sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Diário ao Mar

Odioso diário,
Onde guardo somente as verdades,
Desta vez,
Me despeço:
“ Guardo contigo o veneno,
Bem,
Dele,
O frasco”.

Ou a prova
Caso algum dia
Você tenha nova fala,
E eu queira entender o que fiz.

“Matei-os, todos!”
Apaixonei-me pelo pai,
A esposa não aceitou,
Sobre ela tanto tempo passou.
O esposo viúvo
Preferiu guardar amor,
Recusou casamento,
Desistiu de nós dois.

O filho foi engenhoso,
Enveredou-se para outras ideias,
Viu naquele velho um louco,
Viu nesta que lhe escreve
A ideal,
Ele tinha o belo pai,
Dinheiro suficiente.

Meus pais,
Decidiram contrariar,
Negar dinheiro,
Economizar nos mimos.
Utilizei em ambos igual dose.

Agora aqui sentada neste barco ao mar,
Me despeço,
Com dinheiro
Muito mais que suficiente,
Frasco com alguns comprimidos,
Três velhos mortos
E um filho em desespero
A chorar dor
E algum desalento,
Bem, irá demorar
Para ele sentir falta de dinheiro,
Eu acho.

Eu nunca fiquei sem
Ou aprendi a economizar gastos,
Não me imagino nisto
De calcular gastos
Ou controlar valores...

Contudo deve estar
Sentindo minha falta,
Vou decidir se parto
Para bem longe
Ou se permaneço
Ciente de que tenho
Todo dinheiro que quero,
Todos os bens que preciso,
Mas, soube de um velho
Bastante rico
Que mora um pouco distante,
Talvez, eu lhe faça visita,
Quem sabe?

Enquanto isto,
Afundo neste frasco este diário,
Sem comprometer nenhuma página
Deixo ainda algum veneno junto.
Assinado 'Marael'.

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