a todo o seu redor mas esquece que existe um nós,

 

Ele ficou estático, examinou todo o seu redor, depois me olhou,

Mesmo estando em silêncio percebi que me observava um pouco,

Era detalhista e quase científico na forma como via os fatos,

Ele estaria calculando nosso amor por meio das palavras e atos?

Quando o coração fala é mesmo necessário ouvir a voz da razão,

Depois de tudo que vivemos, deveria estar pesando esta dúvida,

 

Que pairava sobre os nossos ombros, deixando o ar sufocado?

Como uma espécie de linha tênue a nos dividir um do outro?

As dúvidas estariam pondo em analise o que sentíamos,

Não bastavam nossas juras, os sonhos que nos uniram?

Agora havia algo entre nós, forte o bastante para sustentar aquele olhar,

Alguém que havia se entregado com tanta profundidade não o mereceria,

 

Ele olhava demais para mim, o que estaria a deduzir agora?

Queria que ele recuperasse o foco, que lembrasse de nós,

Procurei algo em que me assegurar e não soube pelo que procurava,

As brigas haviam indefinido o que sentíamos e isso vinha ao nosso encontro,

Era como se todas as promessas que desenharam nossos passos,

Estivessem sendo suprimidas por dúvidas que as deixavam em falso,

 

Com um virar de rosto, me esforcei para olhar para trás ainda a procura,

Com um semblante de espanto vi que cada passo havia sido redesenhado,

Em cada jura de amor agora existia uma dúvida suprimindo-a,

Já não conseguia distinguir uma coisa da outra, estávamos sumindo,

Nossos sonhos em que tanto acreditamos ficavam para trás,

O ar pesado de agora formava uma espécie de neblina sobre eles,

 

Talvez, tivessem o auxílio de algumas lágrimas - aquelas sofridas as escondidas,

Mas, por mais que me esforçasse, tudo se embaçava e eu não conseguia ver,

Com esforço saí de lá, corri ao encontro dele, quis me ver segura,

Mas seus braços permaneceram jogados ao lado do seu corpo imóveis,

Não me abraçaram como em outros tempos, não me asseguraram de nada,

Não ouvi sua voz ao meu ouvido, nem as promessas em que acreditava,

 

Isso não durou mais que um minuto, mas teve o gosto de pesadelo,

Acordada e de olhos fechados, não conseguia enxergar quem mais amava,

Procurava-o entre as incertezas mas ele se escapava para outro âmbito,

O que haveria de tão intenso ente nós dois, o que estaria a nos distanciar?

Seria erro meu, erro dele, ou de nós dois? Queria senti-lo em meus afagos,

Queria ter algo em que me sustentar, me sentia tremula e indefesa,

 

Minhas dúvidas ficavam quietas e ferozes dentro da minha alma,

Queria gritar para que eu abrisse os olhos e o visse em algum lugar,

Mas embora eu o sentisse entre os meus braços ele parecia não estar,

Mesmo eu me agarrando com toda a força ele parecia não me avistar,

Onde estaria o homem que tanto amei um dia? Lá atrás,

Onde nem mesmo eu o havia encontrado, onde tudo parecia se apagar?

 

Eu tentava avaliar as suas palavras, o teor dos últimos atos,

Mas, tudo havia se apagado em meu coração, ele pendera ao silêncio,

Havia uma discussão infundada em meu entorno, eu pedia trégua,

Mas como poderia ponderar se nem sabia suas expectativas?

Tentei me concentrar no quanto eu o amava e como o demonstrava,

Abracei-o com ainda mais força, mas mesmo assim, ele não se movia,

 

Era tão angustiante quanto acordar em noite escura de pesadelo,

Era real, eu poderia abrir os olhos e contempla-lo,

Estagnado entre os meus braços, ciente e arredio ao meu sofrimento,

Sim, meus olhos estavam abertos e eu poderia contemplar seus olhos,

Mesmo agarrada a ele, o sentia tenso, distante demais de nós dois,

Ele me feria de frente, enquanto eu tentava salvar o que pudesse ser salvo,

 

