segunda-feira, 29 de março de 2021

Você Sabe...



Mais ainda que amada, eu me sentia em paz em sua boca,

Mais que deliciada, um sentimento de completude me tomava,

Com aqueles grandes e atenciosos alhos azuis celeste,

Eu me sentia segura, era como se meu futuro fosse evidente,

Ao sentir seu corpo sobre o meu, não havia nada a separar-nos,

Havia uma entrega profunda de sentimentos a unir-nos,

 

Jamais acreditei que fosse sentir algo tão forte dessa forma,

E pela forma como ele me tocava acreditei que ele também,

Nada estava mais bem encaminhado quanto nossas carícias,

Ele sussurrou que me amava entre seus beijos, acreditei nele,

O clima entre nós esquentou muito nos últimos afagos,

Havia uma exigência por amor que parecia não ter finitude,

 

Nossas posições se invertiam, hora eu jurava amor, hora ele,

Até que em um breve instante, nossos olhares se encontraram,

E a jura soou de ambas as bocas, com o mesmo interesse,

Permanecer juntos, conquistar, confessar tudo que sentíamos,

Quanto a isso, dispensa-se qualquer espécie de ressalva,

Não houveram discordâncias, amor por toda vida, prometemo-nos,

 

Quem quer que pudesse ter conhecimento sobre nós dois,

Não teria propriedade o bastante para discordar quanto a isso,

No espírito atual em que nos encontramos, não mudamos em nada,

Estamos avessos a esta cultura separatista, em que nada dá certo,

Um conjunto de sentimentos foram trocados entre as carícias,

De todos, o amor permanecera com maior força propulsora,

 

A fé que nos unira, confiara em cada umas das nossas palavras,

As mãos invisíveis do destino que se colocaram sobre nós dois,

Continuam a produzir força motriz para direcionar nossas vidas,

Tornara a solidão uma heresia no que se refere aos nossos passos,

Lembro que estávamos incertos quanto ao sentimento que nos unia,

Recordo de ter estendido o meu abraço a ele de forma encorajadora,

 

Ele aceitara, imóvel, como se não soubesse reagir ao que sentia,

Eu aproveitara e o beijara, no braço, no pescoço e no canto da boca,

Embora não fosse uma promessa de eu te amo, esta não tardara,

Levantei o rosto devagar, olhei para ele, e vi algo em seu olhar,

Mesmo sem ouvi-lo, eu parecia compreender a dor em sua voz masculina,

Havia algo dentro dele, e este algo sofria, eu desejei protege-lo, só isso,

 

Ele era alto, loiro, a rigor daqueles anjos descritos em manuscritos,

Mas, ao contrário disso, ele sentia dor, era humano em demasia,

Haviam algumas marcas em sua pele, e elas pareciam recentes,

Outras em sua alma pareciam se apagar ao calor da minha pele,

Não entendi ao certo o porquê, mas eu parecia lhe fazer bem,

Algo dentro de mim despertava, e eu desejei me entregar a ele,

 

A dor naquele olhar, decerto precisava ser investigada a rigor,

E a meu ver, ele não a merecia, eu teria que ajudá-lo a rejeitá-la,

É certo que por vezes, fantasmas do passado tendem a ressuscitar,

Se apegar a eles é bobagem, porém, essa ideia me intrigava,

A cada instante em que eu olhava para as suas marcas, eu os sentia,

Ele parecia sofrer e isso me feria mais do que eu poderia imaginar,

 

Todavia, eu nunca havia perdido a cabeça por nada, mas naquela hora,

Algo muito intenso ressoara, não tive como evitar o desenlace,

Abracei-o com força e pedi que me fizesse companhia, que ficasse,

Ela parecia ser o tipo de homem que se esquiva de tudo ao seu redor,

Eu também era dessa forma, mas mudei, assim que vi a dor em seus olhos,

Sua postura sugeria a dor incontida em um leão furioso, quanto a minha,

 

A de uma pessoa que, fazia como sua cada uma das suas batalhas,

Não o permitiria estar sozinho, não enquanto tivesse essa alternativa,

Não enquanto em fosse possível estar ao seu lado para cuidá-lo,

Desatinos, talvez, sugerissem a junção entre o desatar de nós,

E o distender sobre o destino, embora irrisória a forma de interpretar,

Possibilita um recriar com base em acertos em visão holística,

 

É um sentar na varanda apenas para contemplar a natureza,

Um permitir-se tomar uma cerveja em dia chuvoso,

Plantar uma flor, regar uma planta, um divagar sem exigência,

Fazer um churrasco com os amigos em domingo de outono,

Libertar-se de amarras que aprisionam e ferem a alma,

De certo, toda dor precisa ser cuidada e investigada, mas a dele,

 

Ressoava alto demais, sôfrega em demasia para que eu ficasse inerte,

Não caberia imunidade mesmo que eu fosse forjada no metal,

Mesmo que meu coração não pulsasse, apenas ressoasse em tine,

Ideia de beijá-lo e fugir da sua vida sem olhar para trás – rejeitada,

De imediato -, antes mesmo de provar sua boca, mais ainda depois disso,

Creio que depois de estar nos seus braços fugir de ama-lo

 

Quedava em impossibilidade, eu nem tentaria chegar a tanto,

Reafirmo, o amei muito antes disso, muito mais após este momento,

Embora, tenha-se que estudar a fundo e decidir qual o sentido,

Eu me apeguei a aquele amor, sem refletir, apenas senti e pronto,

Era como se pudesse me vislumbrar em seus atos,

Como se nossos destinos tivessem sido entrelaçados em um passado,

 

O mesmo passado que agora tencionava feri-lo, - havia me escondido,

Lá atrás, fazendo com que eu o reconhecesse em meu caminho,

Me guiando a ele, de forma avessa, como se tivesse medo de ser pego,

Receio de confessar o que havia feito, por ter distorcido tanto,

Em falso arranjo de propósitos, aquele tal de livre-arbítrio definido pelos anjos,

Eu gostava disso, fosse o que fosse, o amaria com todo o meu amor -,

 

- Ao menos, me permita cuidá-lo, abraça-lo por algum tempo,

Seja bondoso comigo, eu o amo desde sempre, você sabe disso,

Ele olhara dentro dos meus olhos com um brilho intenso,

Eu sorri e disse: você sabe, amor, nós não dispomos de muito tempo.


