O obscuro a aproximar-se no horizonte,
Traz única certeza,
Fechar portas e janelas,
Puxar travas e o que for necessário,
Uma tempestade surge.
Vem com ventos
Que cantam sobre as árvores,
Quebram seus troncos,
Arrancam até raízes,
Deixam única certeza,
Estás tão densas e fortes
Serão encontradas
Logo depois disto,
Contudo,
Muitas outras mais frágeis,
Seus galhos e folhas,
Não serão mais vistos
E se encontrados
Não poderão ser reconhecidos.
A ameaça chega através dos ares,
Cheira umidade e medo,
Beija as folhas com doçura,
Rompe seus galhos
Sem dizer mais nada.
Um beijo
E um desligamento.
As folhas voam pelo ar
Numa intenção de transmitir confiança,
A árvore que chega logo atrás
Não entende desta forma,
Nem se demora.
Sua chuva enternece ao toque,
Seu cubo de gelo
Não esfria antes de achegar-se,
Apenas se joga sem limites
Atinge o alvo
E faz seu estrago.
As pessoas correm com as mãos
Sobre suas cabeças,
Todas querem se proteger,
O sol fica distante,
A escuridão não auxilia em nada,
E os estrondos
Só não são mais perversos
Que seus raios
Que atiram-se lá do alto
E cortam ao meio.
Marcha o temporal violento
Feito uma multidão de demônios,
Todos crêem que seus monstros
Estão a solta,
Quando o dia se torna noite,
Não é apenas um assassino cruel
Que se refugia em seus escombros
Pra atacar sem deixar pistas.
Voam com o vento os telhados,
Perdem-se nas enchentes carros,
Nestes dias tempestuosos
Nenhum ser humano está a salvo.
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