Os olhos que choraram por mim, agora me olhavam vazios,

Os mesmos que me prometeram amor em tempo não tão antigo,

Não sentiam o bastante para levantar os braços sobre meu corpo,

Não me amavam o suficiente para me abraçar e produzir conforto,

 

Suas mãos estavam abertas era como se estivessem estapeando meu peito,

E ele pulsava no mesmo teor, sentia por dentro o seu distanciamento,

O plano de fazê-lo repensar sobre o nosso sentimento escapara entre os dedos,

Os mesmos dedos que pareciam se apertar em meu peito, sufocando-o,


Seus olhos estavam sobre mim, mas não viam o que eu sentia,

Estavam abertos em minha direção, mas só viam em reflexos,

Olhos vítreos sobrepunham-se aos nossos sonhos de uma vida,

Como se houvesse uma moldura a distancia-los dos nossos sonhos,

Estagnados, como se enfraquecido para me abraçar de volta,

Meus olhos o avistavam mas temiam enxerga-lo, o viam: arredio.


 

quinta-feira, 18 de março de 2021

Seu Beijo em Meus Lábios

 

Tenho uma boa ideia de a quem darei meu primeiro beijo,

Aquele que entre seus espaços se faz juras silenciosas sobre os lábios,

O mesmo rapaz para o qual prometerei meu amor eterno,

Embora tenha errado outras vezes, dessa vez entregarei a alma,

Não medirei esforços para agradá-lo, direi a verdade sobre o que sinto,

O amo e não pretendo fugir disso, disquei seu número no celular,

 

Chamei-o até a minha casa, querendo poupar os detalhes,

Troquei a roupa, tentei esconder a ansiedade da primeira vez,

Me aproximei dele devagar, em frases monótonas falei o que sentia,

Entre um estalo de beijo e outro, meu coração lhe falava,

Minha respiração não tentou de forma alguma se ocultar,

Disse a ele o quanto eu o amava feito uma carícia sobre a sua cara,

 

Em cada gesto em que me entreguei, me confidenciei em promessas,

Eu não tinha pretensões de competir ou seguir uma rotina,

Todavia sentia receio sobre tomar atitudes erradas,

Mas ainda assim reagia, na busca de demonstrar o quanto o amava,

Nossos carinhos deslizavam sobre os nossos corpos,

Nossas almas pareciam se corresponder entre os afagos,

 

Você está me ouvindo? Lembrei de indagar ao seu ouvido,

Embora não tivesse falado nada, queria saber se ele havia entendido,

Se a forma profunda em que eu me entregava fazia sentido,

Se estava conseguindo demonstrar meu amor mesmo no silêncio,

Se meus atos eram o bastante para trazê-lo para o meu destino,

Se meus sussurros bastavam para convence-lo do que sinto,

 

Com um suspiro e um levantar de cabeça num gemido,

O vi consentir com um sorriso que desenhava seu rosto,

Eu te amo, disse-lhe feito um afagar sobre o seu peito,

Me sentia desenhar que o amava em cada um dos meus afagos,

Sobre a indireta de convidá-lo para um amor eterno,

O beijei sôfrega e emocionada, talvez nem tudo tenha saído certo,

 

Mas consegui demonstra-lo o quanto o amo,

Nossos corpos pareciam não nos responder, mal se moviam,

Agiam de forma precisa ao que sentíamos, sôfregos,

Nossas forças se esvaíam entre os carinhos dispostos,

Mas a intensidade nos exigia que não cedêssemos ao cansaço,

Que o tempo tomasse distância estávamos em outro espaço,

 

Pretendia tê-lo para sempre em minha vida,

Amava-o demais para aceitar tê-lo apenas em momentos,

Eu vi o momento em que seu olhar cintilou por mim,

Quando sua luz se tornou mais intensa, eu me rendi,

Eu o amo, lembro de ter pronunciado em voz alta,

O amor aconteceu por uma noite inteira, e desejou mais ainda,

 

Sentimento insaciável que quanto mais se entrega mais deseja,

Ainda nos acariciávamos, em gestos mais calmos de amor impaciente,

Agora ele usava mais atitudes do que em outros instantes,

Colocava uma pitada de força em cada carícia de sua mão sedenta,

Deslizava por meu corpo e ficava contido em minha pele,

Eu lhe lancei um olhar indagador, sabe o quanto o amo?