 

domingo, 28 de março de 2021

Suas Marcas Em Mim

 


É bem possível que isso indique um teor de esquecimento,

A marca que ele deixou em meu pescoço desaparecera,

Da mesma maneira, o sabor do seu beijo em meus lábios,

O sentimento que percorria a minha pele e me trazia lembranças,

Guardavam memorias vagas demais para indicar amor,

O fato de as horas tremularem sempre a busca-lo, não dizia nada,

 

Não sei se beijo vicia, mas aquele me soara compulsório,

Do tipo que se deseja provar um e não consegue mais parar,

De modo imprevisível, chega de repente, conquista e pronto,

Também, pode querer refletir uma conquista à primeira vista,

Daquelas que você se sente absorta e livre de sentimento,

E quando percebe está no outro dia procurando reencontrar,

 

Induzida ou não, por lábios carnudos e apaixonados,

Se foi amor o que aconteceu, eu deixei de ser notificada,

Não houve uma única promessa em todo o encontro,

Todavia, repensando, acho que não deixei de me apegar,

O sabor do seu beijo ainda permanecia em meus lábios,

Mesmo com o passar do tempo, não se apagara da boca,

 

Quis desejar que não chegassem a alma, me peguei em sobressalto,

Senti como se nada mais pudesse apagar aquelas horas,

Nada mais poderia ser da mesma forma, nem mesmo um reencontro,

Tudo ocorrera absolutamente perfeito, meticuloso em cada afagar,

Não haveria chances de me refugiar, desejava provar seu abraço,

Ser novamente sua, mas agora sem pressa para acabar,

 

Critiquei-me por me posicionar tanto em sua eficiência nos carinhos,

Mas, não houve, em tudo que vivemos, um segundo para reclamar,

Um nada que não tivesse o tom perfeito, nem um reclame a ser feito,

Recordo de ter feito tudo que pude para demonstrar o que sentia,

Lembro de tê-lo beijado como se nunca mais o veria de novo,

Daquela forma do tudo ou nada, de se entregar por inteira,

 

Entre beijos e carinhos, paramos um pouco para ganhar fôlego,

Deixamos que o silêncio adentrasse e permanecesse no ar,

Havíamos acabado, mas ainda queríamos mais um do outro,

Deitei sobre o seu peito, acariciei sua pele, não desejei parar,

Mesmo sem forças para continuar quis permanecer em seu corpo,

 

Naquele instante não pensei que me apaixonaria,

Mas, agora, algo em mim reclama por vê-lo de novo,

Falta uma parte em mim, que mesmo sem saber que a tinha,

Me importa, a reconheci abrigada no espaço entre os seus braços,

Recordo a minha estranheza ao me direcionar para o que eu sentia,

Lembro de ter pedido outro beijo em tom confuso,

 

Confesso que acreditei que nunca amaria,

Nunca havia me apegado tanto assim a outro beijo,

Não queria deixar o tempo passar, me sentia assustada,

Confesso, também, que o seu silêncio não acrescentava muito,

Muito embora, desejasse estar de volta as suas carícias,

Um juízo do que acontecera, poderia definir amor,

 

Mas, colocando-me diante do espelho rejeitava as marcas,

Não sei ao certo se queria escondê-las ou esquecer o que vivemos,

Apesar de ser crucial se apaixonar alguma vez na vida,

Não houveram promessas que identificassem meus passos,

Não foram feitas juras, apenas beijos, alguns afagos e mais nada,

O suficiente para me conquistar, o bastante para deseja-lo,

 

Inconstante demais para acreditar no teor de cada hora,

Interessante a ponto de não conseguir tirar do pensamento,

Toda lembrança é bem-vinda, até as que não se pode evitar,

O vermelho da minha boca ficava fraco sobre os meus lábios,

Temi que se apagassem as lembranças, o queria de volta,

 

Seu riso ressoava aos meus ouvidos, perdi os sentidos,

Sua fala ainda estava em minha cabeça como um afagar,

Em uma abordagem orientada com destino ao amor,

Cada segundo vivido não pode ser deixado para trás,

Não pairava segredo algum que pudesse separar-nos,

Houve um tempo, não muito remoto, que eu rejeitaria a ideia,

 

Sentia urgência em estar perto, necessidade do seu abraço,

Era como se apenas ele pudesse tranquilizar minha alma,

Agora as evidencias diziam que fomos feitos um para o outro,

Era como se tudo que eu precisasse se encontrasse nele agora,

Embora meu coração estivesse limitado a afastar o pensamento,

Algo em mim havia se expandido e se recusado a rotina,

 

Mesmo que o coração buscasse erros para fazer de encalço,

Algo muito mais forte o chamava crendo que ele me fazia falta,

Minha alma fazia uma lista de tudo que fora bom,

Como se tivesse existido algo que eu me recusasse a aceitar,

A rejeição proposta era afastada antes de surtir efeito,

Agora, tudo estava diferente não apenas referente as marcas,

 

As quais, nunca permiti que fossem feitas sobre o meu corpo,

E agora, estranhamente, não queria que se apagassem por nada,

Feito uma tatuagem que ganha a alma de um jeito devastador,

Seus beijos estavam em mim, e falavam de forma cautelosa,

Lembrar não bastava mais, mais ainda, queria revive-los,

Abandonei o orgulho ao inseguro, liguei e o chamei de volta.

