-Paw.
A janela de madeira
Bate com força exorbitante
Contra a casa
Também de madeira,
Ambas sem pintura,
Nem sujeira.
A garota acorda assustada
No sofá da sala,
Levanta aumenta o volume
Da televisão,
Outro estrondo assusta,
Desta vez,
Todas as janelas da frente da casa
Batem sem parar,
Ela pára de trocar o canal
Da televisão,
É lá fora,
Tem certeza disto.
Um vento sem presságios
Avança sobre ela,
E quase a impede de chegar a janela,
Outro barulho avassalador,
Telhas caem do teto,
Estilhaçam-se na terra
O pó levanta-se e se agita no alto.
Um escuro atormentador
Não permite ver distante,
Usando toda sua força,
A garota puxa a janela
E tramela de uma a uma.
Lá fora,
Seu pai corre com o machado
Benzer a tormenta,
Para separar os céus,
Para que as nuvens tornem-se
Menos densas:
- Santa Clara se levanta
Pra benzer está tormenta
Com cálice e água benta.
Ele diz fazendo movimentos
Contra o céu escuro,
Em três sinais da cruz.
De pronto os céus se abrem,
O escuro profundo dá lugar ao cinza,
O machado de cabo de madeira
Racha o tronco de madeira,
Enquanto o pai faz o sinal da cruz
No próprio peito.
A chuva rompe as nuvens e cai sobre a terra,
Cessa os ventos,
Cessam os raios.
A menina pega o cobertor
E continua no sofá,
Mantém a televisão ligada,
Ela está segura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário