O lírio nasce verde
Feito os demais
Que crescem selvagemente,
Contudo,
Ele se destaca
Com sua flor grande e branca.
Cálida e inocente,
Mal soube a moça
Que nasceu ingênua
Por entre outras,
Que encontraria
Terrível fim.
Apaixonou-se,
O pai recusou dar permissão
Ao romance,
A mãe se fez intransigente,
Ela recusou todo argumento,
Fugiu noite a dentro.
Pegou rumo distante,
Abraçada a cintura
Daquele que lhe fez tantas promessas
Mas que em cidade desconhecida
Não tardou a falhar,
Não cumprir com o que dizia,
Negar um futuro a garota.
Pois bem,
Ele não se protegeu,
Ela engravidou
Emocionada com o romance,
Ele desgostou,
Afirmou que a hora era errada,
Saiu do quarto,
Foi até a cozinha,
Pegou uma faca na gaveta,
Esquentou-a no fogo do fogão a gás,
Retornou até a moça,
Escondeu-se atrás da cortina amarela,
Puxou seus cabelos,
Aproximou seu rosto do dela,
E cravou a faca em sua barriga
Grande e saliente
Por causa do bebê,
Ambos sangraram sobre a cama,
Até a morte,
Daquele que nem vem se formou,
E daquele lindo lírio
Amado e bem-cuidado
Que escapou do amparo da família,
Foi para distante
E morreu lá.
Os pais nunca tiveram
Notícias da filha,
Nem ao menos
Quando um corvo
Revoou sobre a casa deles,
Como se fosse guiado
Por cheiro ou algo similar.
A moça apodreceu numa vala,
Nem próximo de onde
Foi esfaqueada,
Os abutres serviram-se de sua carne.
Nenhum comentário:
Postar um comentário