Em Divergência

 



Por entre as lágrimas do meu rosto,

A chorar a triste dor do abandono,

Nem mesmo notara o meu apalpar de dedos,

E a exclusão do seu número, não queria apagar o passado,

Mas, desejava com muito custo refazer o meu destino,

 

A custa de todos os sonhos sonhados ao seu lado,

A custa de todo o amor que derramei em meus beijos,

Ao sabor das lágrimas que sentiam por meu pranto,

A distanciar-me do doce som da sua voz ao meu ouvido,

Tentativa inusitada de esquecer que partira para longe de nós,

Busca desenfreada de reabastecer a força dos meus passos,

 

Despencara do alto do seu abraço para lençóis macios,

Em queda livre não o tinha para me assegurar em algo,

Deveria ter tentado resistir, correr para algum lugar,

Me refugiar do meu próprio sentir, sofrer sem ter quem culpar,

Mas, ao invés disso, do conforto do meu travesseiro molhado,

O vejo sair por aquela porta dizendo adeus com olhos certos,

 

Eu tentei com muito esforço, busquei justificar o meu querer,

Com desejo ainda mais intenso, quis entender o seu por quê,

Mas, por mais esforço que fizesse não compreendia a realidade,

Você disse que me amava para depois se colocar distante?

Minha responsabilidade pelo amor que sinto é maior que isso,

Não consigo dizer que amo e depois virar as costas e pronto,

 

Existem muitas causas que me fazem me entregar a alguém,

Em nenhuma delas me apego para dizer adeus sem um por quê,

Apenas queria que acabasse toda essa dor de uma vez,

Não, por favor, não quero que retorne, mas me faça esquecer,

Em meu corpo, ainda pesa a sua influência sobre a minha pele,

Ela te procura e o traz de volta a memória em cada instante,

 

Embora não desejo lutar contra o que sinto, me vejo sucumbir,

A saudade me soa em demasia tremula, parece até que ri,

Me parece claro que, mesmo que exclua em mim, os seus efeitos,

Sem entender ao certo, ainda o teria aqui, dentro do meu peito,

Mesmo que distante dos meus dedos que agora desejam apaga-lo,

Mesmo que distante do meu abraço que insiste em busca-lo,

 

Bem, meu coração tende a superar qualquer desconforto,

Com base em índices numéricos, um beijo de despedida,

Um afago em outro corpo, um sorver de vinho sobre os lábios,

Mas você se colocou de soslaio, nem me beijara para ir embora,

Agora já não tenho mais a rotina de outrora a minha disposição,

Na alma que ainda sente a sua falta lhe resta o tremular de mãos,

 

Milhões de sentimentos transbordam e se colocam distantes,

Mas em nenhum deles poderia considera-lo faltante,

Você se empenhara tanto para me conquistar apenas para ir embora?

Fez promessas de amor, provara minha boca e depois disso mais nada?

A razão tenta ferir meu coração, busca elevá-lo desta dor sentida,

Minha emoção se recusa em precaução, promete que retornará,

 

Me mantenho aqui caída, mas em posição alerta,

Na dor que assola a minha alma não vejo outra saída,

Embora esteja preparada para perde-lo, ou acreditava nisso,

Minha expressão mudara ao acordar sozinha neste quarto,

Minha expectativa quanto a resistir sozinha está mais baixa,

Isso se deve a lembrança dos seus afagos sobre o meu corpo,

 

Apenas sexo, nada além disso, por que teria que ser maior que isso?

É certo que estar amparada em seu abraço me contradiz um pouco,

Mas veja bem, daquele amparo restaram apenas as lembranças,

E delas você ia embora, sem olhar para trás, sem ao menos me beijar,

Lembro de você me olhar de uma forma que não entendi direito,

Seu rosto era algo que eu parecia conhecer muito e ama-lo ainda mais,

 

Arrependimento, desejo, o que avistei naqueles olhos queridos?

De todos os pensamentos nenhum acreditava no final do nosso amor,

Uma forma de tentar lidar com a questão é desistir de lutar por nós,

Mas para que isso tenha êxito teria que despir o coração dos seus beijos,

Bem, veja, você estava certo quanto a não me beijar ao sair do quarto,

Mas estava errado quanto a acreditar que eu esqueceria, não consigo,

 

Eu ainda posso ouvir sua voz calma, segura e bondosa feito uma carícia,

Querido, a ausência dos seus beijos não surtira o efeito desejado,

Ainda o amo com a mesma intensidade e com todo o vigor da alma,

Encontrei tanta honestidade em seus olhos que me nego a isso,

Sim, querido, estou tentando esquecê-lo conforme me pedira,

Mesmo que a custo de mim mesma, mesmo que derrame a alma,

 

Nessas lágrimas que molham o travesseiro, nessas mãos tremulas,

Que acreditam que podem mudar tudo que vivemos e apagar,

Apagar algo dentro do meu peito, mas jamais o que vivemos,

Esta pequena desvantagem com relação aos seus planos de se distanciar,

Possui importância relativa a minha emoção, fosse outra a sua vontade,

Eu não o esqueceria da mesma forma, como poderia se o amo como antes?

 

Querido, pelo contrário, aquela sua saída evasiva embora me contrariasse,

Só tendeu a aumentar tudo que sentia e serviu para afastar as dúvidas,

Sim, eu o amo, todavia não soube me declarar com a merecida propriedade,

Mas amor, agora você sabe, o amo com toda a alma e mais ainda,

Calcular os fatores predominantes sobre o meu sentimento é invasivo,

Tudo bem, você não me beijara, mas querido, esqueça isso,

 

Não vejo isso como desvantagem no que tange a tudo que sinto, ao contrário,

Dada as minhas expectativas de outrora e a lembrança de cada afago,

Me vejo transportar para outro lugar como se estivesse ao seu lado,

A questão da ausência do seu beijo sobre a minha boca não é consistente,

Ela se esquiva da memória em cada vez que o imagina na minha frente,

Diante disso, qualquer dúvida morre, parte para longe, divergente,

 

Cai na tangente, em meus lábios sinto todos os efeitos danosos sobre isso,

Mas em minha alma, ainda grita o sentimento que me afasta disso,

Evidências consideráveis se derramam sobre o meu corpo - sedentas,

Em termos de desejo, você sabe, não preciso dizer mais nada,

Bem, querido, estou aqui coberta por estes lençóis sobre a nossa cama,

Posso estar usando a camisola que me presenteara, gostaria de vê-la?

