A primeira e a última parada deles foi naquela estrada,
Ele estava dirigindo ouvindo música com a moça de carona,
Ambos cantavam animados, falavam sobre planos,
Contando histórias sobre os seus passados, com certo brilho
nos olhos,
Cervejas geladas corriam por suas mãos,
De uma forma tímida, mas decidida ela passou os dedos sobre o
vestido,
Foi impossível não ter prestado a atenção, ele sorriu com incontida
emoção,
Ao trocar a marcha ele desviou a posição da sua mão,
Direcionando sobre a dela que estava solta sobre o vestido,
Ela mudou a posição da mão envolvendo a dele em um gesto de
carinho,
Agarraram-se com tanta força que era impossível negar a
atração,
Bem pudera, a lua estava linda, realmente não havia como
resistir,
Para contraste o céu estava pontilhado de estrelas,
Como os dedos da moça que agarrava-se a ele como se o
chamasse,
Com evidencia de desejar um contato mais próximo,
Feito um pedido de certa forma místico de estabelecer
contato,
De conhecerem-se um ao outro de maneira mais profunda,
Foi isso o que demonstrou a troca de olhares de ambos,
Então, ele diminuiu a marcha e parou o carro ali na estrada,
Aproveitando a penumbra que as árvores que margeavam o local
faziam,
As estrelas logo acima deles, as árvores ao redor, os
animais noturnos,
A música do Iron Maden ao fundo, seus lábios trêmulos,
Desligou a chave da ignição e virou-se para ela, com um
estender do braço direito,
Tocando entre os seus cabelos e sua orelha, puxando-a para
perto,
Com uma carícia em seu rosto, ela retribuiu o gesto, e o
beijo aconteceu
De maneira prazerosa, provocativa e profunda, as carícias
esquentaram o clima,
Saíram para fora do carro, ao horizonte brilhava a lua,
Ali no capô eles aproveitaram algum tempo, abraçados,
Tudo aconteceu de maneira perfeita e espontânea,
Uma brisa fria da madrugada soprou arrepiando a pele,
Apesar da recusa da moça em aceitar o casaco que ele vestia,
Ele gentilmente, tirou-o e o envolveu sobre o corpo dela,
ela sorriu contente,
Abraçando-o, para protege-lo do frio que a ele era de menor
intensidade,
Assim repetia ele, em busca de convence-la, beijaram-se mais
uma vez,
De maneira quente e profunda, exalando um calor que
aqueceria a distâncias,
E que, de fato, encurtava a distância dos sentimentos que
poderia haver entre eles,
Por sorte, eles ainda tinham cervejas para aproveitarem o
momento,
Por tempo suficiente até que a manhã os encontrasse,
Aquele local, parecia pertencer a algum fazendeiro, era
distante
E não havia habitantes por perto, então estavam seguros para
divertirem-se,
Conforme fosse de suas vontades, em razão da vastidão da
mata,
Não havia como determinar o que havia por detrás das
árvores,
Mas de fato, aquele lugar era perfeito para embalar uma
noite romântica,
E até determinar os sonhos de um futuro bom, com planos a
dois,
Mas, infelizmente, para a infelicidade da moça,
Ela já havia se apaixonado a algum tempo, por um determinado
homem casado,
E desta relação resultou um filho em seu ventre, que agora
mexia-se pedindo abrigo,
Ela não deu ouvidos, sentia-se sozinha, queria sentir-se
abrigada, ou algo neste sentido,
E quando se deu conta estava vivendo o sonho a dois que
sempre desejou,
Ele, porém, não. Mas ao invés de puxar o gatilho de forma
rápida e eficiente,
Ele quebrou a garrafa sobre o carro e decidiu cortar a
garganta da moça
Com o que havia sobrado, estraçalhando sua garganta sem
direito a perguntas
Ou respostas, com um movimento rápido e um gesto instintivo
ela jogou-se para a mata,
Abrigando-se nela, a tentativa de matá-la falhou, ele teria
que procurá-la,
Encontrá-la e destruí-la com as próprias mãos, a caçada
havia começado,
Ela seria sua presa mais preciosa, o valor que cobrou valia
o sabor da caçada,
Esperou um instante para fazer suspense,
Queria que ela se posicionasse a uma distância segura,
Pegou o revolver, municiou-o e a caçada logo chegaria ao
fim,
A lua escondeu-se por detrás das nuvens, isso anuviou o seu
olhar,
Mas, de fato a situação estava dentro dos limites da razão,
E isso não daria outro rumo aos acontecimentos, daria?
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