Um vento soprou intenso,
E virou o livro sagrado,
Dentro daquele buraco,
Cada vez que o vento soprava,
Uma página virava,
E corria,
Como se alguém estivesse
Ali dentro
E estivesse lendo.
Mas o povo não sentiu medo.
Ao invés disso,
Plantou tamareiras
E gramado ali e fez ao livro
Um altar.
Eventualmente,
As páginas mudam.
Ninguém se apavora.
Certo dia,
O povo acordou,
Saiu de suas casas
E o livro estava no alto.
Sob o livro havia água,
Água em abundância,
E água pura e límpida.
Restou o livro no alto,
Sem apagar-se
Ou se decompor.
As tamareiras e o gramado
Ao redor,
Verdejantes e muito mais vivo.
E o livro boiando
Sobre água pura.
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