sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Linha do Horizonte

Dentro dos limites do amor, a saudade tomou tamanha precisão,

Que quem lhe abandonou por completo foi a razão,

Claro que este quem, no passado tivera nome e sobrenome,

Mas neste instante não merecia mais que chamar-se saudade,

Deveria estar dirigindo rápido demais, as lembranças margeavam sua estrada,

Em cada local em que haviam estado ou simplesmente passado juntos,

 

Parecia estar desenhado em sua memória tudo que viveram,

Até aquela flor a beira da estrada lembrava seu primeiro beijo,

O dia em que ela, olhou-a encantada, com um sorriso de fazer inveja ao brilho da lua,

E que ele, sem pensar em nada estacionou no meio da estrada,

E a colheu, ela tinha a cor amarela, lembrava os olhos dela quando estava triste,

Ele a posicionou atrás da orelha, recostada em seu cabelo,

 

Com uma carícia em seu rosto dizendo-a, que a tristeza que um dia sentiu,

Pertenceria apenas ao passado a partir daquele instante,

Pois agora quem estaria ao seu lado para seguirem seus destinos juntos, seria ele,

E prometeu contemplando profundamente o seu olhar,

Jamais a deixaria, todo o sofrimento que ela viveu no passado,

Nunca mais se repetiria enquanto estivesse em seu querer e poder,

 

Mas caberia apenas a ela apagar a dor do passado e seguir um novo rumo,

É fato que ferimentos doem, mas prender-se a eles,

Somente para ver-se sangrar é no mínimo desmedido,

Assim como a pele pode ser reconstruída, a alma também,

Só depende do querer e da vontade de ambas as partes,

Ela o beijou sôfrega e apaixonadamente, de forma ávida,

 

Ele sorriu contente, sentia-se orgulhoso por tudo que disse

E acreditou naquele momento único em que permitiu-se sonhar,

Que, não sabia muito sobre ela, mas o que sabia era o suficiente

Para ama-la com toda a alma, ele também havia sofrido,

Errar é humano, mas o que sentia por ela é que era desmedido,

Profundo o suficiente para deseja-la para sempre em seu destino,

 

Seguiu para a casa dela, deixou-a no portão com um abraço e um beijo,

Ela sabia seu número poderia entrar em contato quando quisesse,

Mas, por algum motivo desconhecido nunca havia ligado,

Talvez, o tivesse esquecido, dado pouca atenção as suas palavras,

Subjugado seus sentimentos, ele deixaria as coisas esfriarem,

Assim como se apagam as chamas das velas,

 

Também, apagam-se as brasas de uma fogueira e assim é o amor,

Ele preferia acreditar, desta feita, que assim como apaixonou-se esqueceria,

Se ela o tivesse amado, retornaria o seu chamado,

Às vezes, entregam-se os sonhos mas nem sempre se é correspondido,

Ele disse tudo que sentia, neste ponto não havia falhado,

Ela parecia estar apegada a um passado sofrido,

 

Que em seu ver estava distante demais para ser revivido,

Mas o que ele poderia fazer para mudar o pensamento de quem se nega?

Palavras, gestos, nada iria adiantar, a decisão era apenas sua,

Mas ele continuaria a ama-la, prometeu seu amor, então resistiria,

Aumentou o volume do rádio, deixou a música dirigi-lo,

A sua frente estava um horizonte pronto para ser descoberto.

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