segunda-feira, 28 de abril de 2025

Futebol Amador

Chegou o sábado,
Antes das quatorze
A comunidade inteira
Se reunia no campo
De futebol.
- daqui vamos tirar um artilheiro!
Disse Adílio.
- um verdadeiro campeão!
Gritou Dalvan,
Descendo a estrada de terra limpa,
Próximo a laranjeira,
Erguendo seu filho nos braços
Até o céu
Como se fosse um troféu.
- Ehhhhh!
O menino gritou,
Levantou a mão fechada
Para o céu
E chacoalhou-se naqueles
Braços fortes de seu pai.
- a bola!
Gritou Edivaldo.
Dando um chute com toda força
Na bola
Por trás da rede do gol.
- aproveitei esse chute,
Assim que o jogo iniciar
Você não terá outra chance!
Gritou Douglas
Do lado direito do campo,
Correndo para pegar a bola
No meio do campo,
E chutando de bico para o gol:
- eh é Goolllll!
Comemorou Aquelino,
Saindo do outro lado
Do campo,
Vindo em direção a bola,
As corridas e tropeções,
Erguendo a camiseta
Sobre a cabeça,
Estilo jogador profissional,
Deixando sua barriga flácida
A mostra.
- Sai que é sua!!!!!
Gritou Valderez,
Para si próprio,
Se jogando através da rede
E pulando em frente ao gol
Rápido o bastante
Para segurar o chute.
- peguei, peguei, peguei!!!
Ele gritou rodopiando
Com a bola em mãos.
Se jogando para a torcida.
- Ehhhhh, ganhou uma laranja.
Respondeu Luiz,
Reconhecendo seu porte
Obeso e partindo para a árvore,
Subindo sem perdão até
Alcançar as laranjas.
- tá certo!
Tá certo!
Vamos dividir os jogadores.
Disse Dalvan,
Soltando Gilvan no chão.
- crianças não jogam.
Ele disse
Apontando o dedo
No peito do garoto de doze anos.
- é no par ou ímpar,
Par ou ímpar.
Ímpar eu ganho!
Gritou Adílio.
Entrando no campo,
Fazendo alongamentos,
Comendo quatro dedos
De banana que retirou
Do cacho maduro
Da beirada do campo
Esquerda.
- é comigo então, neguinho!
Disse Dalvan
E correu com três dedos
A mostra na direção de Adílio.
Adílio se alvoroçou
E botou cinco dedos.
- Deu oito.
Deu oito.
É parrrr!
Gritou Carlinho,
Chegando para conferir os dedos,
Estilo juiz,
Meio vesgo,
Mas sabendo contar dedos.
Dalvan iniciou chamando,
Adílio continuou
E assim seguiu até incluir a todos.
Partida iniciada,
Bola no meio do campo,
Primeiro chute
E o drible rolou solto.
Chutada a bola,
Para a área do gol do adversário,
Adílio esqueceu para qual
Time jogava,
Ao invés de marcar o gol,
Já que estava na área,
Alcançou a bola
Cara a cara com o goleiro,
E driblou sozinho,
Feito Luiz Gonzaga na sanfona,
Único e conhecedor.
Contudo,
Virou de frente
E chutou a bola
De bico para a frente,
Com toda a força,
A bola bateu na outra área,
O goleiro correu e a alcançou.
- Adi, marquei pra lá o gol
É pra lá.
Valderez gritou aturdido.
E revidou depois de segurar
A bola com a mão esquerda,
Fez picar no chão,
Chutando para frente
De qualquer forma.
Dalvan ergueu a perna,
Segurou a bola
Na panturrilha,
Fez quicar no chão,
Mantendo com o pé esquerdo,
Várias vezes,
Até poder segurar.
Então, passou para o pé direito,
E rumou,
Porém, depois de driblar Douglas,
- Darvan,
Darvan,
É pra lá!
O Adi é loco,
Ele que jogou errado!