 

Como eu poderia confiar em qualquer coisa que me dissera,

Quando seus sussurros ainda me percorrem por inteira, em carícias,

Quando as marcas da nossa intensidade ainda estão em meu corpo,

Reacendendo as lembranças, buscando-o em cada espaço,

Eu o ouvi em cada momento, mas entendi também, o silêncio,

Seus olhos, querido, aqueles que conheço bem, me disseram muito.

sábado, 27 de março de 2021

Um Telefonema Que Não Veio

 


Quanto se foca no gosto do beijo, se desfruta as vantagens a ele associadas,

Não se esquece facilmente as juras prometidas em noite enluarada,

Quando contar estrelas deixa de ter primazia diante de provar sua boca,

Quando falar de sonhos se torna desnecessário diante de tudo que se ganha,

No outro dia, a espera pela ligação que parece se demorar em demasia,

É desalentadora, ah, mas o sabor do beijo a acariciar a boca, acalenta,

 

O dedo que se sobrepõe a boca sem que se note o gesto saudoso,

Traz um pouco de conforto as horas incertas que transcorrem no relógio,

Quando se volta a atenção as lembranças da noite vivenciada com ardor,

Percebe-se o quanto valera a pena cada segundo entre beijos e abraços,

O quadro de igualdade fica díspar, se dentro dela tudo recorda,

Por que motivo ele estaria a aguardar, sem ligar, mandar flores nem nada?

 

Apenas uma notícia sua ela esperava com a ansiedade de quem recorda,

Não uma promessa de eu te amo, um pedido de novo encontro,

Apenas um gesto que a faça ver o quanto cada hora fora saborosa,

Depois de se passar muito tempo recordando querer rever é comum,

É preciso mais atenção ao fato de se desejar uma pessoa com certo interesse,

Quando se volta a atenção as lembranças revividas em cada instante,

 

A vontade de provar novamente os seus lábios vem à tona com vontade,

É difícil resistir ao desejo de se ter quem se acredita gostar de verdade,

Poderia existir os dois lados do beijo, aquele que quer repetir outra vez,

E aquele que gostara enquanto durara mas para o qual não há mais interesse?

Era essa a causídica ou ele havia esquecido de anotar o seu número,

Por outro lado, haviam tantos meios de se procurar alguém que se queira,

 

Ela recordara de ter lhe falado o seu endereço, ele verificara a placa do carro,

Poderia procura-la caso quisesse vê-la de novo, índices de desinteresse eram refutados,

Atitudes de indiferença eram refutadas com toda a entonação necessária,

Tinham o costume de lançar em descredito o potencial da pessoa,

Ela não era infantil a ponto de tolerar uma reprimenda dessas,

Se para ele valera a pena da mesma forma que para ela, ele teria que esforçar-se,

 

Do contrário, não ligar era mesmo a melhor atitude, não haveriam lembranças ilesas,

Diante de sua distância o esqueceria, não haviam motivos para prendê-la,

O sabor dos seus lábios era visto como privação de suas necessidades básicas,

Sua boca tremulava, desejava novo encontro, recordava de cada afagar sobre ela,

Um contraste interessante diante de tudo que procurava acreditar,

Para colocar-se distante de tudo que havia vivido e do telefone que não tocava,

 

Começava a recuar atordoada, não tão depressa a ponto de ficar insegura,

Mas o suficiente para camuflar as memórias, tentar apagar a noite vivida,

Apenas por que procurava por ele, e ele não estava, esperava e ele não ligava,

O que mais faria? Chegou a temida conclusão mais fácil do que pensava,

Porque provavelmente já havia se deparado com a verdade a horas atrás,

Um golpe forte a atingira no peito fazendo voltar-se para a noite de outrora,

 

A jogara contra o sofá, fazendo-a abraçar a si mesma em lágrimas,

Agora uma lembrança se colocava contra ela, mas, também, a confortava,

Não, não conseguia acreditar, se vira balbuciar entre lágrimas sôfregas,

O que queria dizer era, por favor, lembre-se de nós depressa e sem cautela,

A lembrança hesitara, intrigada com um fato ignorado na noite passada,

Ela não reagira, embora seus instintos gritassem que estava certa,

 

Queria arranhar seu descuido, refazer cada passo a partir do encontro casual,

A parte mais equilibrada dentro dela, sabia que não adiantaria em nada,

Não tinha a menor chance, estava tudo terminado para ela,

O amor profundo e singelo de uma noite não resistira a luz do dia,

Cabe notar que a questão continha um problema comum, ainda,

Considerando ter perdido o contato com quem se apaixonara,

 

Persistia com sua mania descuidada de seguir com atitudes evasivas,

Uma característica sua que requeria atenção imediata,

Todavia, tendo sido alvo de atenção não fora a bastante apropriada,

Esse era um aspecto crucial com relação a ausência do telefonema,

Embora com insistência se manifeste através de outras problemáticas,

Porém, através da angustia vivenciada pela dor de ser “ignorada”,

 

Talvez, ela aprendesse com a questão e passasse a evita-la,

Sua atitude “mesquinha” refletia uma proteção desmedida,

Mas, com a qual ela havia se acostumado sem se identificar,

Já era atitude costumeira de sua parte o que acontecera com ela,

Mas, nunca a magoara desta forma, nunca havia mexido com ela,

Depois de uma noite de beijos tórridos, não se quer pensar no amanhã,

 

Quem pensaria quando tudo que se quer é beijar e mais nada?

