- Oi, mae.
Meu marido disse
Que irá me deixar,
Ele não sente prazer comigo.
A mãe parou de limpar o fogão
E a olhou admirada.
- nossa, por quê?
O que você fez de errado,
Ou melhor o que você não fez?
A mãe riu.
A conversa da filha de 16 anos
Não parecia séria.
- ele pediu um filho
De prova de amor.
A mãe pegou a pipoqueira
Guardou no grampo
Na parede atrás do fogão.
- já faz um ano de casamento,
Uns dois de namoro,
Um filho é sempre bem-vindo.
A garota permaneceu sentada
Na cadeira de palha,
Olhando para ela.
- sim. Estou grávida.
A felicidade foi imensa.
A mãe a abraçou.
Cuidou dela.
A menina nasceu.
Meses após e a situação se repete.
- mãe,
O Fábio não sente prazer comigo.
E...
A mãe a olhou.
Retirou a polenta que assava
No fogão a lenha.
Pegou um queijo
Jogou sobre o fogão.
Depois vou que errou.
Pôs a polenta de volta,
Pôs o queijo em cima.
- ele tem prazer com a nenê.
A moça disse
Com voz rouca e baixa.
A mãe pegou o salame cortou,
Colocou sobre o queijo.
- é passageiro.
Não esqueça de cuidar dos dois.
Um filho é um filho.
A garota chorava silenciosa.
- é um menino.
Ele chama de menina.
Beija ela, toca e põe o pênis.
Sinto medo que a mate,
E as vezes, quero mata-lo.
A mãe chama o marido,
Conta a ele.
Ele pega um revólver
E mata o rapaz.
A garota decide entregar o filho.
Os pais decidem cria-lo.
Ela diz que não pretende mais ser mãe.
O rapaz tinha dezoito anos.
A vizinha contou que ele mexia
Na filha dela também,
E ela cobrou dinheiro.
A vizinha, do lado desta vizinha,
Cobra dinheiro pelas filhas.
São três meninas.
Uma de quinze, outras duas de cinco e de três.
Ela finge vender a sua própria
E a moça adolescente,
Se alguém pergunta
Pra investigar a vida dela,
E leva as crianças.
O pai da garota de cinco
Disse que irá matar ela
Se descobrir.
Ele não paga pensão.
Não vê muito a filha.
Mas ama a criança.
Já a Pandorca não consegue
Engravidar do marido,
Casou fingindo que estava grávida,
Caso contrário,
Ele não iria querer,
Agora ela sai com o irmão dele,
Depois de um mês apenas de sexo
E está grávida.
Agora está tudo certo por lá.
A mãe fez bife na chapa,
Fez polenta,
Assou pinhão
E a conversa tomou rumos difíceis.
Então, simplesmente olhou
Para a filha e falou:
- vamos pôr o terreno a venda,
Com o dinheiro compraremos
Outra casa.
Vamos embora.
Você irá vender o seu também.
Iremos todos.
- ótimo, vou voltar a estudar também.
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