 

Acho que ele disse que sim, apenas me recordo de ter fechado os olhos,

Nossas forças se esgotavam, mas o amor pedia mais de nós dois,

Sim, respondi com um mover de lábios sobre o seu peito,

Eu acompanhei sua tentativa de falar, mas calei seus lábios,

O amor me impelia a beijá-lo, muito mais que ouvir suas juras,

Todavia, recordo de ele ter sussurrado algo enquanto me apertava com força,

 

Suas mãos se desenhavam em meus quadris, tocavam em meus ossos,

Parece que ele reconhecia cada parte minha com intimidade,

Tentava resistir ao fluxo intenso de beijá-lo sem intervalos,

Mas minha pele ansiava pela dele, não conseguia impor resistência,

Nem queria, desejava apenas amá-lo com tudo que sentia,

Esperava que pelo amanhã ele entendesse o quanto eu o amava,

 

Me dirigi ao afago no seu rosto sem me desviar do seu olhar,

Queria poder encontrar a sua alma com a superfície de um carinho,

O que eu achei um gesto de muita convalescença,

Quanto mais me entregava mais ansiava para o sentimento se repor,

Sentia minhas forças se esvaírem nas carícias, me via abatida,

Sujeita sobre ele, me sentia mais recolhida em seu peito,

 

Apegava-me ao amor que sentia, sem me importar com mais nada,

Nossos beijos continuavam embora esparsos entre um e outro...

Hoje, as 14 horas da terceira tarde depois de tê-lo recebido em minha casa,

Recordo cada instante de tudo o que vivemos, cada beijo em meus lábios,

Embora não tenha existido mensagem ou ligação em meu celular,

Eu ainda espero por seu retorno, ouço um bater de palmas na porta,

 

Levanto para atender e recebo flores com um cartão de carinho,

Sem remetente, talvez possa ser de um admirador secreto,

Leio e releio o conteúdo, repouso as flores em um vaso,

No caminho de tudo isso, ouço o toque do celular no quarto,

Termino o que fazia sem me ater, corro os degraus ao seu encontro,

Chego lá e a ligação havia parado e eu, estou sem créditos.


Eu te Amo em Uníssono

Bem, é certo que existem diversos modos de usar a boca,

Porém, nunca pensei que a usaria contra quem mais amei,

Assumir a postura do tudo ou nada é arriscado para quem ama,

Embora eu não tenha refletido sobre isso reagi a caráter,

Usei a mesma boca com a qual o conquistei através de promessas,

Quando decidi afastar o sentimento para aquela lágrima em minha face,

 

E gritei com toda a força e vigor do que eu acreditei ser raiva,

Eu o odeio, não o quero mais em minha vida e a culpa é sua,

O desenvolvimento de um sentimento visto pelo ângulo de privações,

Se limita por bem poucas coisas, se reduz ao teor das ideias,

Quando mais se da abertura para ideias falsárias,

Mais se crê nisso e corre sério risco a reagir em acordo a elas,

 

Mesmo sabendo disso, eu não consegui me conter a tempo,

Gritei com toda a força em meu peito: te odeio, não tem mais jeito!

Não bastasse a sua expressão de espanto, virei a cara em soberba,

Esperei altiva que entrasse em lágrimas, mas não ouvi nada,

Diante de tudo que ocorria entre nós ele não se redimia,

Permanecia inerte, por Deus que era como se ignorasse os fatos,

 

Olhava com desdém, como se não soubesse do que eu estava falando,

Olhei para dentro de mim, percebi que também não reconhecia os motivos,

Mas eu os tinha e muitos, ora haviam tantas coisas a serem valorizadas,

E ele não via a nenhuma delas, uma abordagem geral enumeraria

Diversos motivos pelos quais este sentimento nem deveria ter começado,

Mas eu havia apostado todo o meu sentimento nisso,

 

E agora, o via escorregadio, estaria ele a desviar das nossas promessas?

