Aconteceu de,
Naquela noite,
O homem decidir sair,
Abriu a porta,
Abraçou sua mulher
Para se despedir.
- vai e não retorna.
Ele a olha
Com olhos cheios de dor,
Não entende o que há,
Mas confia no que sente.
- vou, mas a amo.
Ele lhe diz,
Vira as costas para sair.
- não acredito neste amor.
Ele levanta as mãos
Para o alto,
Sente-se acorrentado,
Preso a uma ilusão,
Tanto esforço,
Tantas horas de joelhos,
Estaria Allah a duvidar-lhe,
Não.
Lhe parecia que não.
Colocou a mão na roça,
Nunca a sentiu tão pesada,
Como se houvessem pedras
Contra sua cabeça,
Um calor infernal,
Que desejava arrebata-lo.
Olhou para o sol
Por temer que as areias do chão
Se abrissem para devora-lo.
Nada houve.
Foi, então.
- a amo.
Repetiu quase inaudível.
Ocorre, que surgiu daquele solo
Fogo ardente e crescente,
Que a tudo consumiu,
Até mesmo o filho
Que houve naquele ventre.
A mulher descreu,
Não pediu misericórdia,
Não entregou seu amor.
No entanto,
Este homem não tão distante
De alguma forma inacreditável
Nada pode ver,
Fumaça, calor ou gritos,
Pareceu ser um fogo mágico.
E cada vez que tentava retornar,
Encontrava algo a lhe deter,
Uma carroça que a mulher lhe pediu,
Disto precisou trabalhar,
Ele tinha pouco dinheiro.
Encontrou o ouro que tanto
Ela queria,
Precisou trabalhar,
Custava caro suas regalias,
Vestes das mais encantadoras,
Sonhou com ela vestida,
Quis lhe dar o melhor da vida,
Trabalhou sem cessar.
Retornou a sua casa,
Com carroça pintada a ouro,
Ouro e joias variadas,
As vestes mais lindas
Para encanta-la,
E um camelo a puxar a carroça.
Estagnou-se e emudeceu,
No lugar onde habitava
Restou uma pedra,
E sobre as pedras ossos,
Porém, no seu redor
Tinha toda a comida
Em fartura.
Ele ajoelhou-se,
De um pulo da carroça,
Tirou o turbante,
Deixou de sentir vergonha
De suas roupas
Das quais tanto ela reclamava.
Já não estava ali
A mulher que amava,
Restavam dela ossos e mais nada.
No entanto,
Havia tanta comida,
Tanta comida variada
Que sentiu fome,
E aí entendeu a partir disto,
Que ele merecia este alimento.
Tâmaras, peras e outras frutas,
Um lago de água pura.
Mas apiedou-se e chorou.
- que houve aqui, Allah.
Que houve?
Transcorreu de sua partida
Até o retorno cem anos,
Veja da mulher que não o amou,
Ou apiedou de seu esforço
Restou os ossos,
Nestes ossos,
Outros ossos de um feto,
Ela não os concedeu misericórdia.
Contudo, veja o seu alimento
Que com tanto esforço
Buscou para todos,
Estão aí intacto e puros.
Tagut surgiu do solo
Que ela não guardava afeto
E respondeu suas preces,
Consumiu-a,
Mas eu lhes mantive as provas.
Dos ossos é possível reconstituir a carne,
Desta, contudo,
Tagut não deixou vestígio,
Foi seu próprio fogo
Que os consumiu,
Mesmo que você os reparta
Por entre quatro montes,
E clame mil anos por seu nome,
Está não retornará.
Entregou-se a ele em pacto para sempre.
Resta-lhe reconstruir
Do que foi teu,
Erguer seus alicerces
Mesmo, Allah, O poderoso
Precisa respeitar as vontades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário