Terminei a prova,
Fui uma das primeiras,
Saí de lá,
Sem ter o que fazer
Fui aguardar a hora passar
No ônibus
Até chegar a hora
De voltar para casa.
Sentei lá por meados do ônibus.
De repente, vem Fabinho lá.
- E ai, Patiserya?
Eu não disse nada,
Só fiquei olhando.
Morrendo de raiva.
Eu sabia que ele não tinha
Terminado prova.
Aliás, a turma dele nem tinha prova.
Ele estava faltando aula,
E decidiu vir aonde eu estava,
Ele que é garoto
E podia estar em qualquer lugar
Que não estaria mal falado
Decidiu vir para onde eu estava
Macular minha reputação.
Sentiu atrás de mim.
Portas fechadas.
Eu e ele.
De repente,
Ele folheada uma revista
Não sei de quê
E fez todos os barulhos
Que podia.
Minha turma começou a sair da prova
E olhar de longe eu e ele,
Só faltava dizer que estavamos juntos,
Meu Deus,
Que ódio do Fabinho.
Depois disso,
A turma dele foi pra mesa de sinuca
Do ginásio
E outros pra própria janela
Gritar feito uns doidos
Com ele
O chamando pra jogar.
Aí me viram.
Meu Deus,
Me viram.
Começaram a assoviar,
Gritar Só Love,
Só lobinho,
Só lovão,
Só lavai”.
Eu virei numa fera selvagem,
Quis mata-lo.
Espanca-lo até a morte.
Ele abriu a janela
E berrou feito um louco.
Todos nós virão
Sob aquela luz tênue
Do ônibus,
Metade quebrada,
Outra parte destruída.
Eu jamais provaria
Que não foi combinado
Pra bater papinho
De namorados,
Fazer conquista de idiotas,
Meu Deus,
Manchada pelo Fabinho...
Veio até o diretor do colégio,
O cachorro da vizinha,
O gato da secretaria
Subiu a árvore
E pulou sobre o colégio.
Pronto.
Fadada ao fracasso.
Ele ria feito um idiota.
Batia na perna
E ria.
Eu não pude nem soca-lo
Para não despertar mais interesse.
Maldito dia!
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