Às vezes, o pegava a bambear entre um passo e outro pela casa,

Será que eu havia desenhado nossas juras no assoalho encerado,

Em cada atitude em que organizava tudo conforme ficava melhor,

E isso era pretensioso demais para o que ele havia se disposto?

Quando é que o amor que salvaria passa a ferir o rosto de quem ama?

 

Em que instante as promessas de amor sussurradas ao ouvido,

Passam a ensurdecer as atitudes de quem é o sujeito destinado,

A ponto de que ele desista de ouvi-las e até as distorça em seus atos?

Com um ufa, suspiro que vinha de dentro da alma através do meu peito,

Lembro de jurar que, se ele me negasse o que havia um dia sentido,

Eu sairia por aquela mesma porta e estaria tudo acabado,

 

Dependendo do contexto, esqueceria até que ele tivesse existido,

Procurava em meus olhos e não havia nada além de lágrimas,

E nos dele, nem isso? O que existiria em nossos olhares a ponto de esfriar-nos?

Que o amor de sua alma fizesse justiça a todas as juras faladas,

Que algo emergisse dentro dele que me fizesse voltar atrás,

Da forma como ele se portava, sempre tão ausente e contumaz,

 

Não resistiriam maneiras que nos fizesse ficar juntos,

Não naquela ideia do para sempre, do amor por toda a vida,

É certo que eu, nesta hora, estava virada de costas para a porta,

Procurava uma saída que nos fizesse ficar juntos

E não uma maneira de ir embora e nunca mais voltar,

Mas, ele, o que estaria a fazer agora? Seu silêncio feria,

 

Porém, as minhas palavras gritadas no vigor da raiva,

Me destruíam por dentro, não consegui suportar minhas maneiras,

Havia ferido ele, talvez tivesse jogado nossas chances fora,

Ousara gritar tudo que sentia em triste hora desafortunada,

Abusara da minha fragilidade de mulher para tentar coagir,

Apenas porque não suportava sua maneira de ser e agir,

 

Havia olhado seus sentimentos de forma individual,

E agora, acreditava estar errada em tudo que fazia,

O beijo com o qual me conquistou agora estava residual,

Esparso, escolhendo os momentos em que beijar,

A penúria dos meus atos destruía as juras colocadas,

Visto deste ângulo, ele estaria certo em se desviar,

 

Ideia equivocada afastada, como poderia retomar?

Orgulho despido da minha alma, ousei arriscar um olhar,

Ele estava sentado na cadeira, mãos no rosto a cobrir a face,

Estaria sofrendo e recusara-se a falar? Eu buscava uma base,

Um princípio em que me agarrar, identificava a dor nele,

E tinha conhecimento sobre a quem pertencia a culpa,

 

O amor poderia ser qualquer coisa, mas era diverso da ideia de sujeição,

Se havia algo errado, por que o sentimento havia nos distanciados?

Não deveríamos ter construído uma forma de se aproximar um do outro?

Um alicerce que fosse forte o suficiente para manter-nos juntos?

Na circunstância em que nos encontrávamos tudo parecia se opor,

Até mesmo as manchas que surgiam nas roupas já pareciam desconhecidas,

 

O amor não deveria ser forte o bastante para resistir a tudo isso?

A amizade que havia entre nós dois não deveria manter-nos unidos?

Me senti ferida e o ferira, agora que ele sangrava eu não estava melhor,

A ideia de lágrimas no rosto de quem amo era feito facas em meu peito,

Então, por que eu o havia sujeitado a tudo isso? Por que gritei em furor?

Nem recordava sobre qual fora o motivo que me guiara a agir desse modo,

 

Mas sabia que precisava recuperá-lo, o impacto de sua dor me transtornava,

Levantei-me, mas dessa vez em silêncio, envolvi suas mãos em um afago,

As retirei do contato do seu rosto, levantei seu queixo com minha palma,

Sentei-me sobre suas pernas, e soltei suas mãos unidas em meu peito,

Me recostei nele, em silêncio nos abraçamos com força,

Eu te amo, pareciam pulsar nossos corações em uníssono.


 

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