Fez-se junho,
Já antecede o frio,
Cedo da tarde,
Fechou as janelas,
Encosto a porta
E fogo na lenha,
Pinhão na chapa,
Vinho na guela.
O frio passa arredio
Lá fora,
Aqui dentro de casa
Sente-se apenas o calor
Do fogo a dançar
Sobre a brasa,
Com o crepitar das chamas
Que incendeia a palha.
Já deixo a modéstia,
Jogo a polenta
Do meio dia
Sobre a chapa,
Coloco um salame fatiado
Pra enganar o gosto,
E um bacon pra fazer cheiro,
Tá pronto o jantar,
Só pegar a polenta
E jogar a mistura por cima,
Afasta-se a fome.
Se eu desistir
De dar moleza
Pro inverno
Estendo o cobertor
Perto da chama,
Deixo aquecer
Até sentir cheiro de calor,
É junho,
Nem por isso é data
Para passar frio.
A neve é bonita lá fora,
Mais bonito
Para dentro de casa,
É o crepitar da chama,
Que dança sobre a lenha,
Faz músicas para afastar
O frio,
Muda de cor,
Fica intensa,
Vira brasa,
Incendeia.
No final,
De barriga cheia
Faço um café
Pra contar as horas,
Casa quentinha,
Ovo na frigideira,
Pão fatiado para montar
O sanduíche,
Pão, ovo frito,
Bacon e salame,
Se tiver salada misturo,
Caso contrário,
Prefiro minha dieta antifrio.
Na sala,
Eu deixo a televisão ligada,
Na cozinha
O fogo fica aceso,
Nada me atrapalha,
Nem vejo o frio que faz lá fora,
Cai geada próximo
De onde eu moro,
Mais longe cai a neve,
Aqui eu cuido pra não
Cair a brasa,
Muito menos o tição aceso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário