quinta-feira, 13 de março de 2025

Estátuas

Naquele povo,
Houve quem duvidou
Da verdade.
E a olhos no horizonte,
Deixou seu povo
E partiu para o vislumbre.

- é magia evidente!
Disse seu amigo,
Tocando seu braço
Para deter-lhe.
- é certo que não.

Disse ele.
E foi.
- preciso ver face a face.
Abriu o portão e fechou.

Lá no horizonte,
Um Faraó deu tudo de si
Para construir estátuas,
As mais perfeitas,
Imagem e semelhança.

Depois as fez grandes,
Cada vez mais alta.
Uma cresceu tanto
Que atingiu um grande monte
Ficou acima das nuvens
E foi como se algo a tocasse,
Certa chuva,
Retornou de lá,
Agachando-se,
Olhou para baixo
E levantou o pé,
Depois a soltou
Em uma próxima ao castelo
Que destruiu-se
Derramando-se em milhares
De pedras
Sobre o castelo.

O Faraó caiu para trás,
E fugiu.
A partir daquelas,
Com um levantar de sua mão
As demais criaram vida.
E gostaram disto,
Decidiram ser cultuadas.

Escravizaram cada pessoa de lá,
Cobrando culto evidente,
Isto é,
Que todos passassem
A construí-las sempre que
Houvesse luz,
De dia e através da luz da lua,
Sem parar,
Sem comer,
Sem beber ou respirar,
Apenas trabalho.

Aquele outro rapaz
Que veio para ver com seus olhos,
Viu e assustou-se,
Entrou e ficou.
Quatro dias depois,
Enfraquecido,
Desistiu do trabalho,
Foi esmagado
Por um único dedo
Da estátua do Faraó.

A mãe dele ouviu o grito,
Mesmo distante e
Quase inaudível,
Sentiu a morte do filho,
Veio em sua busca.
Vendo de longe
Aquelas esculturas estranhas,
Grandes e tão vívidas.

Sentiu medo,
Uma mãe sempre anda
Por seu filho,
Após o sentir do medo,
Está seu três passos,
Depois retornou correndo
Até o esposo.

Contou o que viu.
- o quê?
Indagou Fragerto atônito.
- desenhos de pessoas
Feitos da areia
Grandes, enormes,
Mas pareciam vivos.
Ela disse .

Com suas mãos
Entre as mãos dele,
Trêmula e chorando.
- nosso filho,
Ele está lá,
Eu ainda o sinto!
Ela jogou-se em seus braços.
Reuniram o povo todo,
Buscaram um plano,
Decidiram usar o petróleo,
O poço petrolífero.

Então, ela correu com uma pedra
Na mão,
Mostrou de longe
Brilhando sob o sol,
O reluzir do rubi,
Mal cabia entre suas duas mãos,
Brilhava mais que o sol.

Vendo aquilo
Em plena luz do dia
A estátua foi só encontro,
Com um passo esmagou
As torres do castelo,
No segundo derrubou o muro,
Em poucos a teria pego.

Mas o coração de uma mãe
Funciona melhor
Que qualquer outro,
E este acelerou e implorou
Socorro.

Ela correu com o rubi
Em uma mão levantada,
Correu feito louca,
Com uma força nunca toda,
Correu,
Sua saia negra esvoaçante
Colava em seu corpo,
E ela corria.

A enorme estátua andava,
Cada passo equivale a cem
Dos dela,
Era mais que correr,
Mas uma mãe vence dores
Que nem mil amores
Saberiam dizer,
E antes de ser mãe,
Uma mãe sentiu mil amores.

Está soube disso,
Correu,
Então, a dez metros do poço,
Caiu,
Quebrou a perna
Entalou na areia,
O povo vendo aquela estátua
Ficou imóvel e com medo.

Muitos correram,
Não souberam o que fazer,
Estava próximo de suas moradas,
Estavam em perigo evidente.
Correram,
A estátua num passo
Pisou sobre a mulher,
Então o rubi reluziu
A frente,
Brilhou sobre aquele poço,
Aparentemente coberto
De areia.

A estátua deu segundo passo,
Afundou a perna lá dentro,
O marido passou a jogar
Pedras na estátua do Faraó,
Gritou,
Tentou lhe atingir com
Ferramentas de lutas.
Ele não sentiu dor.

Estátuas não sentem.
Mas desejou o rubi,
Estátuas não pensam.
Não muito.
Puxou-se e deu o segundo passo,
Afundou no petróleo líquido
E escorregadio.
Tentou puxar-se
Com suas mãos,
Afundou mais.

Ficou.
O homem vendo a mulher
Esmagada,
Correu em busca do filho,
Chegou a tempo de ver
Todas as estátuas
Se estatificar.
Conforme estavam
Pararam.
Ficaram imóveis.

Uma esmagava a cabeça
De um homem,
Erguendo-o através do crânio.
Lá no alto
Com ele pendurado ficou.
Outra sentava rindo
De um que escavava.
Assim ficou.
Outra pisoteava.

Uma recebia uma coroa
De pedrarias.
Ficou agachada
Próxima aquela pessoa.
Assim ficaram todas.
Imóveis,
Viradas para todos os lados.

Encontrou o filho esmagado,
Muitas partes dele
Haviam sido comidas
Pelos animais,
Mas reconheceu-o.
Um pai sempre reconhece um filho.
O outro.
Ficou no petróleo.

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