Outro dia,
O professor do colégio
Se meteu numa briga
Por causa de uma aluna,
Levou um soco de um aluno.
Agora falam mal dele nos corredores,
Ele está se sentindo mal,
Eu não sei nada sobre ele,
Parece discreto,
Um tanto igual aos outros.
Fico na minha.
Calada.
Pra conquistar adeptos
Ele está convidando todos
Os alunos
Para jantar na casa dele,
Vai receber o salário,
E fazer churrasco pra todos.
Eu não irei.
Não me sinto bem.
Não o conheço.
Não entendi por quê quer me inserir.
Ele não escolheu minha turma.
Em função disso,
Ficamos três meses com aula
Apenas de leitura,
Não havia professor disponível.
Agora temos um.
Ele parece conhecer o conteúdo.
Isto basta.
Mas vi a menina da segunda série,
De quatro anos
Chorando em frente a sala,
A saia dela apresentou sangue,
Eu vi quando ela levantou
Do piso em que estava sentada
E saiu para fora do colégio.
Da sala dela,
Eu o vi sair.
Ele era o adulto por lá,
E ele não dá a matéria dela.
Estranhei isto.
Mas me calo.
Não significa que não vejo.
Sangue na saia.
Crianças do primário
Não tem aula de biologia.
Por quê ele estava lá?
Ele é famoso por suas festas,
A turma que vai
Bebe tanto
Que esqueci até de si próprio
No outro dia.
Eu não bebo.
O álcool faz mal para o cérebro.
Fui descer da escada
Cuidando muito os redores,
Cai de bunda no chão,
Feri meu braço.
Droga de colégio.
Me preocupa a prova que está agendada
No quadro negro.
Em giz branco,
Deitado de lado
Pra cego ver
E mudo estudar,
No dia da prova,
Não haverá resmungo
Ou cola.
Só quem estudou passa.
Data e hora de início e término.
Sem consulta ao material escolar...
O professor acabou de chegar,
Mal passou conteúdo
E quer testar conhecimento...
Espero que minha caneta funcione.
E que o Carlinhos não esqueça
De por seu nome.
Me chateia a prova sem nome
Que o professor não sabe
Em que nome anotar a nota.
Me irrita também o Luís,
Ele nunca sabe se o nome dele
Tem acento ou não,
Se é com Z ou s,
E o professor sabe menos.
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