terça-feira, 3 de junho de 2025

Servidor da Droga

A cidade do Paraguai
Traz com ela suas surpresas,
A vista da Ponte da Amizade
Pode falar sobre isto,
Lá de cima,
Se vê os paraguaios
Passando o grande rio
Com cargas fechadas de droga,
Toda espécie,
Desta vez,
Escolhi a maconha.
Toneladas,
Não se percebe muito
Que aquelas crianças são capazes
De carregar tanto peso
Consigo,
Contudo, eles pegam uma
Pequena embarcação a remo,
Jogam o enorme embrulho fechado
Dentro e atravessam
Para o outro lado.
O lado brasileiro.
Cruza-se a fronteira,
Já deixa de ser crime
Tão grande,
Acredite-se o simples fato
De estar do lado da polícia
Brasileira já diminui
O encargo,
De lá debaixo,
Eles acenam para a polícia
Da fronteira, A Guarda Nacional.
E seguem,
Chegam no lado brasileiro,
Jogam o embrulho
Para cima do moro,
Cruzam o mato sujo,
Passam por trás da polícia.
Eu espero longe disso,
Odeio passagem pela polícia,
Tráfico é crime grave,
Ninguém quer ser pego.
Enganar, se possível,
Combater, só se for necessário.
Fechado do lado de lá,
Onde a guarda paraguaia
Fica a espreita
Andando em seus grupos
Armados a fuzis,
Celado do lado oposto
Com a Guarda Nacional
Seus cães farejadores,
Todos armados até os dentes.
Eu me recuso a isto,
Armamento nem pensar,
Meu caso é apenas droga,
Da boa,
A verdinha,
Maconha pura,
Nada de mistura.
Chego com meu gol bolinha,
Retiramos os pneus,
Colocamos a droga em maços
Por dentro da lataria,
Sobre os pneus,
Tudo camuflado pelas ferragens,
Dentro do carro eu levo
Umas roupas pra família,
Pouca coisa,
Apenas sigo no valor
Que a cota permite.
Para sair daqui do Brasil
E seguir comprar no Paraguai,
Onde o preço é muito mais competitivo,
Tem um valor máximo
Para ser gasto,
Do contrário comete-se crime.
Com o gol bolinha cheio,
Eu sigo pela rodovia,
Logo adiante tem uns milico
Querendo dinheiro.
O tio Vande foi pego,
Passou duzentos reais
Do valor da cota:
- e aí, tio?
Eu grito da janela.
- passou da cota,
Vão apreender tudo!
Ele responde.
É os milico precisam fingir trabalho,
Agora eles levam tudo pra delegacia,
Meu tio ganha uma multa,
E um processo crime,
Lá ele pode pagar o valor
E reaver sua mercadoria.
O valor é baixo,
Uma vez pego apenas,
Não dá prisão.
- crime contra a União,
Né tio?
Eu grito.
Pois bem,
Duzentos reais
Aparentes e fora da linha
E meu tio agora é um criminoso
A nível nacional,
Tivesse ele arrancado a cabeça
Dos milicos e
Seria apenas homicídio,
Crime estadual.
O que muda?
É que o registro criminoso
Pertence a área do estado,
Quando é contra a União,
É considerado de maior monta,
Coisa jurídica,
Difícil de interpretar.
Mas é assim que funciona.
Eu estou carregado
De droga,
Não posso dar moleza,
Os milico chegam,
Eu pego os documentos do carro,
Apresento e demonstro
Que estão em dia,
Pegou minha habilitação
E sorrio para ele.
Ele deve achar que sou
Um pervertido.
Faço um sinal pro Josias
Que vem com seu carro logo atrás,
Ele é nosso laranja,
Se precisar ele assume,
Eu saio ileso,
Afinal, sou eu quem consegue
A droga pura,
A verdinha cheirosa,
Aquela que desperta os sentidos,
Ele sabe disso,
E é bem pago.
Faço sinal para ele
Oferecer dinheiro prós malandros,
Ele oferece.
- estão aqui os documentos
Senhor!
Os polícia abrem a carteira
Com o documento do veículo,
Veem uma notinha boa,
Duzentos reais.
- estou com o tio
E o amigo do gol bolinha.
Josias fala.
- podem seguir.
Os milico respondem,
Pegam a folha do processo
Do meu tio
E rasgam.
Tudo perfeito.
Ele segue.
Eu sigo.
Josias vem.
Agora é só chegar,
Abrir e dividir em pequenas
Quantidades depois passar