Darvan.
Gritou Douglas,
Tastaviando com o pé,
Buscando tomar a bola
De Dalvan.
Douglas e Dalvan
Jogavam no mesmo lado.
Dalvan deu uma olhadinha
Para Adílio,
Que arfou o peito,
E se soltou dm busca
Da bola,
Então, recordou-se
Que fazia o gol
Para o lado oposto,
E fez uma meia lua,
No Laudecir,
Deixando ele boquiaberto
Com as mãos na cabeça,
E retornou driblando todos
Que pôde.
Na terceira meia lua,
De pegar a bola com o pé direito,
Vir com ela solta no chão,
Jogando de um lado para o outro,
Em zigue e zague.
Esperava o adversário chegar,
Então, jogava o pé esquerdo
E passava a bola por cima
Da pessoa,
Depois com o direito
Trazia a bola de volta.
Dalvan parou três metros
Depois do meio do campo,
Mirou o gol
E chutou dali mesmo.
A bola saiu do chão
E levantou vôo livre,
Não teve opção pro goleiro
Alcançar,
Ele jogou-se para o céu,
E a bola cruzou um metro
Depois de suas mãos,
Parando no alto da rede,
Quicando e descendo
Para a grama.
- é gol.
É gooll.
Ele gritou.
Derli tinha aula
De educação física
Na escola,
Levou as duas mãos ao rosto
De vergonha,
Porquê jogava toda semana
E não reconheceu
A habilidade da jogada.
O time do Dalvan
Se aproximou e se abraçaram
Comemorar.
No entanto de tanto
Ser o estudante,
Um dia um jogador
Ensina o outro.
Adílio de posse da bola,
Tocou para Derli
Com força,
Douglas tentou segurar,
Pegando na ponta do pé
A bola,
Mas ela correu
Para a frente,
E Marcelo correu para ela.
- peguei Adi.
Peguei!
Marcelo gritou
Levando as mãos para o céu,
Em vitória.
-Jogue que eu pego.
Joguei pra frente.
Respondeu Euclides.
- pra frenteee!
Disse Adílio.
E Marcelo conseguiu
Chutar com o pé direito
Para o esquerdo,
Do direito para o esquerdo,
Do direito para o esquerdo.
Sozinho.
Ele e a bola.
Nisto Douglas chegou,
Colocou o pé por entre
As pernas de Marcelo,
Perturbando a bola,
Que correu um metro pra frente,
Marcelo levou a mão
No peito de Douglas,
Empurrou ele pra trás
E correu.
- falta.
Falta.
Gritou Douglas.
Levantando as mãos.
Porém, Marcelo não parou.
Não reconheceu o erro.
Alcançou a bola
E chutou a toda prova.
Aquelino pulou no gol,
Do lado esquerdo
Voou ao alto para o direito,
A bola bateu na ponta de seus dedos,
E passou.
- nãoooo!
Ele gritou.
Ela acertou em cheio
No travessão,
Na quina do travessão
E voltou.
Quede pegou a bola.
- é minha.
Aqui não.
Aqui não.
Reteve a bola no chão
Por um momento
E passou a rolar ela
Embaixo do pé,
Em meia lua,
Depois virou para o lado
Que jogava para marcar o gol.
Sem parar de rolar,
Ele deu um pulinho
E acertou a bola
Com o próprio pé esquerdo,
Passando para o colega
Daniel,
Que chutou um metro pra frente
E correu alcançar,
Chutou para frente e correu.
Deixando o povo incrédulo
Com aquilo,
Driblando a si mesmo
De maneira unânime.
Nisto, Adílio entrou de carrinho,
Deslizando para a bola
Com o pé esquerdo,
Firmando-se no direito.
- De carrinho na bola.
Daniel que já havia chutado
Para ninguém
Se distanciado da bola,
Correu de suar atrás daquele
Chute de Adílio.
