Gostava de contemplar o efeito delas,
As pessoas gostavam de procurar conforto nelas,
Mas, para mim, elas pareciam vazias de tudo e de si mesmas,
Não importava que frase fosse pronunciada por suas bocas,
Nada além de saliva tocavam-nas, estavam áridas, secas,
Se houvesse alguma doçura em algum momento em suas almas,
Elas, deveriam tê-las tragado para si mesmas, consumindo-as,
Perdendo-se, no labirinto em que caíam, traídas - as
traidoras -,
Sobre o amor em suas almas, infelizmente estas eram as
notícias,
O fato de eu poder me abrir um pouco, expressar minhas
ideias,
Me conforta sobremaneira, mesmo que minha ideia pareça vaga,
Deixo a liberdade para discordar de mim o quanto precisar,
Não entendo essa mania corriqueira de querer forçar as
coisas,
É como se em seus olhares chorosos houvessem algemas,
Usam suas vozes melodiosas para apaziguar as coisas,
Colocar véu sobre os vazios em que foram consumidas,
Escondendo-se dentro de si mesmas, para emergirem
barulhentas,
Suas vozes fazem eco aos meus ouvidos, mas não dizem nada,
Seus saltos altos, suas roupas esvoaçantes, nada me toca,
Será que é impossível pensarem um pouco por si mesmas?
Ai de mim se me identificasse, de antiquado a machista
Seria definido, com toda a certeza, mas e se eu me definir
como pessoa?
Haveria alguém convicta o suficiente para dizer quem eu sou
agora?
Peço que não me queiram mal, não é minha intenção discordar,
Nenhuma das minhas frases são embebidas em raiva,
Podem até conter uma lágrima ou outra, mas com certeza,
Estão carentes de qualquer vestígio de lamúria ou incerteza,
Bom, aqui não poderiam definir minhas palavras como secas?
Uma lágrima e uma palavra, de repente uma frase pronta,
Por quê, todas tão desapegadas em cuidar umas das outras,
Pode haver pouco sentido no que eu digo, alguém concorda?
Alguém gostaria de conforto no que tange aos problemas,
Sempre tão absortas em si mesmas, para que esta tal
concorrência?
Qual a graça de conquistar o primeiro lugar sem ter com quem
contar?
Qual o sabor da vitória se chegar ao final sem ninguém para
abraçar?
Sempre a espera de suas habilidades e experiências
camufladas em conquistas,
Qual o sabor da vitória se para conquista-la teve que burlar
lê-a?
Vejo-as condenadas ao abandono de si mesmas,
Então, já encontraram a resposta, quem eu sou agora?
Melhor um dar de ombros que encarar a verdade em minha fala,
Abrir-se ao inseguro do que encarar seus medos sem
pestanejar,
Há algum problema na sinceridade umas para com as outras?
Sempre com suas manias de se colocarem poderosas,
O que há de errado em descer das nuvens e andar com os pés
na terra,
Essa água que afoga suas gargantas não poderia, ao invés
disso, lavá-las?
Isso para o caso de que algo aqui embaixo pudesse sujá-las,
Afinal, definem-se as indefinidas – imaculadas? - ,
Embora, apenas e até enquanto as convém, e ainda se julgam,
as sábias,
Inteligentes em quê? Na arte de enganar, em despencar de
suas almas,
Em destituírem-se de tudo, sempre vazias a vagarem por si
mesmas,
Não podem sair para fora e contemplar um pouco além das suas
janelas,
Para que servem seus olhos senão para avistar um pouco na
dianteira,
Que importa o tamanho das suas calças se nem possuem ideias
próprias?
Se colocam na defensiva para manipular, peritas na arte das
falácias,
É certo que o dia da verdade chegaria, por que não poderia ser
agora,
O que estou a dizer não é mera queixa, as palavras em suas
bocas,
Ceifam-nas, a todas; como uma faca afiada poderiam cortar as
rédeas,
Contudo, lá estão elas, petrificadas em suas posições de
vítimas,
Achando que enganam, estagnadas em ideias feitas por outras,
Vocês não são donas de nada, nem do que pensam acreditar,
Emudecidas com suas vozes presas na garganta, enganadas,
Traídas - as inertes -, as submissas presas na ideia de
liberdade falsa,
Há algo em vocês que ainda possa se definir em sua forma
verdadeira?
As defensoras do nada, credoras na arte de serem enganadas,
Gemendo em suas camas desarrumadas, as peritas falseadas,
Apegam-se ao gozar como se ganhassem nisso uma medalha,
Já pensaram em dar prazer a quem entrega-se a essas camas?
Chegou o instante de se falar de sexo, o que teriam a falar?
Há algo verdadeiro que valha ser ouvido e que se possa
acreditar?
Suas falas descabidas são como zumbidos que não querem
cessar,
Me recuso a ouvi-las, como eu poderia abraçar suas ideias,
Vocês se apegam a que quando tentam convencerem a si mesmas?
Mesmo estes seus movimentos, agilidade e força estranha,
Usam seus saltos para mexerem suas bundas,
Mas não conseguem usa-los para se colocarem em suas vidas?
Precisam sempre esvaziarem-se e prostrarem-se, ajoelhadas?
Qual é a posição mais perfeita na qual se veem favorecidas?
Não consigo passar por vocês sem registrarem-nas,
Sempre tão carecedoras de ideias, as libertadoras,
Se afastem daí, me coloco a postos para dialogar,
Querem coesão para as suas ideias, então, aí está.
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