Há feira no castelo,
Trocando o luto
Por um vestido azul
A rainha Bianca
Decide seguir seu costume
E ir escolher os melhores legumes
E temperos.
Saído do quarto,
Percorrendo o corredor,
O guarda Alvaro
Lhe dirigiu voz:
- vossa senhoria
Retirou o luto
Para o castelo?
Bianca o olhou de soslaio,
Lhe fez uma reverência,
E disse:
- sim. Foi escolhida a hora.
- se vossa Magestade
Me permite,
Faz menos de meses
De sua morte tão triste...
Ele lhe dizia,
Tocando seu braço.
- guarda real,
Faz menos disso
Que você dorme
Em meu quarto,
Por quê eu fingiria
Para meu povo?
Lhe indagou,
Tocando sua mão
Com carinho.
- por sua licença,
Aquela morte suspeita
Precisa ser investigada.
Ele lhe disse,
Beijando sua mão
Sobre o braço dela.
- certo que sim,
E o assassino será punido.
Dito isto,
Ela continuou pelo corredor
Com as pernas bambas
E voz sôfrega.
- há muito que amo Álvaro.
Ela confidenciou
A sua acompanhante.
- ele não teria sido escolhido
Para a guarda
Não fosse minha palavra,
Era um garoto franzino
E fraco,
Contudo, o julguei inteligente.
Ela confidenciou a Nádia.
- com sua licença,
Sei que a senhora
Está acima de toda
A suspeita,
Contudo, este reconhecimento
De sentimento por Álvaro,
Não o coloca em algo?
Indagou Nádia,
Pegando em seu braço
Com carinho,
Enquanto Bianca
Se colocava o primeiro
Passo no degrau da escada
Visando descer para o salão.
- se ele é da minha confiança,
Ele é quem nunca estaria...
Dado o terceiro passo,
Ela parou e se voltou
Para cima,
Encarando Nádia de frente.
- Ora, me desculpa,
Não quis ser invasiva,
Ele é tão jovem,
Não estaria se aproveitando
Do que você sente?
Nádia disse,
Lhe afagando o braço.
- aproveitar-se?
Então, sou proibida
De confiar em alguém?
Bianca disse.
Empurrou o braço de Nádia
E saiu rápido,
Chegou ao salão
E dirigiu-se a direita
Rumo a feira da área comum
Do castelo,
Onde todas as bancas
Estavam organizadas
Com toda a colheita,
E cada qual,
Após ela fazia suas escolhas
E pagamentos.
Ela passou pela banca
De tomates, cebolas,
Alho, pimentão...
Escolheu seus favoritos.
Cruzou para os temperos,
Preferiu os verdes aos secos,
Cebolinha, salsinha,
Manjericão, alecrim e orégano,
Contudo, nada seco.
Nádia e mais duas
De suas empregadas internas
Iam atrás com seus carinhos
Embalando as escolhas
E levando.
O castelo de Bianca
Era mantido com base
No trabalho ofertado,
Eles escolhiam sementes,
E ofertavam a terra
Para plantio por externos.
Parte do plantio nutria
O castelo,
Outra parte era comerciais,
Do lucro
Os externos recebiam
Seus pagamentos.
Depois, ela passou
Para as frutas,
De imediato
Ao chegar na banca
De uvas,
Viu o senhor responsável
Por ela,
Retirar uma caixa
E esconde-la.
Ficou com medo das uvas,
E optou por outras...
Escolheu melão, melancia,
Banana e pêssegos.
Logo, após se iniciava
As bancas de reinos vizinhos,
Também lá,
Ela fez suas escolhas,
Isto lhe custou o dia.
Ao buscar seu quarto,
Verificou que Álvaro
Deixou a parte interna
E permaneceu
O tempo todo ao seu lado,
Contudo distante,
E conversador.
Ele lhe daria um bom rei,
Realmente.
Era próximo do povo,
Ouvia suas necessidades
E sabia lhes passar
Para que fossem resolvidas.
Na entrada de seu quarto,
Ele se antecipou
E lhe a porta.
- entre, senhora.
- obrigada, Álvaro.
Ela lhe disse.
Então, o beijou.
Lhe puxou pelo casaco,
E o trouxe para dentro.
- senhora estive
Conversando com cultivadores
De uvas e fui informado
Que aquela que o rei
Comeu estavam envenenadas.
Ela fez um espasmo
De medo.
Afastou-se dele um pouco,
E o olhou no fundo dos olhos.
- ele era um namorador,
Encontrou moça jovem
E faceira no reino próximo,
A trouxe para o castelo,
E seu pai o matou.
Álvaro disse,
Em tom sério.
- acredito no que você diz.
Precisamos de uma reunião
Com o povo,
Onde será apresentado
O relato.
Ela disse.
Se dirigindo a cama,
E sentando-se.
- eu tenho as uvas confiscadas,
Tenho testemunhas,
E todos o viram morto
E as características ficaram claras.
Ele disse.
- sim,
Não entendi o fato
De ela fugir pela janela,
Foi tão horrível
A atitude.
Ela estava nua.
- sim.
Ela tinha outros amantes
Por todo o reino.
Devo comunicar o reino vizinho?
Ele indagou.
- sim. Os devolva para onde vieram,
Com as cortesias
De contar o crime
E pedir prisão a todos os envolvidos.
Ele anotou tudo
Que ela disse.
Procedeu com a prisão imediata.
Fez, também a carta
De informação ao reino vizinho,
E pediu para agendar data
Para conduzir os assassinos.
Além disso,
Fez uma comunicação escrita,
Deixou a vista de todos,
E informou a cada um dos reinos
O ocorrido e nomes dos responsáveis,
Bem como a atitude de solução.
- me ajude a tirar o vestido.
Ela pediu,
Álvaro se aproximou,
E fizeram amor por toda a noite.
Foi de conhecimento de todos
A relação de ambos
Tão rápida e séria.
Ela não teve medo de represálias externas,
As uvas foram adquiridas
E ficaram expostas para a venda,
Realmente, não era produto
Das pessoas dali.
Cada qual que tivesse dúvidas,
Poderia verificar as frutas.
Ela optou por casarem-se,
Fez a comunicação imediata,
Não importou-se com dizeres.
- Álvaro, case-se comigo?
Para logo,
Para o mais cedo possível?
Ela o indagou.
- sim, caríssima Bianca,
Sonho contigo desde menino,
Você é meu sonho!
Beijaram-se,
Agendaram a data
Para dois meses.
O povo ficou boquiaberto,
No período de quatro meses,
Tudo mudaria,
Inclusive, haveria a troca de rei,
Após a morte do primeiro,
De imediato,
Houve a escolha do segundo.