segunda-feira, 2 de junho de 2025

Tarde de maio e chuva

Aos trinta e cinco anos,
Eu pego o puf e estendo
Na cozinha,
Meu marido corta a lenha,
Os filhos a recolhem
Para dentro de casa,
Eu espalhou travesseiros
Sobre o puf e cobertores.
Desligamos a televisão
Em comum acordo,
Vamos juntos até a estante
De livros,
Escolhemos a melhor leitura,
Meu esposo
Acende o fogo,
Eu escolho o que começamos
A comer:
Pinhão ou amendoim assado
Na chapa...
Enquanto, o amendoim torra,
Meu esposo inicia a leitura,
Todos estão envoltos no puf,
Eu pego a chaleira
Colocou água
E levo para aquecer o chá.
Nos deitamos,
Com as xicaras de chá quente,
Comendo amendoim
Enquanto a lenha chamusca
Para fora,
E o fogo arde em tons de amarelo
E negro.
A chuva inicia sobre o telhado,
Cai feito sinfonia
Aos ouvidos,
Meu esposo me passa
A leitura e eu dou continuidade,
Depois é a vez das crianças
De um a um,
Cada qual lê um pouco.
A chuva torna-se fria,
Até virar gelo,
Lá fora tudo congela,
Aqui dentro nos abraçamos,
Estamos quentinhos.
Eu beijo meu esposo,
Nós beijamos nossos filhos,
Amor desde a infância
Sempre foi isso,
Demoramos para entender,
Mas, não tardamos perceber.

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