sábado, 22 de fevereiro de 2025

Caminhoneiro

Daniera se ofereceu
Para ajudar a professora
A fazer cópia da prova
Para levar aos alunos na sala.
Assim, a professora
Pode chegar cedo na sala
E impedir o pessoal de colar.

Aproveitou e fez cópia dupla
Da prova,
Ou seja, copiou também
Aquela que tinha as respostas.

Entrou na sala,
E entregou de aluno a aluno
A dupla, é claro.
Todos tiraram nota máxima.
Todos foram juntos comemorar.

O lugar escolhido foi o rio da cidade
Todos se reuniram quem tinha carro
Levava quem não tinha.
Levaram sanduíches
E refrigerantes e bebidas.
A diversão foi ótima.

Todos aprovados para a nova série.
- que legal.
Fomos todos aprovados.
Agora vamos pra sétima série.
Eles comentavam rindo.
- ótimo.
Este é o objetivo: passar de ano.
Foram andar de barco,
Pescar.
Andar de jet-ski.

Nisto um garoto mergulhou
E não voltou do fundo da água .
A garota que estava com ele
Se preocupou e olhou
Para o fundo,
Então, enxergou algo escuro
E enorme feito uma cobra
Enrolado em seu corpo.

Ele estava sufocando.
Ele soltava bolhas de ar.
Não se movia.
A coisa escura devia ser
Muito grande e muito forte.
Não havia dúvidas.
Comeria a todos.
A garota pegou, então,
Um facão de dentro do barco
E mergulhou contra a coisa.
Era mesmo uma cobra.

Uma enorme cobra.
Ela mergulhou com o facão
Na mão eriçado contra a cobra.
Cravou até o final dela
E usou o impulso do corpo
Para firmar os pés no facão
E cortar a cobra ainda dentro da água.

A cobra se soltou um pouco
Saiu para fora da água
E comeu um rapaz de dentro do barco,
A boca dela parecia pequena
Embaixo da água,
E ficou enorme lá fora.
Ficou tão grande que comeu
O rapaz em único ato.

E nisto o rapaz mexeu-se
E a cobra soltou ele.
Ela pareceu incapaz
De se manter presa a ele
Devido aos impulsos da garota
E do garoto.
O outro rapaz comido
Caiu pelo buraco
Do corte do facão,
Tocou no facão assustado
E perdeu um braço.

O facão era poderoso,
Deixou a mão do rapaz
Dependurada.
A moça se impulsionou
Contra o rapaz que estava
Sendo esmagado,
Num mergulho para trás
Retornou ao barco.

Bateu os pés no lado,
E num salto caiu dentro.
A cobra se virou para come-la.
Ela estava pela metade cortada.
A garota arrancou o facão dela
E quando a cobra pegou-a
No braço,
O facão foi jogado sobre a parte
Não cortada.

Sangue voou na garota.
Ela gritou.
O braço direito sangrou.
Um osso saiu para fora.
A cobra caiu sobre o barco
E desceu para o fundo.
Pesada.
Enorme.

O outro garoto só com um braço
Trouxe o rapaz que sufocava,
Empurrou para o barco.
De dentro ela puxou o garoto.
Depois o outro.
Depois fez respiração boca a boca nele.
Ele voltou.
Cuspiu água.

Depois vomitou muita água.
Ela sentiu raiva.
Muita raiva.
Então pisoteou toda a cobra
A facão.
Cortando ela em mil pedaços.
Os alunos ficaram em alvoroço.
Depois, decidiram limpar a cobra
E comer ela.

Ela tinha gosto de peixes.
Dentro da barriga dela
Encontraram um boi,
E duas pessoas abraçadas.
Pareciam um casal
Que foi comido juntos
Enquanto dormiam.

Alguns ficaram com muito medo.
E mesmo depois de ter comido
Os pedaços da cobra fruta
Na gordura ao lado do rio
Ao chegar na parte do casal
Correram e correram muito
De tanto medo.

Dois garotos vomitaram
No rio
De nojo e medo
Por terem visto o casal dentro.
Ninguém reconheceu o casal,
Nem ao menos o boi.
Mas sabe-se que
Nas proximidades,
Ao menos cinco vizinhos
Não muito longe
Um do outro
Relatou falta de gado.

Ninguém notou falta de gatos.
Havia um gato lá.
Pressupôs-se que se tratava
De um gato
Aquele ser humano
Pequeno, peludo
E muito parecido com um gato
Que estava dentro da cobra.

Não tardou
Um bando de corvos
Chegaram próximo a eles,
Conforme eles deixaram
Pedaços da cobra
Próximo ao rio
Os corvos comeram.
Eram grandes e negros corvos.

Os corvos comem restos
Que encontram pelo local,
Eles costumam limpar tudo.
Eles abriram as asas
Como se fizessem um ritual.
Primeiro o maior chegava comer
De um a um o bando de aproximava
Depois disto.

