A saudade como um calmante, afagando sua ausência,
Um pouco mais claro que antes, soavam minhas ideias,
Enquanto suas promessas me tomavam pela mão,
E traziam-na de volta, em meu abraço, no meu coração,
Era uma espécie de ir e vir bastante nostálgica,
Os momentos vividos se misturavam com os de agora,
Eu já não sabia em que acreditar ou no que me apegar,
Fosse amor ela ainda estaria comigo, eu preferia acreditar,
Me vejo inerte nesta cadeira, de trago em trago afogando o
ego,
Situação difícil jurar amor e receber em troca um dar de
ombros,
Eu carecia de razão, precisava me amparar, ser mais altivo,
Na falta de emoção, atitude ressoavam aos meus ouvidos,
Não que eu tivesse desistido de amar, não era isso,
Apenas estava entregue a um sentimento cabisbaixo,
Quando você aposta alto e se vê perder, em farrapos,
Alguma coisa se rasga dentro de você e não volta a ser o
mesmo,
Nesta aposta eu perdi muito, minha alma eu acredito,
Com os olhos intactos nem uma lágrima rolou por meu rosto,
Mas seria pedir demais que ela tivesse um pouco mais de
respeito,
Ter mexido comigo não era o bastante para me dar um abraço?
As promessas que eu fiz ainda como amigo, foram poucas para
oferecer abrigo?
Sim, por que eu caí, me vi desamparado, em frente aos seus
olhos,
E ela não conseguiu fazer nada, nem uma atitude passou por
sua cabeça?
Quando eu estava ereto e intacto, por que ela me forçou a
desabar?
Até agora uma parte de mim se recusava a aceitar esta
desfeita,
Eu que tanto soube escolher as palavras não encontrei a
mulher certa?
Não bastava ser eu mesmo para satisfazê-la, o que fez falta?
Me desculpe por perguntar, mas esta pergunta ainda me cala a
garganta,
Estou a me afogar nela, preciso falar para que me ouça, me
desafoguear,
De outra forma, como eu poderia entende-la, então, está o
mundo a errar,
Não ela, não é, nunca; Por quê erraria a mulher que eu fiz
minha?
A escolhi para ser única em minha vida, não a outra como ela
queria,
Por Deus, em minha alma ainda ressoam seus atos, suas
palavras,
Sua ausência ainda grita tão forte que sinto que não a posso
controlar,
Me abandonou ao acaso apenas por que eu a tirei de lá?
A pedi para que me fizesse uma lista de como conquista-la,
Queria apenas algumas dicas, querida, você não poderia se
esforçar?
O sonho de amor em que sempre acreditei, o mesmo que vi
brilhar no seu olhar,
A fechou em si mesma, me excluindo de lá, desviando-a para
outro lugar,
Apenas dissesse aonde ir, e eu iria, sempre estive disposto
a te encontrar,
Não deixei transparecer isso em cada detalhe, cada ideia?
Meu bem, apenas diga, não fui suficiente para convencê-la?
Como pode me deixar enrijecido nesta dor que me fere
impiedosa,
Eu chorei ainda na sua frente, você não pode me enxergar?
Estivesse eu, estagnado na sua frente, você não poderia
derreter-me?
Querida, eu não soube reagir, você queria que eu
representasse?
Nem mesmo um toque seu houve ou um sorriso em sua fonte,
Nada, nada em que eu pudesse me apegar, nem mesmo uma
promessa forte,
Senti cansar meus dedos, não tinha mais em que me segurar,
Estava de olhos fechados quando minhas forças esvaíram na
sua frente,
Mas eu não, então me vi descer, escorregar, até, não sei bem
aonde...
Ainda guardo cada detalhe em minhas memórias, isso me faz
bem,
Eu a amarei por uma vida, nunca amei assim outro alguém,
Mas não imagina o quanto doeu te ver ausente de mim, inerte,
Quanto ao que eu sentia, inconsistente, quanto ao nosso
amor, indiferente,
Você não foi capaz de perceber em nenhum momento que me
destruiu?
Minhas defesas ruíram, permaneci preso as promessas que você
proferiu,
Fiz delas meu amuleto, se você não notou, será que pode
recordar agora?
Não dói o tanto que padeço, cada pedaço que se desfragmenta
em minha alma?
Querida, me refiro a aquela alma que um dia jurou concertar,
Que um dia você prometeu amar, cuidar, aquela que fiz sua,
No mesmo instante, em que te coloquei num pedestal: minha,
Eu acreditei no reflexo que havia em seu olhar, querida,
De todo o nosso amor, não sobrou nada, nada em que me
agarrar?
Aqui onde estou, não tenho forças suficientes sem você me
ajudar,
Você pode, por favor, ao menos uma vez me apontar uma saída,
Querida, se dependesse apenas de mim, não haveria problema,
Mas aqui estamos nós perdendo-nos entre os espaços,
Me sinto carente dos seus beijos, padeço por seus abraços,
Em nenhum momento você desejou se aproximar de nós,
Então, poderia responder-me porque lá fora você foi
diferente?
Da sua boca, não houve uma única palavra para consolo,
Nada a me dizer, ao menos em um pequeno instante?
Era tudo uma questão de fingir um amor correspondido,
Usar minhas próprias juras contra mim mesmo?
Ferir-me assim, que castigo, justo aquela para quem jurei
dar abrigo...
Aquele sonho de amor que sonhei me foi afastado,
Por você, e este seu doce rostinho adorado, me sinto fraco,
Como posso escapar deste martírio ao qual me coloco,
Doce Amor, como pode jurar abrigo e agora, não estar mais comigo.
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