O pior olhar do mundo,
Aquele pelo qual
Nenhum filho quer ser alvo
É o de sua mãe o julgando
Independente.
Não,
Nós não gostamos
De fazer nosso próprio café,
Muito menos de sermos
Capazes de cortar o pão.
Está coisa de trabalhar fora,
Morar sozinho,
Trabalhar todo dia,
Tudo isto, mamãe,
Não se iluda,
Ninguém quer.
Não há sentimento
Mais triste
Do que o do filho
Que vai visitar a mãe
Cedinho para barganhar
Desde o café,
E a mãe o considera
Adulto o bastante
Para cozinhar o próprio almoço.
Não mãe,
A gente mal quer
Baixar o volume da tv
No controle remoto,
Sim.
Nós gostamos de tomar
Banho na sua casa
E não na nossa,
E não queremos,
De forma alguma
Secar o chão molhado.
A gente gosta
Da sua cervejinha gelada
Pendurada na porta
Da geladeira,
Mas a senhora não poderia
Servir-nos?
Depois de sentar no sofá da sala,
Tudo o que queremos
É a antiga cobertinha quente
Sobre as pernas,
O ventilador brincando com
Os cabelos,
E a cervejinha servida,
Pois, em única coisa
A senhora está certa:
Nos tornamos adultos,
Podemos beber todas!
Mas, mãe,
Não insista com a história
De cada um limpar
A própria bagunça...
Também, não fique tão irritada
A ponto de querer bater-nos,
Disto, queremos independência.
No mais,
Considere o café,
O pão quentinho
E a mortadela no queijo
Derretido.
Ok.
Dirigir o carro
Nós dirigimos bem,
Mas também,
Não queremos leva-la
Por aí,
Considere o ficar em casa,
E curtir o sofá
E por favor,
Sem chingão,
Muito menos berros mamãe,
Queremos nos libertar
Das más impressões.
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