Ela sentia-se completa em seus braços, sentia-se desejada,

Via-se segura em cada um dos seus afagos, não pensara em nada,

Desejar superar a desatenção masculina era normal em sua rotina,

Não se permitir ser rebaixada a objeto era sua pretensão máxima,

Nunca pensara se apaixonar em uma noite qualquer, nem mesmo lembrar

 

No outro dia ou qualquer outro, lembranças iriam e vinham, por que ficariam?

Ela acreditava em sua resistência quanto a se apaixonar,

Dado o tratamento simétrico ela sobrevivera sagaz a cada boca,

Mas, àquela fora diferente das outras, não entendia o porquê, mas fora,

Com efeito, os beijos da noite fatídica ficaram presos a ela,

Como se a quisessem busca-la de volta, recusando-se a soltá-la,

 

Esse tipo de beijo que fica impregnado na alma tem taxa de sobrevivência elevada,

Embora ela não tivesse conhecimento quanto a existência dele, agora o reconhecia,

Existem também outras causas que a levavam a recordar, com certeza,

Mas quanto ao gosto de permanecia na boca, parecia dizer alguma coisa,

Restava ainda alguma influência de seu sabor sobre a sua boca,

Nada que ela não pudesse resistir, tentava acreditar nisso com força,

 

Mas parecia claro que, mesmo que excluísse todas as lembranças,

Mesmo que partisse para outra noite em busca de novas bocas,

Não conseguiria superar este beijo com facilidade, algo mudara,

Os números antes sem sentido, tinham menos ainda agora,

Porém, o fato de ela usar nome falso, mentir sobre quem era,

Não a ajudava em nada a encontrar aquela boca a qual perdera,

 

Tempo perdido o tempo em que esperara pelo telefonema,

O beijo estava perdido, talvez lhe restassem outras bocas,

Todavia, tinha certeza, nenhuma outra seria como aquela,

Sua vontade de busca-lo era grande, mas por onde começaria?

Se via nas estrelas com as lembranças intensas e saborosas,

Agora estava jogada ao chão, perdia sua chance sem poder fazer nada.

Um Adeus



Meus olhos varreram os lençóis amarrotados,

Colocando-se naquele travesseiro não tocado,

Sobrepus meu braço nele, desejei senti-lo, de novo,

Haviam pedaços de amor por todo o lado,

Derramados nas lágrimas sobre o meu travesseiro,

Ignoradas por aquele travesseiro desamassado,

 

Uma nuvem de dor cobria o céu ensolarado,

Não queria me levantar muito menos abrir a janela,

Ele havia partido, pouco tempo depois de me jurar amor,

Quanto a jura tudo certo, mas me fazer acreditar nela?

Não fez sentido algum depois de ele não ter voltado,

Depois de eu tentar ligar mil vezes e ele me ignorar,

 

Minhas tentativas de trazê-lo para o meu abraço,

Se viram fracassadas logo após ele dizer adeus,

Não no instante em que ele foi embora, com olhos incertos,

Naquela hora, eu ainda tinha esperanças, as quais se esvaíram,

Na noite passada, entre lençóis amarrotados e noite incerta,

Seu cheiro eu removi da cama e de qualquer outro lugar,

 

Menos da minha memória, lá ele permanecia vívido,

Ao lado de todas as nossas memórias dos momentos vividos,

Em muitas circunstâncias, essa perda seria facilmente vencida,

Mas, não nessa, nessa parecia que iria durar por toda a vida,

As vezes, até além dela, lembro de tê-lo prometido o eterno,

Claro que naquele momento eu estava provando os seus beijos,

 

Mas agora, mesmo distante, não consigo me dissociar do juramento,

Não é fácil superar um conflito de amor, quando a alma diz esqueça,

E o coração se recusa e se agarra as lembranças com toda a força,

Eu lhe dava toda a atenção merecida, mas como reiniciaria a minha vida?

Como esquecer de tudo que vivemos, que um dia ele dormira comigo?

Através da cortina de lagrimas que cobriam o escuro do meu olhar,

 

Eu tentava esquecer, eu buscava um motivo em que me abrigar,

Para colocar todos aqueles sonhos em tempo distante demais,

Em um lugar que eu não tivesse conhecimento mais, através das lágrimas,

Eu não conseguia ver nada além da minha dor, e seus olhos a me fitar,

Refazendo todas as promessas, falando de sonhos, jurando me amar,

Enquanto um ruído de angústia rompia os sonhos, quebrava as promessas,

 

De uma a uma, até que não restasse mais nada em que me sustentar,

Sonhos dilacerados permaneciam em minha cabeça, o amor persistia,

E me fazia lembrar, buscava-o através dos momentos que quisera guardar,

Nada mais adequado para alguém que não dormira a noite inteira,

Tentar abrir os olhos e ver que não pode enxergar nada além de lágrimas,

Tentar buscar refúgio e só conseguir recordar o quanto amava,

 

Já que se sentir bem é algo de suma importância, o que faria a partir de agora?

O índice de sonhos opera sem que se tenha controle sobre as lembranças,

E mede a perda das perspectivas envolvidas em desenlace desigual,

Para quê dizer que amava e encerrar em resultado casual,

Cada um para um lado, um coração dividido e outro esquecido de tudo,

Dos sonhos, do amor que jurara ao infinito, do sofrimento causado ao outro,

 

Havia insuficiência de amor na alma daquele que jurara o equivalente,

Havia sobrecarga de sonhos na alma daquela que crera no para sempre,

A escolha de um parâmetro que busca o sentido de tudo isso,

Estava afetada por sonhos quebrados que agora feriam com estilhaços,

Parecia que toda a minha alma havia se esmigalhado em lágrimas

E escorriam pelo rosto, apagando o sorriso e o beijo que ele se recusara,

 

A lembrança do beijo, que ao vê-lo sair através da porta eu imaginara,

Não precisava ter havido abraço para conforto, apenas um beijo de despedida,

Uma espécie diferente de conflitos me envolvia e eu não conseguia evita-la,

Um relacionamento havia suprimido meus espaços, mas agora fugira,

O que preencheria minhas horas, supriria as minhas expectativas de amor?

