Ela teria levado a cabeça aos joelhos e chorado,
Soluçado tremula por entre as lagrimas,
Imaginando que cada motivo de sua dor
Estivesse escorrendo estampado em sua cara,
A perder-se por entre as curvas do seu corpo,
Indo a qualquer outro lugar que não fosse a alma,
Mas, ele estava em pé ao seu lado e em silêncio,
Repousava a mão sobre o seu ombro em carícia,
De vez em quando acariciava o seu cabelo macio,
De um jeito especial entre o pescoço e a nuca,
Desculpa, ela falou por entre soluços,
Um engolir em seco e sem lágrima alguma,
Mas que, com maestria entoava a sua dor,
Parecia denunciar a ele o quanto ela sofria,
Ainda não havia percebido o quanto ele é bom,
Tentava se adequar a imagem que tinha,
Mas ele sempre surpreendia de um jeito melhor,
Veio os segundos, depois as horas, ele não foi embora,
Ela manteve a cabeça altiva enquanto via o sol,
Ele fazia reflexos sobre o seu rosto que ansiava,
Havia uma beleza inesperada por trás dos óculos escuros,
Sentiu que se apaixonava e perguntou-se se era vista,
Existem sentimentos que por mais evidentes são silenciosos,
Os dedos que repousavam sobre o seu ombro se apertaram,
Ela se via pequena diante da opulência dos seus braços,
Era como se tivesse sido feita para estar naquele lugar,
Uma voz veio atrás dela, Frederico sentiu o peito acelerado,
Enquanto seu rubor se tornava visível sob a luz solar,
Ele compartilhava um segredo com a mulher dos seus sonhos,
A amava e queria estar perto para protege-la,
Já fazia parte da sua vida agora se oferecia para dirigir a
moto,
A deixaria em sua casa, abrigada, depois de um banho, em sua
sala,
Tirou o casaco que o resguardava do ar frio e seco,
E colocou gentilmente sobre os braços dela,
Enquanto a vestia tocava em sua pele em cada ângulo,
Aproveitando a carícia para afugentar o que sentia,
Não queria agir em erro como efeito de escravismo de desejos,
Sabia tanto sobre si mesmo quanto sobre ela,
Entendia como precisava agir por tudo que nutria seu amor,
Um suspiro escapou do peito dela, ganhando a boca sôfrega,
Parecia conter algo profundo que agora ganhava caminho,
Pontilhava-se por entre os raios do dia as suas palavras,
Trazendo-as de sílaba a sílaba até juntar em seus lábios
Cada frase que teria que dizer sem errar em nada,
Depois de pensar um pouco, moveu a cabeça e os olhos,
Olhou-o de lado, de forma profunda e apaixonada,
Que grande alegria um amor pode causar ao sentimento,
Cada coisa simples ganha vida e empolga a alma,
Os enfeites da árvore de natal, as flores colocadas num
canto,
Mas nada se comparou com o que viu em seu olhar,
Seus lábios se entreabriram a espera-lo em impulso,
A voz dele ainda sussurrava e mexia profundamente com ela,
O perfeito se tornava imperfeito diante deste amor,
O impossível não tinha o sabor que ela viu em sua boca,
Desejou prova-la e teria implorado se fosse necessário,
Mas bastou tocar nos dedos dele que tinham uma mecha de
cabelo sua,
Em cumplicidade inesperada ela apertou-os com carinho,
Usou toda a força que tinha em seu braço que não era muita,
Pois queria prendê-lo ali, queria mantê-lo até o tempo do
eterno,
O medo de perder estremecia em seu peito e ressoava,
Mil palavras se formaram agora, e seu nome saiu alto
E foi mais uma delas, a segunda e mais importante delas,
Eu te amo, eu acho que ela conseguiu dizer antes do beijo,
Porque depois só conseguia dizer amor me leva para casa,
Por favor, preciso que fique comigo, então beijou-o, de
novo,
Houve uma brisa suave agora, parecia que sonhava,
Uma pequena lufada de vento mudou as nuvens no firmamento,
E uma espécie de luz amarela ressurgiu de lá,
Parecia que algo místico os estava abençoando, foi lindo,
Tirei uma foto do casal, desejei boa sorte e fui feliz neste dia,
Poderia ter oferecido ajuda e pego as chaves do carro,
Mas não fiz isso, mesmo gostando deles junto não tentei ajudar.