Adicionou-o em sua rede social e conversavam constantemente,
Passaram-se os dias, depois semanas e então seguiram os
meses,
As mensagens eram mais esperadas que o próprio alvorecer,
Instante em que ela saia para correr na praça, apenas para
poder
Vê-lo passar em direção ao trabalho, em seu carro esporte,
Ele sempre acenava e ela o brindava com seu melhor sorriso,
Isso ocorria lá pelas 09:00 horas, em meia hora ela lhe
mandava um café,
Aquele que imaginava que ele gostava, pois nunca havia recusado,
Mas neste dia, desejou ser diferente, enviou também um
cravo,
Vermelho, cor dos seus lábios e macio, como deveriam ser
seus beijos,
Teria enviado um pedido para saírem juntos, mas ele era tão
reservado,
Ela não entendia ao certo o porquê, sua casa era pouco
movimentada,
Parecia que ninguém mais o visitava além da família, ela
percebia isso,
Não era imaginação sua, o fato de ele não lhe dar tanta
atenção,
Não significava nada além de distração, mero deslize de
homem,
Afinal ele tampouco a havia dispensado, sempre passavam
horas conversando,
Uma amiga havia sugerido que ligasse para ele, para
testá-lo,
Mas ela acreditava que isso não era conveniente, pois para
que o persuadir,
Ou, tentar força-lo a ter algo com ela, o amor não se
obriga, se conquista,
Também lhe sugeriram enviar uma moça bonita, bem vestida,
sua amiga
De preferência, para fingir conquista-lo para ver até onde
ele iria,
Mas isso não seria interferir em sua vida particular, aliás,
se ela gostava dele
Deveria procurar entende-lo e estreitar a relação de forma
que pudesse
Conhece-lo e com isso, verificar até onde poderiam ir com
aquilo,
Era certo que ela o amava como nunca havia amado outra
pessoa,
Tão certo como sabia, mesmo sem querer, que jamais iria
esquece-lo,
Mas isso não significava que deveria força-lo a ama-la,
Enquanto pensava nisso, se convencia que, tão provável quanto
o sol
Que a tocava iria em algumas horas adormecer aquele lugar
Para iluminar outro ponto do planeta, era o fato de que,
talvez,
Nunca tivesse a oportunidade de ficar sozinha com ele,
Nem ao menos para uma conversa, pois as coisas realmente
Estavam lentas entre eles, era o que suas amigas a diziam,
Mas a realidade de suas conversas era outra, sempre haviam
Mil mensagens em seus celulares, encontro entre seus
olhares,
Um áudio de bom dia no início do dia, outro de boa noite
Antes de dormir, era a maneira que tinham de ficarem perto
Conversavam o bastante para sentirem suas vozes adormecerem,
Então, pouco antes de fecharem os olhos, ressoavam um ao
outro o boa noite,
Quando ela sentia medo de dormir sozinha por algum motivo
bobo,
Ela segurava o celular em seu peito e sentia que ele estava
junto,
Mas ela ansiava por seu toque, nunca confessara a ninguém,
mas chorava,
Às vezes, recusava atende-lo, fingindo que estava no
banheiro,
Mas logo depois se arrependia, por mais que houvesse essa
espécie de distância
Ainda assim ela o amava, e ele também, não é? Caso contrário
porque desperdiçaria
Tanto tempo com ela, sempre comentando sobre a rotina do
dia-a-dia,
O sol acordava depois dormia dia após dia, até que certo
dia,
Logo depois do cravo, o convidou para irem a um pub, curtir
uma banda
Nova na cidade, que tocava um rock muito bom, eles tinham
esse gosto em comum,
Ele aceitou no mesmo instante, ela nem acreditara,
finalmente: proximidade,
Combinaram o horário, 11:00 horas da noite, queriam tomar
uma bebida antes,
Ela contava os segundos, depois os minutos, mas abandonava
as horas,
Pareciam engessadas, como se tivessem desistido dela,
imagine então os dias,
Por Deus que havia algo errado com o tempo, sem falar na
escolha da roupa,
Nada parecia se encaixar direito, nada parecia adequado,
isso a deixava insegura,
É sabido que sua insegurança não tinha nem uma relação com o
fato
De que as mensagens diminuíram o ritmo, até o boa noite da
noite anterior ele esquecera,
Ela, por consequência, acordara mais tarde naquela manhã,
Ao tomar seu café, desacostumada com o horário tardio, um
tanto desatenta,
Batera com o dedo na mesa e quebrara a unha, não soube o
motivo,
Mas chorou, ela havia cuidado tão bem de suas mãos, e agora
o que faria?
Marcaria hora no salão? Mas ela preferia algo mais singelo,
não seria exagero?
