quarta-feira, 5 de março de 2025

Cara a Cara com Jibti

Um jovem casal
Iniciou suas vidas,
Comprou terra,
Dela juntou as pedras
E fez um castelo.

Depois de tirar as pedras,
Arou a terra a bois,
Limpou a inchada,
Achou mais pedras,
Juntou-as em certo lugar,
Rastejou tudo
Até restar terra limpa.

Com as outras pedras
Fez uma calçada,
E uma estrada para a terra.
Sobrou pedras.
Então, juntos plantaram feijão.

Foram até o comércio próximo,
Trocaram pedras por sementes.
Semearam, limparam.
A primeira colheita foi perfeita.

Usaram do feijão colhido
Para alimento,
E venderam no comércio
Para comprar mistura
E móveis para a casa.

Os móveis anteriores
Eram feitos de pedras
E madeiras encontradas.
Trocaram alguns apenas.

Um vizinho soube deles,
Este vizinho era solteiro,
Mas conquistou para companheira
Jibti, um demônio.
Encaminhado por Jibti,
Carlos invejou a colheita.

Invadiu a casa do casal,
Roubou deles duas sacas
De feijão novo,
Plantou uma inteira.
Sessenta quilos.
Nada lhes custou.

Mas, não limpou.
Perdeu tudo para a sujeira.
Houve novo plantio do casal,
Nova colheita farta.
Eles guardaram ensacados
Muitas sacas
Destinadas a alimentar
O mercado da cidade.

Porém, Carlos se enciumou
E furtou tudo outra vez.
Foi de carroça,
Não deixou única saca.
Era tarde da noite
Quando ele chegou
E arrombou a porta.

O casal acordou
Quis tirar satisfação,
Ele apontou a arma
Contra a mulher,
Atirou em seu ventre
E a deixou sangrando.

Com isso,
Obrigou Dóminos,
O esposo,
A carregar as sacas
E coloca-las todas na carroça.
Dóminos o fez,
O homem atirou contra ele,
Uma fumaça levantou
Do chão e Carlos errou o tiro.

Acertou na pedra da casa,
Ricocheteou o tiro
E acertou a perna do cavalo.
Ele não viu,
O demônio havia embaçado sua visão.
Dómino correu e abraçou a esposa.

Carlos seguiu com os cavalos
E a carroça com toda a colheita.
No caminho,
Jibti exigiu sua parte,
Encaminhou Carlos através
De uma estrada de um vale
De árvores densas
Sem flores ou frutos,
Com aspecto de mortas,
Porém, com folhas verdes.

Lá o demônio pediu
A Carlos que jogassem metade
Do que auferiu no precipício,
Pois Jibti queria
Alimentar as labaredas do seu fogo.
Carlos seguidor cego
E fanático,
Jogou as sacas.

Porém, a perna quebrada
Do cavalo falhou,
A carroça resvalou
E ele caiu no precipício
De fogo
Com cavalo, carroça e feijão.

As faíscas voaram tão alto
Que atingiram sua casa,
Iniciaram queimando o feijão
De dentro da casa,
A última saca que lhe restou
Do outro furto,
E queimou tudo,
Sem restar vestígio.

Sentindo o calor intenso,
Dóminos abraçou Dominaren,
E abriram o Alcorão,
Ajoelhados e abraçados,
Iniciaram a leitura,
Depois disso,
Dómimos chorou
Vendo sua esposa sangrar,
E não aparentar melhorar.

Por isso,
Ele encostou o Alcorão
Aberto em seu ventre,
Entregou seu filho
Que ela carregava a Allah,
E rezou.

O clarão da labareda de Jibti
Foi visto da janela de sua casa,
As faíscas foram avistadas,
Mas nada queimou,
Então, sua esposa adormeceu.
Entregando seu amor a Allah,
Dóminos se levantou,
Pegou ela no colo
E a levou para o quarto,
Lá removeu o Alcorão de seu ventre.

Allah, misericordioso e sábio,
Houve tudo e sabe tudo,
Se apiedou do casal,
Curou o ventre dela,
E fez ela sustentar o filho,
Do tiro restou apenas a cicatriz.
E da casa de Carlos nem um triz.

Jibti regozijou
Em suas labaredas,
Voou alto,
Mas nada pode fazer,
Allah foi protetor daquela família .
A casa onde Allah entra
É proibido a todos os demônios,
E Jibti não foi convidado.

Mas, mora próximo
Atenta-se a todos os movimentos
E não poupa magia.
Por isso, o Alcorão fica
Sempre aberto
E todo ano é lido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Hora

Anunciaram os djins, - aproxima-se a Hora. O povo daquelas areias Sobre o mar azul e limpo Estremeceu. Aguardaram uns de Al...