Havia um lugar vago em nossa cama vazia, o travesseiro denunciava isso,

 

Nos juízos sobre o amor sempre se imagina que quando se chega ao fim,

É de comum acordo, que tudo é solucionado antes do adeus ser pronunciado,

A variável que se impera no peito daquele que fica é um sentimento frio,

O de que tudo que vivera fora abandonado ao acaso, sem adeus ou ressentimento,

Apenas o fim e pronto, a escolha de sobre que memorias se apegar para resistir,

É uma escolha frívola, deve-se esquecer todos os sonhos, dizer adeus sem insistir,

 

A desvantagem de tentar resistir as lembranças que se imperam no ar,

É o fato de ter acreditado em cada uma das suas palavras,

Ter se apegado em cada promessa, feito e agido de acordo a ela,

Se as lágrimas fossem tudo o que sua ausência acarreta na alma,

Tudo certo, eu choraria o bastante e tudo passaria com a água,

O problema circunda aquele espaço vazio e incerto sobre a cama,

 

As lágrimas poderiam ser, em grande medida, suprimidas,

Mas as promessas, as juras em cada olhar, como esquecê-las?

Se o amor arruína a vida? É certo que não, mas quanto aos sonhos,

Estes sempre podem ser suprimidos, a cama de lençóis sujos de choro,

Não deveria ser o local mais adequado para pensar sobre isso,

Mas o sol estava nascendo, logo as secariam como se nunca tivessem existido,

 

Esperava apenas que apagasse-as ou quando se pusesse à tardinha,

Que levasse consigo as lembranças, sem ele, de que me valeriam?

Sucumbir a morte prematura, morrer de amor por lembra-lo a toda hora?

Olhara ao meu redor, não estava a procura de nada, apenas sentia-me exposta,

Não encontrara nenhum rosto, nem um olhar arrependido, nada,

Um toque no celular, meu olhar brilhara, quem seria a esta hora?

Minhas lágrimas perdiam feio, a esperança me removia da cama...

sexta-feira, 26 de março de 2021

Um Celular (Des)Quebrado e Um Beijo (Des)feito


Deve ter presumido que conseguiria me esquecer,

Deve ter imaginado que encontraria as chaves,

Mas antes que pudesse alcança-las eu a encontrei,

E em um compartimento secreto a guardei,

Ele havia se apaixonado por mim, e eu por ele,

Agora desejava me esquecer assim? Azar o dele!

 

Sua tentativa de partir por aquela porta sem dizer nada,

Foi prejudicada pelo beijo que eu entreguei a sua boca,

Pelo abraço apertado com o qual o envolvi atônita,

Não que eu tenha dispendido tanto esforço para segurá-lo,

Usei a técnica mais importante que eu conhecia,

Sem artifícios ou meios ardis, o disse que o amava tanto

 

E com intenso sentimento que o fiz chorar ali mesmo,

O homem que segundos atrás ameaçava me deixar,

Se via tremulo e satisfeito ancorado ao meu peito,

Eu arfava de alegria, havia conquistado o amor da minha vida,

Não tentaria perde-lo, não o permitiria partir dali mesmo,

Faria tudo que estivesse ao meu alcance para ele ficar,

 

Mesmo que tivesse que fazer uso de políticas antimercado,

Usei meu vestido mais bonito, o batom no mesmo tom dos lábios,

A calcinha a removi guardando no bolso do seu casaco,

O batom deixei que ele retirasse por entre os beijos apaixonados,

Com uma profunda desconfiança sobre como reagir ao fato,

Percebi que os índices sobre sua satisfação com relação a nós,

 

Me pareciam perfeitamente bons quanto mais eu intensificava

As carícias e ele retribuía com a mesma urgência que eu sentia,

Recordo de ter me movido com tempo o bastante para evitar

Que ele percebesse que meus afagos já não eram a esmo,

Mas sim estratégicos, pretendiam ganha-lo por inteiro,

Fazê-lo meu, por muito mais que uma noite de amor,

 

Embora valha a pena ressaltar que as vezes ele se distanciava,

Apenas o suficiente para recuperar o ar e retornar para a minha boca,

Como eu permitiria que partisse para longe de mim o amor da minha vida?

Nunca, nem tentaria agir dessa forma, eu não era nem um pouco louca,

Apenas insaciável quanto a necessidade por suas carícias, não nego o fato,

No que se trata de provar dos seus afagos, sou exigente mesmo, me supero,

 

Quanto mais recebo mais desejo, e ele também, ele sabe disso,

Mas, naquele instante errôneo, eis que falei o que não deveria ter dito,

Não lembro ao certo o que foi, mas recordo de ele ameaçar sair,

Recordo com triste propriedade de ele ameaçar levantar e partir,

Com lágrimas tristes em meus olhos chorosos o pedi para ficar mais um pouco,

Levantei, fui até a cozinha, sem esquecer de levar comigo as chaves do carro,

 

O som da sua voz em minha cabeça dizendo que me amava me fez decidir,

Não o permitiria ir embora, não sem saber o quanto era grande o meu sentir,

Não cedi um único instante, não quedei segundo algum a insegurança,

Ele permanecera no sofá, sem falar nada, parecia repensar sobre a conversa,

Eu procurava alternativas, formas de fazê-lo ficar, precisava falar alguma coisa,

Mas algo que fosse sensato o suficiente para convencê-lo sobre o quanto o amava,

 

Ele se virou sorrindo e me viu, seus olhos se iluminaram no mesmo segundo,

Ele me amava como eu a ele, e eu iria lutar por nós, queria-nos juntos,

Para que fora feito o amor senão para unir os casais apaixonados?