Alcançou a bola,
E chutou ela sem esperar parar,
Unindo a força que ela vinha.
Pois não verdade,
Adílio chutando a bola
De carrinho
Apenas desviou o curso
E ao invés de ela seguir
Ela foi para o lado,
Então Daniel apenas
A pegou com um chute
Usando o lado do pé,
E mandou para o gol.
Valderez nem mexeu-se,
A bola chegou voando
Em sua direção,
Ele apenas juntou as mãos
E a pegou.
Ela quicou,
Ele revidou com o próprio peito,
Ela retornou para a frente.
Dalvan chegou,
Não deixou chegar no chão,
E chutou prazerosamente,
Com a parte de cima do pé,
Pegando bem no meio
Embaixo dela,
Que foi rodopiando de volta,
Seguindo reta,
Alcançou o lado direito
De Valderez,
Entrando sem ele ver para o gol.
Valderez esperou a bola
Pulando de mão levantada no gol.
- não passou.
Cadê?
Cadê?
Ele dizia.
- passou e tá aqui!
Respondeu Dalvan
Indo buscar a bola
Dentro do gol.
Iniciada a partida,
Adílio perdendo
Por dois gols,
Se fortificou,
Manteve a bola próxima
De seus pés,
Quando Dalvan chegou tomar,
Ele passou pelo meio
Das pernas dele
Com força.
- passou queimando!
Ele gritou.
Correu e alcançou a bola
Do outro lado de Dalvan,
Deixando ele pra trás.
Então, Douglas chegou nele.
- não vem não, neguinho.
Não vem não!
Ele gritou,
Deu uma corridinha
De centímetros na bola,
Levou o pé por baixo dele,
Deu uma chutada
E levantou até a altura
Do próprio joelho,
Douglas saiu por baixo,
Adílio levantou por cima,
E de meio dia pé
Levantou para a área do goleiro.
Paulo da área alcançou
A bola com a cabeça
E foi assim mesmo
Com ela para o gol.
O goleiro tirou
Com destreza,
Jogou com ambas
As mãos para a frente,
Caindo no peito de Adílio
Que não teve medo,
Soltou para o chão,
E chutou rente a grama
Para o ângulo direto.
Aquelino apenas
Teve tempo de levar a perna,
A bola tocou nele,
Mas não fraquejou,
Foi para a rede!
- eh ehe ehe.
Goollll.
Terminado o futebol amador,
Ronaldo foi reconhecido
Na televisão nacional,
Era o único em idade para jogar
Futebol profissional,
Apropriado da técnica amadora,
Se lançou no mundo.
Saiu da grama da Linha Barra da Taquara,
Para a grama de São Paulo.
Lá, fez três gols para ganhar a partida,
Até seguir no seu drible,
Bola rolando do seu pé
Para a grama,
Do seu pé para a grama,
Do seu pé para a grama.
Correu a bola,
Até chegar o adversário
E apenas calçar a bola
Com o pé direito.
Ronaldo levou uma prensada
Na bola contra o adversário
Caiu de cara no chão,
Voando para o alto,
De cara na grama São Paulina.
Depois disso,
Ele foi dispensado,
Para chegar a São Paulo
Fez uma vaquinha
Pedindo dinheiro emprestado
Para todos os parentes,
Mas foi de avião,
 Ninguém lhe tirou este gosto
De voar pelos área,
Porém, bola perdida,
Jogou entregue
Para o adversário,
Ele optou por retornar de ônibus.
Bola embaixo do braço,
Autografada,
Jogo gravado
Passando na televisão,
Gols no ângulo,
Dribles vergonhosos na bagagem.
Foi difícil entregar a camisa do time,
Suada e suja,
Retirou e beijou-a,
Adeus a carreira,
Retorno as origens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Exploração Infantil

No feriado da sexta-feira Iniciou a comemoração Na casa em frente a Rosália. O som foi ligado Através de uns caixa Grand...