Contudo, até as 21 horas da noite de domingo
De certo dia de dezembro, ninguém sabia disso,
Ele mesmo demorou-se a aceitar o fato,
Então, pegou seu telefone e discou um número conhecido,
Não saberia digitar nem um outro número,
Mas aquele ele havia gravado com esmero e carinho,
Jamais esquecia os encontros românticos que tiveram,
Por ela, ele arriscaria perder tudo, família, dinheiro, etc,
Mas negar-se a tocar em seu corpo, beijar os seus lábios,
Isso com toda a certeza, nunca faria, a amava,
Jamais permitiria que alguém os distanciasse,
Colocava ela em um valor elevado em que jamais colocou
outra,
Ela era perfeita, encantadora, sabia dominar o seu redor com
maestria,
E ele aceitava suas imposições, curvava-se as suas objeções,
Os amigos haviam lhe dito que ele jamais a conquistaria,
Que ele jamais teria a chance de tê-la ao seu lado,
Que nem ao menos uma cerveja sua ela aceitaria,
Perderam a aposta, ela aceitou e fez ainda mais que isso,
Conquistou seu amor, seu carinho, sua admiração,
E agora, poderia admitir que ganhou seu coração,
Ao primeiro toque, ele lembrou-se que se negou a tirar
fotos,
Não queria ver-se em imagens, não por estar junto dela,
Mas por necessidade de desapego,
Lembrava-se do quanto estava sofrendo, do quanto se sentia
ínfimo,
E da forma como ela o envolvia em seu abraço,
E o fazia sentir-se digno, com autoestima elevada, sorriso
no rosto...
No segundo toque, sentiu medo de que não fosse atender,
Então, pegou-se a imaginar o que ela estaria fazendo naquele
instante,
No terceiro toque, sentou-se no sofá, pegou o controle da
televisão,
E ligou-a em um canal qualquer, achou que queria assistir a
um filme,
No quarto toque, pensou que ela teria reconhecido seu
número,
E por estar ocupada ligaria em outra ocasião,
Quando pensou em desistir da ligação, assim que afastou o
celular da orelha,
A uma distância segura entre o rosto e a mão,
“Alô”, ouviu-a dizer do outro lado da linha,
Ele sorriu contente, respondendo o alô
E convidando-a para dar uma volta na cidade,
Disse que estava sem nada para fazer e que... sentia
saudade.
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