-A paixão
Concede-se o perdão!
Rainha Bianca falou
Com voz macia
No leito de medicação de Álvaro.
Ele sorriu,
Deu sinal de vida,
Sem poder abrir os olhos,
Ainda.
Ela lhe devolveu o sorriso,
Ele estremeceu,
Parecia perceber seu carinho,
Mesmo sem vê-la,
O amor tem dessas coisas.
Contudo, ela buscou sua mão,
Deu-lhe o aperto suave
Que lhe deu em cada vez,
Foi a primeira vez que ele devolveu,
Roçou os dedos suaves
Contra os dela.
- você sente?
Ela indagou.
- estás vivo!
Está é a bondade de Allah,
Salvar a quem a medicina desenganou.
Ela disse mais para si mesma.
Os médicos desistiram de medicar,
Porém, Bianca encomendou
Pomadas feitas na própria cozinha
A base de erva cidreira
E folhas de lima,
E insistiu em limpar os ferimentos
E cuidar de Álvaro.
Três meses
Ele permaneceu dormente
Sem sinais vitais intensos,
Em cada dia
Ela o visitou,
Em todos o cuidou.
Dois meses depois de mexer-se,
Saiu da cama,
Passou a dormir com ela.
Um dia, próximo às onze
Uma faxineira bate a porta:
- senhora,
Há uma notícia a lhe ser dada.
Bianca levantou-se,
Com os cabelos em desalinho,
Fazia frio,
Sentada entre as cobertas
Permitiu a entrada da moça.
- abra a porta e entre.
Ela o fez.
- senhora, lhe informo
Que Vanessa sobreviveu
A briga acalorada entre
Vossa Magestade e Álvaro...
Disse a moça.
- eu não soube disso.
Respondeu Bianca,
Álvaro simplesmente
Se acolheu num travesseiro.
- meu Deus, quanto um erro
É capaz de perseguir
Uma pessoa,
Eu não mereço Senhor,
Eu não mereço.
Ele disse.
- prefiro a morte,
Perder minha esposa
Por uma estupidez,
Antes a morte
Sangrenta em dor lancinante!
Ele disse,
Pôs-se a chorar.
Bianca bateu em suas costas,
Sobre o cobertor
Em sinal de simpatia e calma.
- tá bem, fico feliz por Vanessa.
Ela está com a família dela,
Cuidando da horta de casa?
Indagou com olhar choroso.
- na verdade,
Logo depois de melhorar,
Ela descobriu estar grávida,
Nasceu a criança
E é um menino,
Ela pediu se Vossa Magestade
Gostaria de ver a criança?
Indagou Karine.
- um filho,
Do ato tão deplorável emergiu um filho,
De Álvaro?
Perguntou Bianca,
Ficando em pé nua,
E caminhando até a janela
Fechada
Sem notar o frio
Contra seu corpo que tremia.
- senhora,
Não sabe-se de outro relacionamento
De Vanessa,
No entanto,
O filho é de Álvaro caso seja
Sua vontade...
- quem lhe falou que seria
Desta forma Karine?
Indagou Bianca perplexa.
-meu Allah.
Gritou Álvaro.
Depois se levantou
Enrolado no cobertor de lá
De carneiro e correu até Bianca.
- me diz o que lhe sou?
Me fala o que mereço,
O farei!
Ele lhe disse,
Abrigado aos seus seios
Quentes e arfantes.
- preciso que se separe de mim,
E case-se com Vanessa
Assuma seu ato
E seu filho...
Antes de sair do quarto,
Retire a coroa
E a guarde no roupeiro...
Fui tudo muito rápido,
Foi um erro...
Karine, informe ao povo
Meu luto
E viuvez.
Ela disse,
Dando-lhes as costas.
- o quê?
Deseja minha morte?
Indagou Álvaro
Deixando cair o cobertor.
Karine gritou espantada,
Ele virou-se
Sem preocupar-se
Com sua falta de roupa.
Bianca olhou rápido
Para trás para ver
O que motivou o grito.
- Álvaro vista-se,
Karine prontifique dois guardas
Para retira-lo do castelo,
Providencie o casamento,
Doação de donativos,
E envio do casal com seus
Respectivos entes para outro reino...
Então, virando-se para Álvaro
Encerrou:
- não quero mais ver-lhe
Ou ter notícias de ambos.
- guardas, por favor.
Chamou Karine da porta.
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