Havia uma família que vivia
No deserto,
Eles moravam em barracas,
Um oásis,
Com rio cristalino,
Estrelas no céu,
E alguns peixes.
Próximo a eles havia um reino,
Este reino residia num castelo,
O castelo era quadrangular,
E tinha um grande espaço,
Onde as pessoas andavam,
E depois havia uma casa interna.
Muitas famílias residiam ali,
Morava o rei, a rainha,
Os filhos sultões e os súditos.
Os súditos residiam
Na parte do castelo
Que também era o muro,
Ou seja o quadrangular.
Ali dentro havia comércio.
Tudo que tinha valor
Era vendido nesta área,
Também havia plantação
De alimentos e bebidas,
Verduras e hortaliças.
Podia dizer que era uma
Grande cidade,
Contudo,
Do castelo maior
Para o menor,
Tudo, pertencia ao rei.
Os tartanitas,
Residentes nas areias
Não gostavam disto,
Por não terem um teto seguro,
Eles viviam a mercê da natureza,
Ora tinham comida,
Ora não.
Para se fortalecer
Decidiram casar-se entre família,
E ter o máximo possível de filhos,
Se lhes fosse possível
Passar no castelo
E roubar uma das crianças eles
O faziam.
Não tendo bens, dinheiro
Ou comida,
Volta e meia eles invadiam
O castelo,
Roubavam, matavam, estupravam...
E a guerra era sangrenta,
O castelo tinha fins pacíficos,
Mas, os tártaros não.
Tudo que encontravam
Se tornava arma.
Por quarenta anos,
Eles rodearam o castelo
De almas errantes,
Buscando matar todos
E deixar o castelo em ruínas.
Suas orações eram dirigidas
Para que tudo se tornasse areia.
Nisto, eles criaram grupos
Para ataca-los enquanto dormiam.
Um dia jogaram madeiras com fogo,
Pedras e paus por todos os lados.
A gritaria foi terrível,
As famílias acordavam
Com uma madeira cravada
Próxima a elas,
Telhados quebrando-se
Em suas cabeças,
E sangue por boa parte.
Enquanto uns atacavam,
Outros entravam saquear,
Roubar crianças e outros valores.
Mas, muitos dos tártaros saiam
Feridos,
Logo que saiam das dependências do castelo
Caiam na areia e morriam.
Os demais não se importavam
Com o morto,
Colhiam o que ele trouxe,
E o largavam a céu aberto.
Aos poucos os corpos
Se tornaram comidas de corvos,
Que de tão famintos
E tão acostumados a comer
Carne humana,
Passaram a atacar os vivos
E esconder no fundo da areia.
No fim dos quarenta anos,
O povo tártaro foi redimido
A comida de corvo,
E a areia ficou tão podre
E suturada de coisa imprestável,
Que o deserto pegou fogo,
E as labaredas passaram
A ser sustentadas pela areia
Que desbarrancava
E caia dentro
Incendiando a chama,
O rio secou,
Virou pó,
O fogo tomou proporções catastróficas,
Até hoje queimam aquelas areias,
Mas o povo do castelo vive bem.
Aconteceu que desde o primeiro corpo,
Devido ao seu estado de podridão,
Já iniciou o aquecimento da areia,
Houve cede maior,
O povo do oásis
Teve que buscar cada vez mais
Distante a água,
Que passou a conter areia,
E a cede aumentou,
Nesta medida cresceu o ódio entre eles.
Eles possuíam horror
Ao trabalho,
Preferiam tomar água de côco
E banho de sol.
Era fácil roubar tâmaras,
Bastava pular no teto do castelo,
Que já alcançava alguns pés.
Então, detestaram o trabalho.
Os corvos entretinham eles
Chamando-os aos poucos,
Ferindo seus braços, pernas
E arrancando os olhos.
Até que eles desistiam da vida
Para se tornar comida
E podridão.
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