Ela sempre se orgulhara de ser uma moça simples, agora tudo
havia mudado,
De um instante para o outro o improvável estava tão palpável,
menos as mensagens,
Ela pensou em tirar uma foto e enviar para ele, mas talvez
ele risse dela,
Fosse como fosse, ela ainda o amava e sempre o amaria, ele não
iria magoa-la,
Iria? Será que ele criaria uma situação que pudesse
constrange-la?
Ser rejeitada em público não parecia uma ideia convidativa,
mas tampouco
Ter o primeiro encontro de forma privada parecia mais
atrativo,
Ela sabia sobre sua conduta, conhecia seu trabalho,
acompanhava a sua vida,
Mas e se ela se recusasse a beijá-lo, se por qualquer motivo
se desentendessem,
Claro que ele não ficaria agressivo, jamais viu o brilho do
ódio no castanho dos seus olhos,
E tinha certeza, de forma muito convicta, jamais veria em
momento algum,
E a banda de rock era uma atração interessante, o ambiente
era convidativo,
Lá com certeza estariam alguns dos seus amigos, eles dois
poderiam sentarem-se
Arredios em alguma mesa, e mesmo que seus amigos se
juntassem,
Ela poderia analisar melhor a forma como ele fosse reagir,
Pois eles também eram importantes, roeu o restante da unha,
o que ela importaria
Diante da luz da noite? Se ele, gostasse dela o mínimo que
fosse, isso não significaria,
Caso não gostasse, melhor ainda, talvez, ele fizesse disso
um motivo para despistá-la,
E ela o entenderia, finalmente chegara o grande dia, roupa
escolhida, mini saia curta,
Blusa coladinha, cabelo arrumado, brincos e etc., tudo conforme
mandava o itinerário,
Não queria ser a mais bonita, - seguiria as regras das
amigas, não haveria erro, -
Não seria adequado para um primeiro encontro, ou será que
seria? Bem, o certo é que
Também, não queria ser a mais feia, para que isso? Gostava
de ser valorizada por seu caráter,
Pelo seu sorriso, pela sua inteligência, o corpo nunca foi o
seu primeiro alvo,
Mas nem menos importante; oito horas da noite, e ela estava
pronta, e ele nada, nem notícias,
Haviam se comunicado menos, e de forma quase evasiva, nove
horas alguém bate à porta,
Ela dá um pulo, corre para atende-la, flores chegaram endereçadas
a ela, sem remetente,
Ela sorriu, jogou-se no sofá, é claro que eram dele, isso
era inesperado, mas demasiado gentil,
Nada mais educado que retribuir os gestos que ela tanto o
fez durante o tempo em que...
Bem... estavam se conhecendo, achava que poderia definir
desta forma o que houve até
Aquele instante, de repente a certeza de que agora tudo
mudaria entre eles,
Fez com ela sem querer, quebrasse mais uma unha, será que
sua noite estava fadada
Ao fracasso? Será que uma unha poderia conter tanto
significado? Não, não era isso,
Lágrimas brotaram em seus olhos, mas não borraram a
maquiagem,
Ainda bem, pensara ela. Daquele momento para a frente,
Ela checara a porta de instante a instante, será que ele
havia esquecido do seu encontro?
Será que ela deveria mandar mensagem? Ao menos um boa noite
ou coisa assim?
Não queria parecer insistente, nem fazer o tipo de mulher
fácil que grudava no pé,
Fosse como fosse, ela preferira esperar, aguardar, mas
sempre havia uma batida na porta,
Ela decidira deixa-la aberta, sentou-se, olhou-a, achou-a
inadequada daquela forma,
Levantou-se e fechou-a, tomando o cuidado de tranca-la...
9:30, e ouviu um barulho,
Eram palmas, só poderiam ser masculinas, era ele, não havia
esquecido,
Quem seria tão desalmado a ponto de deixar uma mulher como
ela a esperar?
Esperou um instante, respirou várias vezes, não queria
deixar transparecer o nervosismo
Que ela sentia consumi-la por dentro, mas jamais admitiria,
não seria adequado,
Ao abrir a porta, ele estava a espera-la, com um sorriso de
dar inveja a qualquer um,
Ele valia a pena cada segundo, valeria anos, se a consequência
fosse uma vida juntos,
Ele estava parado na calçada, ela no último degrau dos três
que haviam,
Desta forma estavam da mesma altura, ela estendeu a mão para
um abraço,
Ele a envolveu e o beijo aconteceu ali mesmo, a causa provável
de tudo isso,
Aos olhos dela: casamento, a prova circunstancial eram seus
olhos,
Seus sorrisos, a forma como ambos pareciam orgulhosos um do
outro...
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