Já havia visto tantos amigos meus se separarem para chorar pelos cantos,

Nós seriamos diferentes deles, nos amávamos e não nos permitiríamos

Sofrer a dor de amar um amor distante calados perdidos por entre os cômodos,

 

Eu respondi ao seu sorriso jogando um beijo em sua direção,

Mirei em seus lábios mas lembro de ter acertado o coração,

A insegurança de outrora agora estava nos deixando,

As dúvidas de a pouco, se dissipavam por entre os afagos,

O rosto dele se modificava conforme eu chegava perto,

Era como se eu pudesse nos ver em sua expressão de contento,

 

Seus olhos ficaram estreitos e de repente pareciam ansiosos,

O plano não era tomar a atitude sozinha de agarra-lo em meu abraço,

Mas que importam os planos quando o amor está em jogo?

Embora todo o cuidado tenha valia quando se trata de conquistar,

Eu não medi esforços para aconchega-lo por entre os meus braços,

Beijá-lo até vê-lo se aninhar junto aos meus cabelos, te amo me vi sussurrar,

 

Não fiz uso de mentiras, disse toda a verdade que guardava em minha alma,

Preciso de você comigo, sou frágil sem você, como um corpo sem vida,

Desde que me apaixonei nunca mais me imaginei seguir sozinha,

Você faz falta, você é importante feito o sol que dá vida ao céu do dia,

Eu sei que posso não ser o seu primeiro amor, mas em que importa isso?

Eu apenas desejo ser a única, aquela que fará a diferença em seus passos,

 

No instante em que me imaginei sem você, te juro me senti perdida,

Não soube nem o que fazer, por um instante me faltou ao ar para respirar,

Eu já estava a meio caminho de me entregar por inteira a este amor,

Não queria resistir, não queria deixar nada para depois, nem um segundo de espera,

Fora quando uma mensagem chegara ao seu celular com teor indagador,

Eu não pedi para vê-la, embora a tenha visto de relance, não disse nada,

 

Ele continuara a me beijar mas agora parecia ser tomado por uma angustia,

Eu o vi mudar sua postura, de sujeito apaixonado para algo mais controlado,

Embora tenha o amado com todo o sentimento, talvez não fosse o bastante,

Eu balancei a cabeça, me sentia confusa, um rubor me tomara a face,

Quem estaria a procura-lo, àquela hora da noite e assim tão insistente?

Cortei o beijo, sem tentar esconder nada, e o encarei por um instante,

 

Depois olhei para o seu celular, então encontrei seus dedos trêmulos,

As questões do amor nos obrigam a atitudes arriscadas e desmedidas,

Fazia pouco tempo que nos conhecíamos não sabíamos tudo um do outro,

Homens bonitos sempre guardam segredos e talvez, amantes secretas,

Um beijo de uma boca como a dele poderia levar a medidas descabidas,

Eu mais que ninguém sabia disso, não seria uma mensagem que me privaria,

 

Não enquanto eu tivesse certeza quanto ao tanto que eu sentia,

Não enquanto ele estivesse comigo a me fazer companhia,

Se a outra tivesse tanta importância ele não estaria ao meu lado,

A mensagem significaria para mim o mesmo que a ele e mais nada,

A forma que eu reagiria com relação a nós desenlaçaria este dilema,

É certo que uma dúvida mal resolvida poderia desencadear

 

Em um grande problema, como um rompimento infundado,

Assim haviam terminado a maioria dos relacionamentos

Que eu havia tomado conhecimento, mas eu não tinha escolha,

Precisava ser forte e ter domínio sobre mim mesma,

Puxei-o pelos cabelos com força, queria arranca-lo daquilo tudo,

Beijei sua boca com cruel incerteza, tentando esconder o choro,

 

Alcançaríamos um ao outro ou seguiríamos sozinhos o nosso destino,

Apenas por causa de uma mensagem romper com quem jurara amor?

Nem ao menos sabia o remetente quanto menos o teor,

Seria mesmo tão frágil tudo que eu sentia dentro do meu peito,

Que a mais tórrida dúvida evidenciada, mandaria tudo a esmo?

Não, não permitiria que fosse dessa forma, teria que fugir disso,

 

Me abriguei ao seu peito, lá parecia o lugar ideal para ficar,

O lugar onde encontraria todas as respostas para as minhas dúvidas,

Eu o amava, não precisaria dominá-lo, fazê-lo de objeto,

Enquanto tivesse sentimento o bastante para unir-nos um ao outro,

Era tarde demais para impedir nosso envolvimento,

Mesmo assim, me prendi em dúvidas por dois lamentosos minutos,

 

No primeiro, o fiz desejar ir embora para longe de nós,

No segundo, não soube o que fazer, eu parecia estar me prendendo,

Tentando encontrar motivos para nos separar um do outro,

Ao invés de encontrar alternativas para fortalecer nossos laços,

Beijei o mais terna que pude, ele respondeu com avides e ousadia,

Sorvi o seu cheiro para o meu peito, ele era doce e denso,

 

Talvez, houvesse tempo para salvar tudo o que sentíamos,

Por razões já expostas, eu o amava e tinha certeza sobre isso,

A entender que ele também sentia o mesmo, de outra forma,

Não valeria a pena tanto esforço, o telefone ressoara de novo,

Dessa vez, uma mulher surgira na tela, sem me conter, mordi sua boca,

O som da confusão ficara mais alto, ele sorrira irônico: minha irmã, respondera,

 

Me senti ereta feito uma pedra de gelo, meu olhar feria,

Meu coração pulsava insatisfeito, ele me acariciara, segundos após,

Me beijara de novo, mas não atendera ao telefonema,

Pelo contrário, o deixara tocar insistente aos meus ouvidos,

Essa questão de mulheres estranhas ligarem e não serem atendidas,

Acarretam muitos percalços, de ambos os lados: insatisfeitos,


Não é de se surpreender que eu tenha pego o celular e o destroçado,

De encontro a parede, mas isso em pensamento, na realidade apenas o beijei em silêncio,

Com certeza se recordaria de mim por muito tempo,

Quisesse me deixar não seria tão fácil, me vira nua e provara do meu corpo,

Se provar o gosto do meu beijo: vicia, eu o avisei sobre isso,

Também, recordo de ter dito que não era aconselhável para homens fracos...

