terça-feira, 22 de abril de 2025

Milho aos Galos

- que programação legal
A de hoje.
Disse Gerome,
Olhando pra televisão
Sem piscar os olhos.
- mais que legal.
Respondeu Emma,
Ambos sentados
Um do lado do outro
Em poltronas de courino
Rasgado.
Acordaram,
Tomaram café em frente a televisão,
Fizeram o almoço
Da mesma forma.
Ir no banheiro
Que se localizava na área
Era uma corrida,
Tudo para não perder
Um minuto sequer
De assistir.
Chegou as dezessete
Da tarde,
E o pai e mãe de ambos
Chegaram da roça.
Angelo chegou puxando
Os bois que traziam a carroça
Carregada de melancia
Sobre o pasto Elefante
Que iria servir de alimento.
Marrina vinha atrás
Puxando três vacas,
Duas novilhas
E um terneiro.
Logo, o terneiro
Foi direcionado
Para a estrebaria
Onde seria alimentado
E receberia água
Sem sair lá de dentro,
Vez, que foi direcionado
Para a engorda,
Seria carneado para o Natal
Que se aproximava.
O ano era 2025,
Mês de agosto,
O pasto estava escasso,
Não poderia ser perdido tempo.
- Gerome e Emma corram
Levar o gado tomar água
No rio!
Eduardo gritou lá de fora.
-Saiam da frente desta
Televisão gritou Marrina.
Eduardo passou ao lado
Da casa de madeira,
E bateu duas vezes com a mão
Na parede com força,
Para despertar as crianças
Do transe assistir televisão.
- ah, que droga.
Ambos disseram juntos,
Olharam um para o outro,
E se atiraram em direção
A porta,
Certificando-se de desligar
A televisão
E fechar a porta com uma puxada
De mão atrás de si,
As corridas para voltar a assistir.
Levado o gado no rio,
Dado a água,
Ambos se atiraram num mergulho,
Aproveitaram algum tempo
Da água gelada
Que corria serena e verde.
- a paz do mundo mora aqui, né?
Indagou Gerome.
- claro que sim.
Respondeu Emma.
Eles chegaram até a árvore Sarandi
Que se jogava das pedras soltas
Para o leito do rio,
Com seus galhos tocando
A água,
Levemente sendo empurrados.
Auxiliaram um ao outro,
Subiram nela,
E se permitiram cair na água,
Segurando-se nos galhos,
Sendo empurrados
E seguros.
Depois, disso,
Voltaram para a casa,
Tocando o gado
Usando o galho seco
Da margem.
- aqui é o lugar mais lindo!
Disse Emma.
- sim, amo aqui para sempre.
Respondeu Gerome.
Emma colheu um galho
Florido de guanxuma,
E andou cheirando as flores
Amarelas.
Com uma mão
Puxava o gado
Para não se desviar,
Com a outra roçava
A flor no rosto,
Sorrindo para o irmão.
Retornaram pra casa,
Amarraram a vaca
No eucalipto,
Pegaram uma jarra
E um balde
E foram tirar leite.
Juntaram o elefante
Na carroça,
Cortaram para os terneiros.
Gerome pegou um balde
Levou água ao terneiro fechado.
Retornaram em disparada
Para a frente da televisão,
Correndo com o balde cheio
De leite,
Derrubando leite no chão,
E sujeira, um pouco de pó
Dos chinelos no balde.
Entraram, soltaram na pia,
Coaram o leite.
Uma leiteira foi colocada
Sobre o fogo para ferver.
Nisto o pai chamou-os
De volta,
Gritando bem alto.
- faltou dar milho
Para as galinhas
Do terreiro
E para os galos fechados.
Emma foi a escolhida
A deixar a televisão,
Desceu as escadas pulando
Para fazer barulho,
Irritada em ter de trabalhar.
Pegou o balde da mão do pai,
Levou aos galos.
Chegou lá e se posicionou
Do lado das gaiolas
E jogou dali mesmo
Morando nos potinhos
O milho todo
Num único movimento
De levar para cima,
E impulsionar e soltar
O milho.
Muitos caíram no chão,
Contudo,
Em três dias,
Se tornou bem certinho.
Nada caia, ou pouco se perdia,
E o que caia virava comida
Para as galinhas
Que estavam soltas.
No outro dia,
No instante de ir trabalhar
Na roça,
O pai cortou a melancia,
Foi obrigado a chamar
Os filhos várias vezes,
Para comer as fatias.
Eles correram,
Pegaram suas fatias
E voltaram para a frente
Da televisão.
Então, foi designado
O trabalho de tratar os galos
E galinhas.
Emma propôs a aposta
Ver quem fazia mais rápido
Sem desperdiçar
E suprindo a necessidade
Por completo de alimento
As galinhas e galos.
Iniciaram com uma jarra,
Passaram para um balde
De três litros,
Terminaram com o pai
Tratando todos
Em única vez
Num balde de 20 litros.
A divisão de tarefa
Assistir e fazer
O que mais for necessário
Se tornou mais divertida.
Mas, a televisão
Super aquecida,
Foi buscado ao máximo
Não ser desligada.
Em certo dia,
Depois de todo o treino,
A televisão estragou,
Simplesmente chuviscou
Tanto,
Que já não aparecia imagem.
Emma ergueu Gerome
Pela janela sobre as telhas,
E Gerome arrumou a antena,
Ao descer resvalou numa delas,
Ela caiu no chão
A seis metros de onde estava,
E estilhaçou-se em mil pedaços.
Ele porém,
Se pendurou lá,
E Emma o puxou
Para dentro.
- você quase caiu.
Ela disse.
- mas a tv está funcionando.
Ele respondeu.
- está sim.
E bateram a mão de um
Na mão do outro
Em comemoração.
Num gesto de unir esforços
E trabalhar juntos.
Abraçaram-se
E correram o mais rápido
Que podiam para assistir.

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