sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Carona pro Colégio

Sua mãe se definiu alcoólatra,
Bebia logo pela manhã
Porquê era um chá
Contra doença pulmonar.
Pinga, limão, laranja e açúcar.

Tudo certo,
Bebia ao meio-dia
Para encarar o rosto do marido,
Ele a traia,
Gastava o dinheiro da família,
Em bebida alcoólica
Para beber com sua irmã.

E eles transavam,
Um dia sua mãe
Chegou de mansinho
Até a porta do quarto
A abriu,
E os viu fazendo sexo.

Com champanhe.
Ele não trazia champanhe pra casa.
Mas bebeu com ela.
Ela o ignorou.
Nutriu-lhe ódio.
Sentiu todo o rancor.

Ele bebia demais.
Ela nunca quis casar-se,
Engravidou da filha,
E obrigou-se a ele.
Um dia bebeu demais
E gritou no meio da noite.
Não sinto tesão por você.

Vá embora.
Você não me é suficiente.
Não o desejo.
Muito menos o amo.
Logo no outro dia,
Buscou o braço da filha,
Tendo sua atenção disparou:
Eu nem namorava seu pai.

Tínhamos encontro de amigos.
Fazíamos sexo.
Coisa de parceiros.
Aí você veio sem aviso.
Sei lá,
Pareceu coisa do alcoolismo.
Ela ficou pasma.
Olhou para a frente seria.

Olhou para a mãe.
Sentiu compaixão.
- vocês serão alcoólatras pra sempre?
A mãe soltou o braço dela,
Puxou o rosto dela com as duas mãos:
- o quê?
Você foi um encargo difícil.

Eu tinha quatorze anos.
Viemos viver sozinhos.
Eu só tenho a certeza de não o querer mais.
 A garota abriu a boca.
Ficou séria,
Depois chorou
E a abraçou.
- eu sinto muito.
A mãe ficou no abraço.

- não sinta,
Apenas não seja como eu.
Engravidar assim sem pensar
É decisão delicada.
A garota soluçou.
- tá bom, mãe.
Vou escolher pra mim
Um bom homem.
A mãe soluçou alto.

- tenho até medo
Que ele a estupre.
O vizinho,
Tão bom marido,
Não bebe se não for nos finais de semana,
Não fuma nunca,
Estuprou a bebê recém nascida.

A garota abraçou a mãe
Ainda mais forte.
- minha prima,
A filha do tio Jaci
Ela teve bebê,
Ele tinha menos de um ano,
O namorado não a queria tanto,
Ela chupou o pênis da criança
E sentiu no pênis dele.

A mãe estremeceu.
- filha, que medo.
A filha manteve o abraço.
- ele morreu no mesmo instante.
O bebê não sobreviveu.
Ela disse que viu prazer
No rosto dele,
E que ele levantou o pênis.
A mãe a empurrou.

- Allah, filha, que horror.
Sinto tanto medo.
- eu também sinto.
A filha disse.
- O Alexandre,
Meu namorado,
Ele não sente prazer comigo.
Parece que não levanta sabe?
O pênis,
Parece que não funciona.

A mãe deu um tapa
No próprio rosto.
Olhou para o lado boquiaberta.
A garota saiu.
Pegou carona com um rapaz mais velho.
Da casa dela para o colégio.
No carro deu um beijo nele.

Olhou em seus olhos
E pediu dinheiro.
O homem buscou a carteira,
Pegou uma nota e a entregou.

Ela saiu do carro.
Na porta do colégio mal iluminado.
Entrou no colégio.
Sentia-se estarrecida com tudo.
Olhou para trás e o viu ir.

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