A turma que ficou se divertiu muito.
Os garotos foram levados
Ao hospital para receber socorros
Médicos.
Foram de moto
Os três:
A garota de piloto
E os outros dois juntos.

A estrada que levava ao rio
Tinha cipós que caíam
Na estrada a certa altura,
Tinha pedras
E o tráfego de carro
Era dificultoso.
O osso do braço dela saiu.
Ela seguiu.

O outro garoto
Perdeu totalmente a mão
Que estava pendurada.
Ela enroscou em um cipó.
Ficou pendurada no caminho.
Ele gritou
E se jogou para trás.

O rapaz que se afogou
O segurou,
Então, ele não caiu.
Mas gritou.
Urrou.
Aí, a garota parou,
Voltou e pegou a mão.
Depois, continuaram.

O gordinho abria a boca
Para receber ar.
Nisto, uma aranha pulou
Dentro da boca dele.
O rapaz sem a mão.
Ouviu o grito emudecida
Meteu a única mão que restou
E arrancou a aranha de lá.

Depois a matou
Sobre sua perna.
A garota viu tudo
Pelo canto do olho.
Gritou,
Acelerou e não se voltou
Para trás.
Neste momento
Ela só pensou em uma coisa:
Fugir dali.

Se mandar.
Meter a mão no acelerador.
Não importaria se alguém ficasse,
Se alguém caísse
Ou pedisse ajuda.
Empinou aquela moto
Fez uma curva em s
Naquele barro molhado
Daquela estrada,
Caiu meio de lado,
Mas não tocou no chão,
Seguiu por uns vinte metros
Andando em curva
E pendendo de um lado
Ao outro.

Depois chegou no asfalto,
Resvalou o pneu cheio de barro
E caíram os três
No meio da pista.
Um caminhão vinha
Naquele instante,
E não conseguiu segurar
Bateu no rapaz de uma mão
E o esmagou no chão.

Tendente a não esmagar todos,
O motorista tentou desviar,
Queimou pneu no chão,
Derrapou com o freio acionado,
Saiu fora da pista com
Metade do garoto
E foi parar na ponte,
Entre o cai e o não cai.

Um carro esporte
Passou em velocidade alta
Pelo acidente,
Fez vento contra o caminhão,
O caminhão fez um barulho estranho
E caiu no barranco
Levando árvores com ele
Foi parar na beira da água.
O motorista sofreu escoriações.
Quebrou o para-brisa.

Ficou preso no cinto
Mas foi removido.
A garota fugiu a pé.
O rapaz afogado pediu carona,
A encontrou mais a frente
Andando feito uma louca
E a levou.

O caminhão era carregado de milho,
A carga caiu no barranco
E entrou também na água,
Peixes enormes pulavam comer.
Algumas galinhas e pássaros
Apareceram se alimentar.
Um homem em uma camioneta
Parou lá,
Viu o acidente
E correu juntar o milho.

Vendo o motorista ferido,
Se fez de louco,
Não cumprimentou,
Não perguntou se estava bem,
Apenas colheu tudo que pôde.
Não tentou ajudar.
O viu sentado em uma pedra,
Sério e com cortes no rosto.
Mas não falou nada.

Encheu a camioneta
E se retirou.
O vizinho que retirou o motorista
Usou uma serra,
E não tinha carro
Para levar ele aí hospital.
Então, o homem ficou lá,
Até o outro conseguir carona.

Quatro carros abertos na traseira
Pararam na pista levar o milho
Nem um quis levar o motorista.
O homem chorava calado
E com medo.
Metade do rapaz que estava
Na roda do caminhão
Foi levada pelo rio.

A outra ficou do outro lado
Da pista.
Ninguém fez nada com relação
A isto, também.
Ele olhava o corpo ir e chorava.
O vizinho rezava.

Um carro vinha corrido,
Encontrou a moto abandonada,
Caída num lado da pista,
E não pode segurar,
Bateu nela
E a carregou metros para frente,
Foi parar sobre a ponte.

Apavorado,
Com medo de ter matado alguém,
Vendo se tratar de uma moto
Através do espelho,
O motorista não segurava,
Nem gritava,
Apenas ligou o rádio 
E aumentou o volume 
Da música.

A moto pegou fogo
Sobre a ponte,
Embaixo do pneu dele,
O carro pegou fogo também,
Foi muito rápido,
Ele nem se viu queimar.

Fumaça e música 
Voavam pelos céus,
Um pedaço da ponte rangeu,
Lá de cima,
Um caminhoneiro veio
Não segurou,
Bateu no carro
E levou um pedaço da ponte
Com eles
Para o fundo do rio,
Carro e moto pegando fogo,
Caminhão caindo sobre.

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