quarta-feira, 4 de junho de 2025

Pedalando para o Amor

Neste dia
Ela não marcou encontro,
Não avisou que iria,
Pegou a bicicleta,
Desistiu da roupa sexy,
Escolheu uma casual,
Subiu na bicicleta e rumou.
Ao dobrar a esquina
De sua casa,
Deu uma olhada para trás,
Ao chegar na avenida
Que ligaria ela a ele,
Seu namorado,
Decidiu olhar para o céu.
Um cinza escuro
Levantava-se no horizonte,
Parecia assustador,
Olhando para a esquerda,
Vez que iria entrar na pista,
Um escuro ainda mais ameaçador
Estava sobre ela.
Nuvens esparsas,
Contudo rápidas feito flechas
Invadiam o céu,
E ameaçava chuva,
Dir-se-ia um pesadelo
Cruzando a face de seus sonhos.
Justo no instante
Em que chegaria sem avisar
A espera de um flagrante:
Te amo
Ou fica pra lá,
A chuva decidia
Competir na relação do que fazia.
Certo, se ele brigasse
Alegaria que era devido
A maldita tempestade
E ela exposta a todos vento
E lamentos.
As nuvens pareciam
Sair de um abismo
De escuridão,
Tomavam conta das casas
Lá do fundão,
Nada, nos treze anos
Em que morou ali
Moveu coisa alguma
Daquele lado,
Nem para os céus,
Todavia, o céu se levantava
E as removia para baixo.
Via-se dali,
Telhados a voar,
Até mesmo paredes a ruir,
Isto lhe parecia uma aparição
De outro horizonte,
Um ataque de alguma coisa
Sobrenatural a tudo
Que já se viu.
Movia-se telhados,
Movia-se paredes,
Movia-se ventos,
Movia-se sujeira sabe-se lá
De qual sarjeta,
O aterro sanitário voava
Pelos área em proporções catastróficas,
Um cheiro desumano
Chegava e mexia em seus cabelos.
Seria o fim do namoro,
Com certeza,
Seu amor não resistiria a isso,
Sem falar que esqueceu
De tomar banho antes
De vestir-se.
Reinava uma espécie
De vozerio,
Pessoas saindo pelas ruas,
Mas isto, a quadras de distância,
De onde tudo existia,
Chegava até ela
Apenas o fedor nos cabelos.
Histórias antigas falam
Destas coisas,
Na atualidade,
Devido a modernidade
Da arquitetura,
Isto se assemelharia
A visões,
Coisa distante da realidade.
Seu romance estava
De alguma forma preso
Entre a demoníaca visão
De levar um fora do namorado
Ou a visão fantasmagórica
De ver toda a vizinhança
Voar pelos ares.
Ela não se deu escolha,
Pedalou rapidinho até ele.

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