Para o pequeno grupo
Que se encarrega de passar
Para o povo do uso.
Quando é pouco conteúdo,
Diz-se que é pra o uso,
Deixa de constituir crime,
É apenas contravenção penal.
Uma espécie de repreensão oral.
Em meio ao caminho,
Percorrida longa distância,
Um veículo corta a passagem
Do meu tio,
E o pega em cheio.
Sua caminhonete amarela
Parte-se ao meio.
Os quatro passageiros são
Arremessados para fora sem vida.
Meu tio ficou no caminho.
Morto.
Eu saio louco do gol bolinha,
Saco minha faca da cintura,
Chego no motorista
Da van carregada de roupas
E desfeito todas as facadas
Possíveis no motorista maldito.
O homem anteriormente ferido,
Nem grita,
Morre no volante.
Agora eu preciso guinchar meu tio.
Tudo bem.
Pego seu corpo jogo no porta
Malas e o levou comigo.
- resolvido.
Seguimos viagem.
Digo para Josias.
Agora resta-nos.
Os outros são laranjas,
Não precisam chegar.
A mercadoria é conduzida
Em novo veículo,
Os outros três ficam no que sobrou do carro.
Eu guincho a van,
É claro,
Meu mercado de roupas
E objetos do Paraguai
Está lucrativo.
Deixamos o motorista da van
Sobre o que sobrou
Da caminhonete,
Em cima do capô.
Não irá fazer falta,
É um lojista,
Pois aparentemente,
 Não tem com ele
Mais que roupas variadas.
Mais adiante
Preciso passar por um posto
Policial da Federal,
Uma polícia das rodovias,
Eles me reconhecem,
Conhecem meu trabalho
E valorizam,
Eu passo com um acenar.
Sorrio,
Engatou marcha rápida
E vou.
Por conseguinte,
Passado o posto
E percorrido duas cidades,
Questão de poucos quilômetros,
Dois rapazes de motocicleta
Chegam na janela
De Josias e o obrigam
A baixar o vidro,
Ele me dá sinal de luz,
Eu fico em alerta
Sem entender o que há.
Meu trabalho é duradouro,
São dez anos que estou na ativa,
Sou esperado pela própria
Polícia militar da minha cidade,
Tenho imunidade.
Mas, os moleques desconhecem
O fato,
Com um tiro estouram o vidro,
Com outro estouram
Os miolos de Josias,
Eu só ouço os gritos,
Não entendi nada.
O relógio de Josias é furtado,
Também seu colar e pulseiras,
Tudo é retirado muito rápido
Então os moleques correm.
Eu engato minha marcha
E coloco o pé no acelerador
Até não ver mais nada.
Eu estou com a verdinha,
Preciso correr
Ou estou no prejuízo.
De repente sentiram o cheiro,
Estão atrás de um baseado,
Mas não, de graça
Não tem não.
Corro.
Agora, estou sozinho
Eles não parecem me seguir.
- o que houve,
Por Deus,
O que há?
Eu indago em voz alta.
Não há resposta,
Estou sozinho.
Com o carro carregado,
Se desiquilibrar vira tudo
No asfalto.
Me atraso,
Confesso que chego
Duas horas fora do comum
Em casa,
Aviso a família do meu tio
Para retira-lo do porta malas
E dar procedimento
No funeral.
Desligo o celular.
Abro o portão de elevação de casa,
Entro e baixo o portão fechado,
Que dá na garagem
Ao lado da porta de entrada.
- passem as correntes!
Ouço alguém falar.
Saio do carro,
Abro a janela,
Não consigo abrir.
- você matou meu filho.
Você matou meu filho,
Ele fugiu de mim
Para buscar droga,
No caminho sofreu um acidente
E teve fim trágico,
Você o matou!
Gritou Rafael lá de fora
Passando correntes por toda a casa.
- se refere ao meu tio?
Quem diz isto?
Eu indago,
Não consigo abrir a porta,
Apertou o botão do controle
O portão não responde.
- eu fui até o colegial
Do menino,
Eu investigue a morte,
Eu descobri sua droga,
Eu vim atrás de você,
Ele tinha quinze anos,
Ele era o meu bebê!
Rafael tornou a gritar
Chorando do lado de fora,
Depois disso,
Com seu irmão
Ele ateou fogo em mim,
Na casa,
No que tinha dentro.

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