Confesso que não sei
Se rezar ajuda.
Mas, eu soube ficar de joelhos,
Eu fiz mais que podia,
Soube suplicar...
Aquele dia,
De maneira totalmente inesperada
Recebi a notícia da morte.
“Sim. Ele se foi”.
Me disseram sem delongas.
Eu teria caído,
Mas meu coração baixou
E senti que um solavanco
Até o chão
E ele não aguentaria...
Eu tremi e procurei por ajuda,
Tudo ficou escuro demais,
Ninguém me reconhecia,
A dor sangrava,
Jorrava tão forte
Que fez meu coração pulsar.
A partir daquele momento
Ele não soube pulsar outra coisa.
Eu juntei minhas mãos,
Colei uma a outra
E roguei aos céus,
Deixa ele, Allah,
O Salva.
Você pode,
Eu disse,
Eu confio nisso.
Allah não deu resposta,
Sim,
Lá do céu ele ficou em silêncio.
Eu fiquei cega de dor
Meu pulmão se contraiu
E não desejou respirar,
Minha voz calou,
Só soube suplicar.
Eu parti meus joelhos
Em piso frio,
Eu implorei por minha morte.
Eu disse a Allah,
O devolva, por favor,
Eu sou fraca.
Eu andei,
Por quê me ergueram
Com uma mão em meu ombro,
Depois disso,
Eu não me sustentei,
Eu tombei onde pudesse
Me agarrar.
A notícia “morte”,
Vem como um véu que lhe cobrei,
Tira a razão,
Rouba o sossego,
Destrói a paz.
Eu rezei,
Rezei como jamais faria.
Eu já havia querido
Pedir a Allah antes,
Mas, naquele instante,
Em igual intensidade
Não se farei de volta.
Eu gritei as lágrimas
Que corriam minha face.
Eu gritei a dor
Que dilacerava
Minha calma.
É como se o grito
Fosse o mais forte
Em você
E surgisse de dentro
Incontrolável e dolorido.
Gritar sua dor sangra,
Mas, a morte,
A morte te mata,
Sufoca,
Faz sofrer e chorar.
Morte faz doer.
Eu o tive,
Sempre soube que o teria pra sempre,
E o pra sempre chegou
E o levou sem aviso.
Foi de imediato e destrutivo.
Eu colei minhas mãos
Em oração.
Eu disse, Allah, perdão.
Devolva, Senhor, então.
A morte não pode ser expressa.
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