sexta-feira, 20 de junho de 2025

Demissão Involuntária

Zuriane não costuma
Atrasar-se para o trabalho,
Porém, estava atrasada
A meia hora.
No instante em que
Noemi foi repor a salada,
Ela desdobrou-se para suprir
Sua ausência,
Uma colega de trabalho
Faz falta.
Não importa em quanto atrase
Sempre faz falta,
Mas neste caso,
Referia-se a uns amiga
Zuriane era especial,
Noemi iria abrir seu coração
A ela,
Entregar o que sentia.
Embora Zuriane fosse
Muito mais jovem,
Noemi queria enfrentar isto,
E entrar nesta relação
De mulher com mulher
E descartar seus vinte anos
De experiência,
Iria importar o amor,
Trabalharia este ponto.
Além de que
Zuriane se mostrou prestativa,
Próxima a Noemi,
Lhe confidenciou segredos,
Até entendeu seus medos,
Não parecia haver engano,
Tudo evidenciava comprometimento.
Passou uma hora,
A caixa de repolho caiu
No chão,
Sobre o pé de Noemi,
Seu grito de dor
A retirou de seus devaneios,
Estava tarde,
Muito tarde para Zuriane chegar,
O que teria acontecido?
Ela costumava vir
Direto da escola para o trabalho,
Voltava com o pai.
Um sujeito simpático,
Trabalhador e viúvo.
Pessoa muito nobre,
Esforçava-se ao máximo
Para nutrir as necessidades
De Zuriane,
Amava-a,
Era lindo de se ver.
Contudo, Noemi não seria simpática,
Não lhe daria compreensão,
Mais uma hora de demora
E seria demitida,
Não teria como ser
Tolerado atrasos,
Sem aviso prévio,
Nem de última hora.
Ora, isso preocupa,
Incomoda
E seu auxílio faz falta...
Todavia, passou o dia,
E Noemi amoleceu o coração,
Tudo já lhe vinha a compreensão,
Zuriane decidiu se ausentar,
Não poderia ser devido a doenças,
Pois teria avisado de antemão,
Porém, havia tempo
Para trazer atestado,
Apresentar explicação.
Noemi olhou o dia todo
Para a rua em sua busca,
Na parte da tarde,
Quis reconhecer uma foto
No jornal da tarde,
Mas não poderia ser real,
Deveria ser ilusão sua...
Não iria crer.
Uma moça foi morta
E dilacerada,
Depois abandonada na lixeira,
Estava com o rosto irreconhecível,
Mas, os cabelos cacheados e
Escuros...
Aquilo lhe feriu o coração,
O que seria natural
Pelo desfecho da história,
Imagine matar, dilacerar e jogar
Na lixeira do centro da cidade?
Logo, ela jogou fora o jornal,
A notícia lhe tirou o sossego,
Ao final da tarde,
Com o pé enfaixado,
Viu quando o pai de Zuriane
Estacionou próximo
A entrada da fruteira,
Ele aguardou Zuriane,
Noemi escondeu-se
Para pega-la em flagrante
Faltando ao trabalho,
Mas, ela não apareceu.
Dois meses depois,
Noemi enviava ao Recursos Humanos,
O pedido de demissão involuntária
De Zuriane,
Ela não retornou,
Daniel, seu pai
Nunca cansa-se de vir buscá-la,
E chorar em frente a loja,
Mas, a moça evaporou no ar.

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