 

quinta-feira, 25 de março de 2021

Com Um Afago

 



Voando, a tocar o infinito com os pés no chão,

Amando a cada instante e com mais emoção,

Foi assim que me senti ao provar seus lábios macios,

Foi assim que sussurrei eu te amo ao pé do ouvido,

Ainda com os lábios molhados por seus beijos,

Ainda sôfrega ante ao carinho incontido nos afagos,

 

Seus olhos escuros desanuviavam o céu azul e límpido,

Eram como se prometessem um futuro esplêndido,

De que outra forma seria, se estava com o amor em meus braços?

De que forma me bastaria, se o amava muito mais a cada segundo?

Para minha sorte, ele deveria saber qual seria o caminho,

Qual o jeito de conter e conseguir demonstrar tanto sentimento,

 

Eu não cabia em mim, mas não conseguia mostrar tudo,

Por mais esforço que colocasse em cada afago,

Em cada roçar dos meus dedos em seu rosto,

Em cada passar dos meus lábios em seu beijo sedento,

Em cada carinho com o qual envolvia o seu corpo,

Mesmo colocando toda a força que possuía em meu abraço,

 

Não demonstrava tudo que sentia, mesmo com todo o esforço,

Não que fosse forçoso me entregar ao vigor do seu desejo,

Mas eu sentia um amor imenso e queria que ele soubesse disso,

Queria que se sentisse amado como eu estava me sentindo,

O amor parecia berrar em meu peito, eu queria mostrar isso,

Eu havia imaginado tanta coisa, mas nunca fora desse jeito,

 

Eu havia planejado o amor em cada passo do meu caminho,

Mas nunca pensei que seria assim tão intenso, tão imenso,

Havia provado carinhos de inúmeras formas, não nego,

Mas sentir seus braços fortes em torno do meu corpo,

Parecia ser o ponto máximo para o que quer que fosse,

Mas ainda haviam nossas roupas a impedir-nos, que tentassem,

 

Nossas almas estavam nuas uma para a outra,

O amor que ressoava em meu peito tocava o dele da mesma forma,

Falava alto demais para que não fosse ouvido,

Soava alto demais para permitir-se estagnar ao silêncio,

Por que o alcancei antes do que havia panejado?

Isso deve ser aquele algo que chamam destino,

 

Mas o notei se desviar um pouco, virar a cabeça,

Fechei os olhos, não quis vê-lo desviar o olhar,

Será que iria perde-lo depois de todo o sentimento?

Será que caberia o fim para um amor que amara tanto?

Afrouxei o abraço, apertei os lábios, não iria chorar, não por isso,

O amor quando é amor, é o bastante mesmo quando dura um segundo,

 

Mesmo que todo o redor se recusasse a acreditar nisso,

Mesmo quando meus próprios lábios desejavam prova-lo, de novo,

Senti como se as mãos que haviam assegurado o meu corpo,

Agora me ferissem por trás, iria chorar, não haveria jeito,

Mas, então, suas mãos pararam sobre o meu rosto,

Tentei me esquivar, será que ele me faria abrir os olhos?

 

Encara-lo, apenas para o ouvir dizer tudo que não queria ouvir?

Ouvir da boca que beijei que agora cada um seguiria destino diferente,

Que mesmo eu o tendo amado, não bastava todo o meu sentir?

Todavia, notei que uma de suas mãos continuava a me enternecer,

Uma me segurava com força pelas costas, enquanto a outra me afagava,

Ele parecia estar se preparando para algo, logo ele falaria,

 

Daria fim as minhas expectativas, colocaria um vírgula

Ou acrescentaria um final aos meus sonhos de amor,

Parecia ter presumido todo o teor do que eu pensava,

Eu o havia entregado a minha alma no segundo anterior,

Agora, não adiantaria tentar voltar atrás e buscar negar,

Acho que cheguei a dizer que o amava em seu ouvido,

 

Não consegui resistir, o sentimento foi muito intenso,

Mesmo agora, quando tudo parecia ruir ao meu entorno,

Eu o amava como nunca amaria qualquer outro,

Mesmo que meus olhos nunca mais o vissem,

Mesmo que meu abraço nunca mais o sentissem,

Mesmo que condenasse a morte cada um dos meus beijos,

 

Mesmo que faltasse espaço de tanta dor em meu peito,

Mesmo que as palavras cambaleassem em pranto,

Não o esqueceria, nem um único momento, não haveria outro,

Apertei-o contra o meu peito queria que ouvisse o meu amor,

Queria que saísse daquela inercia e me dissesse algo,

Por Deus, aquele silêncio me sufocava eu queimava por dentro,

 

Somente a doçura dos seus beijos poderia aplacar a dor,

Aquela angustia que parecia percorrer a garganta

E silenciar minha voz, perturbar com dúvidas os meus atos,

Precisava sentir seu beijo, não tinha como negar: o amava,

Ele continuava a afagar meu rosto, agora beijava meus cabelos,

As dúvidas me soavam insensatas, quis despir-me delas,

 

Seu afagar me inflamava de tal forma que um afago,

Era capaz de causar uma explosão incontrolável em mim,

Todas as dúvidas do passado passavam por meu pensamento,

Parecia que eu não estava preparada para sentir assim,

Mesmo sabendo que haviam dúvidas, cravei as unhas no abraço,

Não sei ao certo se queria marca-lo, mas eu sentia tanto,

 

Acho que eu queria segurá-lo para mim, para sempre,

Como se minhas garras pudessem mantê-lo comigo,

Ele abaixou-se até beijar minha testa, depois minha face,

Chegaria aos lábios, então, eu poderia olhá-lo,

Assim que tivesse certeza de que não me deixaria,

Com o afago que percorreu meu rosto, ele chegou a minha boca...

Cobrança de Aluguel

Quinze dias na casa nova. Cidade nova. Saudades do pai. Não haveriam novas notícias. Ele estava distante, Estava onde não h...